Taehyung já estava chorando quando viu Yoongi sair pela porta da frente. Entrou em desespero, correu atrás. Não queria que tudo acabasse assim. Por isso, segurou-o pelo braço e o fez parar.

— TaeTae... — Min Yoongi sussurrou, mas foi interrompido por um beijo de Taehyung e um abraço forte, sucessivamente — Desculpa, Tae, mas você deve me esquecer. Tem que ser forte. Por favor, me largue, não é mais criança. Acabou.

— Mas, Yoongi... — o mais novo ergueu os olhos marejados e tentou pronunciar um "Fica".

— Tchau, Taehyung. — Yoongi afastou os braços de Taehyung do seu corpo e saiu andando, entrando no elevador e sumindo da vista do rapaz.

Gritou de dor e fúria, e pouco se importou com os vizinhos mexeriqueiros que saiam dos seus apartamentos para assisti-lo chorar.

Mais tarde, recebeu uma ligação de Namjoon, que o dizia o tempo todo:

— Yoongi não merecia você.

Mas Taehyung estava chorando, encolhido na cama, grudado na parede gelada do seu quarto e com a cabeça pousada nos joelhos dobrados e grudados.

— Eu sei disso. — um sussurro, com a sua voz falha, fraca, rouca e ao mesmo tempo aguda. — Eu sei, Nam...

— Para com isso, Taehyung. Me dói saber que está assim tão abatido...

— Estou bem — mentira. Mas ele pensou que, dizendo aquilo, se tornaria verdade.

— Você precisa fazer como todos fazem: sair para curtir e beber até esquecer aquele descarado!

— Sim, ele é um descarado... — sonolento, Taehyung apenas concordava, como se tivesse hipnotizado ou virado um robô.

— Eu disse pra você cair na noite, Tae! Vamos! Eu posso não estar ao seu lado, mas os meus conselhos são ótimos! — dizia Namjoon, do outro lado da linha.

— Não dá. — sussurrou.

— Vista uma roupa top e vai ser feliz, Taehyung. Beijar várias bocas... Conhecer novas pessoas... Duvido você lembrar do nome daquele safado.

— Eu me lembro... Yoongi...

— VOCÊ USOU DROGA TAEHYUNG? OLHA, EU VOU CONTAR PRA SUA OMMA!! — gritou Namjoon, e Taehyung deixou o telefone escapar da sua mão, caindo da cama, e abraçou-se mais forte.

— Eu quero morrer, Namjoon. Me tira daqui... Me mata, por favor... — sussurrou, mas não sabia que Namjoon conseguiria escutar apesar dos seus gritos histéricos.

— Não creio que ele te quebrou a tal ponto. Ele ainda gosta de você, só precisava ir embora. Não deixe-se abalar por isso, Tae. Não deseje isso. Você mal viveu! Olha quanta coisa boa tem no mundo! Yoongi só é um entre sete bilhões, Taehyung. Agora levanta essa bunda dessa cama, joga alguma coisa nessa cara, troca esse pijama tosco, que eu sei que é aquele de ursinho, e vai viver a sua vida. Vamos, animação!

Taehyung suspirou.

— Tudo bem. Irei tentar... — e desligou o telefone.

Levantou-se da cama e foi até o banheiro. Tomou um banho lento, e depois deu um jeito para esconder as olheiras com um pouco de pó. Vestiu-se vagarosamente, pegou a carteira, sorriu tristemente para o seu reflexo no espelho e saiu de casa.

🉐🉐🉐

Kim Taehyung nunca havia ido à um lugar como aquele. Música alta, garotas bonitas, perdições chamadas garotos e... Bebidas. Sim, claro... As bebidas.

Namjoon havia dito algo sobre beber, e talvez fosse aquilo que ele deveria fazer. Se aproximou do bar e escutou um cara pedir duas tequilas.

— O que vai querer? — o barman lhe perguntou, e Taehyung o avaliara com o olhar. Não tinha traços orientais, era cem por cento americano, e tinha os cabelos louros longos e uma barba bem feita.

— Tequila, por favor. — pediu, mesmo sem saber que raios era aquilo.

Quando bebeu, ficou mais ativo, mais animado, empolgado, e já dançava no ritmo da música. Ansioso, queria mais. E quanto mais bebia, mas empolgado ficava. Mais exagerado dançava, e já era o centro das atenções.

Taehyung subiu no balcão do bar e dançou sensualmente. Ignorou o "E lá vamos nós" do barman e riu enquanto pedia mais. Seguranças vieram atrás dele, mas Taehyung era uma criança sapeca naquela noite. Sentia-se o astro do rock.

— EU TE ESQUECI, MIN YOONGI!! — gritou, antes de virar mais um copo e, quando ia finalmente descer do balcão, escorregou e caiu no chão.