Capítulo 3

Eram por volta das 22:25 da noite, e a rua que por si só não era muito movimentada, a essa hora já estava totalmente deserta. Eu estava vestido num traje elegante. Era um terno italiano, branco, com um lenço vermelho dentro do bolso, eu estava cima de uma calçada, sobre um gramado perfeitamente aparado. A minha frente havia uma caixa de correio escrita: Família Blanco. Mas a única coisa que conseguia fazer era me perguntar o que eu estava fazendo alí, já que não lembrava de ter me locomovido até aquele lugar.
Sentia dentro de mim um sentimento estranho, como se algo estivesse para acontecer... Logo comecei a ver uma luz forte vindo em minha direção, a uns 30 metros de distância, que cada vez mais se encurtava com o passar dos segundos. Quando já faltavam pouco menos de 15 metros, pude ver que era um carro, 4x4 prata, que, parecia estar sem controle.
Obviamente tentei correr, mas obviamente foi sem sucesso. O carro estava em alta velocidade e próximo demais para qualquer ação que fosse capaz de me desviar do carro. Mesmo assim, num movimento involuntário, tentei correr, mas tropecei no primeiro passo dado.

Agora, a única coisa que me impedia de ser esmagado pelo carro era a caixa de correio, que curiosamente tinha o sobrenome de minha família. Curiosamente por que aquela não era minha casa.

Com os olhos cerrados, por causa da forte luz que erradiava do farol do carro, só tive tempo de estender o braço e fechar os olhos totalmente!

Abruptamente acordei gritando, super assustado!

Logo meus tios vieram correndo, ver o que havia acontecido.

- Arthur! - disse o primeiro a entrar. Aquele era o tio César. O que mais se preocupava e passava maior parte do tempo dedicado a mim. - Oque houve? Você está bem? - disse ele assustado.

- Eu estou bem... - Nem tive tempo de concluir a frase. Meu outro tio entrou parecendo um furacão. Chegou se chocando contra a porta. Esse é meu outro tio, o tio Lúcio. O totalmente desastrado, atrapalhado e engraçado até.

- Arthur! Oque houve ? Você está bem? - disse ele assustado, ofegante e ainda se recompondo da agressão hilariante contra a porta.

- Será que combinaram de me fazerem as mesmas perguntas? Exceto a entrada do tio Lúcio. Esse aí é impossível de se copiar. - rindo o tio César concordou, deixando a mostra suas pequenas rugas no canto do olho.

- Ha-Ha. Pelo visto está tudo bem, já que está fazendo graça. - disse o tio Lúcio, sentando sobre o baú nos pés da minha cama.

- Como eu estava tentando dizer... Eu estou bem, só tive um pesadelo. - eu dizia enquanto eles me encaravam, me ouvindo atentamente.

É impressionante a semelhança dos dois, mesmo não sendo gêmeos. O nariz bem desenhado, a boca carnuda e extremamente vermelha, os cabelos escuros sempre repartido ao meio, até mesmo o tom de pele branco como se estivessem fazendo Cossplay do fantasma Gasparzinho. Isso tornava eles quase idênticos, exceto pela personalidade. O tio César era sério, elegante e extremamente responsável. Já o tio Lúcio era o desastre em pessoa. Sempre atrapalhado e extrovertido, vive fazendo graça e alegrando a casa.

- Bom... Já está tudo esclarecido, não está? Será que algum dos dois tiozinhos podem me tirar da cama e me sentar em minha cadeira de rodas milimetricamente personalizada? Preciso tomar banho. Hoje é um grande dia. - Falei piscando pro tio César.

- O seu tio Lúcio te ajuda. Preciso continuar empacotando as coisas, pois como você disse, hoje é um grande dia. - ele se virou e nos deixou sozinhos no quarto.

- Tio Lúcio...? - chamei a atenção dele, já que parecia que ele havia ido visitar a lua, totalmente distraído. Tio Lúcio sendo tio Lúcio. - Será que pode me ajudar a sentar em minha cadeira de rodas?

- Desculpa. Fiquei distraído, lembrando da noite maravilhosa que tive com aquela moça. A... A... - Disse ele pausadamente tentando lembrar o nome da tal mulher.

- A Michele? - Resfrequei sua memória de elefante com alzheimer.

- Essa mesma. - não aguentei e acabei gargalhando. - Eita moça linda, sua pele morena e linda como seda, aquela boca gostosa... - Novamente viajando, lembrando da Michele.

Pigarriei chamando novamente sua atenção.

- Alôôô.. Ainda preciso da ajuda do senhor.

(...)

Depois de perder tempo com meu tio no quarto, finalmente pude tomar meu banho. Uma ducha refrescante.

Após terminar meu banho e trocar de roupa, me encontrei com o tio César na sala, já quase terminando de empacotar tudo.

Hoje nos mudariamos para uma casa maior, onde poderiamos fazer instalações e adaptações para mim, devido minha não recente, mas sempre incômoda deficiência.

- Posso ajudar em algo? - Perguntei.

- Sim. Leva essa caixa e põe no fundo da caminhonete!

- Certo. - Ele esticou os braços, com a caixa na ponta dos dedos. Quando tentei pegar, a caixa caiu, fazendo tudo o que tinha dentro cair no chão.

Eram algumas roupas do meu pai.

Rapidamente meu tio tentou pegá-las, mas ainda sobrou uma blusa. A blusa!

Nela tinha estampado o emblema da antiga escolinha de música criada por meu pai. Ele a chamava de: Dream school musical. Ele sempre sonhou em levar sua sabedoria musical para o mundo, mas não chegou a ver seu sonho se realizando. Agora, aquela singela e simples escolinha se tornou numa extraordinária gravadora de sucesso, agora administrada por meus tios, renomeada: Dream Records.

Meu pai havia morrido há 10 anos atrás, quando eu ainda era uma criança, num acidente de carro, que me presenteou essa cadeira de rodas.

Ver aquela blusa me trouxe muitas lembranças, mas mesmo assim a recolhi e pos de volta à caixa. A tomei da mão do meu tio e saí em direção a caminhonete!

O rapaz veio logo atrás e disse que iriamos dar uma volta.

Durante todo o percurso permaneci calado, não por estar triste ou algo do tipo, mas ver aquela blusa me trouxe muitas lembranças mesmo.

Em torno de 30 minutos chegamos a tal casa, na qual ele explicou que seria nosso novo lar. Paramos em frente, e meu tio sugeriu que olhassimos a casa por dentro. Por fora era gigante. Dois andares, várias janelas com vidro azul claro, com duas pilastras enormes, iguais a da grécia antiga na entrada. A casa era totalmente branca por fora e acho que por dentro também.

(...)

Assim que entramos, só confirmou minhas suspeitas de que era tudo branco, tanto por fora e tanto por dentro.

- Suspeitei desde o princípio. - Falei, meio que pensando alto.

- Disse algo, sobrinho? - Fui questionado.

- Não, não. Gostei bastante da casa. - Falei mudando de assunto.

- Pois é.. Custou caro, mas com certeza irá valer à pena.

- Sim, com certeza. - Falei enquanto observava o andar de cima.

- Acostume-se, pois aqui será seu novo lar! Anda, vai falar com os vizinhos ao lado. Se apresenta. Diz que somos seus novos vizinhos, pois logo os caminhões chegarão com nossas coisas!

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Bom.. Espero que possam me perdoar todos aqueles estavam esperando por capítulos novos, mas eu estava enfrentando um bloqueio daqueles.

Espero que possam me perdoar.

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