Clima-tempo parte 3
17 de fevereiro
16:00 da tarde
Sinorrim: Casa Abandonada
Nicole estava encostada na porta da lavanderia, vendo Daniel correr em volta do quintal em super-velocidade. Ele parou na frente dela, com as mãos no joelho.
"Você..." ela foi interrompida pelo velocista caindo na sua frente, perdendo a consciência por alguns momentos. "Daniel."
Alguns instantes antes de sua cabeça bater no chão, o próprio menino colocou a mão na frente, ainda meio desacordado. Sua amiga se aproximou dele, ajudando-o a se levantar e levando-o para dentro.
"Tudo bem?"perguntou, preocupada com o mais novo.
'Eu exagerei dessa vez', pensou a garota.
"Eu..." parou para respirar, sentando-se numa cadeira da cozinha. "Eu só preciso descansar e, principalmente, comer algo. E quando digo algo quero dizer uma geladeira inteira de comida." ele deu um sorriso, meio fraco ainda.
Nicole pegou duas bananas que estavam em cima da mesa e começou a se multiplicar. Ela parou quando tinha vinte múltiplas e soltou as, depois da clonagem, quarenta frutas.
"Você consegue duplicar alimentos. Você pode ser a solução para a fome no mundo." ele falou animado, porém sua voz não estava saindo muito mais alta que um sussurro.
'Só tem um problema, depois que desmultiplico tudo que eu clonei desaparece também', responderam mentalmente as meninas.
"Coma para recuperar as energias."uma delas disse, esperando o seu colega começar a se alimentar para continuar a falar. "Então você durou trinta minutos correndo sem parar o mais rápido que conseguia. Numa luta não vai ter que estar na velocidade máxima o tempo todo, então vai durar mais tempo."
"Isso significa que daqui a pouco eu vou poder lutar?" Daniel perguntou com a boca cheia.
"Vamos para sua casa, para você poder comida de verdade lá." a menina mudou de assunto.
"Comida de verdade?" O velocista comeu a última banana.
"Se já terminou, vamos."
"Qual de vocês eu levo?"
"Eu." respondeu a mesma clone que já estava conversando com ele.
17 de fevereiro
16:05 da tarde
Sinorrim: Mansão Watkins
Daniel foi direto para a sala de jantar segurando uma das Nicoles, que por sorte estava vazia, fazendo com que ninguém percebesse a sua chegada abrupta.
"Melhor você comer mais."
"Com prazer." replicou enquanto ia em direção a cozinha.
"Te espero no quarto." avisou.
A garota foi para o segundo andar e acabou passando por Faith antes de chegar no seu destino.
"Ni!" exclamou a pequena, dando um abraço na outra, que retribuiu um pouco relutante.
"Oi Faith."
"Você vai jogar comigo?"
"Hoje não."
"Por quê?" perguntou inconformada.
"Como está sendo a escola, muitas tarefas de casa?" a mais velha mudou de assunto.
"Está sendo legal, eu só sinto falta de ficar perto da mamãe, do papai e do Daniel. Pelo menos tenho uma melhor amiga para me fazer companhia, a Julia! Já te falei sobre ela?"
"Sim." disse, lembrando das inúmeras vezes que a caçula começava a contar sem parar sobre a colega.
"Você está aí." Daniel falou, com a boca toda suja de migalhas.
"Eu tenho que ir Faith, nos falamos de novo depois."
"Ahhh... Vocês sempre andam me excluindo ultimamente, é como se tivessem escondendo algo de mim."
"Escondervocêdealgo?! Nunca! Quemdissealgumacoisasobreisso?!" o garoto disse rapidamente, com a mão atrás da orelha.
"Quê? Eu não entendi nada." Faith afirmou confusa.
"É melhor assim." Nicole pegou o parceiro pelo braço e o puxou até seu quarto.
Chegando no quarto do primogênito, a menina fechou a porta rapidamente.
"Eu preciso que você faça uma pesquisa para mim." constatou.
"Pode falar."
"Busque nas redes sociais cada Lina que está na cidade esses dias."
"Ok... Isso tem a ver com nossa primeira missão?" perguntou com um sorriso de orelha a orelha, animado com a ideia.
'Teoricamente segunda', pensou a garota.
"Só faça o que estou pedindo."
Daniel assentiu, apertando no botão mais baixo do interruptor branco, que se destacava na parede 'árvore'. Isso fez com que começasse a surgir uma parede de escalada do lado da cama dele. Ele escalou facilmente até o andar de cima de sua cama (que poderia ser considerada uma beliche).
"Todo mundo que sobe aí em cima tem que escalar?" perguntou a amiga.
"Não, um dos botões faz surgir uma escada normal, mas qual é a graça disso? Vamos Ni, vai ser legal." convidou.
"Eu passo. Qual destes quatros ativa a escada."
"O segundo." A mais velha apertou-o e subiu pela escada que apareceu.
O segundo andar da cama era meio que um sofá verde claro que você podia esticar as pernas e assistir a TV, que ficava na altura da parte de cima da beliche.
Nicole ficou impressionada, pois nunca tinha visto a parte de cima da cama, porém não expressou nenhuma reação de se sentir assim.
Daniel pegou um notebook, que ficava no canto da parede, atrás da parte acolchoada, junto com alguns controles de videogames.
"Então, enquanto o computador demora uma eternidaaaaade" abriu os braços para frisar o que estava dizendo "para carregar, tenho uma pergunta para te fazer." A garota só olhou para ele, esperando que continuasse. "Por que a gente não treina com os uniformes para ir se acostumando e para que se alguém acabar nos vendo, reconheça Rajada e Potência, não Daniel e Nicole."
"É uma boa ideia."
'Wow! Não esperava que ele dissesse algo que fizesse tanto sentido e fosse tão esperto', pensou sem refletir nenhuma reação.
Depois de alguns minutos, o menino terminou a pesquisa.
"Pronto, todas as Linas que estão na cidade."
"Agora deixe só as que são loiras e tem cabelo ondulado."
"Ondulado quanto."
"Qualquer tipo de ondulado."
"Certo." mexeu no computador em super-velocidade. "Pronto." avisou depois de alguns segundos, entregando o computador para a amiga.
Ela observou o perfil das Linas, esperando poder descartar todas até que restasse só uma. A garota sabia que tinha uma chance da criminosa não ter rede social, mas não custava tentar.
Vendo pela hora que algumas fotos foram publicadas e outras informações que diminuíam as chances de algumas das mulheres serem as responsáveis pelo rosto, finalmente conseguiu separar apenas uma Lina. Lina Truman.
Ela tinha 26 anos e quase não tinha seguidores. Havia poucas fotos no perfil dela comparada com as outras (o que ainda eram muitas).
Uma das fotos, mais precisamente uma das selfies, mostrava uma casa chique no fundo em destaque, com a legenda casa nova. O que chamou a atenção de Nicole foi o resto da vizinhança. Aquela era a rua Marinheiro.
17 de fevereiro
16:26 da tarde
Sinorrim: Nenhum lugar específico
Samuel tinha acabado de colocar Clóvis numa espécie de porta-malas que tinha na viatura, específico para colocar presos, quando ele ouviu o som de um tiro.
O oficial só podia esperar que Albert não estivesse com muitos problemas, pois obviamente não podia deixar o criminoso sozinho.
Por garantia, ele deixou sua arma carregada e a apontou para a direção que o seu parceiro e o outro haviam ido, usando o carro como proteção.
O homem foi fechar o porta-malas, para impedir que Clóvis tentasse fugir ou o atacasse.
"O seu parceiro estava armado?" perguntou antes de realizar qualquer outra tarefa.
"E-e-eu não sei." O criminoso parecia muito assustado, o que não combinava muito com o perfil de alguém que era membro da Gangue do Noan, visto que este era muito brutal.
Com Clóvis preso na viatura, Samuel não pôde fazer nada além de esperar seu colega voltar.
Passaram-se alguns minutos, quando o som de passos vindo de trás do policial o alertaram, fazendo com que se virasse para encontrar a origem do barulho, sempre com a arma pronta para disparar.
"Renda-se!" Samuel ficou em choque com a visão que teve, porém não deixou que isso o distraísse.
Albert estava extremamente pálido, fazendo com que sua pele contrastasse com o líquido vermelho que estava cobrindo parte de seu corpo. O homem estava preso no aperto firme do cúmplice de Clóvis, não que isso fosse necessário, pois o policial estava inconsciente.
"Solte ele ou eu vou atirar!"
"Solte o Clóvis ou eu atiro no seu colega." o outro simplesmente respondeu.
Samuel tinha que pensar rápido, havia uma pequena brecha que permitia-o acertar o criminoso sem machucar seu parceiro, porém não poderia errar o tiro. Mesmo que nunca fosse admitir, ele estava extremamente nervoso.
Quando o oficial estava prestes a atirar, ele ouviu o som de uma arma sendo engatilhada atrás dele.
'Imbecil, como você não escutou ninguém se aproximando?!', repreendeu a si mesmo.
"Você tem duas opções, entregar o Clóvis e levar seu colega para o hospital; ou pode tentar atirar em mim, fazendo com que meu amigo mate você e solte o Clóvis de qualquer maneira."
O policial percebeu que realmente não tinha como sair daquela situação, ou ele fazia o que eles mandavam ou morria. Mesmo assim, manteve a arma firme em suas mãos, tinha que haver alguma coisa na qual não estava pensando.
"Vamos lá, ninguém precisa morrer hoje, abaixe a arma. Não é como se o Clóvis fosse um prisioneiro perigoso ou de grande importância."
Samuel continuou encarando com ódio os olhos do criminoso, tentando parecer intimidador, não querendo que o medo pela vida de Albert transparecesse.
Porém, seu olhar se desviou para seu colega, que antes era totalmente otimista agora estava com uma aparência tão frágil, flácido nos braços do outro homem. Ele já havia perdido muito sangue, se continuassem desperdiçando tempo nessa negociação seria tarde demais, pior, talvez já fosse. Seu coração se apertou e ele apenas decidiu baixar a arma e colocá-la no chão, erguendo as mãos para cima.
"Ok, eu vou abrir o porta-malas." disse, indo lentamente em direção ao carro quando o homem assentiu.
De canto de olho, Samuel conseguiu ter uma visão do segundo criminoso, que para sua surpresa também estava de farda. Ele olhou bem para o seu rosto, determinado a não deixar essas pessoas saírem impunes do que estavam fazendo agora. O bandido cabelos castanhos encaracolados, igual a pessoa que havia ajudado Clóvis a escapar do hospital, além de terem praticamente a mesma altura e tom de pele parecido, se estivessem de costas poderiam ser facilmente confundidos, porém o rosto dos dois era completamente diferente.
Com muito desgosto, abriu o porta-malas e desalgemou Clóvis, que parecia bastante confuso e assustado. Antes que este pudesse ir em algum lugar, Samuel segurou seu braço com força.
"Meu colega." falou, sua voz saindo quase como um rosnado.
O homem colocou Albert com cuidado no chão, muito para surpresa de Samuel, a maioria dos criminosos que já conheceu simplesmente o soltaria de qualquer maneira, entretanto a maioria dos criminosos só os matariam, sem tentar fazer qualquer negociação, diferente deste cara.
O cúmplice de Clóvis afastou-se do oficial inconsciente e foi ao lado de seu comparsa.
"Pronto, agora o Clóvis."
Considerando o fato de que ainda estava desarmado e um dos criminosos ainda estava com a arma apontada para ele, Samuel apenas o soltou. Enquanto o bandido foi até os seus colegas, o policial tentou correr em direção a sua arma, porém foi parado por um tiro que acertou o chão na frente dele.
"Mais um passo e o próximo vai ser na sua cabeça!" O homem que havia entrado por último no confronto tinha dito.
Samuel foi forçado a apenas observar o trio enquanto eles iam até o carro que haviam usado, com o capanga que o havia ameaçado sempre apontando a arma diretamente em sua direção, até que entrassem no veículo e sumissem de sua vista.
O policial cogitou em tentar ir atrás deles, mas no mesmo instante lembrou da condição de seu parceiro e rapidamente chamou uma ambulância, torcendo para que chegasse a tempo (e para que o ataque no hospital já tivesse acabado).
"Por favor Albert, sobreviva." falou, tentando aplicar pressão e estancar o ferimento em seu ombro e sua perna com gazes que haviam no kit de primeiros socorros da viatura.
17 de fevereiro
16:41 da tarde
Sinorrim: Rua Marinheiro
Depois de muito tempo tentando convencer Daniel a deixá-la sozinha, Nicole finalmente conseguiu espionar Lina Truman. Seu real objetivo era tentar invadir a casa e ver se tinha algum indício de que ela fosse a responsável por assaltar os bancos, porém não era possível fazer isto no momento, visto que a mulher ainda estava na casa.
Aproveitando a chance, a menina decidiu multiplicar-se, uma delas ficando ali caso Lina saísse da casa e a outra indo procurar Thomas, para ver se ele reconhecia aquela moça como sendo a ladra.
Nicole 1 apenas observou a outra virando a rua, saindo de seu campo de visão. Ela nunca tinha tido essa preocupação de usar seus poderes em público (obviamente), porém ia ser obrigada a ter se quisesse dar um bom exemplo a Daniel.
Era um grande avanço que tivesse trazido o uniforme dentro de uma velha mochila que carregava nas costas. Era estranho para garota ter aquele peso nas costas, fazia muito tempo desde a última vez que usou aquela bolsa.
Até agora a garota não sabia como a população em geral da cidade não havia descoberto sobre as pessoas com habilidades especiais, pelo menos presumia que não, pois se já o tivesse feito haveria notícias ou, no mínimo, boatos sobre isso. Nem ela nem os outros com poderes (e havia muitos outros com poderes) se preocuparam com a possibilidade de alguém descobrir sobre isso. Nicole tinha a teoria de que era porque só usava suas habilidades durante crimes, que eram feitos normalmente em locais mais isolados e quando havia alguma testemunha, muitas vezes esta acabava morta.
Hora ou outra, a mais nova via uma sombra passar pela janela. Uma cortina branca impossibilitava de ver o interior da casa de dois andares.
A casa da mulher era impressionante, o jardim por si só já tinha metade do tamanho do terreno da casa de Nicole, com vários arbustos liderando o caminho para a entrada principal. Claro, não era nada comparado a casa (ou melhor, mansão) do Daniel, nem se destacava tanto comparada as outras casas da rua (o que não era surpresa, já que a Rua Marinheiro era conhecidas por ser uma das ruas mais chiques (se não a mais chique) da cidade, provavelmente a maioria dos colegas de Daniel moravam naquela região. Obviamente o resto da cidade não chegava nem perto desses padrões.
Muitas pessoas não veriam motivos para alguém que tenha condições para comprar uma casa como aquela, mas a mais nova sabia que havia uma grande chance da moradia ter sido comprada com o dinheiro que roubou do banco, principalmente pelo fato dela ser nova.
17 de fevereiro
18:00 da tarde
Sinorrim: Rua Marinheiro
A Nicole 2 voltou e foi até a outra cópia.
"Alguma coisa importante aconteceu enquanto eu estava fora." perguntou a múltipla que havia acabado de chegar.
"Nada que necessite ser lembrado." Ao responder, a Nicole 2 desmultiplicou, fazendo com as lembranças da maior parte vigia Lina sumissem.
A garota teve que falar com Daniel e pedir dinheiro para ele, antes que procurasse Thomas, pois o menino não daria nenhuma informação para ela se não tivesse feito o favor que havia pedido, no caso as roupas.
Ela havia descoberto que aquela Lina realmente era responsável pelos assaltos.
De repente, a menina ouviu o som do portão branco automático com grades se abrindo, liberando a passagem para um carro prata.
Nicole decide seguir a mulher, o que seria um pouco complicado já que esta estava de carro. A criança começa a criar uma plataforma de gelo, subindo em cima dela e levantando a camada de gelo para o alto, fazendo com que Lina não conseguisse ver que estaria seguindo-a.
O bloco faria com que se locomovesse mais rápido do que se estivesse apenas a pé, porém a garota não sabia se seria rápido o suficiente para se manter na velocidade do carro.
O veículo da criminosa começou a acelerar e a mais nova fez o máximo que pôde para manter-se perto do automóvel. Nicole achava que nunca tinha ido nessa velocidade em uma de suas plataformas de gelo antes, a única situação que se compararia a isso foi... Foi uma situação que a garota não gostava de relembrar.
Lina continuava dirigindo, inconsciente da presença de alguém a seguindo, ela estava apenas focada em chegar no Real, um banco que não ficava muito longe dali.
Cada minuto que passava, a mulher conseguia aumentar a distância entre ela e Nicole, que, por estar indo muito rápido, teve que fazer um encosto de gelo na plataforma, para impedir que caísse. Normalmente não perderia o equilíbrio, pois já estava acostumada a se locomover dessa maneira, mas a rapidez extra proporcionava um desafio maior.
17 de fevereiro
18:05 da tarde
Sinorrim: Real
O banco Real era um banco que possuía muita segurança, porém essa segurança tinha um preço, com alto custo das taxas cobradas, fazendo com que a maioria das pessoas que depositavam seu dinheiro ali fossem ricas.
Era uma jogada arriscada Lina tentar fazer um assalto naquele local, porém ela levava bem à risca a frase 'quem não arrisca não petisca'.
Nicole sabia que talvez perdesse muito tempo se entrasse com a mochila, pois os guardas iriam revistá-la para ver se tinha algo suspeito.
Além disso, havia um problema que não tinha se tocado na hora que Daniel sugeriu a ideia de usar uniformes: ela não iria perder seu tempo colocando a roupa enquanto um crime estava acontecendo. Alguns minutos podem ser a diferença de um criminoso escapar ou não.
Enquanto os guardas estavam revistando a bolsa de Lina, que tinha sua carteira e um estojo de maquiagem, Nicole decide se multiplicar, a cópia 1 entraria lá dentro e tentaria parar a assaltante, a cópia 2 ficaria lá fora colocando o uniforme e servindo como plano B caso a mulher conseguisse sair do banco.
Lina havia conseguido entrar no banco, era incrível que os guardas não desconfiassem do porquê sua bolsa estaria tão vazia, mas ela não reclamaria.
Rapidamente, a mulher começou a aumentar a temperatura ao seu redor, fazendo com que logo as pessoas que estavam no estabelecimento começassem a suar. Ela não sabia exatamente que temperatura faria os outros começarem a desmaiar, porém nunca demorou mais de dois minutos para que todos em volta estivessem inconscientes.
A múltipla 1 começou a ir em direção ao banco, quando percebeu que cada vez que chegava mais perto a temperatura aumentava.
'Isso é ruim, muito ruim. Esse calor estranho tem que estar relacionado a Lina de alguma maneira. Tenho que derrubar ela rapidamente e de surpresa, antes que ela possa usar o calor contra mim', pensou, preocupada pelo fato de o calor a deixar mais fraca.
A garota esperou alguns instantes no lado de fora, vendo se a temperatura ia aumentar ou diminuir e, como esperava, continuou aumentando até que algumas pessoas começassem a desmaiar.
Nicole começou a se congelar, apenas o suficiente para mantê-la fria, sem dificultar sua locomoção. A menina correu para dentro, o gelo em seu corpo rapidamente começando a derreter, enquanto ela apenas se recongelava, porém não em velocidade suficiente, pois o calor em volta já estava fazendo seus poderes ficarem mais fracos. Ela encontrou Lina de frente para o cofre do banco, com as mãos estendidas para a porta de metal que estava começando a derreter.
Sem aviso, a clone lançou um jato de gelo em direção a mulher, jogando-a na parede. Lina ficou surpresa com o ataque repentino, porém rapidamente entendeu a situação quando viu a menina na sua frente, que continuava disparando um jato de gelo em sua direção, ao mesmo tempo que este derretia. A mulher começou a aumentar ainda mais a temperatura.
Aos poucos os poderes de Nicole começaram a falhar, o calor era insuportável para a mais nova, que sentiu sua pernas falharem, fazendo com que caísse de joelho. Ela tinha um plano arriscado, que poderia fazer com que perdesse de vez a luta, mas no momento se não fizesse nada ia ser derrotada de qualquer maneira.
Ela se multiplicou novamente, fazendo com que ficasse mais sensível ao calor. Elas estavam prestes a desmaiar, porém com seu último pingo de poder e adrenalina sobrando, uma das cópias continuou atirando um jato de gelo em Lina, que parecia estar se divertindo com os esforços da garota, e a outra começou a controlar o gelo em volta da mais velha, jogando-a na parede várias vezes com a maior força que conseguia, numa tentativa de fazer com que a adulta ficasse inconsciente.
A atitude da última múltipla não pareceu deixar Lina feliz, que fez com que o calor aumentasse concentradamente no lugar em que as duas clones estavam paradas, fazendo com que a temperatura do resto do banco se normalizasse. Quando ela concentrava o aumento ou a diminuição de temperatura em uma região menor, os resultados eram muito mais rápidos.
Em apenas alguns segundos as Nicoles desmaiaram, ficando à mercê de Lina.
A/n
Esse capítulo foi um pouco mais longo do que eu esperava...
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