4. Almas Cruéis!

Oii leitores! Sejam bem-vindos a mais um capítulo!🤗
Espero que gostem!😉
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Reino Finally - Planeta Solária

Mais uma vez lá estava Luna correndo pelas árvores e deixando sua tia maluca. Ela sabia que teria uma conselheira, mas todas as opções que sua tia gostava não lhe agradava, eram todas mulheres mais velhas que provavelmente Luna as faria ir embora apenas em horas.

De repente algo caiu de cima da árvore, ou melhor alguém.

-- Ai que susto! -- a princesa balbuciou.

-- Perdão, eu estava colhendo algumas frutas e não a vi. -- uma garotinha de pele negra, cabelos ondulados e olhos brilhantes responde.

Ela usava um adereço dourado que rodeava sua cabeça como uma coroa e seu vestido era azul com mangas longas.

-- Está tudo bem, eu também iria preferir colher frutas do que ficar naquela sala escolhendo conselheiras.

-- Ai meu Deus eu não a reconheci, alteza -- a garota se curvou.

-- Não é preciso que você faça isso. Qual é o seu nome?

-- Pérola Stuart. Eu sou uma...ops, eu sou a Marquesa de Finally.

-- Então você serve.

-- Para quê, alteza?

-- Para ser a minha conselheira.

-- Eu? Sou apenas uma criança, acabei de fazer 9 anos.

-- E eu tenho dez. Idade não importa, eu reconheço alguém que tenha um bom coração. -- a garota sorriu -- Então Pérola Stuart, você aceita ser minha conselheira e amiga?

-- Sim, alteza.

As duas se deram as mãos e correram. Assim que elas pisaram na enorme e robusta mansão, Margot estava conversando com uma adolescente belíssima de sorriso enorme, cujo nome era Amelie.

-- Finalmente você apareceu, querida. -- Margot diz com um sorriso forçado -- Essa é Amelie, Baronesa de Finally.

-- Essa é uma das minhas irmãs. -- Pérola balbuciou e Luna assentiu.

-- É um prazer poder lhe conhecer, alteza. -- a garota se curvou e Luna apenas balançou a cabeça.

-- Ela é um excelente garota, pelo que já conversamos soube que tem 16 anos e já leu ao todo 123 livros e sabe falar a língua de sete planetas dessa galáxia. Ela seria uma conselheira perfeita e... -- Luna a interrompeu.

-- Eu já escolhi minha conselheira.

-- O quê? Mas nós combinamos que faremos isso juntas, Luna.

-- Você combinou e não eu.

-- Tá, então quem é? -- a mulher abre um leque.

-- Pérola Stuart. -- Luna aponta para garota de olhos brilhantes e nariz empinado que estava ao seu lado.

-- Mas ela é apenas uma criança igual a você, provavelmente precisa de uma conselheira tanto quanto você. Não pode ser ela.

-- Claro que pode. Quem vai precisar dos conselhos sou eu e não você. -- Margot respirou o fundo e contou de 1 até 10 em pensamento para não surtar com mais de uma das birras da sobrinha. -- Ela é a Marquesa de Finally, um título mais alto do que o dessa garota.

Margot encara a garotinha e depois a adolescente que estava ao seu lado.

-- Por que a sua irmã tem o título mais alto que o seu?

A garota empalideceu.

-- É-É que -- ela respirou fundo -- É porque a mãe dela era uma marquesa que se casou com o meu pai, no seu segundo casamento.

-- Meu Deus, ela é fruto de um segundo casamento cuja a primeira esposa ainda está viva.

Não era bem visto filhos de um segundo casamento, cuja a primeira esposa ainda está viva, pois significaria divórcio, e divórcio era algo que não se aceitava ou não era bem compreendido naquele planeta.

-- Não, Luna. Ela não poderá ser sua conselheira.

-- Só por conta disso? Faça-me favor, Margot. -- Luna cruzou os braços -- Pérola será minha conselheira, ou então ninguém será.

Margot bufou.

-- Garotinha, quantos livros você já leu na vida?

-- 146. Eu sei tudo sobre a história dessa galáxia desde as primeiras guerras até os dias atuais, inclusive sei falar todas as línguas existentes na Via Láctea.

-- É sério isso? -- Margot pergunta para Amelie que balançou a cabeça confirmando. -- Você aprendeu a ler com quantos anos, e quantos anos tem agora?

-- Aprendi com três anos e cinco meses, e tenho 9 anos.

-- Eu não acredito que vou dizer isso, mas você é a escolhida. Pérola Stuart, prepare suas malas, você irá conosco para a corte.

Pérola e Luna se olharam e as duas deram pulinhos de alegria.

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No Reino de Asthersf - Solária

Aquela era uma manhã diferente em Solária. Tudo parecia está conforme o previsto.

Luna tinha uma conselheira, Martin e Safira estavam ansiosos para irem a Escola de Príncipes, em Saturno. Suzy devorava todas as histórias que lia nos livros da biblioteca particular do palácio, Alan brincava como se não houvesse amanhã e Sol já havia conhecido seu futuro marido.

Parecia loucura dizer que uma criança acabara de conhecer o seu futuro noivo, mas eram assim que as coisas funcionavam em um casamento arranjado para futuros reis e rainhas. Alianças são formadas pela coroa.

Foi um encontro rápido, ela e o Príncipe Isaac Palhares de Lastfield, nem ao menos se falaram direito apenas trocaram um único olhar em um gesto único quando ele lhe dera uma flor nativa de Solária.

Sol é apenas uma garota de 12 anos que gosta de brincar de bonecas, enquanto Isaac já é um belo rapaz de 16 anos, de cabelos loiros e sorriso reluzente, cujo único desejo é aproveitar sua juventude e não usar as amarras eternas com uma menina que ainda é jovem demais para saber o que um homem e uma mulher fazem quando estão entre quatro paredes.
Sol era uma menina doce e adorável, embora que com sua idade ainda tinha a beleza de uma criança o que desanimou Isaac em sua primeira impressão.

Em um breve momento de conversa entre os reis, Sol estava exausta. Ela parecia uma boneca de porcelana sentada ao lado de seu pai, e mal podia esperar que Isaque e seu pai fossem embora para que ela pudesse ir se divertir com seus irmãos e a nova conselheira de Luna no jardim.

Isaac também estava inquieto com aquela situação, seu primo estava lhe esperando no estábulo do palácio para que os dois pudessem montar a cavalo. Eles eram muito unidos desde crianças, como irmãos, Ravi era o nome dele e os dois gostavam de lutar e apostar corridas, sem contar o desejo dos jovens de conhecerem os prazeres do mundo. A pouca diferença de idade entre eles não fazia a menor importância já que praticamente tinham a mesma altura, mas Ravi tinha algo que Isaac - que sempre teve tudo do bom e do melhor -, o invejava. A liberdade.

Ravi Petrova tinha liberdade para tudo o que quisera, seus pais governavam um pequeno reino e não tinham o menor interesse em obrigar seu filho a se casar com uma princesa que herdaria a coroa de um reino poderosíssimo.

-- Augusto, creio que eles estão um pouco entediados com a nossa conversa. -- Tristan diz ao pegar uma taça onde despejou vinho. -- Vocês deveriam caminhar pelo jardim do palácio, ou até mesmo Sol poderia apresentar seus irmãos para Isaac, até porque daqui a alguns anos você também fará parte da nossa família.

Sol assentiu e se levantou, Isaac fez o mesmo e a seguiu pelos corredores do palácio.
Ele colocou suas mãos para trás e manteve seus olhos azuis fixos nas crianças que brincavam perto das árvores.

-- Então -- ele balbuciou -- Acho que deveríamos nos conhecer um pouco já que iremos passar a eternidade juntos. -- Isaac se arrependeu do que disse assim que fechou os lábios.

Sol o olhou com decepção, aquilo soou como se ela fosse um estorvo na vida dele.

-- O que você gostaria de saber sobre mim?

O príncipe pareceu ficar constrangido por ela não ter percebido a indelicadeza dele, ou ao menos ter fingido não perceber, mas não seria melhor assim?

-- Ah, o que você faz durante o dia?

-- Bom, de manhã eu tenho aulas educativas para princesas e depois do almoço tenho aula de música, e antes de dormir costumo contar histórias para os meus irmãos.

-- A sua diversão, os seus dias se resumem a aulas chatas.

-- Às vezes eu costumo brincar com os meus irmãos também.

-- Que previsível. -- ele me balbuciou.

Sol por um momento pensou em respondê-lo com a mesma indelicadeza que ele a tratara, mas tentou fazer isso sem precisar se rebaixar.

-- Alteza, caso não tenha notado eu sou uma criança e o que as crianças fazem de melhor é brincar. -- ela disse suavemente e ele a encarou -- Eu ainda irei desabrochar como a mulher que um dia será sua esposa, então não se preocupe com o que eu faço agora. Por favor, deixe-me aproveitar a minha infância

Isaac assentiu desviando o seu olhar novamente para o jardim e Sol respirou fundo. Suas mãos tremiam com a adrenalina que aquela resposta lhe trouxera. Os dois caminharam juntos para o jardim.

Um garoto loiro de olhos verdes, que deveria ser apenas uns dois anos mais novo que Isaac cruzou o seu caminho.

-- Altezas. -- ele se curvou.

-- Ravi, sabe que não precisa de todas essas etiquetas, primo.

-- Eu estou sendo educado com a sua noiva e não com você. -- Ravi sorriu com deboche e Sol mordeu os lábios inferiores para não sorrir.

Isaac deu um fraco soco no ombro do primo que começou a rir.

-- Alteza, esse é Ravi, meu primo. Ravi, essa é a princesa Sol.

-- É um prazer conhecê-la.

-- Igualmente. -- ela respondeu tentando conter sua vontade de correr para os irmãos.

As crianças estavam há poucos metros deles e corriam de um lado para o outro, enquanto Martin estava mostrando sua coleção de insetos para Pérola que ficou interessada.
Os dois se olhavam com encantamento. Já Luna estava sentada próximo a eles, ela usava um vestido amarelo e uma pequena cartola em sua cabeça, parecia até mesmo uma dama, uma garota que nunca se envolvia em problemas.
A garota segurava um caderno e desenhava concentrada Pérola e Martin, que nem ao menos percebera quando sua irmã se aproximou acompanhada dos príncipes.

-- Irmãos, eu gostaria que vocês conhecessem duas pessoas. -- Sol disse e todos prestaram atenção, menos Luna que permaneceu de costas desenhando. -- Esses são os princípes Isaac e Ravi. Rapazes esses são, Serafin...

-- Safira -- o garoto balbuciou a interrompendo.

-- Safira, Suzy e Alan -- ela apontou e as crianças sorriram para os príncipes -- E esses são Martin, Pérola, ela é a conselheira de uma das minhas irmãs.

-- Conselheira? Mas ela é tão criança quanto vocês.

-- Bem príncipe Isaac, Pérola foi a mais bem requisitada da região e a única que agradou minha irmã. -- Sol respondeu já um pouco cansada da incomodação de Isaac. -- A propósito esta minha irmã, Luna. De quem Pérola é conselheira.

Ao escutar seu nome, a garota de cabelos da cor do fogo ergueu sua cabeça e os seus olhos se encontraram de imediato com os do príncipe Ravi, mas não por escolha e sim por acaso. Apesar de ter os traços infantis de uma criança, Luna era belíssima e chegava a parecer uma boneca de porcelana com o seu rostinho angelical.

Ela apenas balançou a cabeça em forma de comprimento e eles assentiram.

-- Luna, o que você fazia? Estava tão concentrada quando chegamos.

Ela se levantou passando a mão na saia do vestido e depois ergueu o seu caderno.

-- Eu estava desenhando o Martin e a Pérola. -- ela disse com suavidade -- O que acham?

Assim que ela mostrou o desenho Isaac franziu o cenho e olhou para Ravi que não prestava atenção em outra coisa a não ser na cor dos olhos de Luna. Eram violetas como de sua mãe, uma cor incomum de se ver todo dia.

-- É lindo, muito adorável! -- Sol mente.

Aquele desenho era tudo, menos bonito.

-- É um pouco... Abstrato, mas é bonito. -- Isaac completa.

-- Bonito? Esse é o desenho mais feio que eu já vi na minha vida. -- Ravi diz ao mudar seu foco.

Todos o encararam surpresos. Luna pareceu ficar chateada, o que deixou o príncipe constrangido, mas um sorriso se formou em seus lábios e Luna gargalhou.

-- É, tem razão. É muito feio mesmo. Acho que tenho que aprimorar as minhas habilidades. -- ela o olhou com ternura -- Eu agradeço pela sinceridade, mostra que tem um coração verdadeiro demais para mentir para uma criança. -- ela lhe lançou um sorriso que fez as bochechas dele corarem.

Naquele exato momento um barulho de explosão soou e uma fumaça negra cobriu todos. Luna segurou a mão de alguém e tentou correr para dentro do palácio, Isaac na mesma hora puxou Sol contra si e os dois se esconderam na floresta, gritos foram ouvidos e alguns criados pegaram em seus colos Suzy e Alan, enquanto o restante se dividiu para socorrerem os herdeiros que no susto se espalharam pelas redondezas do palácio.

-- Corra Pérola! -- Luna gritou ao passar pela névoa.

-- Alteza, você segurou na mão errada. Eu sou o príncipe Ravi.

-- Onde está minha conselheira e os meus irmãos? -- ela parou de correr e pôde finalmente perceber quem estava em sua frente.

-- Estamos aqui! -- Martin gritou ao se aproximar com Pérola -- Seguimos vocês.

-- Onde estão os outros? -- Safira pergunta.

-- Acho que devem ter corrido para a floresta.

Mais um barulho soou e uma das torres do castelo desmoronou. Eles se abraçaram assustados com o que acontecia.

-- Mas o que é isso? -- Pérola pergunta assustada. -- Um ataque rebelde, talvez?

-- Ataques rebeldes em Solária? Não é isso, tenho certeza que é outra coisa. -- Ravi responde tentando olhar em volta.

Eles correram para dentro do salão real, mas se pudessem voltar no tempo teriam preferido permanecer onde estavam.

Héctor um dos magos os mais perversos perfurou o coração da rainha Adhara com uma adaga de ouro na frente das inocentes crianças.

-- NÃO! -- Martin gritou correndo ao encontro da mãe.

Safira se desmaiou no chão e um dos soldados o levou para um lugar seguro. Os outros tentaram impedir Martin, mas já era tarde demais e a rainha já havia dado seu último suspiro.

Hector agarrou Martin e gargalhou.

-- Olhe Dom, encontramos um ótimo brinquedo para os nossos irmãos.

-- M-Me largue! Seus covardes!

O garoto se debateu. Tristan nada podia fazer, estava caído no chão desacordado.

Pérola correu e tentou arrastar Luna consigo, mas não conseguiu.
Ravi lutava corporalmente com um dos deles e o matou ao empurra-lo da sacada.

-- Larga o meu irmão! -- Luna correu e acertou uma espada em uma das pernas de Hector, o fazendo perder um pé.

O mago gritou de dor, mas mesmo assim não soltou Martin. Ele tentou pegar Luna enquanto ela corria em meio aos destroços, mas Dom a segurou primeiro.

-- Me solte! -- ela implorou.

E assim que os seus olhos se cruzaram, Dom percebeu a verdade. Ele ficou imóvel ao encará-la e reconhecer os traços de Selene nela.
Seria possível que seres de bom coração poderiam mentir, ou aquilo não se passava de uma coincidência?

De forma sagaz Luna mordeu a mão dele e correu ao lado de Ravi para a saída. Por ironia do destino os dois se separaram nos corredores.

Luna sentiu alguém puxá-la para dentro de uma porta, tentou gritar, mas o cansaço a venceu e de repente tudo escureceu ao seu redor.

(2.523 palavras)
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Qualquer comentário é válido pessoal, seja ele bom ou não! 😉

Tchau e até o próximo capítulo! 👋🏻💕

Ass: May ✨🌸

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