Inverno

Nunca vi neve

Nisso que chamam de inverno

Não vi um frio acolhedor

Daqueles em que se fica na lareira

Junto à família querida,

Nem a fogueira dum acampamento.


Só chove. Uma chuva

De acabar o mundo

Que fica a propagar a música

De um sonho distante

Transformado em devaneio diário

A vontade delirante

De pular nas lágrimas do mundo

E dançar até teu seio,

Lá permanecendo para sempre.


E então, descendo dia a dia

A música ficaria mais clara

Menos abafada pelas gotas

Soltadas pela mãe Terra.

Essa saudade que sinto

Desde que existo,

Finalmente resolvida!

Encontraria o inominável

O mais profundo sonho

Da estrela cadente.

Mas o sonho mente:

Ainda é inverno,

Ainda chove.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top