Capítulo 10
"O mundo gira ao redor dos nossos sonhos"
POV'S MELANIE
"... A vida é imprevisível." eram essas as palavras do professor de filosofia durante a aula. Não que eu estivesse prestando atenção na aula, e não que eu não estivesse prestando atenção na aula. Só... Foi difícil manter a concentração e assimilar que nos últimos dois meses de aulas, eu teria que conviver diariamente com um garoto no qual mal conhecia, mas já odiava, e que de bônus, ele iria entrar assim na minha vida e ia se bandear pro lado da garota, que mais me odeia nesse colégio.
Se for pra ser imprevisível, seja menos maldosa, senhorita vida. Sacanagem me pôr pra estudar com esse tal de Davi, que mal chegou e já está se achando o popular.
As horas custaram a passar pro intervalo. Até lá, tive que suportar as gargalhadas da Vanessa, que mais me pareciam relinches de cavalo. Sem contar que durante a aula de física, o novato, resolveu bancar o Einstein exibicionista e toda hora levantava a mão quando o professor fazia perguntas. Perguntas que eu também sabia as respostas, mas não, ele tinha que ser inteligente, exibido, e... E... Bonito. chamando toda atenção pra si.
Já no intervalo, era notável que Isa ainda não conseguia entender por que eu estava tão distraída, mas não queria falar do meu dia anterior, que me levaria a falar do Arthur e seu piquenique, que também me levaria a falar do jovem de cabelos molhados, seminu, dando em cima de mim, e que também me levaria a falar novamente do Arthur e o acidente que me revelou sua nudez. Mesmo sendo impossível esconder as coisas de minha melhor amiga, já que ela sempre adivinha quando algo está me incomodando ou me deixando mal, prometi a mim mesma que não contaria a ninguém sobre meu final de semana, que eu esqueceria tudo o que havia acontecido e que aquilo um dia sequer havia existido.
- Mel!
- O quê? - disse meio que no automático, como se eu não estivesse ali.
- Por que está tão distraída hoje? É por causa do novato? - fui questionada com um tanto de preocupação e curiosidade. Querendo ou não, eu sabia que ela ia perguntar...
- Talvez! - respondo sem interesse. Pretendia esconder meu final de semana. Mas com Davi aqui fica difícil! E se ele falar que me conhece? O que farei? Não! Meu final de semana não está disposto a ser revelado e eu farei de tudo para que tudo continue do jeito que está. - Mal prestei atenção nele.
Isa gargalha como se houvesse escutado uma piada. Uma das boas. Mas, alguém me conte qual foi que ela ouviu porque não vi a graça em lugar nenhum.
- Claro Mel... Mal prestou atenção! - ela sorri de canto, sabendo que estou omitindo. - Mas só entre nós, achou ele um gato, não foi? - nunca havia visto a Isa daquele jeito tão... Saliente!
- Sim. - senti minhas bochechas queimarem.
- Pena ele estar andando com a Little Bitch (maneira que chamamos a Vanessa em momentos vagos e raros que a citamos em nossas conversas).
- Tanto faz - dou de ombros. - não importo. Mas só espero que ele não venha dar em cima de mim de novo. - Isa arregalou os olhos olhando pra mim.
Eu tenho sérios problemas em guardar meus segredos.
- O quê? - e um grande sorriso já estava formado em seu belo rostinho curioso. – Conta, conta, conta, conta! - agora eram gritinhos histéricos e agudos, junto com pulinhos e mãos balançando.
- Eu disse dando em cima de mim? - me fiz de desentendida. - Eu queria dizer... - fui interrompida.
- Cala a boca. Mentira! Cale não. Você vai me explicar direitinho. Ta achando que tenho cara de quê? Surda? Eu ouvi muitíssimo bem você dizer que ele deu em cima de ti. - eu riria dessa pergunta dela se minha situação não fosse tão 'delicada'.
- Isa. Não é nada disso que você está pensando... - ela continuou me encarando com uma sobrancelha levantada. Eu conseguia ler os pensamentos dela, e eu tenho que certeza que ela pensava "Você só sai daqui quando me contar tudo"
Já não era o bastante Isa me pôr contra a parede, o Davi tinha que passar olhando pra mim sorrindo. Pois é. Se eu tivesse óleo de peroba, eu dava de presente pra ele, pois eu nunca vi alguém tão sínico e cara de pau como esse garoto.
- Ahhh. Então não é nada disso que eu estou pensando, né? Quer saber, Melanie? Não precisa mais me contar - disse revoltada. - Cansei de insistir. Não quer falar? Ótimo! - começou o drama.
Eu não tinha escapatória. Mesmo sabendo que era drama, não era justo esconder ao menos isso. Ela sempre me contou e conta suas loucas aventuras.
- Ta. Eu falo - revirei os olhos. Ela já estava começando a saltitar de novo, e eu sentia meus ouvidos doerem por causa de gritos mais agudos, que os da Ariana Grande. - Shhhh... Se for ficar gritando, não vou contar. Coisa chata.
- Ta. Parei nervosinha. Agora fala. - e seus olhos fixos para mim sequer piscavam.
Tava pensando em contar de uma maneira que o envolvesse o Arthur, mas parecia impossível.
- Ta. Calma - respirei fundo e dei início ao que mais me parecia uma confissão ao padre. - Então... Sabe aquela casa gigante ao lado da minha, que estava à venda? Ela foi comprada.
- Okay. Comprada por quem? O Davi agora é seu vizinho?
- Não. Ele só me disse que se mudou recentemente pra mesma rua que eu moro.
- Ta. E quem comprou a casa ao lado da sua? - perguntou confusa.
- Os tios do Arthur! - respondi no automático.
- Melanie.
- Oi?
- E QUEM É ARTHUR? - indagou ainda mais confusa. - Aonde que o Boy magia entra nessa história?
Será que existe curso pra deixar de ser boca mole? Meu deus. Não consigo guardar um segredo meu sequer.
- Arthur? Eu disse Arthur? - me fingi desentendida de novo. Só que dessa vez era notável minha cara de quem estava fingindo não entender.
- Melanie. Te dou cinco minutos para me explicar tudo direitinho. Se não contar...
E o sinal tocou, alertando o fim do intervalo, para desespero de Isa e para meu extremo alívio. Ao menos assim teria tempo de pensar melhor o que contar, como contar e se realmente iria contar. Sei lá. Foi muita coisa num mesmo dia. Ainda não conseguia assimilar, quanto mais explicar tudo.
- Não pense que essa conversa acabou - e então Isa saiu andando de costas fazendo um sinal que está de olho com os dedos.
Minha próxima aula seria de Cálculo, então pelo menos até as 10h50min eu estaria livre da Isa para pensar em algo, já que sua aula seria em outra sala.
Segui em direção ao meu armário, precisava do meu livro de cálculo, para a aula, óbvio. Criei coragem e me aventurei a encontrar meu livro em meio àquela bagunça. Era tudo tão desorganizado, que até tinha medo de colocar a mão lá dentro e de repente aparecer em Nárnia.
Quando finalmente havia conseguido encontrar meu livro dentro do armário, senti que ele estava preso em alguma coisa. Senti medo de rasgá-lo, mas faltava menos de sete minutos para a aula começar. E se eu não chegasse a tempo...
O tempo era pouco, então me apressei tentando tirar o livro. Puxei, puxei, puxei e nada. Será que o professor acreditaria se eu disseste que as traças comeram meu livro?
Continuei a me esforçar... Eu sentia que ele estava saindo, por isso, dessa vez, usei toda minha força a ponto de ficar vermelha, até que o livro saiu! Mas fiz tanta força, que fui de encontro ao chão. Caí, e pra completar o mico... Mico não. Godzila! Todos os livros restantes que já residiam dentro do meu armário, caíram sobre mim, cobertos de poeira, sujando meu uniforme.
- Ótimo! Era só o que faltava - disse super irritada comigo mesma.
A essa hora já não tinha ninguém mais no corredor. Quase pisaram em mim, apressados para suas aulas. Não me ajudaram a recolher um único livro sequer.
Tentei tirar aquela sujeira do uniforme com as mãos, tentativa fail, e não dava tempo de ir ao banheiro. Por isso, tratei de recolher meus livros e pôr de volta no armário. A pressa era tanta, que recolhi todos de uma vez e acabei os derrubando no chão. De novo. De novo. E de novo! Até um voz conhecida ecoou pelo corredor, me assustando.
- Deixa que eu ajudo. - eu que estava de joelhos, não tive outra reação, a não ser ficar parada.
A luz contra meu rosto, que vinha do fim do corredor, me impossibilitou de ver quem era o bondoso rapaz da voz máscula, disposto a me ajudar.
Logo ele estava agachado a minha frente, recolhendo meus materiais. Para agilizar aquela situação e eu finalmente poder ir para minha aula, comecei a recolher também.
Faltava um único livro, então quando fui pega-lo, o garoto também o pegou. Fazendo nossas mãos se tocarem. Justamente o livro que tanto batalhei para tirar do armário. O garoto também não soltou. Nos levantamos com nossas mãos se tocando.
- Obrigada. Já pode soltar meu livro. - o puxei para mim.
- Esse teu jeito bravinho me deixa louco. - teu sorriso com o resto do teu rosto aos poucos foram sendo revelados a medida que ele levantava e tapava o sol, que me impedia de enxergar perfeitamente.
Seus cabelos castanhos e ondulados, seu queixo quadrado e seu sorriso atraente, olhos recém notados verdes...
É. Era o Davi. De novo!
Me senti petrificada. Por isso, permaneci calada.
- O que faz aqui? Não deveria estar na aula? - perguntou, finalmente soltando a merda do livro.
- Não é da sua conta - falei trancando com força. - Aliás, você também não deveria estar na aula? - retruquei.
- Ah, sabe como é, né? Colégio novo, tava conhecendo tudo... - sei. Como sei. Com "conhecendo tudo" ele queria dizer, vasculhar o corpo da Vanessa atrás da arquibancada. - Aliás, sabe me dizer onde fica a turma do professor... Professor Roberto, de cálculo? - ah, não. Mentira. Não bastava morar na mesma rua, estudar no mesmo colégio, agora as mesmas aulas? Isso só pode ser perseguição.
Contei até dez em pensamento e relaxei um pouco. Era impressionante como ele me tirava do sério tão fácil, mas eu precisava ser fria ou então iria enlouquecer.
- Sei. Siga-me!
- Senhorita Jones, está atrasada! Já para a diretoria pegar autorização para entrar na sala.
- Creio que não será preciso - disse Davi entrando atrás de mim. Ela só estava me ajudando a encontrar esta turma, que por acaso também é a dela.
- E quem é o senhor? - perguntou o professor em tom autoritário.
- Sou o novo aluno daqui. Sobrinho da diretora. - falou quebrando toda a moral do professor. Alguns alunos ainda fizeram " uuuh ".
O professor engoliu em seco e nos mandou sentar em nossas cadeiras.
- Melanie. Já pra sua cadeira. E você... Acomode-se em alguma cadeira livre nos fundos. Que esse atraso não se repita. - e então ele continuou sua aula.
Antes que o Davi passasse por mim, segurei teu braço.
- Valeu. - agradeci sussurrando.
- Não foi nada. - respondeu dando uma piscadela junto de um sorriso.
Voltei-me a olhar para frente. Só que desta vez me encontrava sorridente!
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Oooooooooi
Tudo bom com vocês?
Genteeee. Se eu fosse mulher, agora iria dizer " QUE BABADOOOO "
AH, DANE-SE. QUE BABADOOOO!!!! Esse Davi não desiste, hein? Kkk
Espero que tenham gostado do capítulo, que por acaso tive muito trabalho para escrever!
Hoje vou dedicar esse capítulo para 5 amigas super especiais!!!
1° RUIVITXA!!!! (Ruiva13Loira) obrigado por me ajudar nesse cap ❤
2° My best friend Lirielly *---* (liriellymikaelle) obrigado por me apoiar, sua amarela❤
3° Rainha *---* (Chyllena) obrigado por me apoiar também, sua ciumenta❤
4° VAQUELLL(Catherine_p) ❤❤ obrigado por ser você❤
5° VICK!!!!!!!!!!! (VS_Sena) Obrigado por corrigir todos os cap's, me apoiar diariamente, ser essa garota que é. ❤
Amo vocês, moças❤
Me façam feliz! Votem e comentem<3
Bjos ❤
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