CAPÍTULO XXXV - Poderia te matar

                O breu tomava conta daquela floresta, enquanto na outra parte predominava o sol. Esta divisão sempre fora existente, desde que passou existir às trevas, muito depois de prevalecido somente à Luz.

Era um bruto conflito acirrado entre bem e mal, quase incessante. Há em Eloman não somente povos como os Nelfos e seres como os Telfos. No entanto, povos de outras vilas diferentes viviam em seus povoados protegendo-se dos seres das trevas. Onde houvesse seres de luz, estavam eles de forma ávida tentando trazer escuridão, ceifando suas almas. Contudo, não estava sem proteção.

Uma iniquidade ultrajante e insuportável.

Aquela voz carregada de escárnio ecoou pela rústica cabana e um sorriso havia em seus lábios marcado pela tintura vermelho sangue.

— Acabou o show. –,

Fora ouvido, atraindo toda atenção daquele espaço. Se existisse vida naquele ambiente, era possível dos grilos estarem grilando pelo silêncio predominante. Para jovem princesa, aquela figura cobiçável era desconhecida, contudo, sua mente tinha um suposição que logo tornaria-se verídica.

O ser vulgo Caim pondo seus pés correrem, começou reverência a fadinha medonha que lhe encarava com indiferença, logo levando suas orbes acinzentadas para princesa.

Rindo nasalmente pelo que sua expressão sugeria: Ironia. Empurrou Caim para o chão, indo em sua direção, agachando-se em sua frente.

— Olá, Princesa Ester – cumprimentou com ênfase em seu nome, tirando a mordaça de sua boca, esperando ouvir uma resposta agradável.

Fadinha desprezível – cuspiu as palavras em sua face, com vontade de cravar uma flecha.

Sem ânimo, pelo descoberto, continuou com um tom de desprezo. Caim, observava a cena, ansioso para ver além de alfinetadas, um tapa sendo acertado em seu rosto pelo acometido. Mas surpreendeu-se ao ver sua chefe levantar-se e lhe responder:

— Caso ache que suas palavras me ofendem, estais muitíssima enganada. Ao contrário – riu brincando com suas unhas –, é um elogio.

Ester, sem reação, teve suas dúvidas cessadas. Ao jogar verde, descobriu o que desejava.

Karayan… –  antes que pudesse completar aquela frase, não recebeu somente um olhar repreendendo como também fora imprensado contra parede pela sua mão com tamanha agilidade. Era ondem, ordem não, lei. Em hipótese alguma seu nome ser dito fora de sua propriedade, pretendia que no Grande Livro, continuasse desconhecido, até o momento.

Humano desprezível – murmurou crizpando os lábios indignada pelo desleixo. –, poderia te matar, sabia? – sentindo prazer em vê-lo perder o ar, soltou-o antes que sua vontade fosse maior que sua razão, logo bagunçando seus fios loiros, escutando-o cair do chão em busca do ar.

Recordando-se que a moça havia escutado, com aparência dura, lançou-lhe um olhar mortal antes de caminhar para saida, contudo, ao segurar na maçaneta antes de girá-la, sem que lhe olhasse, proferiu: — Quando retornar à este lugar, tenha certeza que será para dar cabo de sua vida.

Ao dito, desapareceu como fumaça deixando a porta escancarando, com uma jovem abismada e Caim, de roxo voltando para sua coloração normal.

Ester não pretendia deixar o medo tomar seu ser, contudo estava sendo impossível. Com poderia? Existia uma sentença de morte sobre sua cabeça, era quase impossível, seu subconsciente martelava ferozmente ao ponto de lhe causar dor.

Porém, em meio a tanta dificuldade surgiu uma idéia: Caim era humano.

— Ei, – chamou, não tendo sua atenção, continuou – por que serve a um ser deste sendo humano?

Ira percorreu o corpo de Caim que num sobressalto levantou-se do chão, lhe fitando com certo receio no olhar e fúria.
— Cale a boca!

— Não pretendo, quero que me diga – insistiu.

Vendo que não teria escapatória, desabou inconsolável: — Quando criança, ela me levou depois de matar meus pais.

Com essa revelação, Ester sentiu uma pontada de pena invadir seu coração, como poderia existir este nível de maldade?

— Não fique incrédula, Ester. Maldade faz parte de sua índole. – relatou tristemente, notando a princesa que ele estava de alguma forma preso a ela.

— Como não? Desde que conheço o mundo, nunca presencie a existência deste formato de mal.

— Acredite, você nunca conheceu o mundo de verdade. Existe algo muito além dele, do que pudesse vê. – lhe encarou pesarosamente, sem entender do porquê estava abrindo seu coração com uma estranha que jamais poderia lhe ajudar, muito menos quebrar sua maldição, um lanço o ligando a Karayan. – Agora, você vê, já que está em Eloman.

Incrédula com sua negatividade, teve de da um riso forçado, batendo impaciente o pé no chão.

— Deixe de servi-la.

— Não posso – retornando seu tom escarnecedor, deu-lhe às costas.

— Pode.

— Já disse que não, larga de insistência – tratou-a com indiferença.

— Sozinho, realmente não pode. Mas com a ajuda do Leão você pode.

Murmurando algo incompreensíveis, virou-se abruptamente fazendo caso omisso de seu dito. Como poderia, aquela ladainha novamente em seus ouvidos? Ainda mais de alguém que denominava-se princesa, era realmente ultrajante.

— Não faça caso! – exclamou descontente – Me responda, poderia um etíope mudar sua cor de pele ou o leopardo suas manchas? Assim não pode o homem sozinho que pratica o mal, tornar praticar o bem, sem o auxílio do Leão.

Aquelas palavras voaram pelo ar chegando em suas vias auditivas, causado algo em seu coração. Ele não poderia permitir-se ser enganado com esperanças falsas novamente, sim? Poderia realmente o Leão desfazer o laço de sangue estabelecido pela fadinha desprezível e medonha, aquele ser feito de abominável maldade?
Se fosse possível, Caim gostaria de ser livre do comando daquela infame.

— Tudo que conheci nesta vida, foi mal. Poderia existir realmente o bem? – indagou, lhe encarando com expectativa e arrependimento pelo mal que causou desde que entende-se por gente.

Assentindo, reprimindo às lágrimas de rolarem pela emoção do momento. Sentiu às cordas serem desamarrada de seus braços e pernas, num impulso lhe envolveu num terno abraço que demorou de ser devolvido;

Sentindo algo novo tomar seu peito, gostou daquela nova sensação calorosa que nunca pôde receber de seus pais. Isto, era um abraço nunca tido.

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Revisado rapidamente, contém erros ortográficos.

Espero que este capítulo aqueça vossos corações.

Acredito que vocês não esperavam isto do Caim, hein? Mas por favor, não enganem-se...

Deus vos abençoem,

Até o próximo capítulo.
<3

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