CAPÍTULO XXXIII - Espíritos imundos


                Depois de receberem ordens para redobrar o treinamento em um dia, nelfos conduziram-se para sala secreta de treinamentos avançados. Treinariam de forma que não causasse muitos alardes,  notícia poderia se espalhar e o povo ficar temeroso de haver algum invasor na vila o que presumia o ancião ter sido somente aquele, rodas estavam sendo dadas sigilosamente.

Todo cuidado é pouco, ainda quando se trata de zelar pelo bem estar não somente físico, como também psicólogo. Havia terminado uma batalha com muitos feridos e poucos devido ao Leão, mortos.

Nem todas batalhas poderão ser ganhas, pensara Urias tamborilando os dedos impacientes na mesinha ao lado de sua poltrona – como gostava de chamar –, era agonizante essa situação, malmente havia encontrado sua neta para perdê-la de novo.

Tentando afastar esse pensamento negativo, pois sabia que não lhe acrescentaria em nada, levantou-se e foi até à cozinha que estava poucos metros da sala de estar onde encontrava-se.

Refrescando-se com um copo água, sentiu às emoções outrora afloradas esvai-se rapidamente.

Uma mão lhe consolava repousada sobre seu ombro, sabia que era sua adorável esposa. Depois de ter perdido Naamá, ficou inconsolável.

Tendo o cargo pesando involuntariamente sobre seus ombros, relutante em aceitar seu posto de guardião da vila dos nelfos, sua fiel amiga, Ruthe, esteve sempre lhe aconselhando que ele não deveria deixar a dor lhe consumir, mas deveria assumir este cargo e mostrar que não vive segundo suas emoções, sendo essas muitas vezes uma brecha para fada tentar manipulá-lo, devendo assim viver segundo o que sabe. A confiança no Leão sempre será a chave que lhe concederá forças para continuar, afinal, Ele não lhe concederia tamanha oportunidade se não fosse capaz?

Lutando com forças sabendo muito bem de onde vinha, agarrou a responsabilidade que lhe fora proposta, havia também outra razão lhe impulsionado para levantar-se, sua filha que lhe concedeu uma bela neta, somente não era idêntica, devido aos traços do pai.

Romãzinha, – fungou entristecido virando-se para ela, que mantinha um sorriso compreensível no rosto – estou tão preocupado, e não poder evidenciar isto é tão cansativo...

Receber por Bezalel a notícia que sua neta havia sido sequestrada, lhe quebrantou profundamente. E vendo a feição condoída do jovem, teve por obrigação não deixar evidente nenhuma preocupação, mas confiança.

Compreendendo-o, Ruthe tinha idéia do sofrimento de seu marido e o tanto que ele tinha que se mostrar forte para aqueles fora de seu lar, esperando eles, um líder dedicado e forte, porém também reconhecia que não precisava ser forte o tempo todo, era um fardo pesado demais à carregar.

Conduzindo-o a sala de estar, sentou-se ambos num sofá rústico, aconchoado de algodões, logo sendo proferido por sua esposa:

— Escute-me bem, você não precisa ser forte o tempo todo! – revelou fitando seus olhos com ternura – Precisam não somente de um líder forte, como também sincero. Não tente esconder suas emoções, porém, controle-as. Você não é perfeito! E também, não quero vê o meu amado se martirizando tentando esconder o que sente... – concluiu acariciando sua bochecha rechonchuda e deixando ali um selar.

— Obrigado, romãzinha – murmurou a última fala para ele somente, entretanto fora audível para a anciã, que virou-se da direção que seguia.

— Não me chame de romãzinha!

— Por quê? – questionou inconformado, tendo uma linha formada em seus lábios, ciente do que vinha à seguir.

— Você sabe bem o porquê! – exclamou lhe apontando advertidamente, com a mão na cintura. O mesmo fingiu uma feição de desentendido, alisando o queixo como se estivesse verdadeiramente pensando.

— Esquece isto, romãzinha – provocou, Urias estava ciente que colocava o dedo no fogo, porém, não tinha medo de se queimar atiçando sua amada.

— Esquecer? – exasperada, arregalou os olhos elevando ambas sobrancelhas, inquirindo-o incrédula por tamanha audácia. – Impossível, você com suas gracinhas, teve a mirabolantes idéia de me levar ao piquenique embaixo de uma romãzeira... – respirou profundamente, vendo-o segurar-se para não rir, era evidente, estava rubro de tanto prender o riso que rasgava sua garganta – com romãs maduras, me deixou ajeitando tudo, até que vejo romãs caírem como uma jacá madura em minha cabeça!! Culpa sua que balançou aquela árvore, seu, seu... ARGH! – exclamou batendo o pé, um dia ele receberia o pago, um dia, prometia a anciã vendo-o se contorcer de tanta risada.

Ficando velho e mais besta, você me paga Urias! Ah, se paga! – praguejando em seus pensamentos, rindo em seguida, ao menos em meio seu descontentamento, pôde tirar uma gargalhada verdadeiro do Urias que por um momento esqueceu das aflições que lhe rodeava.

Verdadeiramente, como um coração alegre aformoseia o rosto, de igual modo uma boa palavra pode o alegrar.

Retirando-se da sala ouvido seu chamado longe, o homem lhe acompanhou em passos apressados rindo ainda de seu pequeno desastre, causado por ele, claro. Portanto, a graça havia terminado, óbvio que para Ruthe, pode para Urias...

°°°

À neblina cobria toda floresta, era realmente sombria, suas árvores eram totalmente sem vida, somente as telhas de aranha percorriam os seus galhos secos e deformados.

No céu não havia cor, era total escuridão, às nuvens prefiram esconder-se ao habitar onde jaziam os espíritos imundos, – por isso tão temida – os maiores seres das trevas viviam vagando em busca da escuridão continuamente para poderem sair e consumir para si alguma alma desalentada.

Eram todos famintos, sua fome era insaciável, sua sede em vê sangue escorrendo pelo chão enquanto suas garras dilaceram a carne de todos que se tornavam suas presas, era inesgotável. Como um poço sem fundo e um túnel sem luz.

No meio dessa floresta havia uma cabana rústica, a névoa acinzentada cobria por completo, era quase impossível de ser localizada. Totalmente macabra, por fora suas madeiras mostravam-se inacabáveis, com farpas eriçadas como se estivessem prontas a atacar, às únicas coisas visíveis eram a fresta de luz que saía e o grito abafado e irreconhecível.

Por dentro era ainda pior, às paredes de madeiras eram gosmenta, com um muco verde escorrendo sobre ela, – horripilante – à luz não iluminava muita coisa.

Ao menos era inexistente teias de aranhas naquele lugar, de mau gosto, pensara à princesa impaciente com o paspalho tentando lhe causar medo.

Rolou os olhos em desgosto ao notar que somente existia dois móveis, no caso duas cadeiras naquela cabana.

" Até o jornal do Lima é mais bonitinho, apesar que carece duma reforma " – pensara Ester, tendo seus devaneios interrompidos por uma voz insolente.

— Calma princesa, logo você se verá livre desse sufoco – relatou Caim, sentando em sua frente, vendo-a amarrada na cadeira. Para total segurança lhe calou, porém, tinha certeza não ser necessário, visto que todos que ousam entrar em seu território morre. –, vocês são muitos tolos, inclusive você. Ficando toda irritadiça por brigar com o rapaz que nem dá a mínima para você, sempre lhe destratando.
Sim, eu estava te observando.

Seus olhos arregalaram ao extremo por tamanha infâmia, se seus pés estivessem livres lhe acertariam em cheio.

Percebendo às intenções de suas palavras, resolveu entrar no jogo fingindo está cabisbaixa – ora, fora boa atriz para enganar o palerma de seu tio, como poderia deixar de fazer o mesmo com o insolente em sua frente? –. Satisfeito pelo possível resultado, levantou-se e começou andar de um lado ao outro com um sorriso vitorioso no rosto, que logo se desfez quando a gargalhada abafada da jovem entrou em seus tímpano.

A princesa ria de tal modo que tombava a cabeça para trás, a dor na barriga seria inevitável, acaso não sentisse seu couro cabeludo latejar pelo puxão.

Seus olhos queimavam em fúria, ele havia ido longe demais, lhe raptar havia sido o cúmulo, agora puxar seu cabelo, foi o cúmulo do cúmulo.

Pegando impulso para seu rosto que não estava longe, deu-lhe uma cabeçada que o fez cambalear para trás.

— Sua… SUA FEDELHA! –  elevou sua voz massageando sua testa vermelha, tentando também sentar-se na cadeira pelo impacto.

Atreva-se de novo! – ditou pouco audível mas compreensivo para Caim, que estava furioso, somente não lhe ceifava a vida pôs pelo feito perderia à sua.

— Acabou o show – uma voz feminina ecoou dentro da velha cabana.

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Revisado rapidamente contém erros ortográficos.

Parece-me que estou voltando!

Espero que esteja capítulo aqueça vossos corações.

Deus vos abençoem!

Jesus Te Ama!

Bye!
<3

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