33
Yoongi
Eu não sabia o que me deixava mais assustado em toda aquela situação.
Depois do incidente com seu pai em frente à delegacia, Hoseok pareceu superar mais rápido do que eu esperava. Caminhamos até sua casa jogando conversa fora, e de mãos dadas. Ele não parecia magoado ou chateado, apenas um pouco pensativo. Essa era a parte boa, apesar de temer um pouco as consequências de toda aquela situação. A parte assustadora era realmente cogitar o que Jisung havia dito.
Namorados.
Era um tanto assustador parar para pensar em tudo. Antes de Hoseok perder a memória, eu tinha prometido para mim mesmo deixar as coisas acontecerem. Naquele momento, onde elas realmente começavam a se desenrolar, eu sentia medo. Medo do olhar no rosto dele mudar, medo de dar tudo errado, medo de o decepcionar.
Além disso, era notável como Hoseok conseguia cada vez mais lembrar de alguns acontecimentos. Qualquer estímulo poderia trazer à tona uma memória. Em breve, poderíamos ser seja lá o que éramos antes sem quase nenhum impedimento.
Tudo aquilo me deixava confuso de uma forma inimaginável. Hoseok me passava confiança, conforto, e ao mesmo tempo me deixava extasiado.
Eu o queria de forma assustadora.
Quando chegamos em sua casa, Jisung teve que praticamente ser levado no colo até seu quarto. Hoseok o depositou na cama e voltou para a sala onde eu o esperava. Toda vez que eu olhava para aquela TV, para aquele sofá, lembrava de quando tinha o encontrado ali desacordado. Eu esperava poder me desfazer de tais memórias, as substituindo por outras melhores. Esperava conseguir tal feito o mais rápido possível.
- O moleque desmaiou - Hoseok falou risonho - Parece que temos a casa só para nós.
- É tão estranho.
- O que é estranho, Yoonie?
Levantei as sobrancelhas, um pouco surpreso. Ele não usava o apelido desde que tinha sofrido o acidente.
- Na verdade, nada - fiz uma pausa, pensando no que falar - Semanas atrás estaríamos trocando farpas, é estranho pensar nisso. Não sei. Sou um idiota que só fala idiotices, não liga pra isso.
Hoseok riu e depositou sua mão em minha coxa, fazendo uma corrente de eletricidade percorrer por minhas veias.
- Não é idiota não. Eu também tenho pensado nas coisas de que consegui lembrar. Elas não parecem estranhas pra mim, são como peças de um quebra cabeça se juntando. E entendo se você achar que somos apressadinhos demais, não tem problema.
- Do que você conseguiu lembrar até agora?
Ele franziu o nariz de um jeito fofo antes de começar a falar.
- Lembro de quando nos esbarramos uma vez, e você derrubou seus livros. Lembro de você sendo um tantinho arrogante comigo, perguntando se eu queria um café.
- Em minha defesa, você era muito convencido.
- Você já me adorava, só não queria admitir - ele empinou o nariz, convencido - Lembro de quando você pediu que eu passasse a noite no seu apartamento, te fazendo companhia. Lembro de você cantando....
- Então você já lembra de bastante coisa - sorri, todo orgulhoso e feliz - Algo mais?
- Bem, eu também lembro disso...
Eu estava prestes a perguntar do que ele estava falando exatamente, quando senti seu toque suave em meu queixo, virando meu rosto em sua direção, fazendo com que nossos olhares se encontrassem. Logo, nossas bocas também estavam unidas, de forma quase que desesperada.
A verdade era que eu tinha sentido falta daquele toque, de como a textura da boca de Hoseok parecia tão macia contra a minha. Foi impossível não me entregar de primeira, lhe dando passagem para explorar minha boca com sua própria língua, aprofundando mais o beijo.
Sua mão, que já estava depositada em minha coxa, subiu um pouco mais, apertando, me fazendo arfar. Com um resquício de sorriso no rosto, não ousei interromper o momento. Movi uma de minhas mãos até sua nuca, aproveitando a maneira intensa como ele chupava minha língua, o barulho de sucção erótico que fazíamos.
- Eu lembro bem disso - ele sussurrou, sua boca roçando na minha - E eu lembro de querer você, desesperadamente.
Naquele momento, eu já não conseguia mais segurar o sorriso, ou a vontade estonteante de ter Hoseok perto de mim. O mais perto possível. O máximo de toque possível.
Como se lesse meus pensamentos, no entanto, ele acabou com a distância entre nossos corpos de uma vez, sentando em meu colo. Sua bunda sobre minha virilha, sua boca na minha, minhas mãos em seu quadril. Hoseok tinha uma fragrância forte, marcante, que aos poucos ia preenchendo todos os meus sentidos. Ele, por si só, me causava uma mistura de sensações impossíveis de medir.
Antes de separar nossas bocas, deixei uma mordida em seu lábio inferior. Era cada vez mais difícil me manter no controle.
Naquela noite, eu queria manter Hoseok sob meu controle.
- Você é perfeito - sussurrei, perto de sua orelha, antes de deixar uma mordidinha no lugar - Vai ficar ainda mais perfeito quando eu deixar minhas marcas em você.
- Honestamente, Yoongi, - ele falou de forma arrastada enquanto eu seguia deixando uma trilha de beijos em seu pescoço - você pode fazer o que quiser e eu não vou reclamar.
Aceitando a deixa, movi minhas mãos até sua bunda, apertando e ouvindo ele gemer baixinho em resposta. Devagar, ele começou a se mover sobre mim. Uma de suas mãos apertava meu braço e a outra se apoiava no sofá atrás de nós. Foi quando me lembrei de que estávamos na sala e que a mãe de Hoseok podia chegar a qualquer momento.
- Hobi?
- Hm?
- Se a sua mãe chegar e encontrar a gente nessa situação o que acontece?
Ele parou imediatamente de rebolar e me encarou, parecia meio assustado.
- Além de eu morrer de vergonha? - ele começou a dizer e fingiu pensar sobre - Bem, ela provavelmente nos daria umas camisinhas.
Aquilo era bem a cara da Sra. Jung mesmo.
Hoseok saiu de cima de mim bem na hora que ouvimos a porta da frente ser aberta. Pareciamos dois adolescentes de quatorze anos que tinham quase sido pegos no flagra.
- Ainda estão ai meninos? - a mãe de Hoseok perguntou - Eu trouxe pizza.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top