004

~ uma pausa ~

Maratona: 2/3
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Medo é um involuntário da mente humana. As vezes a coisa mais boba e inocente do mundo, tornava-se o maior desespero humano.

Moon tinha uma amiga de infância, neta de um amigo de seu avô. Ela era um pouco mais nova, mas as duas brincavam juntas enquanto os adultos participavam de reuniões, eram boas amiguinhas, dividiam brinquedos e participavam das fantasias infantis juntas. A Han se lembrava do medo daquela menina, a Jung tinha medo de sapos, havia descoberto aquilo quando foram nadar em um lago próximo a casa Jang, as meninas estavam se divertindo, até a mais nova começar a gritar socorro e chorar de forma incontrolável.

Sun abraçou a irmã, que se assustou com o susto da amiga, e disse que pessoas eram daquela forma. Todas tinham medo de algo.

Moon percebeu que tinha medo de ficar sozinha. E que aquilo era consequência de ter se aberto ao amor, e amizades. Passou muito tempo mentindo para si mesma, dizendo que apenas cumpria o último pedido de Eunhyuk, mas a verdade, era que ela gostava da sensação de ser útil, não apenas para Eunyu, também para os Corvos e outros sobreviventes, se acostumando até mesmo as pequenas investidas que Kim Young Hoo dava.

Moon dormiu agarrada a irmã, praticamente deitada sobre Sun, com medo de que ela partisse dali, no entanto, sua mão direita estava entrelaçada a de Chan-yeong, que dormiu sentado ao lado das irmãs, tendo Hani dormindo em seu ombro. Eunyu apenas ajudou Cha Hyun-su a cuidar de Yi-Kiung, antes dele dormir, a Lee ficando de guarda durante aquela noite.

Mas enquanto aquele grupo tentava dormir, seus corpos desgastados pela última confusão, alguém do grupo de estádio sacrificava sua vida, como a própria Moon cogitava fazer as vezes. O puro amor humano, tão desprezado pelos neo-humanos, especialmente o avô dela, Salvando e matando vidas, a tolice diária que condena pessoas.

—— Tô apostando as minhas fichas em quem tem mais chances... já é muito tarde para ele.

—— Não é tarde não... ainda não é.

—— Eu não consigo salvar os dois.

O Sargento negou, sem aceitar aquele ato do amigo. Ele não queria aquele fardo. Ouvindo o pedido do subordinado que passou anos sendo seu aliado, ele mal respirava, tendo o Doutor Im os observando.

—— Ótimo —— exclamou o cientista, com a agulha de transfusão em mãos —— isso aqui você entrega para Moon quando encontrá-la...

O Sargento não teve tempo de processar o pedido, enquanto era torturado alguém lhe perguntava sobre Han Moon, e ele sem entender não respondia, se recusando a entregar a mulher.

O Doutor jogou o objeto no colo do militar, e saiu do ambiente, para levar um grupo de assassinos, até o estádio.

Na manhã seguinte, a Han acordou deitada no banco de trás de um carro, que Chan-yeong tentava arrumar para que eles voltasse a casa. O Park acenou para a amiga, quando ela desceu do veículo, parando ao seu lado.

—— Bom dia —— sussurrou ainda sonolenta, deitando a cabeça no ombro dele.

Ela conseguia ouvir uma briga a distância, parecendo ser Hani e o senhor que a abrigava.

—— Bom dia —— o Park acariciou o cabelo dela, também ouvindo a confusão.

O homem entregou a amiga um pacote de salgadinho, que foi aberto logo em seguida, revelando que a mulher estava com fome. Ele riu baixinho da amiga, aceitando um quando ela ofereceu.

—— Vai falar com ela —— indicou a Han, apontando para a garota que saia do trailer abatida.

—— Achei que não gostasse dela —— brincou o Park.

—— Ela te drogou, e ameaçou Lee Eun Yu. —— listou ainda comendo —— estar viva já é um sinal de que estou dando novas oportunidades.

Chan-yeong riu, se levantando. Seguindo para uma conversa com a garota.

Moon observou a distância, um pequeno sorriso no rosto, inclinando-se para trás, para observar o céu. Ela não sabia onde estavam as irmãs, mas não se importou naquele momento, evitando ouvir o amigo ser gentil com outra pessoa.

Moon abriu os porta-malas de todos os carros, a procura de comida, ou qualquer outra coisa útil. Ela também uniu algumas novas pilhas a sua arma, recarregando para eventuais problemas, e ficou feliz ao encontrar uma garrafa de vinho escondida em uma moto, se lembrando de buscar a própria em breve, se recusando a perder o veículo novamente.

—— Gol da Coreia do Sul —— sorriu ao encontrar um saco de balas, de cereja, logo enfiando uma na boca.

Moon também aproveitou para invadir uma casa, e escovar os dentes, com uma escova que achou por ali mesmo, mas era melhor que nada.

Ainda naquele imóvel, a Han se observou no reflexo. Os cabelos batiam um pouco acima dos ombros, usando roupas pretas, havia pequenos sinais de sono, mas reduzidos devido a última noite. Sua boca estava meio ressecada, a fazendo puxar as pelinhas com os dentes, seus olhos parando em uma tesoura ali, um riso escapou de sua garganta, ao se lembrar que tinha franja até perder sua família e não ter mais sua mãe para cortar.

Moon guardou o que encontrou, pegando um colar que achou bonito e colocando no bolso da calça. Saiu da casa em seguida, pensando em talvez entrar em outra, quando viu Yi-Kiung passar a uma rua de distância. Apressando seus passos a mulher chegou até a mais velha, acompanhando seus passos até ser notada.

—— Não vai me impedir.

—— Não sei o que está fazendo —— deu de ombros, parando quando a Seo parou.

—— Estou indo encontrar minha filha.

Ela esperou que Moon tentasse impedir, mas só ganhou um aceno. A Han voltando pelo caminho em seguida.

—— Boa sorte Yi-Kiung —— desejou, quase saltitando para dentro do lote, pensando em passar um tempo com Eunyu.

Ela podia ter suas desavenças com a garotinha que havia tentado matar ela e a irmã. Mas se a Lee estava bem, então se forçaria a superar.

■■■

Lee Eun Yu estava conversando com a versão apagada e cansada de Cha Hyun-su. Desabafando suas dores e pensamentos.

Estava deitada no chão gelado, quando ouviu alguém deitar, não precisou pensar em quem era, já que Moon se deitou ao seu lado.

As duas apenas se encararam e sorriram para a outra. A Han limpando as lágrimas do rosto da irmã, deixando que Eun Yu segurasse sua mão com carinho.

E ficaram ali, naquele silêncio absoluto, contrastando com suas mentes turbulentas.

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