Capítulo 12 - parte 7 (não revisado)

– Doutor – diz Daniel para o diretor do hospital de pesquisas da Cybercomp – o que acha de ir morar em Nova York?

– Deseja que eu assuma algum cargo na Megadrug, chefe?

– Sim, o de presidente, não vejo ninguém melhor que o senhor.

– Há o doutor Chang...

– O pai é necessário aqui, para o Projeto Cárdio, e ele assumiria a direção do hospital. Sem falar que o senhor está aqui há mais tempo, logo tem primazia na promoção. Então aceita? – Continua o chefe. – Nova York fica a menos de três horas nos nossos jatos.

– Aceito, chefe, de bom grado. Vai ser bom mudar de ares um pouco.

– O chefe da segurança é o senhor Tanaka. Com ele, estará tão seguro quanto com o mestre Lee aqui.

– Posso levar a Suzana também? – Pergunta o médico sorrindo, pois sabe de antemão a resposta – ela é uma excelente profissional.

– A Suzana é o meu bem mais precioso, doutor. Ninguém a tira de mim. – Daniel dá um sorriso franco. – Obrigado, doutor. Sei que tenho muitas pessoas de alto nível de competência aqui, mas o senhor está conosco desde o início e conhece a nossa filosofia. Eu e a Suzana iremos ajudá-lo.

Os dois despedem-se a Daniel concentra-se na namorada:

– "Jéssica, vem para cá, vamos à polícia e depois para o atletismo."

– "Apanha-me no prédio do biociências. Estou com a minha mãe. Desço em dez minutos." – Mãe, o Daniel chama-me para irmos. Depois continuamos a conversar.

– Como sabe que ele a chama, se o comunicador não tocou!?

– Telepatia, mãe, esqueceste? É tão maravilhoso. É como se nós fossemos um só espirito. Quando unimos as nossas mentes é um êxtase enorme. Já não falamos muito, a não ser para eu treinar alguma língua ou quando estamos com pessoas.

– Realmente deve ser incrível, gostaria de ter uma experiencia assim.

– Quem sabe em uma nova vida, como dizem os budistas.

– Arre, que mistura você foi arruma, filha. Judia, Católica e Budista! – A mãe dela dá uma gargalhada. – Eu não sou praticante e acho que deve escolher o que quiser, mas veja lá o seu pai que ele pode ficar magoado. Apesar de não frequentar a sinagoga, é religioso.

– Ora mãe, o Budismo não é uma religião na verdadeira acepção da palavra. É mais uma filosofia de vida e muito bonita. Daniel chega em um minuto. Adeus.

Atira um beijo para a mãe, e sobe para a superfície. A sala do pai dela fica nos pisos de segurança máxima, nos níveis mais baixos, mas não se nota nada, pois as paredes têm telas enormes de 3D que simulam verdadeiras janelas. Até brisas de ar saem de frestas escondidas, com perfumes de flores, parecendo que estão em um jardim, na superfície. Daniel não economiza com o bem estar dos seus colaboradores.

A Ferrari encosta em frente à delegacia de polícia e o casal desce, para falar com o delegado Figueira.

– Daniel, que bom vê-lo inteiro. A sua obrinha, lá nos Estates, rendeu-nos muito trabalho aqui. O dossiê que me mandou, despachou muita gente graúda para a cadeia, inclusive o meu chefe.

– Sinto muito, delegado. Não era essa a intenção, mas precisávamos de fazer uma limpeza. Eu chamei uma viatura para prender um argentino que cometeu atos de agressão na minha empresa.

– Sim, ele está numa cela aqui em baixo.

– Olhe, eu não quero levar avante o processo. Só quero que ele passe uma noite aqui e pense no assunto. Amanhã mando retirar a queixa. Seria possível?

– Claro, Daniel. Acho bem sensata a sua atitude. Afinal eu vi a coletiva na televisão e aquele soco que ele lhe deu não era capaz de machucar nem a minha mãezinha de sessenta anos. – Os três riem. – Daniel, quero agradecer-lhe pelo portátil. Com o acesso ao seu sistema, já desvendamos quatro crimes que estavam arquivados por falta de evidências. Um dos meus hobbies é estudar crimes não resolvidos.

– Que bom. Também vim aqui para tirar o bloqueio da confissão dos ninjas assassinos.

– Vamos lá vê-los. – Os três descem para o subsolo, na carceragem. Logo que entram, dão de cara com o argentino sentado em um banco. Daniel para, e olha para ele.

– Melhor pensar bastante bem sobre a besteira que você fez. Acha que ficaria impune em agredir um homem à frente de mais de duas mil pessoas e várias câmeras?

O argentino não responde. Está com muita raiva, mas reconhece que errou. Ele vê a Jéssica e fica impressionado com a perfeição e a beleza dela. Ouve o Daniel dizendo para o delegado:

– Vamos lá ver os assassinos dos meus pais. – Uma onda de medo aparece no seu rosto. Jéssica sente que há algo errado e ativa a telepatia.

– Parem. – Diz ela de rompante. – Amor, este homem está envolvido em vários crimes, inclusive na morte dos teus pais.

O jornalista fica branco e os joelhos começam a tremer. Como ela pode saber disso?

– Como eu posso saber? – Ela olha para ele, com ar de pena, falando em espanhol. – A tua cabeça é um livro aberto para mim.

Daniel aproxima-se e abre a mente para a telepatia. Descobre logo a verdade.

– Eu sabia que tinha de haver uma terceira pessoa para filmar aquilo.

– Telepatia não é aceite em tribunais. – Diz o homem.

– O senhor traria os ninjas aqui, delegado?

– Com prazer, Daniel. – Vai buscar os dois prisioneiros. Ao verem o rapaz que os derrotara, ficam olhando para ele, passivos.

– Agora estão livres para confessarem tudo. Conhecem este homem?

– Sim, ele filmava nossas ações.

– Isso chega, delegado?

– Acho que dá uns sessenta anos, talvez mais.

– Bem, delegado, aquilo que eu disse de retirar a queixa amanhã de manhã está cancelado. Não, pensando bem, retire a queixa agora mesmo, mas como ele foi identificado por dois criminosos da gangue dele... Quer que eu ligue para o juiz Alonzo?

– Não se preocupe, Daniel, que eu mesmo trato disso. Vocês, voltem para a cela. – Vira-se para o Daniel e diz. – Eles ficaram bem dóceis, mas não quero nem ver como vai ser no presídio.

– Ok, delegado. – Ele ri. – Vou mandar um vidro de vaselina para eles, quando estiverem no presídio. Temos de ir para a aula de atletismo. Adeus.

– Adeus. – O delegado não para de rir.

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