CAPÍTULO XXXI - Durma
A agitação precoce invadia seu coração lentamente, como o grito da alma abismada.
— COMO ASSIM OSÉIAS ME SALVOU... E... COMO ELE ESTÁ VIVO? – gritou exasperado trazendo em memória todo ocorrido que passou pelos seus olhos, enquanto a jovem princesa tentava manter sua calma, gesticulando às mãos pendido paciência.
— Eu não sei, foi tudo muito rápido. – pontuou recordando do acontecimento. – Bom, vamos esperar Bezalel vir ao nosso encontro para chamá-lo.
Dito certo, o jovem de olhos negros pigarreou atrás deles os assustando. Ester somente não lhe dava uma tapa, pois, estava tentando manter o domínio sobre suas emoções. Entretanto, revirar os olhos e bufar em tédio não conteu.
— Espero que seja educado da próxima vez ao invés de dar sustos nas pessoas... – suspirou crispando os lábios – veja, o belo jovem não pode se assustar, – gesticulou para Itai que fez careta – ainda mais estando neste estado.
— Ei! – praguejou mostrando sua indignação. Fingindo não ter visto seu curto chilique fitou Bezalel com feição estabanada.
— O quê? – questionou com indiferença, cruzando os braços e eriçado a sobrancelha esquerda.
Balançando a cabeça em negação, o detetive suspirou debochadamente:
— Nada. O que querem comigo? – mudou de assunto, retornando ao início dele.
— Sobre Oséias, onde ele está? Por que ainda não veio me vê?
— Oh... isso – em busca das melhores palavras para relatar Ester que Oséias não estava presente desde que salvou o Nelfo e a guerra cessou, respirou profundamente vendo os olhos da moça cheio de expectativa por uma boa resposta, torna-se tristes, com questionamentos rondando sua vasta mente.
— Tudo bem. – foi tudo que ouviu sair de seus lábios, agora com sorriso forçado.
Um passo foi dado e ao mesmo recuado; o rapaz pensou na possibilidade de consolá-la, porém, toda probabilidade foi água abaixo, quando Itai deu sinal que não fizesse.
Incrédulo, girou os calcanhares saindo com raiva borbulhando em suas veias, por achar que Ester havia de fato mudado, mas concluiu que não deveria ter confiado em suas palavras ludibriadoras carregadas de peçonha... como ela pôde lhe dizer que seria verdadeira com o jovem Nelfo e bastou uns minutos fora para fazer o contrário?
Os raios do sol bateram fortemente em seus olhos, o forçando fechá-lo.
— Meu jovem, – sentiu uma mão rechonchuda em seu ombro – está bem? – abriu os olhos deparando-se com o ancião de testa franzida em preocupação.
— Estou, foi... somente o sol nos olhos. – mentiu
Desconfiando, Urias assentiu fingindo acreditar se pronunciou:
— Eu já estava descendo para encontrar minha querida neta. – pontuou com orgulho.
" Querida? Sei..." – murmurou em pensamento.
— Veja, faça-me um favor – sabendo o que seria, tentou bolar uma desculpa, em vão.
— Chame-a para mim, estarei em casa com minha amada esposa – disse com um sorriso no rosto se distanciando do jovem. Fora impossível, uma carranca não se formar quando descia as escadas emadeirada novamente.
Chegando no último degrau, sem olhá-los avisou que Itai devia ficar para se recuperar e Ester ir ao encontro de seu avô.
Antes que tivesse a chance de sair correndo, prontamente ao seu lado Ester apareceu.
" Quem me dera pudesse evaporar como água. "
Caminhavam lado a lado em silêncio, a princesa observava todo estrago e os reparos, era fato, foi uma luta e tanto. Porém, estava grata ao seu avô por tê-la deixando confinada sem poder ver a luz do sol durante dois dias, a vila estava quase completamente restaurada, sabendo que não seria de muita valia para ajuda, ficou contente pelo feito de seu avô.
— Você está bem? – Bezalel se questionou que raios de pergunta era aquela que estavam lhe fazendo, sendo que está era a segunda.
— Sim, e por favor... não pergunte novamente! – exclamou curto e grosso.
— Insensível – murmurou para si, esquecendo quem estava ao seu lado.
— Ao menos fui educado – retrucou, tendo-a fitando-o incrédula.
— AH! – praguejou parando em sua frente. – Desisto de você, pensei que você estivesse mudado.
Rindo nasalmente, aproximou-se ficando um centímetro longe. Abaixando o rosto em sua altura, sussurrou em seu ouvido: — Eu pensei que você houvesse mudado, mas continua a mesma mimada inconsequente que conheci no jornal do meu irmão.
Despejando duras palavras, deixou-a parada estática com olhos lacrimejado e coração mais uma vez quebrado.
— Mas, mas... – fungou reprimindo o choro entalado na garganta – eu mudei – sussurrou dando passos lentos para exaustiva escada, mas não tão exaustiva para derramar às lágrimas enquanto subia.
Não sabia o porquê tantas palavras cruéis Bezalel acabara de proferir, entendendo que fora muito dura com ele diversas vezes, mas não ao ponto de lhe desferir facas em forma de palavras tão amargas. Queria tirar satisfação, era inevitável, porém, seu cansaço mental impedia, não tinha disposição para discutir ou questionar, ainda que estivesse em posição de fazê-lo.
Determinada parar de lamentar-se pelo que passara, subia os degraus de forma rápida para que aquele dia pudesse encerrar logo.
Titubeando para trás pelo susto tomado, colocou a mão no coração. Notando que era um dos Nelfos que conhecera na vila, respirou aliviada.
Analisando-o de perto havia traços diferentes, sua pele caramelada e olhos cor verde ao extremo escuro, não havia sinais de orelhas pontudas, mas sim um nariz arrebitado que combinava com o formato fino de seu rosto. Parando sua análise, sabendo que seus olhos estavam inchados, sorriu tentando esconder o estrago.
— Nos conhecemos ou somente já nos vimos?
— Já nos vimos, mas nunca tive oportunidade de conversar com você.
— Ah… – riu sem graça pela falta de assunto – bom, já vou subindo, foi um prazer conhecê-lo…
Rapidamente o rapaz estendeu a mão para uma apresentação formal: — Caim, me chamou Caim, princesa Ester.
O cumprimentando, sentiu uma sensação ruim, como se algo fosse lhe acontecer, porém, tendo em mente que não, deixou de lado.
Quando seus pés se apressaram em andarem, o rapaz pigarreou atraindo sua atenção.
— Seu avô, me ordenou que lhe conduzisse não mais para casa dele, mas para sua.
Concordando, tendo em mente o avô mandão que tinha, se prontificou ir junto com o Nelfo para seu cômodo, mas antes que pudessem chegar no destino, como se uma peça lhe fora pregada sentiu uma pinicada em pescoço, quando elevou seus dedos e os trouxe aos seus olhos, havia sangue, virando abruptamente a única coisa que viu antes de desmaiar fora o nelfo que não era Nelfo com um sorriso macabro no rosto, sussurrando: — Durma, querida princesa, durma…
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Revisado rapidamente, contém erros ortográficos.
Bezalel tem muito o que aprender! Julgou antes de saber as partes das histórias, mas como vocês bem o conhecem, sabem que é difícil ele confiar em alguém que não seja a si mesmo.
Fica o exemplo," não julgueis segundo a aparência, mas segundo a reta" justiça (Jo, 7:24).
Vamos sair um pouco desse fase monótona e partir um pouquinho(ÃO) para ação? Hehe.
Quem cês acham que é o Caim?
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