CAPÍTULO XVII - Mamãe... e papai?


                  Imersa a mais um sonho que tivera com Bezalel destruído seu coração, Ester tentava se recompor ao sentar sobre uma cama coberta com... folhas e algodões fofos por baixo. Sua tentativa de fazê-lo fora falha, uma latejante dor surgiu em sua cabeça, fazendo com que deitasse novamente.

— Bezalel me paga! – praguejou baixinho ao relembrar o pesadelo que tivera. Era fato, ele só surgia para atormentá-la em sonhos.

Desgastante.

Revirando os olhos pela possibilidade de só virem vê-la depois de um bom tempo, fungou indignada. Porém, ela não ficaria parada, sim?

— SOCORRO! – berrou e no berro que deu só intensificou a dor.

" Ora essa! " – pensou resmungando pela dor. Até que então à porta se abriu e seus olhos puderam contemplar uma mulher de porte mediano, olhos monólidos, rosto arredondado, porém, delicado, lábios finos e avermelhado. Seus cabelos castanhos sedosos, reluzia mesmo em fraca luz que batia sobre ele.

Um sorriso bondoso se formou nós lábios da mulher que carregava marcas de impressões na testa, enquanto se aproximava da jovem princesa. Que lhe olhava confusa, e como óbvio, ela entendia sua confusão.

— Não precisa ficar assustada. – acalmou, tirando os traços de preocupações de seu rosto.
— Sou esposa do Urias, – continuou, fazendo um " Ahh " longo escapar dos lábios da jovem princesa, pela revelação. – eu cuidei de você por 12 horas desacordada.

— O QUÊ? – se exaltou sobremaneira ao saber o tempo que ficara apagada, sentindo a aguda dor se intensificar, o que a fez praguejar várias vezes.

— Acalme-se.

Ester lhe estreitou o olhar como quem dizia: é sério o que me pedes? Oras...

— Hã... você... como posso dizer... – buscou em sua mente o nome da mulher.

— Oh! – fez uma expressão de espanto alegre. – Não me apresentei. – os olhos de Ester se arregalaram, como ela poderia saber que era seu nome que queria saber.

— Mas... – murmurou descrente.

— Nós, Nelfos. Temos uma habilidade secreta para decifrarmos algumas expressões humanas. – revelou, o que lhe trouxe em mente trechos do livro que encontrara na biblioteca secreta de seu tio. De forma alguma arrependeu-se de tê-lo pego, muito pelo contrário, obteve informações valiosa sobre essa espécie.

— Ôh, sim!

— Agora, você precisa tomar esse chá. Vai servir para aliviar sua dor de cabeça. – falou, pegando um copo adornado por dentro e amadeirado por fora. Suas mãos trêmulas fora de encontro pegando-o, levando aos lábios e bebericando aquele líquido que desceu amargamente pela sua garganta, logo uma careta muito esquisita surgiu, o que causou uma gargalhada estonteante da Nelfa.

— Não ria! – reclamou piscando várias vezes. – A propósito, qual o seu nome? – perguntou depositando o copo sobre à mesa que tinha ao seu lado.

— Ruthe! – respondeu.

— Humm. – balbuciou. – Prazer, Rut...t...e... – o nome da mulher embolou-se quando a princesa tentou pronunciá-lo.

— Desculpe. – pediu, vendo a expressão serena de Ruthe quanto ao seu trágico erro. Pois, para ela era trágico, seu tio sempre pegou em seu pé em relação a isto, dizendo que era: deselegante uma princesa errar nomes de pessoas, seja ela quem for. Era um ultraje? Sim!

— Sem problema, acontece com todos! – sorriu.

— Como Urias conhece mamãe? – questionou balançando impacientemente os pés sobre à cama. Ela havia tocado em um assunto que não gostaria, mas era – como diz Bezalel – necessário.

— Receio que ele quem deva te contar. Eu e a sua mãe éramos muito amigas, fiquei muito sentida pelo que aconteceu com ela aqui em Eloman. – revelou, e um nó se formou na garganta da jovem, logo consequentemente trazendo uma pontada em seu coração.

Então, tudo que seu tio havia falo era uma completa mentira?
Como ele poderia, se questionava a moça com uma avalanche querendo tomar os seus olhos. Porém, com muita força tentava conter. O que não lhe conformava era o fato de ter estado presente quando seus pais morreram, mas tudo que se lembrava de fato eram borrões horríveis da vida deles sendo ceifada. Não sabia ao certo, se eles houvera de fato morrido em um atentado russo. E agora tendo provas, não tão concretas, mas que se encaixava, estava desolada pela possibilidade de seu querido tio ter mentindo para ela todo esse tempo.

— Ruthe, – uma voz aveludada e grossa atraiu a atenção das mulheres, que menearam às cabeças e fitou o robusto homem cujo nome é Urias, recostado na porta. – os rapazes querem notícias. – comentou.

— Diga que está tudo bem. Mas não podem vê-la agora. – adverteu. – Quando terminar de avisá-los, volte aqui para contar tudo para Ester.

Assentiu e retornou pelo caminho que chegara.
— A dor, passou? – questionou examinando-a.

— Por incrível que pareça, esse chá horrível – fez careta lembrando do gosto. – me fez muito bem. Mas pode ter certeza, que nunca mais tomo em minha vida. – disparou, com toda certeza existente dentro de si, era fato que a jovem não tomaria nem beirando a morte.

Rindo do seu comentário, Ruthe se pronunciou: — Cara, jovem. Eu entendo, também não tomaria. – continuou rindo do desespero da moça.

— Romãzinha. – Urias chamou a esposa pelo apelido, deixando-a encabulada. Se não tivessem visitas, ele com toda certeza não escaparia desta, estava muito encrencado.

— Não se aproveite, Urias! – adverteu entre-dentes.

— Por que ro.mã.zi.nha? – pertubou a mulher que cerrou os olhos em repreensão ao homem que levantou suas mãos em rendição.

— O que deseja saber princesa Ester? – perguntou, sentando-se numa cadeira próximo à uma pequena janela, com sua atenção para ela.

— Tudo.

— Pois bem! Sua mãe era uma Nelfa. Igualmente a mim, muito semelhante aos humanos e também minha filha. – revelou deixando a donzela estagnada. – Você é minha neta, seu pai é o irmão do rei como deve saber. Há 24 anos atrás, seu pai descobriu essa cidade e também minha filha. – um sorriso singelo tomou seus lábios ao lembrar deste ocorrido. – Ele estava acompanhando do Filipe, seu tio. Nisto, eles voltaram para sua cidade levando Helena, sua mãe. Com minha autorização é claro. – se gabou. – Passou-se um tempo, voltaram com você com quatro anos de idade. Como era bela... – falou com ternura deixando escapar uma risada nasal e nostálgica. – e claro, – ironizou – Filipe veio também... e matou os seus pais. Não tivemos como impedi-lo, ele o fez e fugiu sem que notassemos, já que tínhamos total confiança nele. – Urias estava recluso sobre continuar ou não, porém, não poderia esconder a pessoa de mau caráter que era Filipe.

— Ele... matou mamãe... e papai? – sua voz era embargada questionava como para si mesma, tentando absorver essa verdade. As lágrimas embaçaram sua visão e à angustiada batia forte em seu peito. Era uma verdade dura de aceitar. Aceitar que sua vida era uma completa mentira ultrajante... não era fácil. A única coisa que ela queria saber naquele momento, era por que o seu tio cometera um ato tão inescrupuloso como esse.

Braços fortes lhe envolveram em um abraço acalentador, mais aquela dor, era insuportável e inconsolável. Afundando seu rosto no abraço que seu avô lhe dava, tentava conter essa cortante contrição que dilacerava seu coração de um lado ao outro. Era como se algo que estava oculto, que ela tentava completar com coisas ou pessoas, fosse revelado a luz do sol.

Como se não bastasse, abruptamente à porta fora escancarada trazendo consigo um jovem Nelfo conhecido, cujo nome é Itai, desesperado, causando agonia ao avô de Ester.

— Senhor! – exclamou estagnado.

— Diga, homem! – ordenou eriçando as sobrancelhas preocupado.

— Não sei se devo... – meio receoso, desviou seu olhar melancólico para Ester, que logo sentira seu mundo desabar ainda mais, pelo que seria pronunciado pelo jovem Nelfo.

— Diga. – pediu meia reclusa.

Suspirando profundamente, procurando coragem, ele despejou palavras que fora o terro da vida da jovem princesa. Seu coração já estava destruído com tudo que descobrira e agora isso, nada seria capaz de torná-la ser como antes depois da morte de um amigo que é considerado um irmão.

— Eu... não posso acreditar... – sussurou tentando manter-se sã. Mas às vendas foram tiradas de seus olhos e a verdade atravessou seu peito como uma espada, ficando fincada. – Não, não, não. Oséias, não! Ele não pode ter morrido. – o pânico e o desespero era evidentes nela, queria poder correr de encontro ao seu amigo e encontrá-lo com vida. Queria acreditar que era uma brincadeira e quando o visse lhe desferiria tapas, para nunca mais brincar com algo sério.

Procurando nos olhos de todos presentes uma faísca de esperança, somente encontrou pesar. Uma revolta lhe subiu, ela não ficaria mais deitada naquela cama e ai de quem lhe impedisse de ir onde Oséias se encontrava. Em um ato brusco e desajeitado, passou por todos o mais rápido que pôde, sem poder ser pegar por ninguém. Sua mente estava uma caos quando batera defronte a alguém na porta e esse alguém lhe segurou pelos ombros, trazendo seu rosto acima para olhar em seus tempestuosos olhos amendoados de íris azulado. O coração do jovem detetive Bezalel se quebrou em pedaços ao vê-la naquele estado, pálida, agora abatida e destruída psicologicamente.

Pegando-a desprevenida, envolveu seus magricelos braços em sua cintura, trazendo-a si, lhe dando um reconfortante abraço enquanto sua mão esquerda afagava seus cabelos.

Você ainda tem à mim, não vou deixar nada te acontecer. – sussurou Bezalel próximo ao seu ouvido. E lágrimas jorraram ainda mais de seus olhos.

Assim esperava, ela não suportaria perder mais ninguém, ainda mais o jovem detetive, Bezalel.

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Revisado rapidamente, contém erros ortográficos.

+1 espero que gostem e não se entristeçais, tenham esperança.

Deus vos abençoe,

Até o próximo capítulo!
<3

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