Tango profano do amor
A navalha nesses últimos tempos
Tem sido minha única amiga.
Parceira de sangue, é uma amante
Querida do Café Tortoni
Ah, aquelas noites!
Violinos siderais
Agarrados à cintura
O amor em cada cabeça
Vestidos vermelhos
Rapazes de centeio!
Mas! Como tinha de ser
Nos demos adeus
E a vida é uma tragédia!
Uma peça etérea shakespeariana
E só sobra uma amiga
Que me faz borbulhar no sangue
Ah! Bela morte querida
Deixa-me afogar em tua boca
Agarra e corta meu corpo
Parta minha alma!
Ah! Ah! Ela merece,
Seus odiosos ares de Dom Quixote!
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