Uma origem invencível parte 2

03 de fevereiro

7:25 da manhã

Sinorrim: Colégio União

Faith já havia entrado na escola apreensiva. Estava parada no meio do corredor gigantesco, olhando de um lado para o outro, procurando Daniel. A quantidade de pessoas passando por ali só fizeram com que ela ficasse mais nervosa e assustada. Pelo menos ela estava com o Davi.

"Faith." o guarda-costas falou com uma voz grave. "Venha, a sua sala é aqui." ele levou a pequena até a primeira porta à esquerda, acima dela estava escrito 1° ano.

Dentro da sala já havia algumas crianças, que estavam correndo de um lado para o outro rindo. O lugar estava bem arrumado, as paredes brancas não tinham nenhuma marca, não havia lixo no chão, a lousa não estava riscada, apenas as cadeiras estavam fora de lugar porque as crianças estavam correndo entre elas.

Faith sentiu que o seu acompanhante estava se afastando e se agarrou nas pernas dele.

"Onde você vai?" perguntou com olhos de cachorro pidão.

"Embora." respondeu sem olhar para a menor.

"E eu?"

"Você vai para a sala."

"Eu vou ficar na sala sozinha? Sem você e o Daniel?"

"Sim, é assim que funciona na escola."

"EU NÃO QUERO! Quero ir pra casa." cruzou os braços e fechou a cara.

Ao longe, a mais nova viu seu irmão se aproximando.

"Daniel!!!" ela correu até o garoto e o abraçou.

"Faith, gostou da sua sala?"

"Não, eu quero ir pra casa."

Ele se abaixou para ficar da altura da caçula.

"Ei, vai ficar tudo bem, você vai ver. Você vai fazer vários amigos, o pessoal daqui é muito legal."

'Pelo menos a maioria das pessoas.' pensou o velocista.

"Mas eu não quero ficar sozinha." olhou para ele com tristeza nos olhos.

"Vai ser por pouco tempo, quando você ver, a aula já vai ter acabado."

"Tá bom..."

Finalmente, a menina foi para aula, mesmo que estivesse nervosa.

Faith caminhou lentamente, incerta sobre o que fazer. Ela viu que quase todas as carteiras tinham uma bolsa em cima. Na frente da mesa da professora, havia dois lugares vagos, a menina se sentou no que estava à esquerda.

Naquele momento, a professora entrou na sala, fazendo com que os alunos parassem de correr e olhassem para ela. Seus cabelos castanhos crespos chegavam um pouco abaixo da linha dos seus ombros e sua pele morena fazia um contraste com sua roupa branca.

"Crianças, vamos nos sentar rapidinho para eu me apresentar à vocês?" a moça pediu.

Pouco a pouco, os estudantes iam aos seus lugares. Ao lado de Faith, estava uma menina de cabelos castanhos ondulados que não passavam dos seus ombros.

"Oi, qual o seu nome?" a garota perguntou para a loira, com seus olhos castanhos brilhantes cheios de curiosidade.

"Faith." ela respondeu insegura.

"Eu sou Julia." ajeitou seus óculos roxo, como se quisesse causar uma boa impressão. "Sua nova melhor amiga."

A outra ficou olhando para ela confusa.

"Eu te conheço?" falou lentamente.

"Não. Ah... Minha culpa. Você não deve saber como funciona" deu uma risadinha, o que deixou Faith mais nervosa.

"Como funciona o quê?"

"Assim, é um fato comprovado por todos os filmes que eu vi, que a pessoa que se senta do seu lado está destinada a ser sua melhor amiga."

"Sério?"

"Super sério. Qual sua cor preferida?"

"Rosa."

"Ahh, a minha é roxo... Então, você gosta de bolo de chocolate?" perguntou animada.

"Sim."

"Perfeito!" gritou eufórica, mas ninguém notou, pois estavam todos conversando. "Eu também gosto. Viu, já temos tudo em comum!"

"Você é engraçada." comentou rindo.

'Talvez realmente vai ser divertido.' pensou Faith.

03 de fevereiro

7:27 da manhã

Sinorrim: Colégio União

Daniel olha para os lados para ver se alguém o está observando e começa a correr em super velocidade pelo longo corredor, não sendo nada mais que um vulto aos olhos dos outros, deixando um rastro no piso anteriormente limpo.

Ele para na frente da sua sala de aula, logo após o professor ter entrado.

"Bom dia Fessor" cumprimentou Daniel.

"Bom dia." ele disse friamente.

Seus olhos eram de um castanho morto, enquanto seu cabelo apresentava um tom preto grisalho.

O menino foi para a carteira em que estava acostumado a sentar, última da fileira mais longe da porta. À medida que ia andando até sua carteira, sua fome ia aumentando, sua barriga gritava internamente por algo para comer, o que causava uma dor leve, mas que lentamente ia agravando.

Ele se sentou ao lado do Diego, atrás da Manu e da Molly, que eram seus melhores amigos na escola.

"Pelo menos o... Mr. Caverna veio disfarçado, mesmo que seja um disfarce meio ruinzinho." falou Molly de repente, fazendo uma expressão de alívio.

"Mr. Caverna? Disfarce? E por que você está usando óculos?" perguntou o velocista confuso.

"Lembra daquela mensagem estranha que a Mo mandou ontem no grupo?" questionou Diego.

"Que ela fala que a águia achou o ninho, para nós nos camuflarmos nas sombras."

"Era um aviso para nós irmos disfarçados pra aula."

"Óbvio." revirou os olhos cor de caramelo." E, para informação de vocês, eu não sou mais a Molly, e sim a Dama Joaninha." tirou o capuz azul bebê revelando o cabelo vermelho com uma mecha preta super curto.

"Uou, melhor disfarce de todos!" exclamou o garoto. "E quais são os apelidos dos outros?"

"Ainda bem que perguntou." A menina se inclinou para trás, de forma que sua cadeira equilibrasse sobre os pés de trás. "Vou fazer melhor do que isso, vou explicar o porquê do apelido de cada um." abriu um sorriso que mostrou seu aparelho, que possuía três cores, vermelho, amarelo e azul.

"Pena que não vai dar tempo, a aula vai começar." disse Diego, com uma expressão desinteressada.

"Não se preocupe Sir Emo, nós temos o recreio inteiro."

"Que alegria." falou sarcasticamente, revirando seus olhos castanhos.

Manu só ficava observando, com um sorriso tímido.

De repente a barriga de Daniel faz um barulho monstruoso. As pessoas ao redor se viram para ele para ver qual a fonte do som.

"Ai." ele se encolheu um pouco, a mão pressionando a barriga. "Devia ter tomado o café da manhã."

O seu amigo olhou para ele surpreso.

"Você toma café da manhã?! Do jeito que você come no intervalo achei que não comesse nada de manhã, nem à noite."

"Não, eu como desse jeito o tempo todo." o garoto riu. "Minha mãe diz que é o metabolismo rápido."

"Rápido não, super rápido. Talvez você tenha até poderes." falou Molly, deixando o menino nervoso.

"Podeeeeres?Eumagina?Poderes essafoiboa." estava com a mão atrás da orelha.

"Não se preocupe, você não é o único, também tenho poderes, posso ler mentes." isso acalmou Daniel.

"Voltando ao assunto, num nível de 0 a 10, qual sua escala de fome." perguntou o outro.

"1000."

"Presta atenção, vou ir até o banheiro, deixar meu lanche lá e voltar, daí você pede para o professor te deixar sair, come depois volta para a sala."

"Mas o que você vai comer?" falou preocupado.

"A comida da escola?" disse como se fosse óbvio.

"Verdade. Tudo bem."

O professor estava lá na frente, usando uma calça jeans e a camisa branca da escola, escrevendo algo na lousa.

"Senhor, posso ir beber água para tomar meu remédio?" questionou.

"Volte logo." respondeu.

O garoto saiu rapidamente, com uma sacola na mão. Após poucos minutos ele voltou sem o saco.

"Professor, posso ir ao banheiro?" perguntou Daniel.

O homem murmurou algo inaudível, mas depois respondeu ao garoto.

"Claro."

O menino foi mais rápido do que devia em direção ao banheiro, porém não numa velocidade tão absurda. Chegando no destino (que diferente do resto da escola já estava sujo, com papel jogado no chão, a pia molhada e privadas sem dar descarga) ele logo viu o pacote de seu amigo e o pegou. Dentro havia um sanduíche com salada, tomate, carne, queijo, não era muito, mas teria que bastar.

'Muito bom, pena que não tem mais.' pensou o menino.

03 de fevereiro

7:46 da manhã

Sinorrim: em frente ao Tesouras e mais Tesouras

A rua estava muito movimentada, vários carros passavam deixando apenas um borrão de cores, os motoqueiros "pisavam" fundo no acelerador, para se exibirem.

Mesmo assim não havia ninguém no Tesouras e mais Tesouras, um salão de beleza que tem a fama de ser um dos piores lugares para cortar o cabelo, pelo menos para as pessoas comuns. A fachada nunca revelaria isso, parecia ser um salão chique, refinado.

Pelo vidro era possível ver uma moça atrás do balcão branco, com alguns desenhos entalhados; vários lavatórios pretos espalhados pelo ambiente, que tinham uma almofada no topo; e no telhado tinha um lustre que possuía um suporte azul, com lâmpadas brancas. Mais para dentro havia outros cômodos, mas não era possível observá-los com clareza.

Nicole estava do outro lado da rua, observando o interior do estabelecimento. Pelo menos um dos clones da garota o estava fazendo, ela decidiu que seria mais rápido se pudesse estar em todas as bases ao mesmo tempo.

Se fosse para chutar, a menina apostaria que era ali que o cativo estava, pois essa era a base mais protegida, mesmo que parecesse ser indefesa. Este era o mais antigo esconderijo das Medusas, o único que não havia sido destruído. O interior de suas paredes era de ferro, o vidro era reforçado, havia várias câmeras escondidas, passagens secretas e Medusas armadas dentro e fora do local, cercando o perímetro.

Tinha dois planos em mente, ainda não estava certa de qual usar. No primeiro ela tentava entrar escondido para achar o prisioneiro ou ouvir alguém falando sobre isso, que ia ser mais difícil por causa das câmeras. O segundo consistia nela tentar enganar as Medusas para a levar até ele, mas isso não seria menos complicado e sempre tem a chance de uma delas reconhecer a garota.

Mas por ora, ia apenas reconhecer o perímetro. Ainda tinha que voltar para casa e combinar com as outras o plano.

3 de fevereiro

8:00 da manhã

Sinorrim: Casa Abandonada

Todas as cinco clones estavam reunidas na sala, que ficava na frente da saída. Havia um sofá de dois lugares velho, rasgado, com a espuma saindo dele, na frente do que deveria ser uma antiga estante, que estava quase aos pedaços, parecia que ia cair a qualquer momento. No lugar onde há muito tempo atrás estava uma TV, havia um mapa da cidade, marcado com fios de diferentes cores, amarrados em alfinetes que estão colocados nas bases das Medusas.

As Nicoles sabiam exatamente o que tinham que fazer sem falar, afinal todas eram a mesma pessoa e pensavam igual. Mesmo assim, era melhor falar em voz alta o plano, não podiam se dar o luxo de errar.

"Então, eu vou usar o plano A, tentar fazer com que elas me levem até o garoto e vocês vão tentar entrar escondido e ver se acham algum sinal do garoto, e nisso deixem uma marca no local. E lembrando, ninguém se 'desmultiplica' nem ativa o campo de força." falou a clone 1, não que ela fosse a original, apenas é denominada assim pois precisavam de uma maneira de diferenciar uma da outra, e fizeram isso através de números.

As outras apenas assentiram e foram embora, deixando a Nicole 1 sozinha. Esta decidiu se multiplicar novamente, era melhor prevenir, se ela e as outras morressem pelo menos uma estaria viva.

Antes de ir para o Tesouras e mais Tesouras tinha que passar em um lugar antes.

03 de fevereiro

8:16 da manhã

Sinorrim: Mansão Watkins

Lorena e Roberto estavam na sala de reuniões, participando de um debate importante para o futuro da empresa. O cômodo em que estavam era basicamente formado por uma enorme mesa, cercada de inúmeras cadeiras acolchoadas. O lugar possuía ar condicionado, como o resto da casa.

Ambos estavam tristes por não terem conseguido acompanhar seus filhos no primeiro dia de aula deles, mas essa reunião era de vital importância e não podia ser adiada.

Ding dong

Foi possível ouvir o som fraco da campainha ao longe, uma visita tinha chegado. Não havia nenhum portão em volta da casa, mesmo que os pais de Daniel tenham pensado muito sobre construir um, por questões de segurança.

"Com licença, vou ver quem é." falou a mãe.

"Vocês não tem empregados para isso?" perguntou o homem que estava sentado ao lado dela.

"Sim, mas eu gosto de recepcionar as visitas." respondeu a senhora.

"Volte logo, não vai querer perder nada dessa reunião super divertida."

'Agindo como criança nas horas mais inapropriadas.' a mulher pensou.

Atravessou a casa, passando pela sala de jogos, onde havia mesas de pebolim, de disco e de poker, sinucas, tênis de mesa, dardos, uma mesa com várias caixas de jogos de tabuleiro empilhadas, um óculos de realidade virtual e fliperamas. Distribuídos organizadamente pelos cantos então os pufes e os sofás e do lado direito tem uma geladeira lotada de bebidas e um armário com salgadinhos. O chão era branco, no centro dele havia um tapete de uma bola de sinuca preta, e as paredes tinham o desenhos de cartas em um fundo branco.

Havia sido ideia de Daniel colocar a sala de jogos ali, na frente do lugar onde aconteceriam as reuniões, pois de acordo com ele, isso iria alegrar um pouco as pessoas antes de começarem as coisas sérias (se fosse por ele as reuniões seriam ali). Faith e seu pai concordaram completamente com a ideia e juntos conseguiram convencer a mãe.

Chegando ao hall de entrada, ela abre a porta de madeira, onde está escrito "Volte sempre" na parte virada para dentro, e "Seja bem vindo", na parte para fora.

"Nicole." falou surpresa. "Você não devia estar na escola?"

"Eu preciso pedir um favor seu." disse simplesmente, com uma expressão neutra.

"Diga."

"Preciso de uma maleta de dinheiro."

Se a Sra. Watkins estivesse tomando algo, ela teria cuspido tudo. O pedido era cômico e surpreendente ao mesmo tempo.

"Uma maleta de dinheiro?" confirmou.

"Sim." respondeu como se fosse normal.

"Posso perguntar por quê?"

"Se for um incômodo para você não tem problema, me viro de outro jeito."

'Plano B então.' pensou a adolescente, se virando para ir à saída.

"Ei, não é um incômodo. Como já disse, dinheiro aqui é o que não falta, você pode pedir nossa ajuda sempre que precisar. Só que você pode esperar um pouco, que estou no meio de uma reunião importante."

Nicole se voltou para ela.

"Até às 9:30?" perguntou.

"Não deve chegar a isso."

03 de fevereiro

9:30 da manhã

Sinorrim: Colégio União

Daniel estava no refeitório, pegando o máximo de sanduíches que podia. As pessoas que estavam atrás dele reclamavam que ia acabar com o lanche.

"Desculpa. Muita fome." falou logo antes de pôr a comida na boca.

Se sentou na mesa onde estavam Molly e Manu, Diego ainda estava na fila.

"Então, prontos para saberem a história de seus codinomes?" perguntou, subindo na mesa, quase pisando nos lanches, fazendo várias pessoas olharem para ela.

"Sim, Dona Joaninha." disse Daniel, enquanto Manu baixou a cabeça, tentando se esconder de vergonha.

"Eu sou a Dona Joaninha, por causa do meu cabelo vermelho e preto. Você é o Mr. Caverna pois está descabelado que nem um homem das cavernas. Já a minha cara Rainha do Silêncio recebe esse nome pois ela domina completamente o silêncio." nessa hora o amigo que faltava volta e Molly aponta para ele. "E, por último,o Sir Emo, que, apesar das aparências, age como um emo gótico."

No final, fez reverências para sua plateia, que nada mais era que os outros estudantes, e desceu da mesa.

Manu enterrou a cabeça na mesa de tanta vergonha, seus cabelos só não caíam na comida pois estavam presos num rabo de cavalo. Ela usava um casaco preto fino, que fazia contraste com o casaco azul claro da amiga.

Eles começaram a comer os lanches, a menina de óculos não tirou sua luva amarela sem dedos, o que fez com que ela ficasse manchada e suja.

03 de fevereiro

9:40 da manhã

Sinorrim: Tesouras e mais Tesouras

Um carro preto estava parado em frente ao cabeleireiro, dentro estava Davi como motorista, que não fez nenhuma pergunta do porquê estavam ali, ele era o funcionário que os Watkins mais confiavam. Atrás estavam a Sra.Watkins e Nicole, que segurava uma maleta preta.

"Você não precisava me trazer até aqui." disse simplesmente.

"Eu não ia te deixar carregar uma maleta de dinheiro por aí, essa é uma cidade perigosa."

A garota saiu do carro indo em direção ao salão de beleza.

"Não vai mesmo me contar o que vai fazer com dinheiro?" a mulher tentou mais uma vez.

"Nos vemos no almoço, Sra. Watkins." mudou de assunto.

"Boa sorte Ni."

O carro deu partida e, rapidamente, sumiu de vista. A menina se voltou para o seu destino, preparada para o que quer que acontecesse.

Apertou a campainha e aguardou que alguém atendesse a porta. Não foi preciso esperar muito até que uma mulher que tinha metade do cabelo loiro raspado e usava uma regata branca que mostrava seu umbigo.

"O que você quer garota?" peguntou rispidamente.

Olhou para os lados para ver se ninguém estava por perto.

"Gostaria de fazer um corte."

A moça suspirou, parecendo meio irritada.

"Tanto faz, entre." deu um passo para o lado, permitindo que a menina entrasse.

A mulher foi para trás do balcão.

"Que corte você vai querer?"

"Eu ouvi falar que o seu salão tem um novo tipo de corte, chamado Jeremias." o nome do garoto sequestrado.

"Crianças como você não deviam se meter onde não são chamados." a moça disse, agarrando algo que estava em baixo do balcão.

'Pelo menos ela não me matou imediatamente.' pensou Nicole, que viu o movimento.

"Sabe, eu tenho alguns negócios inacabados com esse idiota. Você acredita que eu era apaixonada por esse desgraçado. Fazia tudo por ele, e ele retribuía me ignorando e não dando a mínima para mim!" atuou. "A única coisa que eu queria era dar um soco na cara desse babaca!"

"Deixe me ver se entendi, você quer que nós te deixemos com o garoto para bater nele? Não vai rolar."

"Mesmo com um pouco de incentivo?" colocou a maleta no balcão e a abriu, mostrando várias notas de 100 reais.

'Agora, só torcer para ela não me matar e pegar o dinheiro.' pensou a menina.

"Talvez aquele menino realmente precise aprender uma lição." respondeu a Medusa.

"Gisele, venha aqui ficar de olho na cliente, enquanto eu falo com a chefe."

'Tomara que a chefe não venha aqui, se não minha missão já era.'

Alguns segundos depois, a porta que estava atrás da "atendente" se abriu.

"Cadê a cliente, Meredith?" perguntou a pessoa que tinha chegado, provavelmente Gisele, com cabelos pretos longos presos em uma trança, que passava da linha da cintura.

"A garota." apontou para Nicole, indo para o lugar de onde a outra veio.

Nos momentos em que a porta estava aberta, a mais nova aproveitava para dar uma olhada no ambiente de dentro.

Após alguns minutos, várias mulheres passaram pela porta e cercaram Nicole.

'Agora é a hora da verdade, vamos ver se elas vão me matar ou levar até o menino.'

De repente, tudo ficou escuro para a clone, como se alguém tivesse apagado as luzes, era difícil respirar. Algum tipo de capuz estava em sua cabeça. Ela começou a lutar para se soltar, não estava realmente nervosa, mas precisava manter as aparências.

"Estou pressionando um botão nessa maleta, se eu soltá-lo, ela vai explodir." não era verdade, mas as mercenárias não sabiam disso.

"Calma aí, esquentadinha." era a voz de Meredith, que deu uma risada. "Nós só vamos fazer o que você pediu, levá-la até o seu namoradinho." sentiu uma mão segurando com força seu braço.

"Aquele idiota não é meu namorado!" gritou.

Começou a ser empurrada para frente, sem nenhuma delicadeza. Ouviu o rangido da porta, mas, diferente do que imaginava não era possível ouvir nenhum automóvel, ela possivelmente está mais adentro da sede das Medusas, devia ter uma porta dos fundos ou ele estava lá dentro. As vozes das pessoas serviam para desnortear a garota, que andava no escuro, não tendo ideia de onde estava indo. Depois do que pareceu uma eternidade, foi empurrada no que achou ser o porta-malas de um carro, desta vez nem ouviu o rangido da porta.

Ela sabia que as chances de não ver as marcações das outras Nicoles e delas nem a verem eram grandes, então era muito importante prestar atenção no caminho e nas curvas que faziam. O ronco do motor era sutil, mas não tanto a ponto de não ser audível.

Completamente atenta, a adolescente tentava decorar o caminho. 'Esquerda, esquerda, direita, esquerda...' repetia mentalmente, se esforçando para perceber até as mais leves viradas e memorizá-las.

03 de fevereiro

10:25 da manhã

Sinorrim: Lugar desconhecido

O carro havia parado, alguém puxou Nicole do carro, que ainda não conseguia ver nada. Voltou a ser empurrada por onde quer que estivesse. Ainda não conseguia ver nada e essa situação se manteve até que atravessou outra porta (ou algo do tio, pois ouviu um barulho de engrenagens estranho).

Quando tiraram o que quer que estivesse em sua cabeça parecia que ainda estava vendada, não havia nenhuma janela no lugar. De repente, surgiu uma luz que machucou os olhos de Nicole, que teve que colocar a mão na frente do rosto para protegê-los.

Ao se acostumar com a iluminação, conseguiu ver um garoto amarrado e amordaçado no fundo da sala. Seus cabelos castanhos estavam descabelados e a região em volta de seu pulso estava avermelhada. Não tinha nenhum machucado visível, mas estava muito pálido e magro, parecendo desnutrido. A garota não sabia a quanto tempo ele estava ali.

"Aproveite, nós vamos te deixar um minuto sozinha com ele, nenhum segundo a mais." disse Meredith, antes de fecharem a porta.

Nicole se aproximou dele fazendo uma cara de brava, ela precisava manter as aparências, pois provavelmente havia câmeras.

"Eu sempre fiz tudo por você! Tudo! Mas você só me ignorava, achava que era superior só porque era filho do amigo do chefe!" Jeremias olhou para ela confuso, não fazia a mínima ideia de quem aquela garota era e o que achava que tinha feito.

Sem dizer mais nenhuma palavra, a clone deu um tapa, não com força total, pois não precisava machucá-lo. O menino fechou seus olhos com força, sua bochecha esquerda começou a ficar vermelha e sua respiração mais pesada.

Ela deu um soco em sua barriga, sem soltar a maleta em nenhum momento. O garoto podia não gostar do que estava fazendo, mas isso é o que faria ser resgatado depois.

Ouviu o som da porta se abrindo, as Medusas haviam voltado.

"Acabou seu tempo." falou Meredith.

"Não passou nem 30 segundos!"

"É melhor você não reclamar, garota."

A adolescente fez uma cara emburrada e cruzou os braços, não que estivesse realmente irritada.

"O dinheiro." falou a adulta.

"Ok." abriu a maleta, a virou de cabeça para baixo, derrubando o dinheiro no chão.

"Está louca, sua..."

"A maleta é minha garantia de que não vão me matar." disse simplesmente.

"Você se acha muito espertinha." veio até ela e a pegou pelo braço, levando a em direção às outras.

"Uma de vocês, recolha o dinheiro."

Botaram o capuz em Nicole de novo e a levaram para o carro, dessa vez,em vez de ir no porta-malas, foi no banco de trás do lado de outra pessoa. Para ela, isso só pode ser um mal sinal.

03 de fevereiro

11:30 da manhã

Sinorrim: Algum lugar na costa

Era possível ouvir o som das ondas batendo nas pedras, o que definitivamente não devia acontecer. Nicole sabe que está prestes a acontecer algo ruim, mas não pode atacar, não deve. A pessoa que estava ao seu lado esticou o braço, que passou por cima da menina, e abriu a porta.

A força do vento era aterrorizante e som do mar estrondoso. Prevendo o que ia acontecer, a clone salta do carro, sem conseguir ver nada, e ativa seu campo de força, que era imperceptível aos olhos dos outros e cercava apenas ao seu corpo. Logo depois de fazer isso, ela ouve o som de uma arma, que teria acertado sua cabeça se não tivesse pulado, mas na posição que estava, atingiu apenas o seu pé, o que não fez diferença por causa do campo de força.

Percebeu que algo estava errado quando demorou mais do que um segundo para acertar o chão, estava indo em direção ao mar. Tirou o capuz da sua cabeça permitindo que visse o ambiente a sua volta. Colocou os braços a frente do seu rosto para proteger os olhos da luz e do vento, que ultrapassava o campo de força. Se preparava para dor que ia sentir, pois, apesar de não deixar que nada a cortasse ou a perfurasse, não impedia de sentir a dor do impacto.

Nicole bate bem nas pedras e em seguida cai no oceano, que está agitado. O campo de força impede que a água entre, dando a ela alguns segundos de ar. A garota faz uma torre de gelo para voltar a superfície, onde se certificou se as Medusas ainda estavam lá.

Após isso, faz uma plataforma de gelo no ar, vai em cima dela e derrete o gelo no mar. Ela começa a levar a plataforma de volta para a estrada, pois, além de congelar as coisas, consegue controlar o gelo.

Finalmente de volta na rua, decide usar a plataforma para voltar para casa mais rapidamente. No meio de toda essa confusão, ela acabou perdendo a maleta, o que era uma pena.

03 de fevereiro

12:00 da tarde

Sinorrim: Casa abandonada

Sem ter que pegar o trânsito da cidade ou desviar o caminho, Nicole chegou em 30 minutos em casa. Todas as clones já estavam lá.

"Alguma de vocês me viu." perguntou no momento em que entrou.

"Eu, o garoto está na Fio de Lã." respondeu a clone 3.

'Elas colocaram ele em um lugar menos protegido para despistar os outros. Espertas.' todas pensaram.

A mesma Nicole que respondeu, se desmultiplicou, pois tinham combinado que se desmultiplicava a menina que ficasse com a base onde o Jeremias estava. Todas as memórias das outras desapareceram completamente, inclusive a aventura da clone 1.

03 de fevereiro

12:08 da tarde

Sinorrim: Colégio União

Thomas estava esperando no muro da mesma maneira que o encontrei antes.

"Demorou, hein? Teve algum problema." perguntou rindo.

"Ele está na Fio de Lã, numa passagem secreta no centro da base." falou, lembrando da cena de quando empurraram a clone 1 para dentro da sala.

"Bom saber. Agora, minha vez. Hoje, 12:40, vai ter uma entrega de novas armas para a Gangue do Noan. E não é o armamento de sempre, é um mais pesado. Eles querem passar para uma outra área além de vender drogas, querem expandir seu território, conseguir mais dinheiro."

A menina se virou e começou a ir em direção a casa de Daniel, sem dar nem um tchau para o garoto.

A/n

Desculpa gente, eu sinto que ficou muito grande esse capítulo, não era minha intenção. Na verdade era para ser maior ainda, mas eu vou deixar a outra parte para o próximo capítulo, que espero eu ser menor.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top