Dancing in the dark - part. 1

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Recomendo vocês ouvirem perfect do Ed Sheeran

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Eu conheci o Eiji muito novo.

Tinhamos 3 anos. Não me lembraria se não fosse pelas fotos que nossas mães compartilham até hoje.

Desde que eu me lembro, nunca nos separamos, desde ir para a creche juntos à festas do pijama todo fim de semana.

Andavamos de mão dada, nos abraçavamos, faziamos planos e promessas juntos pra nunca nos sapararmos.

E digamos que eu era um pouco popular desde muito novo. Todos diziam que eu era belo e talentoso, mas pra uma criança, não me importava com isso, eu só queria estar ao lado de Eiji.

Eiji era alguém que podia se chamar de "tímido extrovertido", ele sempre era quieto quando estava com alguém que não conhecia, mas quando era comigo, nossos colegas e pais ele era tão brincalhão e sorridente, um sorriso tão brilhante e inocente.

No começo do fundamental as coisas foram até faceis, todos pareciam entender o quão proximos eramos e não criticavam nem faziam piadas sobre nós.

Mas no 6 ano, foi quando começaram os comentários, as provocações e então o bullying.

Quando isso começou, tentaram mexer comigo, mas não sei como ou quando, eu aprendi a aterrorizar as pessoas. Quando viram que eu não era alguém para isso foram no "mais fraco" da sala.

Eiji.

Grande erro.

Acho que eles eram burros demais pra entender no primeiro aviso que dei a eles não chegarem nem perto do Eiji, já que uma semana depois eu vi eles intimidando o moreno quando tinha saído para pegar nossos lanches.

Resultado: 2 dias de suspensão para mim por ter quebrado o nariz de um dos idiotas e a punição deles foi uma conversinha com os pais e 5 dias de suspensão.

Eiji ficou feliz ao saber que não seria mais intimidado, mas ainda me deu um sermão por ter "resolvido" na violência.

Ainda diziam que eu era idiota quando dizia que Eiji era um anjo.

A puberdade foi uma coisa horrível.

Me diziam que é quando seu corpo muda e você passa a se entender melhor.

Mas nunca me disseram o quão ruim seria!!!

Os outros garotos da minha sala começaram a falar de garotas, o que me irritava já que era claro que se importavam apenas com o corpo delas e algumas inocentes caiam na lábia deles.

Mas aí eu percebi que era um pervertido no verão.

Uma época quente que você usaria até um iceberg para se sentir bem.

E bom, nas férias de verão nossos pais se juntavam numa casa de praia.

E Eiji usava muito menos roupas, isso não me era problema antes mas quando o vi sair da água, corpo molhado e apenas com um short... não pude me conter então só corri para o mar pra esfriar a cabeça.

Eu não sabia o que pensar depois disso. Minha cabeça dizia que eu estava errado mas algo em mim dizia que não estava. E pra piorar.

Eu e Eiji dividimos um dos quartos até irmos embora.

Como era férias, nunca durmiamos cedo, as vezes a gente nem durmia.

Ficavamos vendo filmes e séries.

Durante uma dessas noites nós demos nosso primeiro beijo.

Eiji disse que estava ancioso para saber como era um beijo durante o romance que estávamos vendo no notebook. Para alguém que sonhava em ter uma família no futuro era de se esperar que estava ancioso para essas sensações.

Mas o que eu disse foi:

- Por que não tentamos?

Quando me dei conta do que disse me sentei rapidamente enquanto sentia meu rosto esquentar e gaguejava um pedido de desculpas.

Mas Eiji apenas concordou.

Ele estava nervoso, por ser eu. Eu disse a ele que aquilo não era nada além de um beijo e que nada no mundo faria eu me afastar dele.

Então lenta e hesitantemente nós encostamos nossos lábios. Eu estremeci com o choque que senti com o simples tocar.

Quando nos afastamos Eiji estava corado e eu tinha certeza que também estava pelo calor em meu rosto.

Voltamos a assistir o filme, bom, pelo menos Eiji voltou. Eu pensava sobre como aquele simples selar tinha causado aquelas sensações em mim.

Eu não me arrependi de ter tido meu primeiro beijo com ele.

Ensino médio, a onde suas preocupações passam de "o que vestir" para "o que eu vou fazer da minha vida".

Eiji não teve tanto problema, tinha se decidido com 13 anos que queria trabalhar com fotografia, já eu...

Meu problema não era que eu não tinha ideia do que fazer.

Meu problema era que eu tinha muitas ideias do que fazer.

Lembra quando eu disse que era um pouco popular? Então.

Eu não só era bom na quadra mas também na sala de aula, o que rendeu muitas piadinhas de Eiji sobre eu conseguir uma namorada.

Quando estavamos no segundo, Eiji estava namorando um garoto da outra sala.

Quando recebi a notícia, não pulei de felicidade como achei que faria, nem mesmo tinha palavras. Eu senti algo dentro de mim quebrar.

Mas Eiji tava feliz, não queria estragar isso. Então eu apenas sorri e dei os parabéns.

Foi quando eu percebi.

Eu tinha me apaixonado pelo meu melhor amigo.

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