04 - Eu, você e mais nada
⚠️🔞CAPÍTULO NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS POR CONTER CENAS MUITO QUENTES 🔥🔥🔥🔥🔞⚠️
Eu acho que se ele pudesse me ver do outro lado da linha, iria rir de mim. Eu estava tão nervosa que mal cabia dentro daquele quarto. Eu me levantei da cama, e fiquei andando de um lado para o outro como uma barata tonta.
— Como conseguiu meu número? — Eu disse meio sem graça.
— Ah, isso não vem ao caso. Aqui amanhã é sábado, a gente vai sair, eu, o Suguru, a Shoko, vamos dar uma volta no shopping, depois vamos no fliperama e tal. Queria saber se você quer ir com a gente?
— Amanhã?
— Sim. Prometo que vai ser divertido.
— Tá, eu vou sim.
— Que bom, te espero naquele lugar de sempre, cedo. Tchau.
A esquina que ligava as ruas das nossas casas. Um lugar bem vago se tratando de referência. Eu estava tão ansiosa que mal consegui dormir à noite.
(...)
No dia seguinte, eu saí bem cedo e fui até a esquina. Era estranho para mim me encontrar com ele sem estar com raiva. Ao contrário, meu coração acelerava toda vez que eu o via. Ele estava com uma camiseta preta e calça jeans. Quando Satoru se aproximou de mim, eu apertei a bolsa pequena que eu tinha no ombro.
— Oi, chegou cedo. — Eu estava começando a entender o que as pessoas diziam sobre se apaixonar. Do impacto que a pessoa causa na gente. Era o que acontecia comigo.
— Sim... — Eu disse sem graça.
— Então vamos?
Caminhamos juntos até o shopping. Ficamos um tempo parados esperando Shoko e Suguru. Mas, eles não apareceram.
— Ué, eles estão muito atrasados. — Eu disse olhando as horas no relógio de pulso.
— Eles nunca chegam no horário. Que tal se a gente entrasse e fosse aproveitando?
— Tá.
— Eu sei de um lugar ótimo. Vem! — Ele segurou meu pulso e saiu me arrastando pelo shopping.
A companhia dele era divertida. Não havia tempo ruim. Ele me levou ao fliperama, fomos comer sanduíches, depois ele me levou a um parque de diversões que ficava ali perto. Andamos de montanha russa. Foi aí que eu percebi que ele não chamou a Shoko e o Suguru. Era só eu e ele.
A gente comeu algodão-doce, crepes. E ele me falava com entusiasmo sobre o parque e todos os brinquedos que tinha ali. Era uma criança grande, o que me deixava ainda mais encantada. Era diferente de tudo que eu tinha visto, vivido. Com ele não havia dias ruins, haviam apenas dias divertidos e ensolarados.
A gente parou na entrada do parque, ele ficou pensativo e depois me disse.
— Conhece a Tokyo Skytree?
— Não.
— Vamos até lá então! A vista lá de cima é incrível.
— A gente pode pegar o metrô, ou quer que chame um táxi?
Ele abriu um sorriso largo, olhou para os lados e me puxou para um local mais reservado, onde não tinha ninguém. Eu comecei a tremer e as mãos gelaram. Eu pensei nas inúmeras possibilidades que poderiam acontecer ali. Ele parou e ficou de frente para mim, depois foi se aproximando. Era ali, daquele jeito? Naquele momento? Ele passou os braços em volta de mim. Eu fiquei sem reação, e num movimento rápido a gente estava em outro lugar. Na torre Skytree.
— Como? Que?
— Era mais rápido.
— E se alguém nos visse?
— Mas, ninguém viu. Vem. — Ele segurou a minha mão e me levou até a vidraça. A enorme torre de transmissão era a maior do Japão e a segunda maior do mundo. A vista era tão perfeita que dava para ver a cidade inteira e até mesmo o Monte Fuji.
— É lindo...
— É, né?
— Você não chamou a Shoko e o Suguru né?
— Não... você me pegou. Se eu dissesse que era só eu e você, você viria?
— Acho que... não. Por que... daí é um encontro né? — Eu disse desviando o olhar.
— Hum. É né? Mas, foi divertido, não foi?
— Foi.
A gente voltou para casa logo depois. Parece que o clima tenso entre nós foi ficando mais agradável, mais ameno. A gente parou na esquina e ficamos um tempo em silêncio e depois eu disse.
— Então... obrigada por hoje. Foi realmente muito divertido, Satoru.
— Olha, é a primeira vez que diz o meu nome.
— É... tudo bem ser o primeiro nome?
— Tudo bem. Eu gostei de ouvir você falando.
Eu fiquei corada, ele me despertava coisas que eu não conseguia controlar. Ele deu um passo para frente diminuindo a distância entre nós, segurou meu rosto com as duas mãos e selou meus lábios com um beijo. Um beijo quente, que parecia percorrer por todo meu corpo. Ele parou e depois sorriu de forma maliciosa e disse.
— Tchau, até mais, Kira.
— Até...
(...)
Os dias foram passando lentamente. Ele passou a me esperar todos os dias para irmos para o colégio juntos. Estar com ele começou a fazer parte do meu dia a dia. Eu até me esqueci de casa, de família, de responsabilidades. E parece que o começou ruim, acabou se tornando divertido. Mas, a responsabilidade iria me chamar hora ou outra. Eu só não sabia quando. Ele me ligava, a gente conversava por um tempão. Eu ria das piadas dele. A gente passou a se ver com outros olhos.
Na escola ainda éramos discretos. Eu estava sentada na arquibancada no fim de tarde olhando Satoru e Suguru treinando juntos. Shoko se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado e acendeu um cigarro.
— Fico feliz que fizeram as pazes. — Ela disse soltando fumaça para cima.
— É... meio que isso.
— A gente vai começar com as missões...
— E você vai? — Eu disse debochada.
— Não queria né? Mas, tenho que ir. — Ela deu um sorriso.
— Para eles ali vai ser moleza. — Eu disse apontando para os dois lutando.
— Vai. — Ela ficou me encarando por um momento e depois disse — Tá afim dele?
— Do Satoru? Não! — Eu disse rindo sem graça.
— Eu não disse que era ele. — Ela me pegou. Não consegui nem disfarçar.
— Ai... Então... - Eu abaixei a cabeça e mordi o lábio inferior. — Eu tô sentindo umas coisas estranhas. Ainda mais depois de sábado.
— Que vocês fizeram sábado?
— A gente foi no shopping, parque de diversões, na torre Skytree.
— Olha, um encontro?
— Não. Sim. Ai não sei.
— Bom, dá para ver nos seus olhos que está apaixonada. Eu te apoio, só saiba que a personalidade dele é muito complicada. Ele não é o tipo de cara que leva relacionamento a sério.
— Eu vivo um dia de cada vez.
— Então tá. Bom, eu vou indo. O diretor Yaga disse que eles vão levar uma ferramenta para um local mais seguro.
— Ferramenta?
— Ferramenta amaldiçoada. Uma tal de Naku Mibojin.
Eu estranhei o nome. Um nome diferente. Mas, não dei importância. Vi a Shoko se afastar e depois vi o Satoru ir até mim e sentar-se ao meu lado.
— Não vai treinar? — Ele disse ajeitando os cabelos.
— Hoje não.
— Vem Satoru! Vamos nos atrasar! — Suguru gritou de longe.
— Eu vou indo. Vamos dar uma volta em Shibuya hoje.
— Harajuku? — Foi só um beijo, não podia cobrar nada dele.
— É, na Takeshita Street.
— Vai lá.
Vivendo um dia de cada vez e vendo ele sair e se divertir com outra. Eu sabia que isso poderia acontecer. Dele se envolver com outras pessoas, afinal era bonito, inteligente e exalava auto confiança. Claro que ele tinha coisa melhor para fazer. A gente não tinha nada, foi só um beijo. Ou será que eram só as vozes na minha cabeça?
Ao chegar em casa naquele dia, meu pai já me esperava na porta de casa. Eu fiquei tensa, será que tinha feito algo errado e não sabia?
— Oi papai.
— Venha, vamos conversar.
Eu comecei a suar frio. Toda vez era assim, conversar com ele me dava pânico. Ele me levou até a sala de descanso dele, que ele nunca me deixou ir para lá. Talvez pelo fato de ser o jardim da minha mãe. Um jardim de camélias, que ele havia plantado exclusivamente por causa dela. Minha mãe se chamava Kameria.
No dia que ela fugiu ele mandou arrancar o jardim inteiro e se trancou naquela sala de descanso por 7 dias seguidos. Depois mandou plantar de novo. E aí pelo menos uma vez ao dia ele vai lá. Minha mãe era uma mulher muito bonita, e ele a amava de verdade. Mas, segundo o que me disseram, ela não era feliz, e fugiu com um homem muito bonitão.
— Venha, sente-se aqui. — Ele disse apontando para o lado dele.
— Claro. — Eu me aproximei meio desconfiada e sentei ao lado dele.
— Minha filha, eu disse que seria meus olhos e ouvidos dentro daquele colégio. E deixei você se habituar. Mas, a partir de agora preciso que me dê informações.
— Que tipo de informações?
— Tudo que você achar importante. Na hora exata te direi o que tem que fazer.
— ...
— Entendido? — Ele disse sério como sempre.
— Entendi papai.
— É só isso. Pode ir.
Eu estava com um mau pressentimento, de que algo realmente muito ruim iria acontecer. E que independente do que fosse só eu ia me ferrar. Então eu tinha que aproveitar os momentos da vida. Liguei para Gyu e Mayu para a gente dar uma volta na cidade. Tá, era dor de cotovelo sim. Resolvi chamar eles para... Harajuku, na Takeshita Street.
— Fiquei surpreso com o convite! Faz tempo que a gente não sai. — Gyu disse empolgado.
— Sim, e que bom que você veio Mayu. — Eu disse sorrindo para a garota que parecia mais retraída do que nunca.
— É... pensei em comprar uns mangás.
— Verdade. — Gyu estava empolgado. Ele gostava de sair todo mundo junto. Se divertir.
A Takeshita Street é uma rua curta somente para pedestres que tinha absolutamente tudo. Lojas, cafés, restaurantes. O local colorido e cheio de luzes era de encantar os olhos. Mayu gostava de mangás BL, o que me fazia rir toda vez que ela ia comprar porque ela ficava toda constrangida se a gente estivesse por perto. Gyu gostava de camisetas de banda, e vários itens relacionados ao rock. E eu... bem, eu estava indo lá por outro motivo. E eu o procurei com o olhar a todo instante.
— Vem ver isso Kira! — Gyu me chamou e eu fui até ele ver os itens que ele tinha achado do ACDC.
— Que tal se a gente for comer alguma coisa? — Sugeri aos dois que estavam empolgados
— Vamos de hambúrguer? — Gyu disse com os olhos brilhando.
— Você só quer saber de hambúrguer. — Mayu disse sorrindo.
— Ah, mas é bom. — Eu estava sorrindo quando eu o avistei de longe. Senti o coração acelerar, algo que tornou-se um hábito.
— Kira? Tá me ouvindo? — Gyu me chamou pela terceira vez.
— O que disse?
— Tava viajando? — Gyu perguntou debochado.
— Eu... acho que tô meio cansada. Pode repetir o que disse?
— Eu falei para gente ir no McDonald 's — O sorriso do Gyu sumiu do rosto dele. — É aquele seu amigo vindo pra cá.
Eu virei imediatamente e vi o meu real objetivo se aproximar. Satoru acenou para mim sorrindo ao lado do Suguru. Parece que quando eu vi o Satoru tudo ao meu redor tinha desaparecido e ficado mudo.
— E aí? - Ele me disse sorrindo.
— ... — Eu não consegui nem formular uma frase.
— Não vai me apresentar seus novos amigos Kira? — Gyu disse com certa ironia que preferi ignorar.
— Ah, esses são Satoru Gojo e Suguru Geto. Meus colegas de classe. E Satoru, estes são Mayumi Masaro e Gyu Yosano.
— São irmãos? — Satoru perguntou olhando na direção de Gyu.
— Não, não somos! — Gyu disse irritado.
— Não, ele é do meu clã. Mas, tecnicamente somos parentes muito distantes.
— Tipo primos?
— Para que tantas perguntas, Satoru? — Suguru disse repreendendo o amigo.
— Não, de boa. — Eu disse tentando amenizar o clima.
— Bom, a gente não quer atrapalhar o rolê de vocês, a gente vai indo. — Suguru disse gentil.
— Não, tá tudo bem. Seria bom ter mais gente. Fica mais divertido. — Mayu disse essa frase e isso me assustou um pouco. A garota extremamente antissocial queria mais gente. Acho que ela viu o que estava acontecendo. Não, eu tenho certeza. Ela sempre foi muito observadora.
— Então, vocês topam? — Eu perguntei sorridente.
— Vamos! — Satoru tocou meu ombro de leve. Foi pouca coisa, mas foi o suficiente para que Gyu visse o que estava acontecendo. Depois disso ele ficou o rolê todo emburrado.
Às vezes parece que eu era insensível, aleatória aos sentimentos de Gyu. Mas, eu realmente não tinha olhos para outra pessoa. Mesmo que corresse o risco de não ser correspondida com a mesma intensidade.
A gente se divertiu muito. Muito mesmo. Bom, pelo menos eu me diverti. Em algum momento o Gyu parou de falar e ficou o tempo todo de braços cruzados encarando o Satoru. Paramos no McDonald 's, comemos e depois Suguru resolveu ir embora.
— Bom, eu vou indo. Foi bem divertido, mas é que amanhã eu tenho aula. Nós temos né?
— É verdade. — Satoru disse meio cabisbaixo.
— Ah! Lembrei de uma coisa! — Mayu disse se virando para Gyu. — Eu preciso comprar uma coisa para a minha mãe. Só que é em Shinjuku e eu não quero ir sozinha. Você vem comigo Gyu?
— Mas, agora?
— Sim, e se eu não levar ela vai ficar muito brava!
— Então, tá, vamos então Kira?
— Não! A Kira tem que dormir cedo. A escola dela é bem mais complicada que a nossa.
— Tá, mas aí ela vai embora sozinha? — Gyu não tinha entendido o esquema que Mayu estava fazendo.
— O Satoru vai com ela. Eles moram perto um do outro. — Suguru e Mayu parece que tinham planejado a operação. Mas, na verdade, era só Suguru sendo muito esperto e acompanhando a mentira.
— Levo sim.
— Bem, eu vou indo na frente. Até amanhã! — Suguru saiu apressado.
Gyu ficou me olhando sério, esperando eu dizer que não. Eu acho que foi ali que a gente começou a se distanciar. Eu comecei a perceber que eu não era boa como ele. Eu era egoísta, e pensava somente em mim.
— Eu vou com o Satoru. — Eu disse com a voz lá do fundo da garganta.
Gyu fez uma cara de decepção e seguiu com Mayu. Ela ainda se despediu de mim. Ele não disse nada.
— Ele parece que não gostou. - Satoru disse ao notar a expressão de Gyu.
— Relaxa, ele é assim mesmo.
— Então, vamos, ou você quer ir em mais algum lugar?
— Não, a gente pode ir.
— Vamos no modo tradicional ou...? — Ele disse de forma cômica.
— Não, vamos no modo tradicional.
A gente voltou para casa andando mesmo. Foi uma noite extremamente agradável. O vento fresco batendo no rosto, ele me contando sobre suas missões e como ele se sentia com isso. Dava para ver no rosto dele a empolgação. Ele não falava muito sobre ele. O que de certa forma era bom. Eu também não tinha o que falar de mim. Mas, ele gostava de falar de Digimon. Gostava muito. E poderia ficar horas falando sobre isso. O que eu achava fofo para falar a verdade.
— ... E eu tenho mais um monte de jogos. — Ele disse empolgado.
— Você é muito nerd.
— Não sou não! Eu só gosto de acompanhar as tendências.
— Se você diz.
— E você do que gosta?
— Você vai rir.
— Não vou não.
— Vai.
— Mas, se não dizer como vou saber, Kira?
— Tá. Ai que vergonha. Eu gosto de Sakura Card Captors.
— Sério? E você ri de eu gostar de Digimon? Você tinha as cartas Clo?
— Ah! Desdenha, mas sabe o que é! Tá vendo?
A gente parou na esquina e ficamos nos olhando por um tempo. Eu ajeitei o cabelo, meio sem graça e mordi o canto da boca.
— Então... é isso. A gente... se vê amanhã. - Eu disse olhando para ele de forma insinuante.
— Ainda tá cedo, você não quer ir até a minha casa? Eu te mostro a minha coleção de mangás e jogos e te provo que não sou um nerd.
— Eu... acho que sim. — Eu não hesitei nem por um instante. Talvez eu devesse ter recusado. Mas, às vezes a razão nos abandona e só nos resta a emoção.
— Acha ou tem certeza?
— Tenho certeza.
— Então vamos. — Ele me estendeu a mão, eu segurei a mão dele firme.
Eu estava tão imersa naquele sentimento que me esqueci de tudo. Até dos riscos que eu poderia correr. Como um pai furioso, porque a filha vagabunda foi na casa de um cara. Mas, naquele instante eu não tava nem aí para nada.
A casa dele era tradicional como a minha. Uma resistência enorme num condomínio afastado. A quantidade de árvores que havia no lugar fazia parecer um parque. Havia funcionários para todo lugar e onde a gente ia eles pararam e o cumprimentaram. O que lembrou meu pai. Aí eu entendi. Ele era o líder do clã.
Ele me levou até o quarto dele e eu estava tão nervosa que eu estava com as mãos geladas e trêmulas. Ele abriu a porta e deu passagem para mim. Tudo ali naquele quarto mostrava o quanto a criação dele foi regada a tudo do bom e do melhor. O quarto dele parecia um paraíso para garotos, tinha videogame da última geração, livros, mangás, alguns jogos de tabuleiros, TV grande e mais um monte de coisa que eu confesso não me lembro mais. Ele entrou e sentou-se no sofá. Sim, o quarto era tão grande que tinha até sofá.
— Vem, vamos conversar primeiro. — Ele disse apontando para o lugar a frente dele.
Eu me aproximei meio sem graça. Normalmente eu sempre usava calças, mas naquele dia resolvi diferenciar. O short de tecido no meio da coxa, deixando minhas pernas à mostra, ao qual mesmo de óculos eu percebia ele olhar. Ele escorou no sofá e ficou olhando para mim sorrindo.
— Que? - Eu disse mordendo o lábio inferior.
— É que a alguns meses você jamais aceitaria meu convite.
— É que você é muito irritante.
— Eu sou?
— É e você sabe. — Eu comecei a ficar mais confortável e comecei a me soltar aos poucos.
Ele tirou os óculos e os deixou de lado. E depois olhou para mim de uma forma tão perfeita que eu queria poder ter aquele momento gravado para sempre na minha mente. Ele passou a mão nos cabelos e molhou os lábios.
— Não vai ser ruim ficar sem os óculos? — Perguntei meio insinuante.
— Não dá para ficar de óculos o tempo todo.
— É...
— Tem que tirar para fazer algumas coisas.
— Tipo o que?
— Tomar banho, dormir e... outras coisas. — Ele desviou olhar para minha barriga e depois tocou de leve a minha coxa. — Eu posso ver se você se recuperou mesmo?
— Mas, isso já tem um tempão.
— Mesmo assim, só para ter certeza.
Eu me levantei e fiquei diante dele, ele me puxou mais para perto e me posicionou entre as pernas dele. Eu levantei a blusa que eu vestia, uma camiseta preta personalizada do System of a Down.
— Eu não tô vendo direito. Talvez seja melhor você tirar essa camiseta.
— A gente já tá nesse nível? Para um cara que enxerga mais que todo mundo você não tá vendo a minha barriga?
Ele tocou em mim, o toque de seus dedos percorrendo minha pele me fez arrepiar. Eu levantei mais a camiseta. Ele olhou para mim com um sorriso malicioso.
— Dizem que um beijinho sara tudo, será que funciona? — Eu senti os lábios dele tocarem minha barriga e distribuir beijos que depois começaram a subir pelo meu dorso, senti meu corpo inteiro arrepiar, uma sensação única, quente. Era como se seus lábios estivessem beijando cada centímetro do meu corpo. Ele tirou a minha camiseta e me puxou para cima dele e me sentei em seu colo, senti o volume cada vez mais embaixo de mim, ele segurava forte em minhas costas, enquanto eu me inclinava para trás dando passagem à ele. E depois ele continuou a distribuir beijos, apertando de leve meus seios por cima do sutiã, e chegou até meu pescoço, onde me mordeu de leve e depois nós finalmente nos beijamos. Quando os lábios dele encontraram os meus eu tive certeza que ele era tudo que eu queria. Um beijo tão intenso, que me fez parecer que eu estava em chamas. Nossos corpos cada vez mais colados aumentando ainda mais aquela intensidade, aquele fogo.
Paramos para tomar um fôlego, mas ele ainda ficou abraçado a mim afagando meus cabelos. Eu olhava para aqueles olhos que pareciam ter me hipnotizado.
— A gente podia fazer isso? — Eu perguntei ainda ofegante.
— Podia sim. Mas, acho melhor a gente parar. Você é virgem, né?
— Como sabe? — Perguntei já vermelha de vergonha.
— Foi um palpite.
Eu ri dele e depois saí de cima dele ao perceber que ele estava muito animado. Peguei a camiseta e a vesti novamente, enquanto ele se levantou e foi até a prateleira e começou a procurar por alguma coisa. Na verdade, acho que ele estava tentando se acalmar um pouco, assim como eu. O primeiro beijo havia sido muito intenso. Ele parou em frente à prateleira e ficou pensativo, ele balançou a cabeça negativamente e em seguida se virou para mim.
— Eu acho que é melhor você ir para casa.
— Ah. Tá. — Eu disse constrangida.
— Não... é que se você continuar aqui a gente vai passar um pouco do ponto.
— E quem disse que não quero? Às vezes tudo que eu preciso é passar do ponto. — Eu mesma me surpreendi comigo. Como eu ia de nervosinha a insinuante e provocativa.
Ele se aproximou de mim. Eu me levantei do sofá e fiquei de frente a ele, nos aproximamos até não haver mais distância entre nós, ele se curvou e me deu mais um beijo.
— Não me acha mais um idiota ridículo?
— Acho. Mas, é um idiota ridículo e... — engoli a última palavra. Dizer que ele era gostoso só ia aumentar mais o ego dele.
— Kira... — Ele passou a mão em minha cintura. E se aproximou do meu ouvido e sussurrou me fazendo arrepiar. — Eu vou te provar que não sou um idiota ridículo e você vai retirar o que você disse.
— Como? — Eu perguntei insinuante e ele abriu um sorriso malicioso. Meu coração estava cada vez mais acelerado. Eu olhava aqueles lábios que ele passou a língua delicadamente e imaginei coisas tão indecentes que acho que não devem nem ser mencionadas. Eu olhava para ele com a boca entreaberta, esperando que ele me desse um beijo tão quente quanto o outro.
— Você me provoca né? — Ele segurou firme em minha cintura e me suspendeu para cima, passei as pernas em volta do corpo dele e segurei em seu pescoço e nos beijamos novamente. Depois me deitou sobre a cama dele e começou a me despir peça por peça olhando intensamente em meus olhos. Minha respiração estava tão ofegante que parecia que meu coração ia parar a qualquer momento.
Satoru analisou meu corpo, e com as mãos tateou devagar na minha pele nua observando algumas cicatrizes causadas pelas missões e os treinos exaustivos. Eu tinha músculos definidos o que por muito tempo eu fiquei envergonhada, mas ele parecia não se importar. Seus dedos chegaram até meu seio, com o mamilo enrijecido que ele delicadamente acariciou, o que me fez estremecer. Aquilo parecia o divertir, o satisfazer. Eu estava em chamas e fiquei ainda mais quando ele ficou em pé ao lado da cama e começou a tirar as suas roupas. O corpo dele era perfeito, os músculos definidos, os braços fortes, a barriga chapada e quando meu olhar desceu por seu corpo entendi o porquê dele ser tão convencido. Ele riu ao ver minha cara de espanto e depois se pôs sobre mim e me beijou. Meus lábios, meu pescoço, mordeu de leve meu mamilo e sua mão desceu devagar pelo meu corpo até a minha virilha e quando encontrou o que desejava massageou delicadamente que me fez soltar um gemido leve e incontrolável.
— Está molhadinha... — Ele disse sussurrando em meu ouvido e cada vez mais eu o queria.
Queria mais que tudo naquele momento. Queria seu corpo, seu amor, queria ele dentro de mim. Quando ele viu que eu estava à beira de incendiar ele parou e ficou olhando para mim com aquela expressão de satisfação.
— Por favor... não pare. — Eu disse ofegante.
— Me toque primeiro... — Ele direcionou minha mão até seu membro, o rosto dele corou de leve ao me sentir tocá-lo — Sinta, toque... isso é o que sinto por você. O que você me causa.
— Eu quero... — Eu dizia olhando nos olhos dele. — ... sentir mais.
A coisa mais interessante entre nós dois era que nunca precisamos dizer frases longas e cheias de romance e metáforas. A gente se entendia só de olhar. Com gestos, uma linguagem corporal cheia de detalhes que só nós dois sabíamos. E foi a partir dali que eu descobri que era possível viciar em alguém, por mais clichê e ridículo que pareça. Eu era viciada naquele homem. Era como se tivéssemos feito aquilo muitas vezes.
Ele se encaixou entre as minhas pernas e adentrou meu corpo. Sentir ele dentro de mim me fez sentir completa, amada, desejada. Algo que nunca tinha sentido. Soltei um leve grunhido quando ele entrou por completo. Ele, gentilmente, afagou meus cabelos e deu um beijo na minha testa.
— Tudo bem?
— Sim...
— Eu vou começar, se doer você me fala.
— Tá.
Eu não sei o que me dava mais prazer sentir ele dentro de mim ou ver seu rosto de satisfação. Ou se era a junção de tudo. Em todo caso, eu estava no ápice. Sentindo todas as sensações que o prazer proporciona, em todas as posições possíveis. E toda vez que paro para pensar, eu percebo o quão louca eu fui. Eu perdi a virgindade com um cara irritante que eu detestava na primeira vez que fui na casa dele. Só depois eu pensei que talvez ele me achasse uma mulher fácil e leviana. Mas, naquele momento eu não pensei em mais nada, nem mesmo na ausência de um item de extrema importância.. Apenas de aproveitar aquele momento, o primeiro de muitos outros que tivemos. Eu, ele e mais nada.
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