Clima-tempo parte 1
16 de fevereiro
14:02 da tarde
Sinorrim: Banco Hora Extra
Lina entrava no banco como se fosse mais uma cliente qualquer, indo pagar as contas, fazer um saque ou qualquer coisa desse tipo, passou sem nenhum problema pela porta giratória com detector de metais. Ela possuía cabelos loiros ondulados, que passavam da linha dos peitos, tinha olhos castanhos escuros e carregava uma bolsa nas costas.
Além da mulher, havia um idoso fazendo um saque num dos caixas eletrônicos, quatro recepcionistas, um dois quais estavam atendendo um homem que estava segurando a mão de uma garotinha, possivelmente sua filha. Os vários assento estavam quase vazios, estranhamente, não estava tendo muito movimento naquele horário, o guarda na entrada até havia decidido se sentar em um dos bancos.
"Posso ajudá-la?" um dos recepcionistas perguntou, fazendo com que Lina fosse na sua direção.
Enquanto a mulher ia se aproximando, a temperatura no local aumentava rapidamente. Todos no estabelecimento começaram a suar sem parar, com exceção da própria Lina, pois na região imediatamente à sua volta, a temperatura continuava normal.
O idoso foi o primeiro a desmaiar, logo depois dele foi a vez da menina. As câmeras, juntos com os outros aparelhos eletrônicos, superaqueceram e pararam de funcionar. Não demorou muito para que o resto das pessoas que estavam no local também caíssem na inconsciência.
Ela seguiu em direção ao cofre do banco, mantendo a temperatura alta, para não correr riscos de se encontrar com um guarda ainda acordado.
Chegando no seu destino, ela se concentrou em aquecer ainda mais a parede do cofre, para conseguir derreter o metal. Isso demandava um pouco mais de tempo, quanto maior a diferença da temperatura, maior o tempo que levaria para alcançá-la.
Em torno de um minuto, conseguiu penetrar um cofre. Rapidamente, encheu a bolsa que carregava com o máximo de dinheiro que conseguia.
Tranquilamente, saiu do banco, todos ainda estavam inconscientes. Do lado de fora, havia várias pessoas observando o que estava acontecendo, que, no momento em que Lina começou a se aproximar, começaram a sentir os efeitos da alta temperatura.
Depois que ela já estava longe, a temperatura imediatamente voltou ao normal, o que coincidiu com a chegada da polícia e da ambulância, que alguém havia chamado.
"O M.O. bate com o da mulher misteriosa." disse um dos policiais, que possuía olhos azuis e cabelo castanho.
"Será que alguém conseguiu ter uma descrição melhor dessa vez, Samuel?"
"É o que eu espero, pois parece que não conseguirei nada com as câmeras." falou enquanto olhava para os aparelhos queimados. "Essas pessoas misteriosas estão me dando nos nervos."
"Pelo menos uma delas está do nosso lado." disse o outro, se referindo ao responsável pelo telefonemas que levavam direto aos criminosos desarmados e muitas vezes inconscientes.
"Se realmente estivesse do nosso lado, ia se juntar a força policial, como é o certo. Fazer a justiça com as próprias, uma hora ou outra, vai dar errado."
16 de fevereiro
15:59 da tarde
Sinorrim: Casa Abandonada
Nicole e Daniel estavam treinando no quintal da casa da menina, que era cercado por muros altos. Os dois estavam de lados opostos, em posição de luta.
"1,2,3, já!" ela começou a congelar o chão ao mesmo tempo que criava um vapor gelado a sua volta.
Enquanto isso Daniel foi em direção a ela em supervelocidade. Ele via o gelo se espalhar no chão lentamente e decidiu dar a volta (lembrando das inúmeras vezes que escorregou por causa dele). No lugar em que Nicole deveria estar só era visto vapor, mas mesmo assim o garoto arriscou e correu até lá com a intenção de empurrar sua amiga. Entrando na neblina a toda velocidade, acabou tropeçando na menina, que estava deitada preparada para o que ele ia fazer.
A queda do velocista possibilitou que a névoa e o gelo cobrissem todo o quintal à tempo. Daniel tentou se levantar, mas acabou escorregando. Com a queda da temperatura, ficou mais lento, porém isso não afetava seus outros poderes, como a superforça, que usou para quebrar o gelo no chão em pedaços menores, podendo assim empurrá-los, abrindo espaço suficiente para conseguir se levantar e girar rapidamente, afastando a neblina.
Ao mesmo tempo, Nicole se multiplicava, criando 4 cópias. A primeira se focou em manter a névoa (ela se espalhava mais rápido se estivesse apenas fazendo isso), a segunda em restaurar o gelo no chão, a terceira foi até o Daniel e a quarta criou uma plataforma de gelo que a levou acima da neblina.
A cópia 3 jogou um jato de gelo no garoto, que, como tinha tirado um pouco do vapor, viu o projétil se aproximando lentamente e se agachou, desviando com sucesso pela primeira vez. Estava tão focado na batalha, que nem notou o gelo que tinha coberto seus pés.
De repente, ele foi levantado no ar de cabeça para baixo, sendo segurado por seus pés que estavam congelados, sendo controlados pela terceira clone. Pensou no que fazer por alguns segundos (o que era muito) e teve a ideia de quebrar o gelo que o cobria.
Antes que ele chegasse à essa conclusão, Nicole criou estacas de gelos e as arremessou na direção de Daniel, que nem tinha visto elas se aproximando. Por sorte, o garoto quebrou o gelo, o que o fez cair no chão, bem a tempo de se desviar do ataque da sua colega, que havia parado as estacas um centímetro antes do local em que o velocista estava.
"Ai!"
Aproveitando suas estacas de gelo, ela mirou no lugar em que o menino tinha caído e as lançou. Novamente, ele desviou, dessa vez rolando em supervelocidade, o que fez com que as estacas se quebrassem em pedaços. A Nicole 4 aproveitou que ele estava prestando atenção na outra cópia e jogou um raio de gelo nele, que acertou em cheio no seu alvo, congelando seu tronco e seus braços.
Antes que ele se soltasse, a clone três pegou um dos pedaços pontudos das estacas e apontou para o pescoço de Daniel, encostando nele.
"Venci." ela derreteu todo o gelo que havia criado, se desmultiplicou e tirou a neblina.
"Nossa, foi o mais longe que cheguei até agora."
"De novo."
"O quê?! Já são..." correu para dentro da casa ver no seu celular o horário, normalmente ele não leva o telefone para todos os lugares, pois o considera muito lento, era mais rápido ir até a pessoa do que ligar para ela. "16:00."
"Ok. Pode descansar."
"Ainda bem, já estava morrendo de fome."
Eles entraram na casa, pela porta dos fundos, que dava na lavanderia. Da lavanderia chegaram no corredor e de lá foram para a cozinha.
"Ainda acho inacreditável que você more aqui. Como achou esta casa?"
"Quer maçã?" entregou a fruta para ele, mudando de assunto.
"Já faz mais de uma semana..." comeu a maçã em um segundo. "Que a gente começou a equipe e ainda não lutei contra nenhum supervilão."
"Você precisa treinar."
"Eu já treinei."
"Mais. Ainda não está pronto."
"Não vou aguentar esperar."
"Daniel, ser herói não é como nos quadrinhos, pessoas morrem e o mal vence às vezes. Você não pode depender apenas dos seus poderes."
'Além do fato de eu não estar super animada para trabalhar em equipe', pensou a menina.
"Ok... Se você diz." acabou obedecendo a sua amiga. "Uhm, quer tomar sorvete? Ou ir na lanchonete? Qualquer coisa envolvendo comida estou aceitando." mudou de assunto.
"Tanto faz."
Os dois saíram da casa e foram em direção a uma lanchonete que ficava por perto.
16 de fevereiro
17:00 da tarde
Sinorrim: Covil Secreto
Thomas havia acabado de chegar da Quadrilha do Norte, ele se sentou numa cadeira que estava perto da parede e a equilibrou nos dois pés de trás.
"E aí garoto?" Carlos se aproximou dele. "A Quadrilha já está sabendo que estamos na cola deles?"
"Na verdade não, eles tem outros adversários que consideram mais ameaçadores do que vocês. Mas e aqui? Teve alguma novidade importante que preciso saber." deu um sorriso inocente.
"Você sabe que precisa bem mais do que isso para me enganar. Conseguiu descobrir mais informações sobre aquilo?"
"Sim."
Os dois ficaram quietos, encarando-se por alguns segundos, até Carlos quebrar o silêncio.
"O quê?"
"Você sabe como funciona, informações em troca de favores, o que no caso está me devendo."
"Eu já paguei pela informação da semana passada."
"Mas não a de hoje."
"Qual?"
"Eu te falei que eles não sabiam que vocês sabiam sobre os preços. Já disse várias vezes que isso conta como informação."
"Aposto que consegue enganar várias pessoas com esse truque."
"Inúmeras, que normalmente ficam irritadas. Por que será?"
Carlos olhou em volta, procurando alguém que possivelmente não estivesse devendo para Thomas, até que viu Luka, que nunca tinha feito nenhum acordo com o menino.
"Luka!" o homem veio até ele.
"O que foi?"
"Eu já te falei sobre o Thomas, certo?"
"Sim. É o infiltrado universal."
"Então, estou precisando de uma informação dele, você poderia pegá-la no meu lugar."
"Claro, o que precisa saber?"
"O que ele descobriu sobre a Quadrilha do Norte. Quer saber, pensei em algo ainda melhor. Você me parece uma pessoa muito esperta. Você poderia pegar o comando da minha missão, trabalhar em conjunto com o Thomas."
"Eu ainda sou um novato, tem certeza que já quer passar o comando de uma operação para mim?" Luka pensava que devia haver uma armadilha, ninguém ia simplesmente passar o comando de uma missão para um novato se não tivesse algo de errado com ela.
"Com uma conversa contigo, você já se provou mais inteligente que o resto das pessoas daqui. Além disso, ser parte do circulo interno do Noan nos traz várias outras responsabilidades. Você aceita?"
"Claro."
'Então ele faz parte do círculo interno do Noan, tenho que ter cuidado com o que falo perto dele', pensou Luka.
Carlos deixou os dois a sós para resolverem os negócios.
"Então Luka. "ele parou de equilibrar a cadeira e se inclinou para frente, com as mãos entrelaçadas apoiando seu queixo. "É assim que as coisas funcionam: eu te dou uma informação e depois você faz um favor para mim. Enquanto não tiver feito este favor, não darei nenhuma outra informação."
"Entendi... O que você descobriu sobre a Quadrilha do Norte?"
"Descobri como eles conseguiram comprar as armas com um preço melhor. Eles tem uma espécie de parceria com aqueles traficantes cujas armas vocês iam comprar. Além disso, essas mesmas armas estavam sabotadas, elas não funcionavam direito."
"Então os traficantes tinham um esquema armado. Você fornece informações para os traficantes?"
"Não."
"Uhmm... Você tem que fazer as coisas que a gangue manda também, não tem? Tipo uma missão ou algo do tipo."
"Teoricamente sim, já na prática a história é outra."
"Se eu te dissesse para na próxima missão trocar o dinheiro que a Quadrilha do Norte vai dar para os traficantes por notas falsas, o que você faria?"
"Falaria que o favor que teria que me fazer é não me dar esta missão." Thomas não estava gostando do rumo que a conversa estava levando
"Então esse é o favor que vai me pedir?"
'Realmente, esse tal de Luka é mais esperto do que os outros...'
"Sim."
"Isso significa que pode me dar outra informação?"
"Siiim."
"Quando vai ser a próxima compra de armas da Quadrilha do Norte e onde é o quartel general dos traficantes?"
"Uma informação por vez."
"Onde é o quartel general?"
"Eu não posso afirmar com certeza se consigo essa informação, já que não sou infiltrado na gangue deles, mas vou tentar."
"Ótimo."
16 de fevereiro
17:30 da tarde
Sinorrim: Mansão Watkins
Nicole estava no banheiro enquanto Daniel estava esperando ela na sala, que ficava ao lado.
O banheiro era extremamente espaçoso, tinha um pia com um espelho, que tinha sua própria iluminação. Havia uma toalha de rosto pendurada do lado de um armário, onde estavam guardados shampoos, sabonetes, toalhas, papeis higiênicos e vários outros objetos de higiene pessoal. O vaso sanitário ficava na parede oposta à pia, na frente de uma toalha de banho branca pendurada e do lado do chuveiro, que era cercado por um box opaco.
Nicole terminou de lavar as mãos, destrancou a porta e saiu.
"O que você está fazendo do lado da porta do banheiro?" perguntou a garota.
"Eu pensei que a gente podia ver um filme aqui na sala. Sabe, relaxar depois de todo o treinamento."
"Que treinamento?" Faith chegou perguntando.
"De corrida."
"Mas o Daniel já é bem rápido."
A menina mais velha deu um olhar desconfiado para o seu amigo.
"Ele estava me ajudando."
"Ahhh, entendi. Eu posso ver o filme também?"
"Claro!"
"Eu já volto, só vou pedir para a Mari fazer pipoca. Me esperem."
A caçula foi em direção a cozinha.
"Ela sabe?"
"Não, só meus pais e alguns amigos deles."
A sala tinha um sofás e duas poltronas, que ficavam à diagonal em relação a TV, que no momento estava ligada no canal de notícias.
"Hoje, no dia da audiência dos traficantes que a polícia capturou dia 3, houve uma explosão na delegacia que causou dez mortes e deixou quatro feridos. Todos os criminosos morreram, com exceção de um, chamado Clóvis. A polícia acha que esses bandidos eram membros da gangue do Noan, conhecido por ser brutal." disse a repórter na TV.
"Esses não eram aqueles caras que a gente prendeu?"
"Sim."
"Por que eles foram mortos?"
"Noan não aceita que membros da sua gangue sejam presos. Se não..."
"Você sabia disso?!"
"Não sabia que eles eram membros dessa gangue, mas mesmo que soubesse o que poderia ter feito? Deixá-los ir?"
"Salvá-los, ficar de olho neles, algo do tipo."
"Eles são criminosos Daniel." ela falou calmamente.
"Todos merecem ser salvos, vilões ou não, isso não importa."
Nicole ia falar algo, mas parou para ouvir o que a jornalista ia dizer em seguida.
"O Banco Hora Extra foi roubado essa tarde por um criminoso misterioso, de alguma forma em todos seus assaltos as vítimas acabam adormecendo e as câmeras pifando. Não se sabe ainda com ele consegue fazer isso, mas a polícia está investigando. Este é o terceiro roubo que ele fez esta semana..." uma outra jornalista se aproximou dela e entregou algo para ela. "Últimas notícias, a polícia já conseguiu a descrição de um suspeito para esses crimes. Uma das vítimas do crime, que prefere não ser identificada, disse ter visto no local uma mulher loira de cabelos ondulados agindo estranho e, quando ela se aproximou, a testemunha acabou desmaiando."
"Gente, eu trouxe a pipoca e a Mari! Consegui convencer ela a assistir o filme com a gente."
"Você tem certeza que seus pais não vão ligar?" disse a moça, que tinha olhos e cabelos castanhos, presos num coque.
"Claro que não!"
"Então que filme vocês querem assistir?"
"Por mim tanto faz." disse Mariana, a cozinheira da casa, apelidada pelas crianças de Mari.
"Eu queria algo romântico." falou a mais nova.
"E você Nicole?" perguntou Daniel.
'Eu tenho que perguntar para o Thomas sobre essa mulher', pensou Nicole, sem ouvir o que o seu colega estava dizendo.
"Está me ouvindo?" balançou a mão na frente de seu rosto.
"O que você falou?"
"Alguma sugestão de filme?"
"Por mim pode ser qualquer um."
A/n
Ok, demorou uma eternidade, mas finalmente terminei o novo capítulo. A escola acabou com o meu tempo :(
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