6. O Bom Filho À Casa Torna!

Oii leitores, sejam bem-vindos a mais um capítulo. Espero que gostem! 😉
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Verdades e mentiras comandam o mundo em que vivemos. Na maioria das vezes nem ao menos sabemos o que é ilusão ou realidade, o que é certo ou errado, até mesmo bem ou mal. Mas como o velho ditado costumava dizer: "Mentiras têm perna curta." Então, é porque certas verdades jamais deveriam ter sido escondidas.

Em Mercúrio - Nas Profundezas do Vale das Maldições

Um jovem caminha pelas estradas do mercado, onde as bruxas e bruxos realizam as suas piores maldições para os seus inimigos que os impede de realizar os seus feitos. Ao chegar na tenda de uma vidente conhecida por realizar todos os desejos dos mortais, o jovem abaixa seu capuz revelando o seu rosto.

A velha mulher estava sentada de costas para a porta, enquanto o rapaz observava aquela tenda repleta de ingredientes para feitiços, restos mortais de humanos e animais em potes, e porções de outras iguarias.

-- Eu senti que você viria ao meu encontro, Dom. -- a mulher afirmou ao girar a cadeira e encarar o rosto do rapaz.

Ele caminhou passos lentos até ela.

-- Então, diga-me, o que um mago tão poderoso poderia querer aqui na minha tenda?

Dom se sentou na cadeira posta em frente a mesa da mulher.

-- Eu quero um poder.

-- Isso todos querem, mas creio que você saiba que terá um preço a se pagar, ou melhor, a se trocar. Você está disposto a isso? -- ela pergunta ao lhe lançar um olhar penetrante enquanto acaricia uma cobra que deslisa por seus ombros.

-- Sim, eu estou. -- ele responde com convicção.

-- Está bem, mas saiba que eu não posso trazer ninguém de volta à vida, nem fazer alguém lhe amar e nem ao menos matar ninguém. -- Dom assentiu -- Então, qual é o poder?

-- Leia o meu coração.

Ela olhou para os olhos dele e depois para o seu peito esquerdo.

-- Hum, você quer um poder da verdade. Mas para quê?

-- Leia a minha alma. -- ele disse com a voz melancólica, como se estivesse prestes a chorar, mas mesmo assim continuo sério.

A mulher olhou diretamente para os seus olhos e descobriu o porquê.

-- Nossa que interessante. Você quer saber a verdade sobre a vida de uma princesa. -- ela tocou na cabeça da cobra -- Você conseguirá descobrir tudo o que deseja quando olhar nos olhos dela.

-- Mas, e se ela souber quem eu sou? O meu irmão matou a mãe dela e nós sequestramos um dos seus irmãos.

A mulher sorriu.

-- Nossa, quanta perversidade. -- ela estalou os dedos e um papel enrolado com laço vermelho apareceu em cima de sua mão -- A garota só lhe conhecerá a partir do momento que você se apresentar pela primeira vez após ter o feitiço, se ela o viu antes ou não, ela nem ao menos se lembrará.

-- Entendi. Então, o que você irá querer em troca? Toda minha magia, dinheiro?

-- Não. Eu já tenho dinheiro, e magia de sobra. Não preciso de mais.

-- Então, o que quer?

A cobra olhou para a mulher e deslisou pelo chão, indo percorrer pelas pernas de Dom.

-- Algo simples. Eu quero uma lembrança, a sua lembrança mais feliz.

Na hora Dom se arrepiou. Ele não queria dar para aquela desconhecida a sua memória mais feliz, embora ele nem ao menos se lembrasse qual era, mas tinha certeza de que seria alguma relacionada a mulher que ele tanto amou.

-- Mas, e se eu não quiser lhe dar minha memória? -- ele perguntou apreensivo.

-- Então você não terá o poder e não saberá a verdade sobre essa menina.

Ele respirou fundo e pensou mais uma vez.

-- Está bem, eu aceito.

-- Ótimo! -- a mulher abriu o contrato -- Assine aqui, por favor.

-- Tem uma caneta? -- ele pergunta com ingenuidade.

-- Você acha mesmo que contratos de magia são assinados com uma reles caneta? -- a mulher arqueou a sobrancelhas.

-- Ah, me desculpe. Eu não pensei direito.

Imediatamente Dom pegou sua adaga e cortou a palma de sua mão, fazendo o seu sangue derramar em cima do papel.

Uma luz dourada em forma de esfera saiu de sua cabeça e foi direto para as mãos da mulher, que brincou com ela entre os dedos. Ela olhou Dom nos olhos e o poder que ele tanto queria já estava em suas mãos.

-- Mas, e se algum dia eu não precisar mais desse poder e quiser minha lembrança de volta? -- ele pergunta ao se levantar.

-- A sua única devolução será quando você se sacrificar pela pessoa que mais ama na sua vida, então quando você estiver prestes a dar o seu último suspiro a memória retornará para você e o poder para mim.

Dom assentiu e sem nem ao menos se despedir, ele foi embora. O homem seguiu pelos portais para o planeta Solária, onde tinha visto a tal menina pela última vez.

Em Solária - Reino Asthersf

Usando o seu poder de disfarce, assim que chegou no palácio que estava completamente em ruínas por conta do ataque. Dom logo foi atrás do seu interesse. Sem consegui encontrar a princesa que ele tanto procurava, o mago se aproximou de um soldado que fazia sua ronda pelo grande salão.

-- Meu jovem, onde estão os príncipes e as princesas?

-- Ah, você deve ser novato. Apenas as princesas Sol, Suzy e o príncipe Alan estão aqui. O príncipe Martin foi sequestrado pelos rebeldes que atacaram e mataram a rainha, e o Príncipe Serafin e a princesa Luna viajaram para estudos em outros planetas.

-- E para quais planetas eles foram?

-- O príncipe foi para a escola de príncipes, em Saturno, e a princesa para aquele pequeno planeta que fica entre a Terra e Marte. Desculpe, eu não consigo me lembrar direito o nome.

-- Estações?

-- É, acho que é esse. Mas por que tanta curiosidade? -- o soldado perguntou logo tocando na ponta de sua espada.

Dom quebrou o pescoço do homem em um único movimento, o matando e deixando seu corpo jogado no chão.

-- Essa não era a minha intenção, mas você fazia perguntas demais. -- ele sussurrou no ouvido do soldado e seguiu sua viagem.

No Planeta das Estações - Corte Primaveril

Dom já tinha a verdade em suas mãos, mas precisava ter a certeza de que aquela menina era quem ele pensava.

Dom sabia que não conseguiria entrar naquele planeta da forma convencional, então procurou a passagem que Primavera e os outros nunca desconfiaram que existia. Ela ficava entre um túnel da Corte Invernal, e que permitia qualquer ser sem importar o caráter a entrar.

Assim que ele pisou seus pés na corte Primaveril, Dom pensou em entrar no castelo, mas a sorte estava a seu favor, e assim que ele olhou para o jardim, a princesa que ele tanto procurava corria entre as flores.

A garotinha brincava com as borboletas que a rodopiavam ao seu redor, balançando o seu vestido azul ao vento.

Dom caminhou passos lentos até ela, o seu coração palpitava fortemente prestes a sair pela boca a cada medida que ele se aproximava da garota. Ele não sabia o que faria se ela não fosse quem ele imaginava. Em uma pequena fração de segundos os olhos dos dois se encontraram e ao observar aqueles olhos violetas mais uma vez ele finalmente descobriu a verdade.

O mago não tinha como explicar de fato que vira, mas pôde sentir tudo que aquela menina sentia, pôde ver tudo que ela via, pôde sonhar tudo que ela sonhava, pôde reconhecer entre suas memórias o momento exato em que a sua amada partiu e o desejo que ela tinha da menina ter uma vida normal longe dele. Ele não entendia o porquê daquilo, sendo que ao se ajoelhar no chão chocado com a verdade que ele sabia que existia, ele percebeu que aquela menina seria a única a qual ele sacrificaria todo o seu poder, tudo que ele tinha, que ela seria a única a quem ele daria todo seu amor que ainda existia em seu tenebroso coração, e a sua vida se fosse preciso seria trocada pela dela.

A menina poderia até não ser a sua filha tão desejada, mas era a razão pela qual ele viveria a partir daquele momento, ela tinha acabado de se tornar o seu mundo e não tinha mais nada o que se fazer.

-- Oi, você está bem? Por acaso precisa de ajuda? -- Luna pergunta ao correr até ele e sem ter a mínima ideia de que foi ele quem destruiu a sua família.

Entre lágrimas Dom lançou um leve sorriso.

-- E-Estou sim. -- ele gaguejou.

-- Então por que choras? Você já não é muito grande para ainda chorar como uma criança?

Ele tentou secar suas lágrimas que insistiam e cair, o que foi inútil.

-- Eu sei, mas é que eu me lembrei de uma amiga que tive e que não está mais entre nós... e desde então, eu me sinto sozinho porque não tenho mais amigos.

-- Eu sinto muito. Se você quiser eu posso ser sua amiga. -- ela lhe estendeu a mão e ele a pegou -- Eu me chamo Luna, qual é o seu nome?

Dom não queria que ela soubesse quem ele era de fato. Que ela o conhecesse na sua pior fase como o vilão que destruía planetas e matava pessoas inocentes, então ele se lembrou de quando conheceu a mãe dela há milênios de anos atrás e disse seu antigo nome que foram dados pelos deuses.

-- Sírius.

Luna arregalou os olhos e abriu um enorme sorriso.

-- Sírius, como a estrela?! Eu adoro essa estrela! Sabe, todas as noites eu a observo na constelação de Cão Maior pelo meu telescópio.

-- É, isso mesmo. Realmente é uma estrela belíssima.

-- Pronto, Sírius. Agora você não precisa mais chorar por estar sozinho, eu serei sua amiga!

A garotinha de cabelos da cor do fogo largou a mão do mago e lhe deu um abraço que ele há anos esperava receber, trazendo de volta para todo sempre a felicidade para o coração de uma pessoa que nem ao menos se lembrava o que era aquilo.

(1.688 palavras)
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Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉

Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕

Ass: May ✨🌸

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