único
Chan vivia no limbo da solidão enquanto por outro lado sentia que poderia explodir se tivesse qualquer tipo de contato com outros seres humanos que não fossem Felix ou Hyunjin, o casal de amigos o entendia tão bem que até mesmo haviam decorado seus hábitos por questão de segurança, caso fosse preciso em algum momento.
Vivendo em uma casa isolada no meio da área rural da sua cidade, Chan ia se reconstruindo do Natal traumático de três anos atrás, onde Seungmin quebrou tudo que tinha em casa, colocando fogo em seguida. Até os tempos atuais o Bang possuía as cicatrizes que as chamas lhe causaram, mas seu coração lidava com a pior parte.
Se separar de quem tanto amou um dia o matou, internar Kim foi pior ainda, mas era isso ou encarar a realidade de que ele teria que ser preso em uma cadeia qualquer e possivelmente sendo agredido por criminosos com crimes bem piores do que o dele. Chan não tinha coragem o bastante para uma visita e de tempos em tempos recebia um relatório de como Seungmin estava agindo.
Uma rápida olhada ao seu redor fazia com que Chan encarasse, outra vez, a cruel realidade de que sempre iria viver sozinho até seu último suspiro e nunca mais iria confiar sua vida a outra pessoa. Seungmin havia sido o suficiente para destruir todas as barreiras do Bang e a solidão precisava bastar como sua única companhia.
Bang se levantou da poltrona onde estava, sua sala de estar tinha como única iluminação as luzes pisca pisca que estavam em uma pequena árvore de Natal que havia montado por puro esforço. Não muito longe estava seu computador que ele rapidamente alcançou acessando uma das playlists que costumava escutar sempre com Seungmin.
Nos anos iniciais do relacionamento, Kim indicou todas as suas músicas favoritas e Bang as colocou para sempre dançarem juntos após um dia complicado ou quando não tinham nada para fazer. Naquele momento Chan não sabia muito bem qual era o motivo e gostava de pensar que talvez fosse para colocar um ponto final certeiro em tudo o que tinha com Seungmin.
O australiano não sabia como, mas recebia mensagens constantes de Seungmin como se ele estivesse completamente bêbado ou perdido por conta das medicações pesadas que vinha tomando. Cada uma das palavras enviadas era uma facada diferente, pedidos de desculpa, declarações de amor, promessas sem fundamento de um recomeço quando o Kim conseguisse provar que não estava mal.
Mas era tudo a mais cruel mentira, Seungmin estava doente e precisava de ajuda, e se dependesse unicamente de Chan, não iria ter alta tão cedo. Por mais que a dança antes um símbolo poderoso do amor que sentiam agora não passasse de um lembrete que nada mais seria o mesmo, nunca poderia acontecer isso outra vez.
Ele gritaria e choraria o quanto fosse, mas voltaria a ser o brilhante Bang Chan que um dia foi mesmo que isso custasse enterrar seu coração por toda a eternidade.
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