Capítulo 9 - parte 13 (não revisado)
– Jessy. Por que a tua mãe disse aquilo e tu chamaste a atenção dela? E isso não foi a primeira vez. Quando fui buscar-te para a nossa primeira noite, foi a mesma coisa.
Jéssica conta tudo e ele cai na gargalhada.
– Ai, ai, meu amor – Daniel faz um carinho nela – não sei mais viver sem ti.
– Nem eu, Daniel, e temos que ver isso em breve – Jéssica fica séria – mas não sei a reação do meu pai.
– O teu pai – diz ele – vai fazer exatamente o que a tua mãe decidir e tenho a certeza que será a nosso favor. Mas acho melhor esperarmos mais para eles acostumarem-se com a ideia.
– Tens razão. Afinal temos a vida toda, mas é difícil ficar naquele quarto à noite, pensando em ti e sem sono.
– Tenho que te ensinar meditação.
Na segunda-feira, Daniel leva Jéssica e a mãe para conheceram a Cybercomp. Ele, como bom observador que é, ao chegar à casa delas vê os seguranças disfarçados, notando que estão bem protegidas. Quando elas entram na empresa, ficam impressionadas com a beleza do local, muito bem cuidado.
– Meu Deus, amor. Tu construíste isto tudo?
– Sim, faz cerca de quatro anos que comecei. O prédio mais novo é o do teu pai e ainda não está totalmente terminado. – Aponta para o edifício.
– Mas quantas pessoas trabalham aqui? – Questiona Natália, curiosa. – Não se vê quase ninguém nas ruas!
– Milhares de pessoas, dona Natália. Este complexo tem uma rede de esteiras rolantes no subsolo. Assim, a superfície fica só para quem quer passear. Os únicos lugares onde vão encontrar mais gente é na área de lazer, na esportiva e na residencial.
– Estou impressionada, rapaz. Esta obra é grandiosa.
Daniel estaciona em frente à administração.
– Venham, vou levá-las ao departamento de biociências. – Eles descem para o subsolo e sobem em uma esteira rolante, sendo conduzidas pelo rapaz. O lugar é limpo e cheio de pessoas que se deslocam em silêncio e ordenadamente. Quando chegam ao destino, Dan leva-as para um elevador e descem mais três andares. Chegam à sala do doutor Isaac, que não está lá. Apesar desta ser no subsolo, as janelas artificiais mostram a imagem exterior do prédio.
– Computador: localiza o doutor Silverstone.
– Está no sexto pavimento, senhor.
– Obrigado. – Virando-se para elas, diz. – Vamos?
– Não é meio bobo dizer obrigado a um computador?
– Não, amor. Neste caso a palavra obrigado determina que as solicitações estão encerradas. – No sexto pavimento encontram o doutor Isaac inspecionando a instalação de equipamentos de laboratório. Com ele, está João Martins.
– Ora, mas que visita agradável – diz o cientista ao ver a esposa e a filha juntamente com o patrão – boa tarde, Daniel.
– Boa tarde, doutor, João. Vim mostrar o complexo para estas damas e achei que as ia querer ver.
– Mas claro. Deem-me dez minutos que vos acompanho.
O comunicador do Daniel toca e este olha no display, vendo que é a Suzana.
– Oi, Suzi.
– Oi, Daniel. Vi o teu carro aqui na frente. Ainda bem que vieste pois temos umas coisas para resolver. Podes passar aqui?
– Claro, daqui a pouco chego. – Desligando, olha para o cientista. – O senhor não se importa de lhes mostrar o lugar? O dever me chama.
– Claro, Daniel. Fique à vontade.
O rapaz dá um beijo na namorada e sai. Move-se sem pressa pois a voz da Suzana não apresentava urgência. Enquanto vai para a reunião, doutor Silverstone mostra o complexo para a esposa e filha. João acompanha-os até ao hospital, onde vai fazer a residência.
– Este hospital – diz Isaac – reúne a tecnologia mais avançada do mundo. Aqui, fazem próteses biônicas para pessoas mutiladas...
– Oi, gatinha. O que houve? – Pergunta Daniel entrando na sala dela e dando-lhe um beijo na testa.
– Preciso da tua ajuda em alguns detalhes. Também estou vendo as aquisições da usinas de lixo atômico e estão começando a notar o nosso interesse.
– Então tenta ser mais sutil, mas sei que não preciso de te dizer isso. Vamos ao trabalho.
Juntos, sentam-se a analisar a papelada e são tantos detalhes que nem notam o tempo passar. A certa altura o comunicador dá sinal e Patrícia fala:
– Senhora, há duas pessoas aqui que querem ver o chefe.
– Mande-as entrar.
Daniel ergue a cabeça e vê Jéssica mais a mãe. Levanta-se e vai de encontro a elas, sorrindo.
– Suzi, esta é Natália Silverstone, a Jéssica já conheces. Dona Natália, a Suzana é a nossa vice-presidente.
Elas cumprimentam-se com cortesia.
– Su, consegues terminar isso? – Pergunta. – Temos aula em pouco tempo.
– Claro, Daniel. Podes ir tranquilo. – Lembra-se de algo e continua. – A propósito, temos reunião com os japoneses na quarta-feira e acho que vamos fechar o negócio.
– Ok, estarei aqui. – Vira-se para a namorada e a sogra. – Vamos? Só vou passar na minha sala para pegar uns papeis.
Chama o elevador particular e sobem mais um andar. Jéssica diz:
– Bah, amor, que sala maravilhosa!
– É bacana né? Pronto, aqui está, vamos embora? – Pegam o elevador e descem. – Então, o que a senhora achou da minha empresa?
– Achei o lugar maravilhoso e até dá vontade de trabalhar aqui.
– Ora, se a senhora desejar trabalhar, podemos dar um jeito. Talvez seja até melhor pois fica próxima ao seu marido e não o deixará abusar da saúde.
– Bem, Daniel, eu ainda não comecei a procurar emprego, mas já estou farta de estar em casa.
– Então a senhora passa aqui amanhã e fala com Suzana. Ela faz a sua colocação. Mais tarde, vou avisá-la.
– Combinado. – Natália sorri. – Virei com Isaac de manhã.
– Olhem, eu vou ter que correr um pouco, mas não se assustem pois tenho um dom de pressentir o perigo. – Mal fala, acelera até um pouco mais de duzentos por hora.
– Daniel – comenta Natália – correr um pouco é uma coisa, mas você está a mais de duzentos e quarenta quilômetros por hora.
Ele sorri e afirma:
– Tem razão. Mas não se preocupe que não corremos perigo. Não sei explicar, mas sinto qualquer perigo segundos antes de acontecer.
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