Peças do Tempo
Espinhas que deram espaço a rugas
Ares de ginasta que mataram a coluna
Uma mão que treme como nunca
Irreverente às tarefas da gente
Uma visão turva à sinuca
Barba que já não é mais rala
Que se espessa, à medida
Em que desnuda fica a cabeça
E esganiçada e rude a voz
Que nem sentiu os anos passarem
As oportunidades se perderem!
Agora entendi a alegria.
Não, não de criança
Mas adolescente!
Julgava ser sofredor
Mas que bênção é o tempo livre
Poder sofrer por amor!
Desejar o impossível
Delirar todas as cores
Odiar e lutar
Contra o sistema
E versus si,
Pois a única preocupação
É o vestibular.
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