Capítulo 11 - parte 2 (não revisado)

No domingo, Paulo e Cláudia não saíram de casa e os amigos não se encontraram. Na segunda, após a aula, o casal vai para a empresa e almoça com os pais dela. Depois, Daniel retira-se para a reunião com Suzana e Lee.

Na sua sala, os três discutem o assunto Megadrug. Suzana está assustada e Lee apreensivo.

– Devemos contatar as autoridades – Insiste ela – isto pode ser perigoso, olha o que aconteceu aos teus pais!

– Gatinha, o meu pai não tinha um par de Vermelhos ao lado. E eu não estava junto com ele; tens de pensar claramente. O nosso complexo é grande, mas oferece uma segurança maior que qualquer coisa imaginada. Eles compraram elementos no governo americano e na CIA. Provavelmente, têm agentes aqui no Brasil. Estive analisando os dados do senhor Tanaka e, a sensação que tenho, é que estão apavorados com as consequências do coração artificial e acredito que vão se precipitar. Quando fizerem isso, cometerão erros.

– Concordo com Daniel, Suzana. – Tranquiliza Lee. – Estão assustados e sentem que podemos bem mais. Se procurarmos as autoridades, teremos problemas. Agentes externos virão para cá e alguns podem ser traidores. Do nosso jeito, estamos seguros. Cada casa de cada pessoa chave, fora daqui, tem um vermelho na cola, no mínimo. Os doutores Chang e Isaac têm dois. Daniel nem está em foco. Além de ser inatingível é desconhecido. Tu, Suzana, precisas de ter cuidado. Estando aqui no complexo, tudo bem. Mas fora, a menos que João, Paulo ou Daniel estejam junto contigo, deverás levar dois Vermelhos. Na verdade, exceto pelo Daniel, deves levar sempre um Vermelho contigo. Vejo claramente que o alvo principal, será a vice-presidente e os cientistas.

– Isso deixa-me mais preocupada ainda – diz Suzana – afinal, é o meu que está na reta.

– Calma, Su – Daniel sorri e pousa a mão no seu ombro – estás completamente cercada de grandes mestres em artes marciais. O que eu acho possível e preocupante é o fato de eles quererem sequestrar os cientistas, para roubar a tecnologia. Outra preocupação, a meu ver, são os parentes imediatos. É fácil ceder quando um cônjuge ou filho estão nas mãos deles.

– Exatamente – concorda Lee – pensei em pedir que se mudassem aqui para dentro, mas acho que podemos provocar uma reação ruim. Melhor manter os vigias com as famílias. Essa é a minha sugestão: mantemos as coisas calmas, sem provocar medo. Os peças chaves devem ser vigiados. A casa do doutor Isaac tem uma casinha nos fundos e já falei com ele pedindo para pôr seguranças lá, mantendo-os permanentemente em turnos de descanso. Penso deixar três ou quatro, um Verde e dois Vermelhos. O mesmo na casa do doutor Chang. Lá, será mais fácil, pois a senhora Chang fala cantonês. Ao lado do apartamento do pai da Suzana, alugamos um vago, que conta com seis Vermelhos de vigília.

– Mestre, ponha o novo Azul com um verde e dois vermelhos na casa do doutor Isaac. Um dos vermelhos deve ser a sombra dele e os demais protegem a casa e a esposa. O novo Azul fala português, mal, mas fala. No doutor Chang, ponha três Vermelhos. Um é a sombra dele, os outros dois da casa e esposa. Os demais, ficam aqui. Devem descansar por turnos. Se a Suzana sair para algum lugar, deverá ter dois Vermelhos com ela, a menos que um de nós a acompanhe. Agora, a minha questão maior: o presidente?

– Nunca aparaceste na mídia, Dan. Estás seguro.

– Eu estou seguro até contra um exército, Su, não é esse o foco da questão. Eles têm condições de descobrir quem é o presidente. Basta comprar um funcionário da Junta Comercial, mas nunca vão acreditar que eu sou o presidente, só que irão à minha casa. Se eu não estiver com a Jéssica, quero sempre um Dragão por perto. Na verdade, a partir de hoje até ao perigo passar, ela não sai de perto de mim, mas, na dúvida, providencie um Dragão.

– "Daniel" – Jéssica chama-o – "amor, estás ai trancado há mais de três horas! Temos de ir para o atletismo."

– "Sim princesa, já estamos no fim. Podias ter entrado."

– "Não quis incomodar. Estou com a minha mãe. Passa aqui."

– "Está certo."

– Bem, alguma outra pergunta ou sugestão?

– Sim – Suzana notara a pausa que, e imaginou o ocorrido – o dom da Jéssica não pode ser útil? Se vocês se comunicam mentalmente, ela não pode detetar o perigo?

– Tu és mesmo muito observadora, Suzi – Daniel dá uma boa risada – ela de fato é telepata e muito mais forte que eu, mas teria de estar sempre focada em todos, o que a levaria à exaustão em pouco tempo. Infelizmente, o dom dela não é muito útil para esta situação.

– Bem, isso complica um pouco as coisas.

– Não, estarei sempre com ela. Bem, estamos aqui há muito tempo. Quando eles atacarem, nós vamos retaliar e eles vão-se arrepender de terem nascido, mas eu não tomarei a iniciativa. Quero expôr todos os crimes deles. Isso já vem sendo feito discretamente. Algum de vocês tem mais alguma pergunta ou ideia?

– Não, Daniel. Rezo para que dê tudo certo.

– Vai dar – diz ele mais otimista do que está realmente – vou indo que Jessy espera-me, adeus.

– Até amanhã, Daniel.

Este vai de encontro à namorada.

– Demoraste muito, amor.

– Sim, princesa. Muitos problemas pela frente. Vamos?

Entram no carro e, enquanto dirige, Daniel pergunta:

– Jessy, em quanto tempo consegues aprender uma língua nova?

– Eu aprendi espanhol em aproximadamente um mês, por quê?

– Porque vou ensinar-te cantonês. Tu precisas de saber comunicar com o pessoal em segredo. Também vamos ter um segurança Vermelho, para quando eu não estiver contigo. Com o nosso elo, será mais rápido, embora a língua seja bem mais complexa.

– "O que está havendo?"

– O mesmo grupo que matou os meus pais e muitas outras pessoas da mesma estirpe – responde, em cantonês – está de olho na gente. Estão apavorados com o poderio que a nossa empresa se tornou e do que fazemos, principalmente de graça. Eles podem querer atingir os dirigentes, os cientistas e as famílias.

– Mas por quê? – Pergunta ela em inglês, sinal que está nervosa, pois compreendeu tudo por causa do elo mental.

– Mas por quê. – Corrige ele em cantonês, que Jéssica, sorrindo, repete. Tem uma facilidade enorme para falar idiomas e diz a frase com perfeição absoluta.

– Porque eles têm o monopólio da indústria farmacêutica e eu, na sua opinião, dou-lhes prejuízo. – Pegando no fone, liga para Suzana. – Oi, gatinha, quero te pedir um favor. De hoje em diante, todos os que sabem cantonês deverão falar com Jéssica nesse idioma. Ela tem uma facilidade enorme para falar línguas e pode ser útil.

– Essa história de gatinha tá me deixando brava!

Ele repete em cantonês, sorrindo para ela e forçando-a a repetir.

– "Jessy, ela é uma gatinha para mim. Não posso negar e isso não muda nada o que sinto por ti. Tu também és a minha gatinha e só falo isso na intimidade."

– "Cuidado com as intimidades." – Ela dá uma risada. O resto do caminho, ele vai mostrando objetos e falando os nomes em cantonês. Como ele, Jéssica não se esquece do que aprende, embora a sua memória não seja tão perfeita. Na aula de atletismo, encontram-se com os colegas e muitos deles brincam com o casal. Como sempre, Bianca aguarda-os, mais radiante e alegre, consequência do Fonseca. Os três correm em conjunto, deixando os demais com inveja, pois ninguém mais tem fôlego para acompanhar Bianca. No fim da aula, Fonseca aparece com um buquê de rosas na mão, indo para arquibancada. Bianca e Jéssica já estão lá, preparando-se para irem embora. Ao ver Manoel, ela corre até ele, beija-o e abraça-o, recebendo as rosas e dando novos beijos. Vários colegas viram a chegada dele e ficam apaixonados pelo carro. Só então notam a Lamborghini preta ao lado do Porsche.

– Mas bah – diz um deles – isso é que é viver. Olha o carro. Acho que a Bianca se deu bem.

– Mas, tchê, olha só aquela Lamborghini preta! Mata a pau. Nossa senhora, o que eu não faria se tivesse uma dessas! De quem será?

– Não sei – diz outro – não vi chegar. Mas ia chover muita gata na minha horta, se tivesse esse brinquedo!

Bianca despede-se da Jéssica e vai-se embora enquanto os colegas ficam olhando. Daniel volta do vestiário e pega na mão da Jéssica, falando em cantonês:

– Vamos, princesa? Que tal aquele restaurante mexicano?

– Será muito prazeroso. – Responde.

– Seria melhor dizer: eu adoraria. – Daniel corrige, sorrindo.

Os colegas olham para o casal e uns para os outros, abismados. Daniel pisca o olho e vai para o carro, abrindo a porta para Jéssica e eles descobrem quem é o dono do carro dos sonhos de cada um.

No restaurante dão de cara com Fonseca e Bianca. Ele, sempre brincalhão e alegre, diz:

– Poderia este humilde escravo aceitar a honra da presença dos seus amos na sua triste mesa? – Levanta-se, faz uma vênia teatral e exagerada, ajeitando a cadeira para Jéssica.

– Garçom – diz Daniel – preciso de uma folha de papel e uma caneta.

– O que diabo tu queres? – Pergunta Fonseca, um tanto espantado.

Jéssica que está ligada ao pensamento do Daniel, cai na gargalhada e o casal entende menos ainda. Com a vinda do papel e da caneta, Daniel escreve umas linhas, assina, e dá para Bianca, que pega no papel e lê. Imediatamente, tem um ataque de riso entregando-o para o Fonseca, que lê:

"Carta de transferência

Por meio deste documento, faço público que o meu escravo, Manoel Fonseca Reclamão, doravante pertencerá para o resto da sua miserável vida à sua legitima dona, Bianca Camargo, que cruelmente, arrebatou-lhe o coração sem a menor explicação. Eu, Daniel Moreira, atesto e assino. Porto Alegre, 28 de Abril de 2096"

Fonseca lê, e sorri, mas não perde a pose.

– Agora, troquei para uma dona linda e maravilhosa. O meu coração trabalha duas vezes mais rápido e eu serei teu escravo para o resto da minha vida. – Dizendo isto, ajoelha-se e beija a mão dela. Ela puxa-o, sorrindo, e dá-lhe um beijo de tirar o fôlego.

Daniel e Jéssica olham com carinho e alegria. Fonseca tem tanto carisma que em uma semana fez Bianca esquecer completamente do seu amor pelo Daniel, para alívio deste.

– Se tivéssemos combinado, não ia dar tão certo de nos encontrarmos. – Foi só Daniel falar disso, que Paulo e Cláudia aparecem na mesa, sorridentes. – Reforço as minhas palavras – diz – sentem-se.

Os seis amigos jantam juntos, conversam ao acaso e divertem-se. O primeiro casal a ir embora é Fonseca e Bianca. Os que ficam conversam mais uma hora, curtindo a noite maravilhosa. Após se despedirem, Daniel e a noiva vão passear na praia, coisa que apreciam muito.

– "Dan, tu aprendeste a bloquear parcialmente a tua mente e não gosto disso, pois sei que fazes para me proteger de problemas. Vivemos juntos, devemos compartilhar tudo juntos." – Está apreensiva.

– Tens razão, amor da minha vida – diz em cantonês – desculpa.

Dizendo isto, ele libera a mente totalmente. Ela "ouve" a reunião, as decisões que ele tomou, enfim, sabe de tudo.

– É tão mau assim? – Pergunta, também em cantonês, pois já consegue articular pequenas frases em menos de um dia – "acho que te preocupas demais." – Apela para a telepatia por não saber falar em cantonês.

– Eles mataram os meus pais, amor – fala inglês para lhe facilitar – e talvez também a Daniela. Sabem que o teu pai segue o trabalho do meu e tenho um espião que me avisou que vão agir.

Ok, honey, your decisions are correct. Don't worry. (Ok, amor, as tuas decisões estão corretas, não te preocupes).

Após caminharem uma hora, vão para casa.

― ☼ ―

– Bianca, meu amor – diz Fonseca, ofegante – onde andavas antes que te procurei por toda a minha vida. És a gatinha mais linda e fogosa que eu conheci em toda a minha vida. Nunca mais vais te livrar de mim.

Ela sorri e beija o ombro dele, aconchegando-se.

– Tu também és bem fogoso, Manoel.

– Viste? – Ele abraça-a com carinho. – Fomos feitos um para o outro. Deve ser por isso que agora sou teu escravo particular. – Ele acaricia a namorada que já se anima novamente.

Na manhã seguinte, um Vermelho aguarda no portão da casa do Daniel. Este leva-o para dentro e ensina aos cães que é amigo. O chinês afirma que sabe inglês, mas Daniel pede que ele fale apenas cantonês com a Jéssica, podendo usar inglês para ajudá-la a compreender. Ele apresenta para a governanta o novo funcionário da segurança e pede que preparem a casa de hospedes. Depois, o casal segue para a escola. Lá, Bianca anda como se não tocasse o solo e os seus amigos riem.

– A farra tava boa – diz Cláudia no bar da piscina – olhem só a carinha dela. Está mais bonita que nunca!

Realmente Bianca mudou muito nesses dias. Aprendeu a realçar a sua feminilidade, descobriu que gosta de se vestir com o estilo das roupas que eram da Daniela e aprende novas formas de se ajeitar. Sempre foi muito bonita, mas agora está deslumbrante. Vários colegas começam a olhar para ela de forma diferente, embora tardiamente. Sorri para os amigos, feliz.

Após a aula, cada um segue para o seu destino. A caminho da empresa, Daniel recebe uma ligação. Ao ver quem é, atende imediatamente.

– Oi, gatinha, fala. – Jéssica dá um rosnado gozador.

– Vens para cá?

– Estamos a caminho.

– Vem direto para a minha sala, tenho uma surpresa.

– Ok. Chegamos em cerca de uma hora porque há muito trânsito. E ainda vamos almoçar.

– Não há pressa, Dan. Beijo.

– O que será? – Pegunta Jéssica – ela foi bem reticente.

– Jogo contigo que fez mais um milagre.

– Milagre?

– Sim, pedi que ela desse um jeito de criarem olhos biônicos em série. Deve ter conseguido.

– Seria ótimo conseguir isso. Há tanta miséria e maldade neste mundo!

– É verdade, minha linda, mas, com sorte e a nossa fortuna mudaremos isso. Infelizmente, toda essa grana ainda é pouca para uma escala mundial.

Novamente o telefone toca, sendo André.

– Professor, não o vi hoje na escola.

– Não tinha turmas – responde André – estou com Janine. Ela conseguiu e temos um dispositivo de segurança para os reatores nucleares portáteis ou qualquer outro equipamento atômico.

– Vão para a sala da Suzana em uma hora, que estarei lá. Ela espera por mim para uma reunião.

– Combinado. Au revoir. (Adeus)

Au revoir.

– As coisas estão andando, minha linda – diz Daniel em cantonês – e em breve teremos um grande lucro que vai aumentar a nossa capacidade filantrópica.

– É – ela fala devagar – e está tudo acontecendo ao mermo tempo.

– Mesmo tempo. – Corrige e ela repete.

Após o almoço, dirigem-se para a sala da Suzana. Esta está sorridente. Ao ver Jéssica, fala em cantonês.

– Olá, Jessy. Com vai o aprendizado?

– Ainda tenho muita dificuldade. – Responde. – A língua é complexa para um ocidental.

– Meu Deus! Ela começou a aprender ontem!

– Ela aprendeu espanhol em um mês. – Diz Daniel no mesmo idioma. – Provavelmente vai aprender cantonês em dois ou três, mas com a capacidade telepática pode aumentar muito a curva de aprendizado.

– Parabéns, Jessy, só Daniel aprende tão rápido.

– Obrigada, Suzi.

– Bem, Daniel. O olho biônico é uma realidade.

– "Eu não te disse, amor?"

– Os nossos cientistas criaram um envólucro de silicone que pode ser feito na medida do globo ocular do paciente. O mecanismo de visão, como sabes, é muito menor que qualquer olho humano. O problema era colocá-lo na órbita. Este corpo ocular pode ser feito sob medida em pouco tempo e nossa fábrica de corações foi desenhada para também fazer olhos.

– Suzi – diz Daniel radiante – deixas o meu coração alegre com essa notícia. Vais convocar para amanhã uma entrevista com a mídia, nos mesmos moldes da anterior. Deves vender a ideia que a cegueira acabou, o que é uma realidade. Apenas tens de ser clara, que o olho biônico só pode ser implantado em cegos irreversíveis. Novamente, os custos serão subsidiados por nós, desde que o paciente não possa pagar. Onde está o professor André e a esposa? Eles vinham para cá.

Mal termina de falar, ambos são anunciados. André traz consigo um contador geiger e uma fonte radioativa. Junto, a Janine vem com um frasco plástico cujo conteúdo aparenta ser um gel transparente.

– Afastem-se da mesa para não haver exposição – diz, pondo a caixa de chumbo na mesa. Liga o contador que nada marca. Usando uma pinça longa, abre a portinhola e, imediatamente, o contador começa a crepitar. Fecha a caixa e Janine despeja parte do conteúdo do saco sobre a fonte. Ao abrir a caixa, o contador não acusa nada. Ela aproxima-se dele e despeja mais gel em cima. Dois minutos depois, limpa a caixa. O contador não acusa nada, apesar da caixa estar aberta, cheia de césio.

– A radiação foi absorvida pelo meu composto. – Ela sorri para todos. – O césio foi completamente neutralizado. Obrigada, Daniel, por acreditar em mim.

– Quem agradece sou eu, doutora Janine – diz Daniel, inclinando a cabeça – a sua descoberta permitirá fazer dos nossos reatores nucleares portáteis, uma realidade segura. Os meus parabéns. E o seu português está excelente.

– Obrigada – diz ela, sorrindo e apontando o marido – esse carrasco aí não me deixa falar francês.

– Muito bom mesmo. Podemos criar reatores miniatura mas devemos ter muito cuidado. Suzana, deves fazer um estudo de custos. Também deves avaliar o impacto na economia do país. Precisamos de ter muito cuidado com isto. Afinal, um reator do tamanho de uma bateria de carro poderia sustentar uma casa por anos a fio, o que traria consequências para as empresas fornecedoras de energia.

– Bem pensado – diz Suzana, muito séria – vou pôr uma equipe a estudar o assunto. Mas acho que isso ainda vai longe.

– Ótimo. Alguma notícia do senhor Tanaka?

– Não. Só espero que ele não esteja em perigo.

– O mestre Lee sabe quem escolheu. Tanaka é um ninja, e não corre perigo. Bem, vou subir para a minha sala. – "Vamos, lindinha?"

Jéssica, sorri para todos e sobe junto.

– Ele anda muito preocupado – diz André, sério – quer parecer otimista, mas não está. Espero que tudo termine bem.

– Ele é assim – diz Suzana – preocupa-se com todos. Sabe quem matou os pais e teme que façam o mesmo com os pais da Jéssica.

– Oh, mon Dieu – deixa escapar Janine – que horror. Mas por que não prendem os bandidos que fizeram isso, se ele sabe quem são.

– Não pode. Ele sabe apenas quem são os mandantes, mas o crime foi disfarçado em um acidente de carro. Não há como provar.

– Podre rapaz – diz Janine combalida – tão jovem e já tem que enfrentar tantos problemas. Eu, sinceramente, não sei se seria capaz de sobreviver a todas essas tragédias. Pelo menos ele encontrou essa moça, tão doce e tão bonita.

– E como é inteligente, meu Deus. – Arremata o professor.

– É mesmo? – Perguntam as duas.

– Ela resolveu uma prova de física em cinco minutos sem desenvolver uma única equação. Simplesmente escreveu os resultados, tal como Daniel.

– Foram feitos um para o outro – diz Janine, rindo. – Tomara que a esta não se suceda nada. Não sei o que poderia acontecer ao Daniel.

– Nem me falem – diz Suzana, batendo na mesa – pouco faltou para ele morrer da outra vez. Ficou trancado no apartamento sem comer nada por quinze dias.

– Mas como ele não morreu? – Pergunta Janine, intrigada.

– Ioga – responde Suzana – ele suspendeu quase todas as funções vitais. Mas quando o encontrei, pensei que estivesse morto e fiquei muito assustada.

André faz sinal para a Janine não insistir com a conversa.

– Bem, Suzana – diz ele – nós vamos levar este composto para o doutor Hans.

– Claro, eu acompanho-vos, vai ser bom sair daqui do escritório por um pouco.

― ☼ ―

Fonte Radioativa: Pequena caixa de chumbo, contendo material radioativo com uma abertura que se abre e fecha para permitir a passagem de radiação em condições controladas. Muito usada nas universidades.

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