CAPÍTULO IV - A Princesa Sumiu!


                      Com o mapa dourado ainda em mãos e com a sensação terrível de ter sido engando por uma aparição devidamente armada pelos roubadores das dracmas, ele olhava descrente o mapa em branco, onde só se via a sua face.

Que desprezível... – Ester ouvia seus murmuros lastimáveis atentamente antes que se aproximasse.

Ela não podia não acreditar naquela aparição, até o clima havia mudado, como poderia ser uma aparição armada pelos roubadores para enganá-los?

Em dois únicos passos largos, se aproximou de Bezalel e pegou o mapa de suas mãos, nesse momento faíscas mágicas voaram do papel, desenhando no que antes era opaco e vazio, um mapa.

Com a boca entre aberta sem saber o que dizer, o jovem se repreendia mentalmente e dizia palavras absurdas através do seu olhar pasmático para o mapa.

Mas o que de fato rondava sua mente, era como o desenho do mapa só apareceu quando a donzela de olhos azulados pegou, era como se de alguma forma, estivessem conectados.

Ou de fato, Ester fosse a ladra das dracmas e armou tudo isso, para despistá-lo.

Claro, era isso. Ele agora não tinha dúvidas... ou tinha?

Não teria como a Princesa ser a ladra – inconformado pela possibilidade da  resposta está na ponta do seu nariz, ele ajeitou seu paletó, tirou o mapa da  mão da jovem que tremia muito devido ao susto que tomara.

Estralando os dedos magricelos defronte seu rosto pálido, Ester saiu de seu estado de choque e engoliu em seco ao ver o olhar julgador do destemido detetive para ela – o mesmo que disse que não deixaria exposto suas suspeitas, agora jogava evidentemente sua certeza sobre ela –, com certeza ela seria não a principal suspeita, mas de fato à única suspeita.

Para aliviar seu pavor, a Princesa passou a mão sobre o rosto tensionado e gesticulou a mão livre para que ele fosse em frente que ela logo o seguia.

Em silêncio saíram do museu e em silêncio retornaram ao Palácio de Versalhes, para contar a novidade ao Rei.

Bezalel se martirizava, aquela dúvida corroía seu peito, andando pelo extenso tapete vermelho, olhava de soslaio para a criminosa, que lhe causava um turbilhão de emoção. Ele não podia, e ele não deveria seguir o seu enganoso coração, seus instintos não lhe levava á um lugar bom, a não ser quando era para encontrar os monumentos perdidos, aí sim, ocorria tudo bem.

Aquela sensação estava lhe cheirando mal, muito mal. O medo de agir por impulso era enorme.

Não teme pela sua vida, Bezalel?! – seu subconsciente lhe questionava e martelava ferozmente seu cérebro. Mas ele não tinha tempo para seguir o seu raciocínio. Se arrependeria amargamente pelo que faria depois? Obviamente que sim.

Mas, precisava fazer uma boa ação, boa ação que lhe geraria consequências desastrosas.

Mentir para o rei, não seria uma tarefa fácil, isso comprovaria que Bezalel não era de fato o detetive apropriado para resolver esse caso. Pela primeira vez na sua vida, resolveu ouvir sua péssima intuição.

Às grandes portas de carvalho vermelhas, se abriram. Revelando a imagem do rei, como frequentemente em sua confortável poltrona.

Engolindo em seco, tentando desistir da sua horrível ideia de proteger à princesa, que se encontrava calma ao seu lado, contraí os lábios pelo nervosismo.

Como ela pode está calma...COMO? – gritou internamente para si mesmo.

Não fique nervoso... – sussurrou entre dentre antes de fazerem a reverência ao rei Filipe.

Com às sobrancelhas eriçadas por ela ter notado seu nervosismo, Bezalel insistia em não querer defendê-la, algo estava lhe impulsionando á fazê-lo oposto.

Chegou a praguejar mentalmente ao pensar na possibilidade daquela horripilante fadinha ter-lhe jogado uma magia para proteger a princesinha mimada e exigente.

Com os olhos estreitados, ele divagou em seus pensamentos, em busca de uma solução coerente para os safar dessa. Ora, ele era o detetive, o rei acreditaria no que ele dissesse.

— Bezalel! – pigarreou o rei exigente ao pela terceira vez chamar o jovem que estava em pé há alguns minutos em que ele os havia pedido para que se sentassem.

Com sua postura ereta, sentou-se na poltrona defronte a princesa, que tinha seus olhos fitando tudo, menos ele. Seria ele tão desprezível ou irresistível assim?

Sr. convencido deveria ser seu nome, as obras do museu poderiam até ser cativantes, interessantes e convincentes. Mas não chegavam aos pés do encanto que a princesa sentira por esse indelicado marmanjo chamado: Bezalel.

Ao ter notado seu nervosismo, precebeu que ele faria algo do qual se arrependeria depois, e ela não queria isso. Não queria prejudicá-lo de forma nenhuma; muito menos, queria deixar de vê-lo. Era fato, havia sido tedioso o tempo que passaram no museu, mas não pela companhia, mas sim pelo clima pesado e os olhares tortos que recebera das pessoas que tanto lhe acalentava. Pensara que de fato eles gostavam dela, e não suspeitariam justamente dela, por não ter aparecido por lá justo no dia do sumiço do Elo.

Porém, seu coração por completo quebrou, como quando um vaso de vidro cai ao chão e se quebra, no momento do olhar acusador de Bezalel para ela; – aquele sim, completou o fardo que ela não suportaria carregar – por ser alguém inocente, acusada injustamente e ter todos julgando sem provas, de certo que seria um fardo pesadíssimo a se carregar.

Entretanto, Ester precisava ser forte, não demonstraria sua fraqueza – por mais que essa fosse tão evidente –, provaria para Bezalel sua inocência. Ela não precisa provar nada a um estranho que a pouco tempo conhecera, mas precisava, sentia a necessidade.

Quando pela primeira vez o viu, e olhou em seus olhos negros, – o tchan aconteceu – não teve dúvidas que o plebeu seria o seu amor verdadeiro, a cinderela achou seu príncipe, agora só faltava ele achar o seu sapatinho de cristal, que está perdido.

— Foi isso, rei Filipe.

— Está me dizendo, que o Elo sumiu magicamente? – perguntou pacientemente, e os mesmo assentiram.

Uma gargalhada desdenhosa ecoou pela sala, e um sorriso forçado surgiu logo depois nos lábios do rei.

— Eu não acredito em vocês! – exclamou apontando para os dois. Ester não conhecia esse lado sombrio de seu tio. Seus olhos revelava um escuridão na alma, sua feição era fria, como senão habitassem sentimentos em seu coração.

Com o coração acelerado e os olhos tremendamente arregalados, Ester tentava controlar sua respiração para demostrar estar estável mentalmente.

— Basta! – proferiu batendo com força a mão sobre à mesa, fazendo sua sobrinha da um pulo para fora da poltrona assustada.

— Eu quero que saíam – ordenou apontando para porta –, e você – fitou o jovem de olhos negros –, trate de achar esse monumento, custe o que custar. Ou eu não responderei por mim. – proferiu fuzilando-o com o seu olhar.

O rei fervia em raiva sem motivos aparente, mas depois que saíram da sala do rei, Bezalel recapitulou tudo e entendeu, que a sua mudança de humor foi devido às falas proferidas sobre magia.

Agora o seu caminho se iluminava, o detetive tinha quase certeza, que a família real, têm algo haver com essa magia que fez o Elo desaparecer, e se não tem, têm alguma ligação.

— Bezalel! – seu nome fora gritado quando estava fora dos portões reais, o mesmo já tinha respirado aliviado. Tudo havia dado certo; mas agora estava se tremendo de medo de ter descoberto, mesmo sabendo que as chances eram mínimas. – ora, que tipo de detetive ele era, destemido ou medroso?

Girando nos calcanhares, um impacto de corpos aconteceu, sem reação Bezalel prendeu a respiração. É, agora ele definitivamente teria sua vida ceifada ao está abraçando a futura rainha de Paris.

Rapidamente ao voltar sua consciência, se afastou deixando um interrogação na testa da garota, que lhe olhava com um olhar acusador.

Mal educado

— Oh... é – sem jeito, ele tenta lhe perguntar ao elevar a mão atrás da nuca para coçá-la por estar envergonhado. Com ambas bochecha esbranquiçada, agora vermelhas, Ester solta uma tímida risada ao notar e lhe agradece por não ter falo ao seu tio do ocorrido com o mapa no museu. Ela sabia que ele se esforçou bastante para fazê-lo.

Ele fica tão fofo coradinho – Não era visível, mas tinha uma baba escorrendo pelo canto de sua boca pela fofura que Bezalel aparentava ter – mas não tinha –.

— Oh! Não precisa agradecer, eu preciso ir. – sorriu amarelo e fugiu dela apressando os passos, sem ao menos lhe dar tchau.

Deixando ainda mais duvidoso sobre o que de fato sentira por ela.

Ele de fato havia à encantado.

•••

A noite estrelada, mostrava o esplendor da criação divina, chamada Lua. Com sua encantadora beleza rasgava os céus de Paris lado ao outro. E deixava os parazinhenses cativados.

Sob ela, as luzes da famosa Cidade das Luzes, brilhavam nos suportes da Ponte Alexandre III .

Braços magricelos se apoiavam sobre a porte arqueada, e com os olhos fechados aproveitava a brisa fria acalentadora bater em seu rosto esbranquiçado.

— Quando há nuvens no céu, as águas ficam brancas como o sal, disse Jean Esselinck, um diplomata já aposentado, que mora na barcaça 'Soleil', ancorada no rio Sena.
Quando anoitece, ficam negras como a noite, e antes que resplandeça o sol, no sol que vemos quase todas as manhãs, fora posto uma tenda,
O qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho.
A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor, disse o Salmista. E então ficam verdes, convidando a navegar rio acima.

E Marie-Jeanne Fournier, que foi prefeito de Source Seine, completou:

O Sena é transparente como a vida – aquela dócil voz, era música para seus ouvidos.

Um sorriso presunçoso brotou no rosto do jovem que agora tinha os olhos abertos admirando a dozela que se aproximava dele.

Ah, esse pobre coração lhe traía vezes seguidas. Aqueles olhos redondos e azulados lhe olhando, causava borboletas em seu estômago, fazendo um arrepiu lhe subir do pé a cabeça.

E não somente isso, quando seus olhos a fitava, gravava cada traço de seu rosto em sua memória, e sempre para nos seus convidativos lábios vermelhos eram cravados.

Era um pecado, um ânsia quase incontrolável. Se ela não fosse a princesa e futura rainha, já teria devorado seus lábios. Sucumbindo ao desejo voraz que atormentava sua alma.

O que aquela moça estava fazendo com ele? Ele se questionava incontáveis vezes. Cada gesto inconsciente da moça fazia seu coração palpitar rapidamente.

— Que bons ventos a trazem aqui, Princesa? – questionou sondando-a curiosamente.

— Bom, já que se resolveu com meu tio, e eu acho que não vou vê-lo tão cedo... vim me despedir – sibilou brincando com as luzes que tinha adornando a ponte.

Bezalel havia ido falar novamente com o rei naquele mesmo dia, e haviam resolvido pacificamente que Bezalel faria uma viagem no mesmo dia. Quando Ester soube, sentiu um aperto em seu coração e a imensa vontade de ir com ele. Mas não pela sua ilustre companhia, mas porque queria saber sobre aquela estranha magia...

— Ah! – exclamou como quem não quer nada.

— Queria te dar um abraço, posso? – pediu

Contragosto, temendo que alguém pudesse vê-los se abraçando, já não bastante os guardar do Palácio que os vira, vagarosamente, assentiu vendo-a se aproximar. Seus finos braços envolveram sua cintura, o que deixou-o tensionado, mas ao sentir o calor do corpo da mais nova unir-se ao seu, relaxou e permitiu que seus braços a envolvessem também.

Enquanto o barco, passava sob a ponte, o aconchegante abraço acalentador se desfazia. Não era o que queriam, mas o que aconteceu. Bezalel começava a aceitar o fato de estar a gostar da Princesinha exigente, e Ester já sabia que seu coração somente era seu, por lhe fazer viver, mas ela o entregou para ele, no momento em que seus olhos se encontrou. O amor impossível e acalentador. O que Bezalel resolvesse fazer, afetaria a vida dela para sempre.

A bela jovem, com os braços ainda envoltos em sua cintura, aproveitava o toque suave da mão de Bezalel acariciando suas bochechas. Sentiu a proximidade do rosto do rapaz ao seu. Suas bochechas sem cor, tornaram a ter um tom avermelhado pela vergonha.

O nervosismo era evidente na moça, e Bezalel já não tinha consciência do que fazia, nem ao menos temor tinha em perder sua vida pelo que estava prestes a fazer.

Para acalmá-la, sua mão livre acariciava suas costas e a outra se movia para sua nuca, a trazendo para si, olhou pela última vez para o oceano que inundava seus olhos e quebrou o espaço que separava os seu lábios, selando-os.

E sucumbindo ao desejo, deixou-se ser inundado pela avassaladora paixão que batia na porta do seu coração.

°°°

— Majestade! – o guarda chegou desespero na sala do trono, causando um alvoroço com os que estavam presente.

O homem, que estava com os nervos a flor da pele, fez uma reverência totalmente desajeitada, deixando o rei inquieto.

— Diga, homem! – ordenou eriçando as sobrancelhas.

— A Princesa sumiu! – despejou as palavras de vez. O que deixou o rei um pouco desnorteado. Como assim a futura rainha de Paris... sumiu?

Sua mente formulava todo tipo de situação, não boas, mas ruins.

— GUARDAS INCOMPETENTES! – exclamou exaltado. – Tratem de encontrá-la, agora! – o desespero era evidente em sua voz, mas precisava manter a calma em uma situação que poderia gerar um caos em Paris.

Os guardas se retiraram, e o Eunuco se aproximou e fez um reverência.
Temente pelo que o rei poderia fazer devido a sua raiva, lhe entregou o laptop com o vídeo de Ester que rodava não só toda Paris, mas o vídeo repercutiu mundialmente.

O som agudo de algo sendo quebrado, fora ouvido por toda sala, pelo laptop que fora lançado na parede forrada de carvalho.

— Ester passou de todos os limites. – proferiu regendo os dentes.

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Revisado rapidamente.

Com certeza contém erros ortográficos.
Deus vos abençoe!

A parte grifada em negrito abaixo, fora posta em um parte da história.


"Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.
Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz.
A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
O qual é como um noivo que sai do seu tálamo, e se alegra como um herói, a correr o seu caminho.
A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até à outra extremidade, e nada se esconde ao seu calor. " Salmo 19:1-6

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