17 - As voltas que o mundo dá

⚠️ATENÇÃO ⚠️ 

O CAPÍTULO A SEGUIR CONTEM CENAS QUENTES.

APRECIE COM MODERAÇÃO 🔞


Mayumi

Eu amava Gyu.

Gyu amava Kira.

Kira amava Satoru.

Satoru não amava ninguém, além de si mesmo.

Pelo menos era essa a visão que eu tinha. No final nós todos sofremos. O amor tem dessas coisas né? Amar e não ser correspondido. Amar o Gyu era o meu maior pecado. Desde o princípio ele habitou meu coração e insistia em não sair de lá. Porém, era difícil competir com alguém como a Kira. Ela o mantinha ao seu redor como se fosse um reserva de um time de futebol. Ela vivia das migalhas que o Gojo dava a ela, se apegando em meros gestos que acreditava ser amor. Eu entendo, eu sempre fui assim também. Mas, ela mantinha o Gyu ao redor dela, como um porto seguro. Algo que Gojo nunca foi para ela. Eu até entendia, mas para mim era um egoísmo do caralho.

Eu aguardei aos pés da escadaria pelo menos por mais uma hora. Dava para ver toda a movimentação ao redor da casa na montanha. Eu via maldições, mas era uma humana normal, vamos dizer assim. Eu não não tinha energia amaldiçoada. A barreira ao redor da mansão se quebrou e em questão de minutos, muito estrondo, barulho, gritaria e depois o mais absoluto silêncio.

Eu fiquei com o coração na mão. Em todos os casos, todos nós sairíamos perdendo. Em questão de horas vários feiticeiros chegaram ao local fazendo perguntas. Eu disse que estava apenas de motorista. Quando eu os vi ali, eu tive certeza que o mestre Hanzo havia sido derrotado. Como se ele tivesse alguma chance com o maior feiticeiro da atualidade sendo o pai da criança que ele tinha sequestrado.

Foi bem agitado aquela noite. Eu subi a escadaria algum tempo depois e me deparei com eles reunidos. Kira tinha uma manta nos ombros abraçada o tempo todo com seu filho que naquela hora da noite já havia adormecido. Ainda mais depois de todo caos que havia acontecido. Gyu com cara de poucos amigos encarando Satoru que conversava com um dos feiticeiros, Hiei mais adiante dando explicações a outro feiticeiro. Eu nem quis me aproximar. Eu não fazia parte de tudo aquilo. Eu demorei um tempo para entender. Afinal, os meus "amigos" nunca fizeram questão disso.

Eu suspirei e fui me afastando devagar. Era melhor que não me vissem ali naquele momento. Eu iria ligar depois para o Gyu e dizer que fui embora. Era melhor assim.

— A senhorita precisa de ajuda? — A voz era grave, firme. Eu virei meu rosto para ver quem era. Aquela foi a primeira vez que eu o vi. O homem alto e loiro, de óculos escuros. Terno claro, camisa azul e uma gravata de gosto duvidoso. Era sério, usava um relógio de pulso. O peitoral parecia que mal cabia na camisa. Quando foi a última vez que vi um homem bonito daquele jeito?

— Ahn... não. Eu estava de motorista ou algo assim. Mas, acho que já vou embora.

— Primeiro, é perigoso ficar por aqui. Uma das mestres de maldição fugiu. Segundo, o que a senhorita fazia aqui como motorista?

— Bom... — Eu não queria me envolver, mas era impossível aquela altura do campeonato. — Aqueles ali são, ou eram, sei lá. Meus amigos. Mas, eu achei melhor ir embora. Não vou servir de nada aqui.

— Hum. Não posso permitir que vá sozinha. E, além disso, a senhorita deve responder algumas perguntas.

— Eu meio que já fui interrogada.

— Não é um interrogatório.

— Não posso ajudar em nada senhor, eu sinto muito. — Insisti. De fato não havia muito o que fazer.

— Ok, eu te acompanho até seu carro.

Não havia necessidade disso. Mas, se eu resistisse provavelmente faria de mim uma suspeita ou algo assim. Ele me acompanhou em silêncio até o carro. Eu também não era muito falante. A melhor coisa da companhia provavelmente foi apreciar o cheiro gostoso que vinha dele. Perfume amadeirado, não desses de cheiro de velho, um perfume suave amadeirado.

Eu gentilmente o agradeci e entrei no carro. Eu devia ao menos ter perguntado o nome dele. Cheguei em casa exausta. Eu fiz vista grossa com o porteiro por ter aceito o suborno do Gyu. Mas, quando se trata de dinheiro tudo muda.

Tomei um banho e fiquei deitada jogando candy crush. Era engraçado eu ter esse tipo de reação. O mundo queimando lá fora e eu jogando candy crush. Mas, o que eu poderia fazer não é mesmo?

Os dias depois disso foram de calmaria ou o máximo que podia ser. Eu não dei a menor satisfação para o Gyu. Já tinha feito a minha parte. Eu soube depois que Hiei havia assumido a liderança do clã Yosano. Ele até me ligou para que eu continuasse meus serviços. Mas, eu estava farta desse mundo. Nova direção, mesmos problemas. E eu já havia cumprido meu dever. E traí o mestre que minha família jurou proteger, eu não era digna nem de pisar meus pés naquela propriedade.

Gyu me ligou sem parar por três dias. Eu não atendi. Eu estava com raiva dele, e também da Kira. Não era por ciúmes. Foi por terem me excluído de tudo. Eles eram meus amigos e nunca se importaram com o que eu achava ou eu me sentia. Kira teve um filho, e nós éramos amigas. Ou será que só eu achava isso?

Mas, as informações vêm até nós mesmo quando não queremos. Eu soube que Kira não saiu impune. Ela teve de devolver a Naku Mibojin à escola e que ela assumiu todos os seus crimes enumerando um a um. Até mesmo os que cometeu sem saber devido ao pacto berserkir. A ordem original do alto escalão era de pena de morte, mas por razões óbvias, Gojo impediu sua execução. Ninguém iria se opor, afinal era a mãe do filho do maior feiticeiro da atualidade. Entretanto, ela teria de trabalhar de graça por cinco anos como feiticeira. Um preço baixo para tudo que ela fez. Mas, Gojo, que saiu em defesa dela alegou que ela não sabia de parte dos crimes devido ao Berserkir e que o pai havia a coagido a tais crimes. Independente disso, eu até concordo. De fato, ela era mais inocente que culpada. Uma vítima de pessoas que se achavam acima de qualquer lei e de qualquer coisa.

Gyu parece que iria trabalhar para Hiei. Ser seu braço direito. O novo líder do clã se dispôs a ajudar Kira com questões financeiras quando o dinheiro que ela havia juntado ao longo de dez anos na Coreia acabasse. Ou até mesmo antes disso, mas ela disse que daria um jeito. O filho dela não precisaria de nada e provavelmente nem ela. O pai do garoto era o herdeiro de um clã poderoso e milionário. Dizem que inclusive ele fez questão de registrar o garoto. Ele até acrescentou um nome, coisa rara de acontecer em nosso país, Ren Satoshi Gojo. Uma variação do seu próprio nome, que significa "inteligente" e "perspicaz".

Parece que ele e Kira eram a metade um do outro. Akira significa "Brilho e Virtude", Satoru significa "iluminado", "saber", "iluminação", "sabedoria", "compreensão", "filosofia", "virtuoso". Eu tenho essas manias. Procuro sentido em tudo na vida. Os dois tinham nomes com significados similares, só que um foi a glória de seus pais, a dádiva. A outra foi apenas um fracasso. E os dois juntos tiveram um filho com o nome Ren que significa "lótus" a flor associada à beleza, a pureza e ao renascimento. O espírito, a mente e a pureza são simbolizados pela flor de lótus na cor branca. Da cor dos cabelos dele.

Embora as culturas tenham suas próprias interpretações, existe um consenso geral entre os textos antigos de que ela simboliza a iluminação espiritual e o renascimento. A lótus atordoou as pessoas com sua capacidade de mergulhar na sujeira e reviver-se ilesa, um ciclo diário incrível de vida, morte e um súbito renascimento imaculado que só pode ser descrito como espiritual. Não é de admirar que a lótus esteja associada a esse simbolismo celestial, a flor simplesmente desafia a lógica.

Mas a flor também tem uma vontade fascinante de viver. Uma semente de lótus pode suportar milhares de anos sem água, capaz de germinar mais de dois séculos depois. A flor também floresce nos lugares mais improváveis, como a lama da água escura do rio na Austrália ou no sul da Ásia. Não só encontra refúgio na lama, mas devido à camada de proteção cerosa em suas pétalas, sua beleza não é afetada quando ela floresce todas as manhãs.

Ela continua a ressuscitar, voltando tão bonita quanto foi vista pela última vez. Com tal recusa em aceitar a derrota, é quase impossível não associar esta flor a uma fé inabalável. Embora as culturas tenham amplamente apelidado a lótus como figura de proa espiritual, é o símbolo mais emblemático da fé dentro de nós.

É particularmente o que o provérbio budista pretende edificar; viver a vida com fé inabalável, como a lótus, garante os mais belos avivamentos.

Um significado mais que especial para o filho de um "iluminado". Mas, sou eu e minhas manias. Bem, quanto a mim, fiquei desempregada. Não havia muito a se fazer a não ser procurar um emprego. Meus pais ficaram furiosos quando souberam do que eu havia feito. Minha mãe ficou sem falar comigo. Violei a conduta de nossa família, nosso legado. Eu era para eles a mancha e a vergonha. Entretanto, minha consciência estava tranquila, era o que importava.

Eu caminhava na rua de cabeça erguida me livrando de amarras que me prenderam a vida toda. Não havia mais elo com a família Yosano, e eu iria seguir em frente, com ou sem o Gyu. Ele tinha feito as próprias escolhas, eu não seria o consolo de ninguém e também não queria sobras, restos e migalhas. Queria um amor verdadeiro, intenso, vívido. Um amor que era só meu e de mais ninguém. Meu nome significa "arqueiro verdadeiro e genuíno" que talvez possa não significar nada para muitos, mas em algumas culturas é a "busca por objetivos de vida". E depois de tanto tempo eu acho que encontrei. Eu queria ser livre.

A tarde estava agradável, o vento soprava fresco em meu rosto. Eu estava me sentindo até mais leve. Parei numa lanchonete e pedi um chá e me sentei verificando os classificados de empregos pelo celular. Eu tinha que mudar de vida. Vendedora? Talvez. Ou quem sabe aeromoça? Viajar pelo mundo. Conhecer gente nova.

A garçonete veio com uma xícara de café e colocou sobre a mesa, ergui o olhar para ela. Eu não havia pedido café.

— Moça...

— A senhorita confundiu meu pedido. — A voz do homem bonitão do outro dia. A expressão era a mesma. Tédio, cansaço, exaustão.

— Ai! Me perdoe! — A garçonete tentou se justificar.

— Tudo bem. É que eu tinha pedido café.

— Isso é chá verde? — Eu disse sorridente.

— Sim. — Ele disse tentando disfarçar que não se lembrava de mim.

— Ela trocou nossos pedidos. Aqui. — Eu empurrei a xícara para a frente.

— Seu chá. — Ele disse meio engessado. Parecia um robô, tava travado. Será que não tinha muito contato com as pessoas?

— Obrigada... — Era a minha chance. Bonitão tava ali. — Não gostaria de me acompanhar?

— Não quero incomodar.

— Por favor, eu insisto. Sente-se.

— As pessoas podem interpretar algo errado. — Ele disse um pouco constrangido.

— Você tem alguém? Namorada, esposa? — Eu queria uma nova versão de mim. Eu precisava.

— Não...

— Eu também não. Somos adultos e estamos apenas tomando um chá e um café enquanto conversamos.

Ele ficou pensativo, mas depois puxou a cadeira sentou-se diante de mim. Eu ergui a mão em sinal de cumprimento. Algo que já deveríamos ter feito.

— Sou Mayumi Masaro.

— Kento Nanami.

— Muito prazer, senhor Nanami. O senhor se lembra de mim?

— Sim. Do incidente em Hokkaido.

— Pensei que tivesse se esquecido. — Eu brinquei levando a xícara aos lábios.

— Não. Tenho boa memória. Faz o que da vida, senhorita Masaro?

— Estou desempregada.

— Ah, sinto muito.

— E o senhor? Hoje não é um dia de trabalho normal na vida de um feiticeiro? Afinal, hoje é sexta.

— Estou de folga.

— No meu antigo emprego eu nem tirava folga. Vivia atolada no trabalho. Agora que estou tranquila, vejo o quanto eu estava me esforçando.

— Sinto muito, senhorita. Embora eu entenda perfeitamente do que está falando.

— Minha família serviu aos Yosano's por séculos. Como uma sombra. Passando de geração em geração. Agora que estou livre não sei o que fazer.

— Nada vai ser satisfatório, senhorita. Tudo é ruim no fim das contas. Bom mesmo é tirar férias na Malásia.

— Meu sonho é ir pra lá. Descansar.

— Eu compartilho do mesmo sonho. — Ele sorriu pela primeira vez desde que o conheci.

— Quem sabe a gente não vai junto?

— Quem sabe? — Não era um não. Bom começo.

— Bom. Vem sempre aqui senhor Nanami?

— Não muito. Mas, quando quero café eu gosto de vir aqui.

— É a primeira vez que venho.

— Mora aqui perto, senhorita?

— Sim. Mas, eu nunca tive tempo de nada. Então...

Sabe aquela conversa fluida que você não tem há anos? De não ter o peso nos ombros de responsabilidades, ou de se sentir estranha por falar com alguém que se ama. Éramos eu e aquele homem sério. O Senhor Nanami era gentil ao falar e extremamente elegante. Um gentleman. E conversamos por muito tempo. Talvez horas. Conversamos sobre músicas, livros e filmes. Ele tinha um gosto refinado, seu avô era dinamarquês, ele gostava de cozinhar para ele mesmo e comer pão e pratos fritos em alho e óleo. E ele tinha um certo amor pelo álcool. O nome dele, Kento, significa "crescente e próspero". Algo que dava para sentir pelo jeito que ele falava.

— Está ficando tarde. — Ele disse olhando para seu relógio de pulso.

— Ah! Verdade.

Ele fez questão de pagar a conta. Saímos da lanchonete e ficamos um tempo nos olhando na hora da despedida. Ele retirou os óculos e ficou um tempo em silêncio, meio constrangido.

— Seria... deselegante da minha parte convidá-la para ir à minha casa? Normalmente não recebo ninguém.

— Não é deselegante. É lisonjeiro.

— Eu, posso fazer o jantar e lhe servir um vinho.

— Claro.

Eu estava mudando minha forma de viver. Se fosse a alguns dias atrás eu recusaria o convite e acharia um absurdo ir na casa de um homem que acabei de conhecer. Mas, eu iria viver minha vida ao máximo.

Eu o acompanhei até seu apartamento. Uma casa muito bem organizada. Algo que me chamou muito a atenção. Ainda mais para um homem solteiro.

— Fique à vontade. — Só a voz dele já me deixava excitada. Que mulher eu me tornei? O que será que meus pais diriam?

Eu não tinha tido muitos relacionamentos depois de Gyu. Não. Eu tinha tido só o Gyu. Vou corrigir a frase. Um relacionamento de semanas que acabou só com ele tirando a minha virgindade e fugindo com a Kira. Eu não tive mais ninguém. Mergulhei no trabalho e na responsabilidade. Ocupava as vinte e quatro horas do meu dia. E achava que antes só que mal acompanhada. Eu nem sabia o que era um orgasmo direito. E ainda achava vergonhoso me tocar, embora eu tenha tentado algumas vezes. Eu e minhas malditas regras. E achava que o Gyu era a melhor coisa da minha vida e nunca acharia outro igual, até ver o senhor Nanami cozinhando.

Nós jantamos, jogamos conversa fora. Ele riu de mim quando soube que gostava de BL. Algo que nunca imaginei dizer a ninguém. E sorrimos juntos. Ele escolheu um dos melhores vinhos de sua adega e me serviu. Voltei e meia nossos olhos se cruzaram de forma intensa. Peguei a taça e virei tudo de uma vez.

— Calma. Não tem costume de beber? — Ele disse se divertindo com a minha situação.

— Nunca tinha bebido. — Eu ri já animada com a pouca dose de álcool.

— Tem que apreciar. — Ele girou a taça lentamente e apreciou o aroma antes de beber. — Viu?

Sabe o coração? Tava batendo descompassado. Num ritmo que parecia que eu ia morrer ali mesmo. A minha boca estava seca e meu olhar passeava por cada centímetro daquele corpo. Ele ajeitou-se no sofá ficando de frente para mim, olhando para mim com aqueles olhos esverdeados. Eu tinha esquecido como se flertava, ou seja lá como se falava. Eu estava tão nervosa que minhas mãos estavam geladas. Merda, eu nem era mais virgem e tremia como uma.

— Senhorita Masaro.

— Me chama de Mayu.

— Humm. Mayu. É bom de dizer. Mas, ficarei sem graça se continuar me chamando de Senhor Nanami.

— Claro, senhor... — Eu parei já ia me esquecendo. — Kento.

— Bem melhor. Então nós já pulamos as formalidades?

— Acho que sim.

— Então, eu vou beijar você agora.-Eu posso?

— Nem precisa pedir.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo tão intenso que minhas pernas ficaram bambas. E dos meus lábios ele beijou meu pescoço. A sensação dos seus lábios úmidos na minha pele me fez imaginar eles em outro lugar. Para minha felicidade, eu estava de vestido aquele dia, eu só senti a mão dele na minha calcinha arrastando ela para baixo e depois seus dedos estavam brincando com a minha intimidade. Parece que eu estava imaginando que o dia seria promissor porque eu também não estava de sutiã. Ele sugava meus seios com tanta vontade que eu estava chegando ao clímax antes mesmo do ato. E ao perceber que eu estava em chamas, ele terminou de me deitar no sofá, já que eu estava arqueada para trás como um gato, tirou a minha calcinha de vez e jogou a saia do vestido para cima e como se ele tivesse lido os meus pensamentos a língua dele estava onde eu queria. E nossa... foi como se eu tivesse atingido o nirvana. Nunca tinha sentido nada igual. E depois quando pensei que já estava no meu ápice de todo o prazer que podia sentir, ele se despiu e depois tirou o que sobrou das minhas roupas e me penetrou. As sensações que vieram depois disso até hoje eu não consigo descrever. Os braços fortes dele, o peitoral, seu cheiro gostoso. E eu tive o máximo de sensações e prazer que pude. Do tipo que me deixou deitada por alguns segundos com as pernas tremendo.

Foi a partir dali que tudo mudou. Conhecer o Kento, ser dele, ser amada por ele, desejada por ele. Experimentar com ele as melhores sensações. Naquela noite arranquei de vez o Gyu do meu coração.


Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top