19 - Fio Vermelho do Destino
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⚠️ATENÇÃO ⚠️
CONTÉM CENAS QUENTES 🔥 🔞
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Kira
Foi difícil ficar sem ele. Quando eu fugi por dez anos eu alimentei uma esperança de que em algum momento nós nos encontraríamos. Naquele momento eu estava decidida a nunca mais ceder. Satoru não falava mais comigo. Ele ia até a porta do prédio, ligava para Ren e ele descia. Orgulhoso como era ele de fato não voltaria atrás. E os dias iam passando e depois os meses. Em todos os momentos Gyu manteve-se ao meu lado. Eu não disse a ele da minha briga com Satoru. Só iria aumentar suas esperanças cada vez mais. Mas, eu estava sofrendo.
Eu estava caminhando pelas ruas de Shinjuku tentando me proteger do frio. O outono havia chegado com força. Eu avistei Mayu de longe, ao lado de um homem que eu já havia visto. Era um dos feiticeiros que inclusive eu já havia trabalhado com ele. Nanami.
Mayu estava feliz, de um jeito que nunca havia visto antes. Mais leve e mais solta. E os dois tinham uma conexão muito grande. A fofoca entre os feiticeiros era que ele tinha conhecido uma mulher e estava prestes a abandonar a carreira. Fazia sentido do porquê. Mayu era mesmo maravilhosa. Eu decidi seguir adiante, não queria que ela me visse. Eu despistei e continuei andando.
— Agora vai fingir que não me conhece? — Mayu disse com a voz firme.
— Eu não queria atrapalhar você e o seu...?
— Namorado. Na verdade... noivo. Estamos morando juntos.
— Nossa! Quanto tempo eu dormi? — Eu fiquei sem entender quando tudo aconteceu.
— Nossa conexão é grande e eu pensei que perdi tempo demais.
— Eu acho que te devo desculpas por isso. — Eu disse desviando o olhar.
— Não. Me deve desculpas por ter me deixado de lado na sua vida.
— Achei que estava fazendo certo, eu e meu egoísmo.
— É você é mesmo. Não pensou em mim ou nos meus sentimentos. — A verdade dói e Mayu sempre foi assertiva, sem meias palavras. — Mas... você também foi a mãe que fez tudo por seu filho. Até mesmo abrir mão do amor. Isso é admirável. Espero que possa encontrar a felicidade.
— Dá para ver que não estou feliz?
— Dá sim.
— É...
— O pai do seu filho? — Nem precisa ser muito esperto para entender. Era óbvio que era por ele. Minha vida girou dez anos em volta dele. Eu apenas balancei a cabeça e ela entendeu. A vantagem dela era isso. — Faça como eu Kira. Siga em frente. Eu achei que o Gyu era o amor da minha vida. Que um dia ele entenderia e aceitaria meu amor. Mas, eu conheci o Kento. Talvez isso aconteça com você.
— É talvez... — Eu queria acreditar nisso com todas as minhas forças. Queria mesmo.
Ela se aproximou de mim e me envolveu em um abraço apertado. Eu me sentia culpada. Mayu era boa e gentil.
— Você ainda é minha amiga e desejo o melhor para você.
A amiga ruim era eu. E eu entendia isso. Conversei mais um pouco com ela. Trocamos números de celular e depois eu fui embora. Pensando nas possibilidades do que eu faria dali em diante.
Passei em frente a um restaurante estrelado e foi ali que percebi que eu deveria mesmo seguir em frente. Satoru estava sentado com uma ruiva, sorrindo e alisando o rosto dela e depois, ele a beijou. Eu senti tanta raiva, tanto desprezo. Eu sabia que ele tinha seguido em frente, mas ver com meus próprios olhos foi o mesmo que matar minha alma aos poucos, lenta e dolorosamente. Eu saí dali o mais rápido que pude e voltei para casa.
Ren estava com Hiei de novo. Era o fim de semana para ficar com ele. Eu andei de um lado para o outro morrendo de raiva do Satoru, queria que ele e aquela vagabunda morressem dolorosamente. E aí eu fiz a coisa mais impulsiva que podia.
Eu liguei para o Gyu.
Eu sei, eu devia ter pensado melhor, não agir por impulso. Mas, quando eu vi ele com outra mulher eu surtei. Eu já não tinha me livrado de todos esses sentimentos? Quando Gyu chegou na minha casa eu ainda estava tão confusa que não sabia se devia ou ter feito mesmo aquilo. Ainda dava tempo de desistir. Mas, eu queria vingança.
— Kira? Você me chamou, eu vim o mais rápido que pude. Aconteceu alguma coisa?
— Entra. — Ordenei, extremamente eufórica.
— Tá.
Gyu entrou meio sem entender. Ou talvez ele soubesse só pelo meu jeito de olhar para ele. Nunca fui boa em disfarçar meus sentimentos.
— Gyu, eu vou ser sincera. Eu... te chamei aqui porque... eu resolvi te dar uma chance. Se ainda me quiser. — Direta e sem rodeios.
Os olhos de Gyu brilhavam como duas estrelas e eu me senti muito mal por isso. Mas, não havia mais como voltar atrás. Era melhor ficar com o Gyu, alguém que me amava de verdade, do que com alguém que não iria me levar a sério. Ele se aproximou de mim com tanta emoção que quase dava para ouvir seu coração batendo acelerado.
— Kira, essa foi a melhor coisa que ouvi na vida.
Gyu era o que para mim? Naquela altura não podia dizer que era como um irmão. Não depois de eu imprudentemente ter avançado numa fase que não devia. Ele me puxou para mais perto dele segurando firme em minha cintura e seus lábios se encontraram com os meus. Gyu beijava bem, o amor que ele tinha por mim só deixava tudo melhor. A pegada dele era forte, o cheiro dele era bom e ele tinha um corpo musculoso. O problema era eu. Estava no piloto automático, na minha mente eu só pensava no que Satoru estava fazendo com a ruiva, se ele estava fazendo amor com ela como fazia comigo. Se dizia a ela as coisas que dizia para mim. Isso estava me matando.
Mesmo assim eu me deixei levar. Gyu me amou com paixão. Ele tremia como um adolescente. Acho que ele esperou a vida toda por aquele momento e as lembranças que tenho são tão vagas que nem sei descrever direito. Ele era carinhoso, gentil, pensava no meu prazer acima de qualquer coisa. Um homem maravilhoso. Mas, eu não sentia nada. Nada. Nem mesmo quando ele estava dentro de mim. Eu sei que me concentrei em sua tatuagem de carpa que ele tinha no braço e ensaiei uns gemidos tão falsos que desejava que ele não percebesse. E ao mesmo tempo ansiava para acabar logo. Mas, acho que emocionado como ele estava não iria perceber.
Ele deitou ao meu lado quase chorando de felicidade e me abraçou forte contra seu corpo. Eu me sentia um lixo. Do pior tipo.
— Esperei tanto por esse momento.. eu te amo Kira. — Ele dizia beijando minha testa.
— Eu também. — Me levantei daquele abraço. Tentando disfarçar minha insatisfação. Fui para o banheiro e tranquei a porta. A sorte é que ele não pediu para vir junto. Liguei o chuveiro e sentei dentro da banheira sentindo a água quente cair sobre o meu corpo e chorei. Chorei. Chorei tanto que minha garganta queimava.
E a partir dali nós começamos um relacionamento. Do pior jeito possível.
(...)
Gyu foi morar com a gente depois de um mês. Ren ficou tão feliz que deu até gosto. Moramos juntos por toda a vida dele então isso não era tão estranho. E Gyu gostava muito dele. Eu só pedi para que ele não falasse ainda sobre o relacionamento. Tudo ainda estava meio recente.
Eu pensei que depois de um tempo tudo ficasse melhor. Mas, o sexo com Gyu era o mesmo que comer uma sopa insossa e sem sabor. Ele se esforçava, e eu fingia. Talvez eu tenha me cansado dessa vida. Tinha vivido sempre em prol disso. Eu devia me apegar a outras coisas.
E eu tentei. Gyu era gentil, doce, educado. Acho que não poderia pedir um marido melhor. E se passou mais um mês e mais outro. E para minha sorte, por mais que estivéssemos no mesmo ciclo social, eu nunca me encontrava com Satoru.
Eu, Gyu e Ren vivíamos como uma família de verdade. De fazer piqueniques aos domingos e tomar sorvete na praça. Gyu era um pai tão incrível que me deixava orgulhoso de certa forma. Mas, Satoru também era, um pai tão incrivel que Ren falava nele o dia todo. Depois de um tempo ele começou a treinar o Ren e todo dia ele chegava com o brilho no olhar que o pai havia ensinado algo novo pra ele. Além dos brinquedos caros, roupas de marcas. Não tinha nada que Ren não quisesse que ele não dava. Era um pai perfeito. Só era um namorado de merda. Ou algo assim já que ele nunca me chamou de namorada. Isso também doía pra caralho. Nunca fui nada para ele além de alguém para ele comer de vez em quando.
Eu estava tão mal que não conseguia nem dar um sorriso direito. Eu comia pouco, dormia menos ainda. Por que o "término" com um babaca doía tanto?
Eu vivia perdida no tempo, mas havia algumas datas que eu não me esquecia. A data do nascimento do meu filho, dia cinco de abril. A data no aniversário do Gyu, vinte de fevereiro, o meu aniversário, obviamente, dia vinte e cinco de julho e o aniversário do homem que fez todo um estrago na minha vida. Dia sete de dezembro, o aniversário de Satoru. Durante o inverno, quando a neve caía lentamente. Todos os anos eu lembrava do aniversário dele que por sinal, nunca passamos juntos, mas eu me lembrava e naquele ano eu senti mais que todos os outros. Talvez porque eu soubesse que era mesmo o fim. Depois de meses que terminamos de vez, ele não me ligou, não me procurou. Nem uma única vez. Ele cumpriu o que disse afinal.
E era dia sete de dezembro... Eu andava devagar pelas ruas próximas a minha casa. Eu passava muito tempo andando meio sem rumo, sabe? Como se eu buscasse algo naquelas ruas. Era dia sete de dezembro, as pessoas se planejavam para o Natal. Dia vinte e quatro era o dia para os namorados, então havia sempre muita movimentação de casais se preocupando com o que comprar para o seu par antecipadamente.
Parei em frente a uma loja de doces. O favorito dele era mochi. Aliás, doces de modo geral. Tudo que eu via me lembrava dele. Ou momentos que nós vivemos. Eu entrei na loja de doces e fui andando pelos corredores. Eu ia levar algum para o meu Ren. Andar naquela loja me deu uma sensação de nostalgia. Foi numa loja tipo aquela que eu o reencontrei depois de ficarmos sem nos falar. Eu ainda me lembro da sensação de vê-lo, do cheiro dele. Da forma como ele me tratou. Talvez eu devesse ter recuado naquele instante. A gente não teria se relacionado, e nada do que veio depois teria acontecido. A única coisa ruim é que talvez eu não teria o Ren.
Ou na verdade nós estivéssemos predestinados. Akai Ito, ou "Fio vermelho do destino" é uma lenda chinesa que se espalhou por toda a Ásia há mais de 2 mil anos atrás. Conta a lenda que no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos daqueles que estão predestinados a se encontrar e se tornam ali, "almas gêmeas".
No Japão a lenda se tornou muito popular, mas sofreu algumas modificações. A linha que conecta as almas seria amarrada no dedo mindinho ao invés de nos tornozelos, e ganha o nome: Unmei no akai ito, que significa: Corda vermelha do destino. A história também fala sobre um fio invisível que conecta duas pessoas que estão destinadas a viver juntas para sempre. Uma ligação espiritual que representa o amor em sua forma mais plena.
Acredita-se, que quanto mais longo o fio, mais distante e tristes as pessoas estarão, e também o contrário; quanto mais próximas as pessoas destinadas estiverem, mais curto o fio e mais felizes serão. Ainda de acordo com a lenda, não importa quantas pessoas ou quantos relacionamentos passam por nossa vida, pois só seremos felizes de verdade com a pessoa que estiver na outra ponta do fio vermelho.
Vai ver que estávamos mesmo ligados pelo fio vermelho. E por isso eu não conseguia nem viver direito longe dele ou com a ideia de não tê-lo nunca mais.
Parei na ponta de um dos corredores e senti meu coração acelerar cada vez mais. Era óbvio que ele estaria ali, né? O destino ou seja lá quem for brincando com meus sentimentos. De todos os dias possíveis tinha que ser justo naquele dia. Ele olhou para mim de forma séria. Na certa iria virar a cara para mim e a gente fecharia de vez aquele ciclo e seguiríamos nossas vidas separados, para sempre.
Eu abaixei a cabeça e respirei fundo. Iria continuar meu trajeto, seja lá para onde eu fosse. Eu virei as costas e fui seguindo meu caminho senti apenas a mão dele tocar meu ombro e parecia que ia desmontar ali mesmo. Ele ainda causava tantas coisas em mim que eu não conseguia me livrar. Me virei para ele com o rosto meio tenso. Eu não sabia se ele me xingar ou me ofender ou algo do tipo. Mas, como sempre, ele era enigmático.
— Oi Kira. — Que expressão era aquela? Piedade? Desprezo? Que ódio eu tinha dele e seu modo de viver e fazer as coisas. Não. Era amor. Intenso até demais.
— Oi...
— Está muito abatida. Parece que emagreceu e está com olheiras profundas. Eu... posso te ajudar em alguma coisa?
— Eu tô bem. — Menti. Mas, não adiantava, era óbvio que eu não estava.
— Não precisamos ser inimigos. Temos um filho e esse elo não é fácil de quebrar.
— Eu sei. Mas, é melhor para nós mantermos uma certa distância. — Eu só lembrava dele e da vagabunda que ele estava no outro dia.
— Ok. — Ele também não cedia. Era orgulhoso e teimoso.
Eu tentava esconder o que sentia. Da vontade que eu tinha de abraçar ele e não soltar nunca mais. Talvez tenham sido meus olhos que me condenaram. E ele sabia exatamente onde eu fraquejava. Ele tocou meu rosto com as costas dos dedos e acariciou com delicadeza. Só aquele toque me fazia estremecer. Ele se aproximou mais de mim até nossos corpos se encontrarem. Eu comecei a chorar involuntariamente, doía tanto, tanto, tanto.
— Não gosto de ver você assim. Me diz o que eu posso fazer por você.
— Não tem nada que você possa fazer.
— Vamos deixar de bobagem. Você me ama. A gente se completa. — Ele tinha a voz mansa e aveludada. E eu estava quase caindo. Me entregando. Ele selou um beijo suave em meus lábios. Meu corpo inteiro tremia.
— Eu não posso. Isso não vai dar certo.
— Você me ama... não adianta tentar negar.
— Eu amo. Mas, infelizmente nós queremos coisas diferentes.
E eu o amava muito. Do tipo que precisava dele até para respirar. Um amor absoluto. E eu não deixaria de amar não importa quanto tempo passasse. Mas, tinha coisas que não dava para insistir. Eu virei as costas e sai da loja sem olhar para trás. A única coisa que eu queria era correr o mais longe possível dele. A neve caía cada vez mais, eu me lembro que parei para tomar um fôlego, e o vi diante de mim mais uma vez. Era impossível fugir dele na corrida. Eu balançava a cabeça negativamente tentando me manter firme na minha decisão.
— Vinte minutos. — Ele disse se aproximando mais. — Eu só quero vinte minutos com você. Depois eu prometo que não te procuro mais.
— Por favor... eu não quero mais sofrer.
Ele se aproximou mais e tocou minha mão e saiu me guiando pelas ruas cobertas de neve. Eu nem lembro como eu cheguei no apartamento dele. Aliás, aquela era a primeira vez que ia lá. Eu sei que ele tirou meu casaco e meu cachecol e eu tirei meus sapatos. Entrei devagar ainda aérea. Eu estava me sentindo tão mal e tão vazia que parecia que meu corpo estava anestesiado.
— Honey. Você quer um chá?
— Quero.
Ele estava percebendo. Sempre foi esperto. Eu só achava que ele provavelmente estava vivendo a vida dele e eu estava no fundo do poço. Eu sentei na cadeira que tinha na varanda de seu apartamento ao lado de uma pequena mesa redonda tipo bistrô. O frio fazia sair fumaça pela minha boca, eu coloquei os pés sobre a cadeira e abracei as próprias pernas. Ele colocou o chá sobre a mesa e sentou-se ao meu lado.
— É camomila. É calmamente.
— Obrigada.
— O Ren? — Ele perguntou adoçando o chá dele com uma quantidade açúcar que me enjoava só de ver
— Em casa com o Gyu. Eles iam jogar RPG.
— Ren ama RPG né?
— É.
— Tá morando de novo com aquele idiota? — A pergunta me pegou de surpresa. Mas, era óbvio que Ren iria contar uma hora ou outra.
— Estamos juntos.
— Hum.
Ele mudou até a postura. Eu não devia me deixar levar pelas cenas dele. Ele provavelmente estava apenas querendo me enganar. Ele tirou os óculos e colocou sobre a mesa e depois esfregou os olhos e soltou um suspiro pesado.
— Merda... — Ele disse com a voz levemente trêmula. — Juntos mesmo?
— Sim.
— Eu perdi para aquele idiota? — Ele levou as mãos à cabeça e ficou um tempo em negativa.
— Ele... é gentil. Um marido que todo mundo gostaria de ter.
— Então, por que não está feliz? — Ele se virou para mim, os olhos azuis brilhavam como estrelas.
— Eu estou feliz
— Mentira! Eu vejo nos seu rosto. Está infeliz.
— Eu te agradeço pelo chá, eu nem devia ter vindo. — Coloquei a xícara sobre a mesa e saí em direção à porta.
Ele segurou meu braço e me virou para ele e me segurou pelos ombros e me suspendeu no ar como se eu fosse uma pluma.
— Diz para mim, é bom estar com ele?
— Me solta. Eu vi você. Seguiu em frente. Estava com outra.
— Que outra?
— A ruiva! — Eu disse com certo ranço na voz.
— Meu amor, eu sou seu. Não tem ninguém que eu queira mais que você.
— Eu não quero começar isso de novo.
— O que sente quando ele beija você? — Ele encostou bem próximo ao meu rosto, nossos lábios quase se tocando.
— Você tomou sua decisão, disse que casamento não era para você, porque você não me deixa em paz?
— Eu deixo. Se olhar nos meus olhos e dizer que não sente nada quando eu te toco.
— Não sinto... — Eu disse isso apertando as pernas uma na outra tentando conter a sensação que ele me causava.
— Mentira. Você é minha e eu sou seu. Não há como negar isso.
Ele me pôs no chão e segurou minha cintura com firmeza e beijou meu pescoço. Acho que minha resistência estava indo embora. Era só a gente se ver. Era só nos tocarmos e tudo voltava a ser como sempre. A paixão e o amor estão juntos no fim. Era injusto com Gyu. Eu não sentia nada com ele e Satoru mal me encostava e eu já estava incendiando de tesão e paixão.
Ele parou e ficou me olhando com satisfação. Depois me acariciou por cima da calça e quando viu minha reação, ele teve certeza que eu não tinha mais resistência. Mas, antes de fazer qualquer coisa a mais ele ia me levar ao meu limite. Meu rosto queimava, meu corpo suava mesmo com o frio do inverno lá fora. Ele enfiou a mão dentro da minha calça e atingiu onde queria, não dava para negar que ele conhecia cada centímetro do meu corpo. Soltei um gemido leve e ofegante.
Não havia mais nada a fazer, eu já havia me entregado. Amar alguém com essa intensidade é algo muito perigoso. A gente perde a noção até do que é certo e o que é errado. Eu não conseguia dizer nada, nem quando ele tirou a minha calça com a calcinha e tudo e se ajoelhou. Eu só senti sua língua percorrer áreas tão prazerosas que me fizeram perder toda a razão. Passei três meses com o Gyu sem sentir nada. E em minutos com aquele homem que me fazia perder toda a minha compostura eu tive um orgasmo tão intenso que enfraqueceu minhas pernas, elas tremiam. Além do choro. Uma mistura de raiva e satisfação.
Por que? Era mais fácil ele seguir a vida dele e eu a minha.
Ele tirou as próprias roupas e depois me levantou do chão, tirando também as peças que faltavam tirar do meu corpo. Ele me pegou no colo, eu abracei seu pescoço e depois ele me levou para seu quarto.
Eu o amava. E a paixão que tínhamos um pelo outro só deixava isso mais claro. E parecia que ele estar dentro de mim não era o suficiente. Eu ainda queria mais. Eu não queria gentileza, ou que ele fizesse um caminho de flores como Gyu fazia, nem momentos românticos e velas aromáticas. Eu queria exatamente o que Satoru fazia. Ele atrás de mim, apertando meu pescoço e sugando meu seio. Socando em mim com tanta força que meu corpo ficava vermelho, ou puxando meu cabelo enquanto fazia isso. Era disso que eu gostava. E foram três meses sem ter nada disso. Quando ele se satisfez e a mim mais ainda ele me puxou para mais perto e me abraçou forte.
— Eu amo você. E ninguém faz como você. Essa entrega é só você que tem. Senti tanto a sua falta. — Ele me disse manhoso.
— Eu digo o mesmo de você.
— Aquela mulher não representa nada para mim.
— Eu fiquei muito mal com aquilo. Doeu muito.
— E me dói você com aquele idiota.
— Não sei como terminar agora.
— Eu entendo.
O abracei forte. Deitada sobre seu corpo sem saber o que fazer ali diante. E o pior de tudo é que eu não me arrependia.
— Feliz aniversário, queria ter comprado algo para você, mesmo que estivéssemos separados. — Eu disse ofegante.
— Quer presente melhor que esse?
Me cobriu de beijos e depois dormimos os dois abraçados. Passei a noite na casa dele e depois inventaria alguma desculpa esfarrapada para o Gyu.
Eu era o pecado. O erro na vida de pessoas boas como o Gyu. Eu e Satoru nos merecíamos, eu era tão ruim quanto ele.
Pecado.
Traição.
Luxúria e desejo.
Se era ruim não ter um rótulo num relacionamento, era pior ainda ter o rótulo de amante. Exatamente isso. Eu e Satoru nos tornamos amantes. Eu devia ter terminado com o Gyu e ido viver daquele jeito de uma vez. Mas, parece que toda vez que eu tentava eu não conseguia pôr um ponto final.
Ao invés disso eu me encontrava com Satoru às escondidas. Seja no apartamento dele pelo menos uma vez por semana. Ou no meu próprio apartamento na mesma cama que eu dormia com Gyu. Quando penso nisso tenho nojo de mim.
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