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Yoongi

— Um clube de dança?

Abracei Hoseok pelos ombros, apoiando meu rosto na curva de seu pescoço. Ele tinha um cheiro tão bom.

— Sim, um clube de dança — respondi, sorrindo — Hoje está tendo uma festa com o pessoal da faculdade, o tema é "de volta no tempo". Não conseguiram escolher apenas uma década.

— Agora faz sentido — ele me encarou — Está tocando Queen?

De fato, era possível ouvir o som abafado da música reverberar lá de dentro. Se eu não estava errado, tocava Sleeping on the Sidewalk.

— Vamos dançar? — perguntei, esperançoso.

Hoseok virou-se até estar totalmente de frente à mim. Ele parecia brilhar naquelas roupas, seu sorriso só completava ainda mais o pacote. Com uma reverência exagerada, ele pegou minha mão e me puxou até a porta de entrada.

— O que estamos esperando?

Adentramos o salão lotado após nos identificarmos na porta, dando de cara com uma multidão colorida de jovens, todos caracterizados de acordo com o tempo que teoricamente havia ficado para trás. Procurei com o olhar por Taehyung e seus namorados, Seokjin e Namjoon, mas parecia impossível identificar alguém no meio de todos aqueles corpos agitados.

De qualquer forma, a figura principal da noite estava ao meu lado. Eu não precisaria de mais ninguém. Deixei meu olhar pousar sobre Hoseok, o encarando de cima a baixo, notando como ele já começava a se mover de acordo com a música. Resolvendo me juntar a ele, deixei o ritmo me liderar, por mais desajeitado que eu pudesse parecer. Logo, já éramos distinguíveis no meio dos outros apenas por nosso modo autêntico de dançar.

Quando a música abruptamente mudou para uma mais calma, cheguei mais perto de Hoseok, apoiando minhas mãos em sua cintura. Automaticamente, o mundo exterior parecia não existir mais. Movido por uma força interior muito maior que eu, o beijei de forma intensa, como queria fazer desde a primeira vez que o vi naquela noite. Quase que de forma inconsciente, beijar e tocá-lo parecia cada vez mais uma questão de necessidade, como um vício. Eu queria estar perto dele sempre que possível.

Quando separei-me de Hoseok, ele sorria.

— Eu estou adorando — ele falou, mais alto que a música — Mas ainda não entendi todo o suspense.

Aproximei meu rosto de seu ouvido, sentindo ele arrepiar.

— Você estava dançando agora. Eu lembro que a um tempo atrás, você tinha dito que não dançava mais. — voltei a o encarar — Estou te convidando a esquecer esse medo de fazer algo que você ama. Seja você mesmo, nem que seja só por uma noite.

— Apenas se você me prometer que seremos heróis, e que você será meu rei.

— Só por uma noite?

— Não, por várias noites depois dessa também.

Levantei uma sobrancelha. Será que já era hora de fazer a pergunta que eu tanto queria fazer? Ou seria cedo demais?

— Tem algo que eu quero dizer já tem um tempo — comecei, meio nervoso — mas não tive coragem. Na verdade, eu estava com medo do que você iria dizer.

— Acho que já passamos dessa fase. Pode perguntar sem medo.

— Tem certeza?

Ele fez que sim com a cabeça. Incentivado pelo momento de motivação, tirei uma caixinha pequena de meu bolso. Respirei fundo antes de voltar a encará-lo nos olhos.

— Se você quiser correr a hora é agora — brinquei, mas Hoseok não moveu um músculo sequer — Vou perguntar de uma vez. Você... Você quer namorar comigo?

Sem responder, ele me envolveu em um abraço apertado. O segurei com toda a força que possuía, como se estivesse com certo medo de que ele fosse desaparecer.

Bem, eu estava com medo de fato.

— Eu aceito sim — ele disse, me soltando.

Sorrindo, aliviado, abri a caixinha que tinha em mãos. Dentro dela, havia um par de alianças um tanto peculiares. Uma possuía o sol e a outra a lua. Eram lindas e diferentes, como nós.

— Acho que não precisamos de discussão para saber quem fica com qual — falei, tirando a aliança que possuía o sol de dentro da caixinha — Sua mão, por favor.

— E se fizéssemos diferente?

— Como assim?

Ele pegou o anel que estava em minha mão e a segurou.

— Você pode usar o anel que representa o sol, porque assim você vai estar sempre me carregando para onde você for — ele colocou a aliança em meu dedo. — Assim como eu vou poder carregar você comigo sempre.

Não tinha como eu me apaixonar ainda mais por Hoseok.

Sorrindo de orelha a orelha, tirei o outro anel de dentro da caixa e coloquei em seu dedo.

Era oficial, então.

Havia sido mais simples do que a ansiedade em meu interior tinha me permitido acreditar. Enquanto comprava as alianças, eu listava em minha cabeça mil formas diferentes de como Hoseok poderia dizer não. Porém, indo contra todos os protocolos, finalmente estávamos oficializados.

Nunca fui uma pessoa muito romântica, mas aquilo muito provavelmente tinha acabado de mudar.

— Podemos ir para um lugar mais calmo? — Hoseok perguntou, abruptamente — Um lugar onde possamos ficar sozinhos?

Apenas fiz que sim com a cabeça, talvez com um pouco de animação demais, antes de segurar sua mão e o puxar para fora daquela multidão. Eu tinha uma ideia em mente, que teoricamente já fazia parte do meu plano para surpreender Hoseok, então o pedi que entrasse no carro de Taehyung novamente. Quando dei partida, deixando o clube barulhento para trás, me sentia estranhamente elétrico.

Dentro do carro, notei Hoseok fuçar o porta luvas de Taehyung como quem não queria nada.

— Yoongi! — ele praticamente gritou animado — Taehyung tem um CD aqui, caralho. Eu achei que ninguém mais usasse CDs.

Dei uma risada diante de sua animação exagerada.

— Ah, então, ele gosta de coisas um pouco mais... ultrapassadas, por assim dizer. Ele tem vários desse na casa dele, não fico surpreso.

— Cara, são as melhores faixas da Janis Joplin. Eu amo as músicas dessa mulher.

Sem se demorar mais, Hoseok colocou o CD no aparelho de som do carro, fazendo a voz tão marcante de Janis ressoar pelo ambiente imediatamente.

Hoseok poderia até pensar que eu não havia notado, mas foi impossível não perceber como, vez ou outra, ele me lançava olhares furtivos do seu lugar no banco de passageiro. Foi uma missão realmente difícil manter meus olhos fixos na estrada sabendo que ele parecia tão dedicado a prestar atenção em mim. Inconscientemente, acabei deixando um sorriso de lado escapar.

— Yoongi, para o carro — ele disse de repente.

— Mas nós estamos quase chegando.

— Não importa, eu não consigo mais apenas observar você — ele depositou uma mão em minha coxa — Eu quero sentir você.

Engoli em seco, mas parei o carro no acostamento da rua deserta. Estávamos em uma área um pouco afastada da cidade, já perto do parque que eu tinha em mente.

— Hoseok, estamos no meio da estrada e se algum policial...

Ele interrompeu minha fala com um beijo caloroso, que fez todo meu corpo arrepiar. Hoseok explorava minha boca com habilidade, com certa voracidade, parecendo faminto. Uma parte de minha consciência tentava me levar para o lado sensato, que me instruía a querer sempre fazer tudo no lugar certo, na hora certa. No entanto, eu não queria que fosse tudo comedido demais, talvez a magia daquela noite estivesse naquele pequeno detalhe.

Decidindo que, caso algum policial aparecesse, pelo menos eu seria apreendido por um motivo válido, praticamente derreti sob o toque de Hoseok.

Com sua boca sobre a minha, depositei uma mão em sua nuca, arranhando levemente, tocando aqueles poucos centímetros de pele ao meu alcance e desejando poder tocar muito mais.

Como se lesse meus pensamentos, Hoseok sentou em meu colo, ficando espremido pelo volante, mas parecendo não dar a mínima para isso. Subi minhas mãos por suas coxas calmamente, até chegar em sua bunda, onde deixei um aperto. Ele pareceu tomar aquilo como um incentivo e começou a se mover lentamente sobre mim, me fazendo arfar.

Sorrindo ladino, embebido de vontade, coloquei meu rosto na curva do pescoço de Hoseok, aproveitando para deixar uma trilha de beijos. Para sentir seu gosto, para ouvi-lo conter um pequeno gemido toda vez que minha boca sugava sua pele quente.

— Vamo pro banco de trás, Yoongi — ele murmurou.

Não sei exatamente como aconteceu, mas em questão de segundos estávamos jogados nos bancos traseiros do carro. Com Hoseok por cima de mim, parecendo sorrir vitorioso logo antes de fazer menção de me beijar, apenas para deixar uma pequena mordida em meu maxilar.

— Espero que Taehyung não se importe — ele disse, sua boca perigosamente perto do meu ouvido — caso a gente faça bagunça.

Segurei o rosto de Hoseok, e colei sua boca na minha, fazendo questão de deixar uma mordida em seu lábio inferior. Com um pouco de desespero, tentei tirar sua camisa, tirar todas aquelas peças de roupas, mas encontrei ao invés disso aquele maldito macacão jeans cheio de pano. Muito tecido quando a única textura que eu queria sentir era a da pele dele contra a minha.

Demorou um pouco mais do que eu queria, mas finalmente consegui desafivelar a peça de roupa, apenas para tirar a camisa amarela de meu namorado e joga-lá longe com descaso.

Mesmo ali, sob a luz fraca e prateada da lua, a pele dele parecia ser particularmente beijada pelo sol. Hoseok reluzia. No espaço apertado do carro, dei um jeito de me apoiar sobre um cotovelo e passei a mão calmamente sobre todo o comprimento de seu abdômen. Quando a distância parecia ser demais para mim, me ergui, apenas para passar minha língua por seu peito, lambendo o mamilo e deixando uma mordida.

Eu soube pelo puxão que Hoseok deixou em meu cabelo que era assim que ele gostava. Mas eu queria ouvi-lo dizer.

Sorri contra sua pele, segurando seu pescoço com uma mão enquanto fazia meu melhor para ter certeza de que ele teria minhas marcas no dia seguinte. Senti Hoseok, de alguma forma, puxar minha camisa fora no meio do processo, aproveitando para arranhar minhas costas.

Naquele momento, a falta de espaço do carro já me parecia bastante favorável. Então aproveitei para mudar de posição, arrancando a última peça de roupa que Hoseok ainda vestia e o prensando contra a porta. O volume em sua cueca já era completamente evidente, mostrando o quão necessitado seu pau estava naquele momento.

— Diz pra mim, Hoseok. Diz pra mim o que você quer.

Observei ele engolir em seco, suas mãos me segurando firmemente, uma gota de suor já ameaçando escorrer por seu rosto. Esperei por uma resposta, correndo meus dedos com leveza sobre sua cueca, provocando.

— Se você quiser que eu continue, você tem que me responder. Agora.

— Eu quero que você me toque, Yoongi.

Com um pouco de dificuldade, tirei todas as roupas que me restavam, logo depois voltando minha atenção para a cueca de Hoseok, a puxando fora de uma vez. Calmamente, depositei minha mão sobre seu pênis, já inchado, fazendo menção a começar a satisfazê-lo, mas nunca o tocando como ele queria de fato.

— Acho que isso não é suficiente — passei minha boca em sua clavícula, lambendo a região — O que você quer que eu faça, Hoseok?

— Eu quero que você me foda.

Sorri, satisfeito. Observei as feições dele mudarem quando deixei minha mão finalmente o masturbar, fazendo um barulho erótico ressoar no ambiente. Barulho esse que se juntou ao som dos gemidos abafados de Hoseok, me fazendo agradecer por quase não passar nenhum carro ou indivíduo por ali naquele horário.

Quando Hoseok chamou por meu nome, não consegui aguentar mais. Juntei minha boca à dele mais uma vez enquanto levantava suas pernas o máximo que conseguia, movendo meus dedos até sua entrada calmamente e acariciando levemente antes de penetrar um dedo devagar.

Nossas respirações aceleradas se misturavam no ar de repente tão rarefeito dentro daquele carro. Nossos corpos pareciam clamar um pelo outro sob o som de Janis Joplin que ainda era reproduzido no aparelho de som.

— Por favor, Yoongi. Eu quero você.

Resolvendo que não aguentava mais esperar, dei um jeito de tirar uma camisinha que eu sabia estar guardada em algum lugar do porta luvas. Com um pouco de dificuldade abri o pacote e a vesti.

— Isso estava aí o tempo todo? — Hoseok perguntou — Como eu não vi?

— Porque você se empolgou com os CDs.

— Isso faz senti...

Observei sua frase se transformar em um gemido arrastado assim que o preenchi aos poucos, esperando até que ele se acostumasse com a sensação. Hoseok desceu suas mãos por todo o comprimento de minhas costas e tirou forças, de alguma forma, para deixar um tapa estalado em minha bunda, me fazendo gemer baixo.

Quando tive certeza de que ele estava pronto, comecei a me mover lentamente dentro dele, prestando atenção quase que devotamente a todas suas expressões, a todos os sons que ele deixava escapar. Seus gemidos se misturando aos meus e ao som que o contato entre nossos corpos produzia já podia se confundir com a música, preenchendo todo o ambiente, assim como eu me esforçava para preencher Hoseok cada vez mais a fundo.

Poderíamos nos fundir em um só naquele momento. Aumentei a velocidade, apoiando minhas mãos na janela da porta do carro, indo cada vez mais fundo, até sentir que Hoseok ia chegar lá. Ele apertou meus ombros forte o suficiente para me fazer gemer um pouco mais alto, e chamou por meu nome tombando a cabeça para trás, logo antes de se desmanchar sujando meu abdômen. Continuei o estocando até sentir que ia vir também, clamando por seu nome como se fosse apenas mais uma oração poderosa.

Sem me importar com a bagunça que havíamos feito, deitei minha cabeça sob o peitoral de Hoseok, sentindo seu coração bater fora de ordem. Foi impossível não sorrir.

— Sempre quis transar ao som de Janis Joplin — ele falou enquanto acariciava meus cabelos — Realizei um sonho.

— A parte de estarmos no meio da estrada também se incluía no seu sonho?

— Não, não — ele riu — Mas a parte de estar com você, sim.



Notas finais

when you call my name

its like a little prayer

gentekk eu escrevendo smut é evento raro, se tive ruim me perdoem, ok?

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