Lucas P.o.V.

Eu sei porque ela está se afastando de mim, não que a razão não seja das melhores, mas eu sinto muito a falta dela. Amanhã vai ser o dia do funeral da mãe dela, não sei nem porque fui convidado, já que vi ela por mais ou menos 2 minutos, só naquele dia do beijo. Droga agora bateu uma saudade. Se controla Lucas, você nunca ficou assim por garota nenhuma, parece um idiota babão, o idiota babão dela... Chega. Chega de ficar meloso assim e chega de sentir saudade dela, não importa se ela não precisa de mim, vou estar lá amanhã, ao lado dela, e vou precisar de uma roupa adequada.

Samanta P.o.V.

Hoje é o dia, eu aceitei a morte da minha mãe de uma maneira muito calma até, mas ela vai fazer muita falta e isso me machuca, mesmo sabendo que ela está em um lugar melhor. Faz um tempo que eu não falo com o Lucas, por um lado queria ele aqui, junto comigo, por outro sinto que preciso superar isto sozinha.

Eu sei parece confuso, mas minha cabeça anda assim desde aquele dia,e bom, quase tudo é confuso quando se trata de mim pensando no Lucas.

Estávamos em um cemitério, no lado da sepultura do meu pai, daqui a alguns minutos eles baixariam o caixão e eu não veria ela outra vê por um longo, longo tempo.

Existem poucas pessoas aqui, alguns amigos e parentes da minha mãe, Katherine e a Gabriela, agora nosso grupinho era esse. Sem contar com o Lucas é claro, mesmo eu me afastando tanto ele veio, existe alguém melhor? Me chamaram para falar algumas palavras, não tinha preparado nada, saiu tudo na hora, cheio de sentimento.

- Minha mãe, ou dona Marisa, como alguns de vocês chamam, era uma pessoa maravilhosa, todos que a conheciam podiam ver isso nela, ela era minha confidente, minha amiga, minha família. A doença foi uma tragédia, mas às vezes coisas ruins acontecem com pessoas boas, eu fui pega totalmente de surpresa quando ela me contou. Eu sei que ela foi feliz durante o tempo que passou com a gente, eu sei que ela não iria querer ninguém chorando por ela , e isso é a única coisa que me impede de desabar em lágrimas aqui e agora - Respira Samanta - Só peço uma coisa a vocês, não esqueçam ela, não esqueçam o seu sorriso, nem a maneira que ela corria para ajudar sempre que podia, eu não vou esquecer, podem ter certeza. Também vou ter sempre em meu coração as memórias dela me cuidando quando eu me machucava e me ajudando quando eu precisava. - Um flashback passou por mim. Ela tratando meu joelho quando eu tentei andar de bicicleta sem rodinhas, ela me consolando quando o garoto que eu gostava me deu um fora na frente se toda a escola (tenho certeza que a Kat teria quebrado a cara dele), me ajudando a escolher o vestido para meus 15 anos. Um sorriso fraco se formou no meu rosto. Fui até o caixão, que estava aberto e dei um beijo na testa dela. - Eu te amo mãe. Seja feliz ai em cima com o papai, suas sepulturas estarão lado a lado, assim como vocês - eu sussurrei. Na hora de dizer adeus, quando o caixão foi abaixado, eu não contive as lágrimas, alguém me puxou para um abraço, usava um terno e era muito mais alto que eu, chorei por um tempinho e virei o rosto para cima, dei de cara com o Lucas.

Já disse, existe alguém tão perfeito? Acho que falei alto porque ele disse:

- Sim, você minha pequena. Sorri pelo apelido, apesar de tudo ele ainda conseguia me fazer sorrir.

- Desculpa ter me afas...- não consegui terminar a frase, ele me interrompeu.

- Shiii. Não tem problema, só saiba que eu estou aqui para o que precisar. Sempre. - Enterrei o rosto no seu peito de novo, mas não chorei mais.

- Eu te amo- sussurrei baixinho.

-Também te amo.

Algum tempo depois eu peguei carona com as meninas que vão dormir lá em casa hoje. Isso parece ser necessário tanto para a Katherine quanto para mim, reparei nos olhos vermelhos e inchados dela, os meus não deviam estar muito diferentes porque quando ela me viu me abraçou muito forte. Eu sei que a minha mãe é como se fosse dela também, acho que já disse isso, mas mesmo com pouco tempo de amizade nós somos muito unidas.

Gabriela P.o.V

Surpresos de eu estar expondo meus pensamentos aqui? É eu também, mas aquelas duas já estão com coisas suficientes na cabeça. Me dói ver elas assim, mas sei que não posso ajudar muito. A Katherine colocou a cabeça no meu colo, sentamos na cama da Samanta, que era gigante, só para ter noção, podíamos deitar as três que ainda sobraria espaço.

- Queria ter conhecido ela. - murmurei.

- O que você falou?- elas perguntaram ao mesmo tempo.

- Queria ter conhecido a dona Marisa.

- Vocês iam se dar muito bem - minha morena falou.

- Conhecer a sogra. - Sam brincou.

- Como ela era?-perguntei, me repreendendo depois e torcendo para não ter ferrado com o clima bom. .as felizmente isso não aconteceu. Elas me contaram historias incríveis, vou mostrar só uma aqui.

- E teve aquela vez que

- É, teve a primeira vez que você foi la em casa lembra kat ? – a Sam começou a contar - A minha mãe nos rodeou a tarde inteira, servindo o que comer a cada 5 minutos e nesse intervalo perguntava se estávamos bem e se não queríamos mais algum lanchinho.

- Sim, ela foi muito legal, uma pessoa tão simpática. – Engoli a angustia, a mãe não era minha, mas as memorias que as duas tinham dela quase me fizeram chorar, fiquei imaginando como a Sam se sentia, e para animar o clima que eu acabei de quebrar...

- Meninas, abraço em grupo, venham – as duas se juntaram a mim – Nunca vamos nos separar ok ? amigas para sempre, e no caso de nós duas, bem você sabe né, namoradas para sempre.

Katherine P.o.V.

Um pouco mais de um mês se passou desde o enterro da dona Marisa, vou tentar atualizar vocês rapidamente. Os pais da Gabi se divorciaram totalmente e ela ficou com a mãe, que conseguiu uma oferta de emprego em New York, ou seja, a Gabi se mudou para cá. Meus queridos pais ( leia em tom de ironia) vão voltar daqui a duas semanas se não desmarcarem de novo. Lucas e Sam estão cada vez mais próximos e são considerados o casal mais fofo da escola. E está rolando um boato de que meu ex voltou para a escola, realmente espero que não seja verdade. Acho que é só isso.

Hoje é quarta feira, e eu queria muito matar aula, mas tem uma certa loira que não deixa, então aqui estou eu estacionando o carro com ela ao meu lado. As aulas passaram normalmente (leiam todas chatas) e no intervalo um garoto apareceu na porta e me pediu para falar com ele, ele parecia familiar. Dei tchau para a loira e segui ele até a quadra de esportes.

- Bom, eu sei do seu rolo com a Gabriela. - olhei com uma cara de tédio absoluto para ele, quase toda a escola sabia daquilo. - e eu só queria te avisar para não perder tempo com traidoras.- Minha cara deve ter mostrado meu ódio porque ele continuou apressadamente - se quiser eu posso te mostrar.

Fomos parar em uma das laterais da escola, a cena que eu vi fez eu ficar em estado de choque. Meu ex-namorado prensando a Gabi na parede.

O garoto me olhou sorrindo e então reconheci ele, era um primo do Davis, eu conheci ele em uma festa.

Um segundo depois eu descongelei e consegui falar.

- Solta ela agora Davis - ele só virou para mim e na hora que eu vi a cara dele, aquele sorriso zombador, fechei os dedos em punho e bati com mais força do que eu achava que tinha, ouvindo uma coisa estalar e ele cair no chão. Peguei a Gabi pelo pulso e a tirei dali, fomos para os vestiários que essa hora estavam desocupados.

Gabriela P.o.V

Droga, droga, droga. Acho que a Kat entendeu tudo errado, fora isso Davis não era o nome do ex dela? Eu nunca devia ter seguido aquele cara, eu e a minha mania de confiar nas pessoas. O aperto no meu pulsos estava muito forte, tenho certeza que vai ficar roxo, mas não quero reclamar, por um lado ela tem razão em estar brava. Não posso perder ela, só esse pensamento já é o suficiente para que eu comece a chorar.

Katherine P.o.V.

Me assusto na hora em que chegamos, quando sinto algo molhar o meu braço, viro para trás e vejo a Gabi chorando, sem emitir nenhum som. Será que ela pensa que eu... Não pode ser.

- Gabi olha pra mim. - ela continuou de cabeça baixa.

- Amor olha para mim.- tentei de novo e dessa vez consegui.

- E- eu não queria Kat, por favor acredita em mim. - ela realmente estava pensando que eu tinha acreditado naqueles idiotas?

- Calma, eu sei que você não faria nada desse tipo por querer. Só estou com raiva dele, eu já te falei que a única coisa que eu não perdoo é traição, e ele sabe disso. Ele tentou te usar para me atingir, mas eu confio 100% em você.- Abracei ela, alguns segundos depois nos afastamos com o barulho do sinal, acabou o intervalo.

Ela pegou a minha mão e eu pude notar um roxo se formando no pulso. Ai meu Deus o que eu fiz?

Gabriela P.o.V

A Kat ficou calada por um tempo e eu estava prestes a perguntar o que tinha acontecido quando vi que ela estava olhando para o meu pulso.

- Está tudo bem, não foi nada - tentei a tranquilizar.

- Mas eu te machuquei, desculpa, desculpa - Percebi que ela estava a beira do choro.

- Calma mor, eu já disse que vai ficar tudo bem, prefiro esse pequeno machucado, do que te perder.- abracei ela.

- Você nunca vai me perder. - ela sussurrou.

Katherine P.o.V.

Nota mental:Seja cuidadosa com a sua namorada.

- Eu não estou muito afim de voltar para lá - falei.

- Vamos para casa. A aula já deve estar acabando mesmo.

Uma forte dor de cabeça / tontura fingida depois eles nos liberaram.

Samanta P.o.V.

O sinal do intervalo bateu, interrompendo meus pensamentos. Hoje eu vou na casa do Lucas pela primeira vez, e provavelmente vou conhecer os pais dele, estou tão nervosa que não consigo parar de pensar nisso e prestar atenção na aula. A única coisa que consegui notar foi que as minhas duas melhores amigas sumiram, vou nem pensar no que elas estão fazendo, mas isso me deixa sem opções para conversar e me acalmar sem ser o Lucas e eu não quero mostrar meu nervosismo para ele. Tomara que o resto das aulas passem rápido.

Antes que mais alguém se confunda e ache que eu plagiei: Minha fanfic está no spirit desde novembro/2015. Só estou repassando ela pro Wattpad!