Capítulo 9 - parte 8 (não revisado)

Daniel sai à procura da Jessy, que já fez a prova com a mesma facilidade e o instinto diz-lhe que está na piscina. Ele caminha até lá e novamente fica tonto. Encontra-a; mas, para seu azar, Bianca está com ela, ambas conversando em espanhol. Sorri para elas e senta-se junto. Bianca abraça-o.

– Foste sensacional. – Bianca está distraída e falou em espanhol.

– Calma, Bianca, estou muito fraco e com muitas dores. – Diz no mesmo idioma.

– Desculpa... Ei, o teu espanhol é perfeito. Eu pensei que só entendias castelhano.

– Eu falo um pouco sim. – Ele sorri. – Tá tudo bem aqui?

Mal termina de falar chegam Paulo e Cláudia.

– E daí, irmãozinho. Para quem não gosta de aparecer, fizeste uma entrada e tanto. Como vai esse ombro?

– Vai ficar bom.

– Bem, depois dessa aquele idiota vai ficar fora de circulação. Não acredito como pôde ter sido tão leviano.

– Ele não vai ser expulso, só do atletismo. Pedi para o senhor José lhe dar uma chance. – Daniel explica. – Não gostaria que fosse expulso por um ato que me envolvesse. Acho que vai aprender a lição.

– Infelizmente, não concordo contigo – Cláudia abana a cabeça e continua – mas entendo o que queres dizer.

– O Sr. José disse que se ele se envolver em mais uma encrenca, qualquer uma que seja, será sumariamente expulso. Gente, preciso de ir para casa descansar pois melhoro se dormir. Estou muito fraco e sinto-me mal. Desculpem, mas estou pior do que pensava e sinto-me muito tonto. Deve ser falta de oxigenação.

Daniel levanta-se e cambaleia, quase caindo ao chão e sendo amparado pelo Paulo.

– Irmãozinho, não podes conduzir assim. Eu levo-te.

– Tens razão.

– Meninas, fiquem aqui que vou levá-lo e volto correndo.

– Não te preocupes em voltar. Fica com o carro e amanhã pego-o de volta.

– Acontece que estou com m meu carro. Não esquenta.

– Então deixa com a Jéssica que ela mora pertinho da minha casa e tem habilitação.

Paulo dá um beijo na Cláudia e leva Daniel para o carro, quase todo o percurso apoiando-o. Quando sai, Jéssica começa a chorar e as outras tentam acalmá-la.

– Jéssica, eu conheço Daniel muto bem. Ele vai ficar bem, pois é muito especial e já vi o que pode fazer. Acredita em mim.

– O senhor Lee disse a mesma coisa, mas eu tenho medo.

– Deves confiar cegamente nele. Lee é um monge Shaolin. Como tal, tem conhecimentos médicos. E não é qualquer um, não.

– Acho que aquele brutamontes não se vai arrepender. É a essência da maldade e estaria mais tranquila se tivesse sido expulso.

– Daniel é assim, Jéssica. – Cláudia explica. – Ele só vê o lado bom das pessoas e não imaginas as coisas boas que ele faz. Um dia encontrou uma favela e descobriu que muitas crianças morriam atropeladas por causa de uma autoestrada. Mandou construir um muro em volta e urbanizou-a toda. Hoje, aquela favela é um lindo bairro. Construiu mais de setecentas casas e gastou muito, mas não pediu nada em troca. Ele é a bondade em pessoa.

– Tu não imaginas o quanto eu o amo! Passei meses sonhando com ele, tendo a certeza que um dia ia encontrá-lo. Quando o encontro, ele quase morre por minha causa. E se ele nunca mais ficar bom? – Ela chora cada vez mais. – Tudo por minha culpa.

– Ele ficará bem e a culpa não foi tua.

– Por que será que esse monstro quer tanto mal. Ele nunca fez nada!

– Jéssica – Bianca tenta tranquilizá-la – acho que não existe ninguém no mundo capaz de bater no Daniel. Eu vi o que ele pode fazer. – Finaliza contando o que ocorreu na sala de artes marciais.

– O senhor Lee caiu na gargalhada quando eu disse que aquele idiota queria bater no Daniel. Ele disse que o sujeito só podia estar cansado da vida para querer bater nele. Mas e agora que está tão ferido? Está indefeso!

– Jéssica. – Cláudia põe a mão no seu ombro. – Paulo também pode nos proteger. E lembra-te: Daniel nunca está indefeso.

– O que é um Dragão Branco?

– Quem te falou nisso?

– O mestre Lee disse: bater em um Dragão Branco, que hilário. Esse cara só pode estar cansado de viver.

– Jéssica, eu sei o que é, mas deves perguntar ao Daniel porque não posso invadir a privacidade dele.

– Foi mais ou menos o que o senhor Lee disse. Ele é tão carismático!

– É sim, ele é como um pai para Daniel e é um grande sábio.

– Será que foi por isso que não quis ir para o hospital e chamou-o para socorrê-lo em casa?

– Podes ter a certeza disso. Não parece, mas o Dan é muito estimado e acho que só houve uma única pessoa mais amada que ele: a Daniela.

– Ele deve ter sofrido muito – comenta Bianca – é tão triste.

– Tu também gostas dele, não é Bianca?

– Sim, mas infelizmente não me escolheu, Cláudia, mas foi doce e gentil. Ele é especial.

– É, mas temos de voltar para a aula. – O telefone da Cláudia toca. – Alô... Oi, Suzana. Não está aqui. Deve ter desligado o telefone, mas está relativamente bem. Paulo foi levá-lo para casa, pois sentia-se muito fraco. Ele diz que vai se regenerar dormindo... Claro que digo. Não contes com ele hoje nem amanhã. Liga para o Paulo... Beijo, adeus.

– Suzana é aquela moça que estava com vocês no aniversário dele, não é?

– É sim, Bianca. Trabalham juntos e ela é muito querida.

– Ela é apaixonada por ele, eu sei disso.

– Foi sim, apesar da diferença de idade. Daniel ama-a muito, mas de outro jeito. Se alguém tentar fazer mal para ela, acho que está com os dias contados. Ela salvou Dan da morte certa, quando a Dani faleceu.

– Como?

– Isso, ele contará, se desejar. É algo demasiado íntimo para eu ficar falando. Mas sim, eles ficaram juntos por um tempo. Só que nem ela foi capaz de restituir a alegria de viver que ele tinha. Então começou a ter uns sonhos com uma pessoa que não conhecia e terminou com ela.

Jéssica fica bem quieta ao ouvir isso mas, por dentro, o seu coração pula. Sente vontade de contar tudo, mas controla-se.

– Eu sinto que é ele, sei que será com ele. – Comenta, distraída.

– Queres dizer que tu nunca... – Bianca dá uma risada.

– Por quê, isso é crime? – Interrompe Jéssica, chateada.

– Desculpa, Jéssica, não foi por maldade, mas é tão raro encontrar uma garota virgem da nossa idade. Acho bonito esperares a pessoa certa. Apesar de o amar, sei que ficarás com ele.

Jéssica abraça a amiga.

– Tudo bem. Mas deveremos esperar para ver a verdade.

– Não te preocupes, Jéssica. Ele já me disse que tu és a garota dos sonhos dele. Mas se me entregares, eu nego.

– Obrigada, Bianca. – Os olhos dela brilham mais que esmeraldas.

– Vamos, gente. A aula já começou.

Enquanto caminham para as respectivas salas de aula, Paulo aparece.

– Ele dorme. Mestre Lee confirmou que precisa de dormir para se curar. Disse que jamais deveria ter saído para a escola e ficou chateado, quando soube que Dan só veio aqui para interceder pelo imbecil. O carro está no estacionamento, Jéssica.

No fim das aulas, Jéssica vai para a casa dele, toca à campainha e um empregado atende, abrindo-lhe a porta, pois Daniel deixara instruções. Ela sobe para o seu quarto, e encontra-o dormindo. Deita-se ao seu lado e tenta relaxar um pouco, pois ainda está muito impressionada com tudo. Com o ambiente calmo e escuro, acaba adormecendo, sonhando com ele, e acorda com um beijo nos lábios. Daniel olha para ela, feliz.

– Adormeceste.

– É sim, deitei-me ao teu lado para ficar perto e acabei pegando no sono por causa da tranquilidade. Como te sentes?

– Eu melhoro quando durmo e sinto-me relativamente bem. Consigo mexer o braço, mas ainda dói muito. Estranho, já levei um tiro no braço e não doía assim. Devo ter algum ponto fraco nesta região do corpo.

– Por que levaste um tiro?

– Porque demiti um sujeito que não gostou.

– Que horror, como te salvaste?

– Precisei de bater nele. Olha, eu não quero falar sobre isso, tá?

– Claro, amor.

– Eu acordei porque preciso de me alimentar, mas depois tenho que dormir novamente. Acho que vais ficar entediada aqui.

– Jamais ficaria entediada. Queres que eu prepare alguma coisa?

– Não te preocupes que tenho um funcionário para isso. Já almoçaste? – Ela responde negativamente. – Então vou pedir para nós dois.

Levanta-se e desce as escadas, acompanhado pela namorada. Na cozinha, pede que façam almoço para dois. Depois vão para na sala aguardar. Jéssica levanta-se de repente, caminhando para uma porta e perguntando:

– O que tem aqui?

– É um escritório e uma biblioteca. Desculpa, eu ainda não pude mostrar a casa, mas vai tu descobrindo, que tenho de repousar.

– Quantos livros! Oh, Shakespeare! Mas estes livros estão em inglês! Como, se tu disseste que não sabes inglês?!

I never said that I don't speak English. I said that a word, in that case ice cream, doesn't make me an English speaker. (Eu nunca disse que não falava inglês, Disse que uma simples palavra, no caso sorvete, não me faz falar inglês).

– Nossa, amor, o teu sotaque é perfeito – diz em inglês – por que não falaste antes?

– Porque tens de melhorar o teu português, embora já esteja quase perfeito.

– Isso significa que tu entendeste tudo o que eu disse ontem, não é, safado? – Aproxima-se e abraça-o.

– Claro, mas estava quase inconsciente. – Ele dá uma risada.

– Senhor – o cozinheiro entra na sala – O almoço está servido.

– Obrigado. Vamos? – Quando sentam, Daniel sorri. – Devia tê-lo avisado que fizesse algo com que eu não precisasse usar as duas mãos.

– Eu corto para ti. – Senta-se ao lado e põe-se a cortar a carne, enquanto Dan observa-a, totalmente derretido. Ele consegue comer, não sem uma certa dificuldade que provoca risos no casal. Depois do almoço Daniel volta a deitar e adormece imediatamente. Ela fica um bom tempo a olhá-lo e, depois, vai explorar a casa, já que ele dissera que podia fazê-lo. Em um quarto que entra, encontra uma coisa inusitada, uma estante baixa, mais parecida com um altar, há fotos em tamanho grande de algumas pessoas, assim como na parede. Duas são nitidamente os pais dele, pois é muito parecido com este. A terceira é um moça oriental muito bonita e de olhar angelical. Ela conclui que é Daniela. Os demais, devem ser avós e bisavós, devido à idade. Junto há bastões de incenso e, no chão, futons.

– Esta é a sala dos ancestrais – diz mestre Lee, quando ela vai entrar no quarto – é um lugar onde meditamos e lembramos aqueles que amamos e já partiram. Somente entre sem sapatos.

– O senhor deu-me um tremendo susto – diz ela – é a segunda vez que eu não escuto alguém atrás de mim!

Lee dá uma risadinha. Jessy tira os tênis e entra na sala aproximando-se do "altar". Ela vê uma foto menor em cima do mesmo. São duas crianças e reconhece Daniel e Daniela.

– Ele amava-a muito, não é?

– Todos a amavam, querida, e ela era muito especial. Mas não deves considerar isso uma ameaça para ti. Ele está em um novo começo. Ela – aponta a foto – disse que isto ia acontecer. Podia prever o futuro e sabia de tudo.

– Será que ele não me vai comparar com ela? – Pergunta a Jéssica, agoniada.

– Filha, ele jamais deixará de amar Daniela, mas agora é a tua vez. Ele é muito sábio e não ia fazer uma coisa dessas. O fato de voltar a amar alguém não muda o passado. Somente podemos mudar o futuro, se soubermos como. Ela sabia, mas não evitou isso. Olha, sei que ouviste quando ele me disse que não suportaria te perder, pois tu ficaste sem jeito e paraste de falar ao telefone por uns segundos. Queres prova maior que essa? Provavelmente eles encontrar-se-ão em uma nova vida, mas esta é vossa. Não a transformes em um sofrimento, pois ele ir-te-á amar do fundo do coração.

– Nunca imaginei encontrar alguém tão especial como ele!

– Nem ele, Jéssica, do contrário não teria dito o que disse. O Daniel jamais mentiu em toda a vida e tudo o que ele precisa é reencontrar a sua felicidade e tu és a chave que a vai trazer.

– Obrigada por ter dito isto. Suponho que esta sala seja muito íntima, logo acho melhor sairmos daqui.

– É sim, mas para ti deverá estar sempre aberta. Ele só deixa pessoas muito íntimas virem aqui.

Saem da sala dos ancestrais e vão para a sala principal. Lee avisa:

– Daniel irá dormir o dia e a noite toda. Foi leviano em sair hoje cedo e podia ter tido um problema sério. Ainda bem que Paulo estava por perto e trouxe-o para casa. Eu acho que deverias ir para casa e retornar amanhã.

– Mas eu quero ficar perto! Sinto como se fosse uma parte dele.

– Está bem, mas avisa teus pais. De noite levo-te para casa e amanhã de manhã poderás vir aqui. Eu notei que o computador foi instruído a te liberar qualquer acesso. Para entrares, basta apertar o botão da campainha sem soltá-lo e dizer: "Computador: abre a porta." A campainha não tocará e o computador ir-te-á identificar e liberar o acesso.

– Senhor Lee, eu já vi computadores muito avançados em Boston, mas jamais algo tão perfeito. Como ele funciona?

– Isso, minha querida, somente Daniel e mais duas ou três pessoas no mundo sabem como fazer. É criação dele e de um amigo.

– Como alguém tão jovem pode ter tamanho conhecimento?

– Daniel é um grande gênio e tem memória fotográfica, jamais se esquecendo de algo. Nunca precisei de repetir uma lição para ele que, como disse, é especial. Se fosse um rapaz normal, teria morrido ontem, mas amanhã estará bem, desde que não faça muito esforço. No sábado, deverá estar completamente curado. Vem, vamos passar o tempo. Sabes jogar mahjong?

– O que é isso?

– Um jogo chinês muito agradável. Vem que te ensino.

Jogam por algum tempo e mestre Lee descobre que ela é uma oponente de respeito. Não só aprende o jogo em tempo recorde, como acaba vencendo várias partidas seguidas. Embora não tenha a mesma memória do Daniel, aproxima-se demais dele.

– Querida, está tarde e acho melhor ires para casa. Amanhã voltas cedo. Vamos, eu levo-te.

Embora esteja relutante, mestre Lee leva a moça para casa e volta para a do Daniel. Sobe ao quarto para ver o seu pupilo, que ainda dorme profundamente. Desce à sala dos ancestrais para meditar e sente-se satisfeito porque o jovem achou uma moça que nada deve à Daniela.

– "Ela é como ele, mestre Lee, cuide deles." – Daniela está na sua frente. – "Eles são importantes para o futuro da humanidade."

– Sim, meu anjo, eu sei, sinto isso. Tenho muitas saudades tuas.

– "Não tenha, mestre Lee. Ver-nos-emos na próxima vida, talvez a última. Cuide do meu Daniel. Eu estarei por perto. Adeus."

– Adeus. – Uma lágrima corre dos seus olhos. – Espero ansiosamente o dia em que nos encontraremos novamente.

– "Será um mundo diferente e maravilhoso; mas, para isso, o Daniel e a Jéssica precisam de cumprir o destino. Cuide deles como da sua própria vida, mestre, pois eles mudarão o mundo."

– Cuidarei, meu anjo, e vejo que tens razão, mas Daniel ainda sente dúvidas.

– "Não sente mais, mestre. Ele está profundamente apaixonado por ela, mas é preciso ficar atento."

– Ficarei, minha linda, ficarei.

– "Esteja alerta, mestre Lee, pois em breve a vida deles correrá grande perigo..."

― ☼ ―

– Amor – diz Paulo – Eu acho que o Dan e Jéssica vão engatar.

Os pais deles tinham viajado e aproveitaram para dormir juntos.

– Podes ter certeza disso. Ela é louca por ele. – Cláudia vira-se para o namorado, beijando-o no pescoço. – O nosso churrasco promete, se ele tiver condições. Amanhã veremos se não precisaremos de adiar.

– Não será necessário. Mestre Lee disse que o metabolismo dele é aceleradíssimo. Amanha, estará quase curado.

– É mesmo um super-Dan. Será que um dia nos conta a verdade a seu respeito?

– Tens alguma dúvida?

– Não. Ele passou por um mau bocado, mas acho que está apaixonado por ela. Quando estão juntos, os olhos dele brilham muito.

– Ele está sim e mesmo antes de a conhecer.

– Como assim?

– Tu tinhas ido ao banheiro naquele dia. – Paulo conta a história do desenho e da chegada da Jéssica.

– E era a imagem dela?

– Sim. – Paulo dá uma risada. – Tinhas que ver a cara dele quando o senhor José entrou na aula com ela. Falou com a voz tremida: "Jéssica!"

– Escuta, não era esse nome que Dani falou no carro aquele dia?

– Pois é, lembras-te? Ela falou a provocá-lo por causa da beleza da Suzana.

– Bem, ela é linda mesmo, muito mais que a Suzana e foi bem clara hoje quando disse que o amava. Acho que ela também já o "conhecia". Ela disse: "eu sei que é ele, sei que será com ele."

– Queres dizer que...

– Caramba, Paulo, eu também era virgem na idade dela. Esperava por ti. O que tem de errado? Até Dani era!

– Nada, mas uma gata daquelas eu pensei que... AI... Isso dói.

– É para não falares bobagem. Eu também acho Daniel um pedaço de mau caminho e nem por isso falo por aí. Nossa, que corpo! AI... Safado!

– Queres dizer que, se pudesses, dormias com ele? – Ele ri para a namorada.

– Podes ter a certeza que, se não existisses, eu não hesitava em traçá-lo, mas eu te amo demais, Paulinho.

– Eu também. O fato de eu achá-la muito gostosa não quer dizer que iria para a cama com ela. Além do mais, trata-se do meu melhor amigo. Não seria capaz de fazer isso com ele. Quero ver como será no sábado. É uma vingancinha.

– Se for igual a nós, vai ser muito engraçado. Tinhas que ver a tua cara quando me viste. Eu só não caí na gargalhada porque estava apavorada.

– É, minha amada, eu fiquei desamparado. Sonhava contigo noite e dia.

― ☼ ―

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