EPILOGUE

ALGUNS ANOS DEPOIS
BROOKLYN, NEW YORK

A GAROTA DE CABELOS LOIROS OLHAVA PARA A MÃE COM OLHOS BRILHANTES. Ela não disse nada depois que a mulher mais velha lhe contou a história, era apenas a olhou com olhos marejados, bochechas rosadas e uma reação que era no mínimo fofa. Maeve mantinha um sorriso suave no rosto, enquanto olha para a filha que tinha tantos traços dela quantos do pai.

A menina mantinha uma expressão cômica no rosto, até o momento em que um biquinho fofo começou a se formar em seus lábios. Ela cruzou os braços, frisando sua indignação, custou muitas forças da Jackson mais velha para não rir naquele momento.

── A história termina assim?! ── Anna perguntou para a mãe, que apenas assentiu com a cabeça. ── Isso não é justo!

── Querida, a vida não é justa.

── Mas... Mas... ── a menina tentava encontrar palavras para retrucar, porém nada lhe vinha a mente. ── Isso não é justo! ── repetiu ela. ── Uma história romântica deve ter um final feliz.

── Nem sempre. ── Maeve torceu o nariz.

── As suas terminam com finais felizes. ── disse Anna, presunçosamente.

── Ok, você me pegou garotinha. ── a mulher fez cócegas nos lados da filha, que começou a se contorcer, tentando fugir inutilmente. ── Meus livros tem finais felizes, mas nem sempre a vida tem. E, bom, pelo menos fiquei com o seu pai e tive você. Então não foi de todo ruim, certo?

── Mais ou menos. ── a menina balançou a cabeça de um lado ao outro.

── Céus, é difícil agradar você, sabia? ── Anna riu com Maeve lhe fazendo cócegas novamente, até a menina bufar de tanto rir. ── Certo, senhorita. Está na hora de ir dormir.

── Mas mãe...

── Não, nada de "mas mãe". Você me pediu para contar uma história diferente e eu contei. Agora, feche os olhos e durma.

── Não posso dormir agora, você precisa me contar mais. ── Anna disse, enquanto sua mãe ajeitava os cobertores em volta dela.

── Não há mais nada para contar.

── E as cartas que Steve te mandou? Você ainda as têm? Posso lê-las? Vai, por favor! Deixa! ── implorou a menina, fazendo Maeve revirar os olhos.

── Não. Agora vá dormir. Tia Eva vem te buscar cedo amanhã e não irei aceitar "mais 5 minutinhos".

── Ok, mas por que não posso ler as cartas?

── Boa noite, Anna. ── Maeve desligou a luz do abajur.

── Isso não é justo. Você me conta uma história e depois não quer que eu me interesse por ela?

── Se você dormir agora, posso pensar em compartilhar mais com você. ── a mulher ficou de pé e caminhou até a portar do quarto.

── Tudo bem, certo. Estou indo dormir. Boa noite, mamãe. ── Anna se acomodou melhor de baixo das cobertas e observou a mãe encostada no batente da porta.

Maeve sorriu, observando a forma da menina abaixo do cobertor.

── Boa noite, querida. Tenha bons sonhos. ── falou antes de sair e fechar a porta.

A mulher de cabelos loiros caminhou pelo corredor mau iluminado de sua casa. A luz da lua era a única que entrava pelas janelas e com passos calmos ela caminhou até chegar a porta de seu próprio quarto. Hank ainda estava no seu escritório, com certeza terminando seu trabalho do dia, o que significava que o quarto estava vazio e silencioso.

Ela caminhou por ele até chegar ao seu lado do armário. Atrás de alguns casacos grandes de inverno estava a velha caixa de chapéus o qual a mulher já não mexia a muito tempo. Maeve fez exatamente o que Steve queria, ela seguiu em frente. Os primeiros anos foram difíceis mas, com o passar dos tempos seu coração esteve aberto para amar novamente e seu amigo, Hank McMillon, foi o sortudo.

Com o tempo Steve Rogers era apenas uma memória distante de um passado agridoce. Ela amou ele. Ainda o amava. Mas agora também amava a linda família que tinha construído e os dois se tornaram tudo para ela.

Maeve caminhou até a cama com a caixa em mãos e deixou a mesma sobre ela. Abriu o objetivo de tirou de lá alguns itens, como a foto do casamento de seus pais, Alan e Virgínia. Era antiga e bem gasta, Maeve tinha uma versão mais bonita desta foto em um porta retratos em sua sala de estar. Também tinha uma foto com seu irmão, Marvin. Os dois ainda criança em um parque. Depois de uma coleção de memórias e momentos perdidos, havia as cartas. Todas elas. Todas que Steve havia lhe enviado durante a guerra.

Observa-las fez a mulher sorrir. Foram os momentos mais nebulosos de sua vida, mas também foram os mais felizes. As cartas lhe trouxeram tanto conforto em momentos tão dolorosos. A Jackson nunca conseguiria se desfazer delas.

Talvez estivesse na hora de compartilhá-las com outra pessoa, assim como compartilhou sua história nas últimas noites. Sua filha era a única pessoa que ela conseguiria confiar, além de si mesma. A possibilidade a fez sorrir mais ainda. Não era uma má ideia.



FIM.




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