Cap. 1 - Abençoada pela desgraça
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Abençoada pela desgraça
Sempre fui uma boa garota e as coisas ruins da vida sempre me acompanharam, como se eu tivesse sido abençoada pela desgraça
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Todo mundo acredita em alguma coisa, mesmo aqueles que são ateus, acreditam que Deus não existe. No meu caso, eu sempre acreditei em bem e mal, acreditei que se eu fosse uma boa pessoa, o universo me recompensaria me trazendo coisas boas. Será que eu sempre estive errada ao pensar assim? Afinal, as pessoas mais injustiçadas sempre foram as mais tolas, não é mesmo?
Por ser uma boa garota, eu era o saco de pancada da minha escola, motivo de diversão dos alunos e alvo ao qual machucavam com palavras, mas eles um dia iam colher o que plantaram, né? Como se fosse simples assim!
Vivi anos e mais anos sendo uma boa garota e nunca parei em nenhum lugar que valesse a minha bondade, o mundo sempre foi cruel comigo e eu nunca consegui fazer nada para mudá-lo, achei que podia manter a minha pose de garota boazinha pra sempre, até o dia em que percebi que a minha desgraça era culpa do meu silêncio e me revoltei contra ela.
Minha mãe foi morta espancada pelo meu pai, um homem machista que batia na sua esposa e suas filhas, minha irmã sempre foi uma garota sensível de saúde frágil, mas perdeu a sanidade quando assistiu tudo e não conseguiu fazer nada. Depois de muito trabalho, ela conseguiu se abrir novamente, no entanto, chegar próximo de pessoas, principalmente homens, era quase impossível pra ela.
Como se minha vida não tivesse sido difícil o suficiente, o universo decidiu me jogar a pior das bombas em um momento em que me senti totalmente indefesa.
— Sendo bem sincero, eu não acho que ela possa esperar na fila do SUS por um doador, o rim dela está quase parado, é questão entre dois ou três meses no máximo pra que pare — disse o médico cautelosamente, ele conhecia bem a nossa história e o quanto eu tentei cuidar Lisa.
Aquela notícia fez meus olhos perderem o brilho que nunca tiveram. Apertei minhas mãos e as encarei por poucos segundos, para então olhar para o Dr. Uk e sorrir da forma mais positiva possível, se é que era possível.
— Vou dar um jeito, a Lisandra é forte, vai ficar bem, só preciso achar um doador, não é? Com certeza acharei! — Quis acreditar nas minhas palavras mais do que queria convencer o homem à minha frente.
Lisandra nasceu sem um dos dois rins e o que tinha nunca funcionou totalmente, com o passar dos anos, ela foi ficando cada vez pior, até que chegou ao ponto de ficar presa numa cama de hospital.
— Se conseguir um hospital particular, os dias de vida dela podem se prolongar, assim terá mais tempo para encontrar um doador, mas eu não sei se isso seria possível pra você, Naui Juin — Seu tom era sincero, eu já tinha parado no hospital por exaustão, trabalhava demais pra pagar o tratamento da minha irmã.
— Eu vou conseguir, eu prometi pra Lisa que ia cuidar dela, confia em mim! — Minha voz soou um pouco trêmula.
Eu via a compaixão nos olhos do Dr. Uk, melhor, pena, muita pena. Houve uma época em que ele era uma pessoa cheia de compaixão, parece que com os anos, ele passou a ter pena da minha situação, eu odiava aquele olhar.
Antes de sair do hospital fui ver minha irmã, ela já estava dormindo.
— E agora? O que eu faço? — perguntei-me em voz alta, como se fosse possível obter uma resposta assim.
Procurei fazer o que eu podia: primeiro, pedir um aumento, o que obviamente foi uma negação, havia pouco mais de dois meses que eu havia implorado para mudarem minha função e eu recebesse um pouco mais, como garçonete, eu não ganhava muita coisa agora. Outras meninas tinham formas de ganhar mais dinheiro, no entanto, eu não estava disposta a me submeter a elas.
Em um banco, procurei assistência pra ver se teria como eu pegar um empréstimo, recebi outro não, já que eu não tinha uma renda fixa declarada nem uma declaração.
Sem esperanças, voltei para boate, tinha que trabalhar de qualquer jeito, mesmo que tudo que meu dia desejasse fosse pra que eu desistisse, se eu perdesse aquele emprego, tudo ficaria ainda mais complicado.
Naquela noite meu humor estava péssimo, como se eu tivesse acordado do lado errado da cama e como diziam os mais velhos, com a calcinha pelo avesso.
Ninguém nunca havia me chamado atenção pela minha forma calada de ser, ao menos até aquele dia.
Atendi um jovem de cabelos escuros que me perguntou qual era a melhor bebida da casa na minha opinião e eu ofereci o que eu achava que era a melhor bebida. Eu servi seu copo e quando estava me retirando, ele chamou minha atenção.
— Essa é a sua melhor bebida da casa? — perguntou o cliente.
Virei-me para ele, então respondi:
— Essa é a melhor bebida na minha opinião, senhor — respondi com simplicidade e educação.
— Tsh, que lugar de bebida mais vagabunda! — resmungou com desgosto e levou o copo de volta à mesa, depois se pôs de pé.
— Com licença, perdoe pela nossa funcionária, temos aqui uma das melhores bebidas da cidade — Minha gerente interveio com um tom de arrependimento no meu lugar, como sempre, contornando as minhas situações.
— Sou um apreciador de bebidas e vim aqui por conta dessa fama com a bebida nesta boate, mas não é bem isso que vi aqui, suas bebidas não valem meu tempo — Olhou-me de cima a baixo com tamanho desdém, parecendo até que eu que era a bebida.
Minnie empurrou minha cabeça em direção ao chão e curvou seu corpo, forçando-me a fazer uma mesura de cabeça baixa e corpo dobrado para frente.
— Pedimos desculpas, por favor, nos dê mais uma chance, ela é nova na área de garçonete e por isso não conhece as bebidas com afinidade para que possa recomendar a melhor da nossa casa — Ela nos manteve naquela posição até o homem responder, o que não me agradou, minhas costas doíam do trabalho contínuo e sentia minha lombar receber todas as dores naquela posição.
Por que ela estava tão atenciosa? Era só mais um cliente e nem engravatado ele tava pra que eu pudesse considerar que fosse alguém importante. Pessoas da Alta Sociedades sempre eram mimadas e bajuladas na N&D.
— Ela disse que essa era a melhor bebida — Voltou a se dirigir a mim, se eu o conhecesse, podia jurar que ele estava doido para me ferrar.
— Ei, não inverta suas palavras, se tivesse pedido a recomendação da casa, eu teria passado! — Protestei, ele estava tirando vantagem com a maior cara limpa.
Sua reação foi de surpresa, parece que ele esperava que eu ficasse calada e aceitasse que ele sujasse a minha barra.
— Essa não é a bebida de melhor sabor da casa? — Novamente uma pergunta vinda daquele cliente, uma armadilha.
Minnie me beliscou para que eu parasse de brigar com o homem, apenas dei um tapa leve na mão dela e voltei a encarar o homem com minha cara de pouca simpatia.
— Como é que eu vou saber? Eu sou funcionária, não rica! Acha que tenho dinheiro pra pagar a bebida mais cara daqui? O melhor que pude provar foi essa! — disse um pouco alto demais e apontei pro copo repousado na mesa.
Vários olhares se voltaram para nós, eu estava nem aí, vi os olhares das minhas colegas de trabalho em mim com a cara de quem dizia "ela não era uma boa garota?", minha paciência era zero pra elas, estava com raiva de tudo e de todos; as pessoas que viviam para me julgar, os clientes encrenqueiros que só apareciam para atazanar minha vida, e principalmente, com a vida por ser tão cruel e impiedosa comigo.
— Por que não aproveita e bebe comigo então? Estaríamos desfrutando da bebida mais cara desse lugar pela primeira vez — Havia muita, mas muita ironia em seu tom, com certeza meu rosto estampava uma cara de surpresa, mas logo joguei aquela reação para os ares.
— Eu bebo!
— Sinto muito senhor, nós garçonetes não podemos beber com nossos clientes — Deu um passo à minha frente e curvou um pouco seu corpo novamente, ignorando a minha resposta para o homem.
Minnie agia de forma automática, afinal, foi por isso que ela se tornou gerente, por conseguir manipular as situações.
— Se for assim, prefiro escolher outro lugar para me divertir — Inflexível, ele deu sua palavra final pronto para sair.
— Se o senhor insiste, o cliente tem sempre razão. Pode escolher uma das nossas acompanhantes, elas também podem servi-lo de outra forma, escolha quem mais o agradar — Rápida como uma papalegua, se pôs a frente do caminho do homem quando viu que ele não mudaria de ideia. Finalmente ela encontrou alguém imune a sua lábia.
— Eu quero ela — Voltou a olhar para mim inesperadamente, com suas mãos em seus bolsos e tom frio, seus olhos escuros olhavam na minha direção, mas não parecia me ver, e sim ver minha alma.
Um arrepio passou por minha coluna, algo frio como se seus olhos me repreenderam, me aflingissem.
— Eu não faço esses tipos de trabalho, esquece — Revirei os olhos, era minha vez de querer sair dali o mais rápido possível.
As duas mãos de Minnie me deram um empurrão para me aproximar da mesa de forma tão rápida que não vi quando ela parou na minha frente e girou meu corpo em 180°C.
— Apenas beba comigo — Seu pedido parecia mais uma ordem, sua voz tinha um efeito autoritário.
— Já que o senhor insiste, ela o acompanhará!
A forma como ela era bipolar era incrível, ainda agora ela estava dando uma lição de moral nele com as regras da boate e agora estava querendo me obrigar a sentar com ele.
Tentei sair e ela me olhou e sibilou "melhor ficar se ainda quiser seu emprego" e mais uma vez me vi muito, muito irritada. Sentei no pequeno banco acolchoado e cruzei as pernas mantendo minha coluna ereta.
— Se é assim, me traga dois copos da melhor bebida da casa Gerente Minnie — Meu tom era completamente sarcástico. Apesar de aparentar ser muito certinha, Minnie sempre me fazia servir ela fora do horário de trabalho com seus clientes em serviços "particulares".
— Sua- — Ia dizer alguma coisa e se calou com o olhar do cliente.
— Não ouviu? Traga o que minha convidada pediu — Reforçou como ordem, questão de segundos para que ela se retirasse.
Fiquei um pouco nervosa por estar sentada ali, ou pior, mais tarde eu poderia perder meu emprego.
— Você também está tendo um dia ruim? — Quebrou o silêncio que reinou depois de quase trinta segundos, se bem que não era tão longo assim, mas parecia.
Encarei-o, seus olhos pareciam estar fixados em mim, aquilo fez um arrepio quente percorrer meu corpo. Antes que ele percebesse minha atenção ao seu par ocular, desviei o olhar, mirando em meu colo.
— Eu estou apenas cansada... Cansada de tudo, de todos e da minha situação — Admiti cheia de sinceridade, soltei um suspiro pesado — Sempre fiz meu melhor, mas parece que Deus nunca tá me ajudando...
Ele ficou quieto, eu tinha certeza que ainda me observava. Me dei conta de quão profunda tinha sido somente quando arrisquei olhar para ele e ele parecia absorver lentamente antes de falar algo.
— Me desculpe, não era minha intenção ser tão nostálgica — Dei dois empurrões na minha testa pela minha lerdeza, eu estava falando minhas preocupações mais íntimas para uma pessoa que eu realmente acabei de conhecer.
— Você confia tanto assim em Deus? — Soltou de maneira muito inesperada, meu olhar voltou novamente para o dele, havia algo sombrio ali, como se nem em Deus ele acreditasse.
— Claro que sim!
Minnie trouxe as bebidas e serviu na mesa. Ele segurou seu copo fazendo pequenos giros enquanto balançava nas pontas de seus dedos, parecia estar concentrado no líquido, porém, o que tinha profundo nele eram as palavras.
— Sua vida não parece ser fácil. Por mais que você implore, ele vai só te ouvir, Deus te deu o poder da escolha, Ele pode ter planos para sua vida, mas a palavra final quem dá é você.
Havia algo mais ali. Algo que eu não fazia ideia do que era. Algo pessoal, triste, desesperançoso. Será que alguma vez ele colocou toda sua fé em prova e se decepcionou com o resultado? Era isso que me parecia. Desviei e voltei para meus pensamentos.
— Mas, todos têm que passar por dias ruins para os bons vir depois, não é mesmo? — Abri um pequeno sorriso, como uma luz no fim do túnel em meio à tanta escuridão, parecia que tudo à nossa volta havia caído em um breu — Eu nunca plantei nada ruim, acredito até que minha colheita foi sabotada ou que ainda vou ter uma ótima safra.
Ao levantar minha cabeça, consegui ver algo naquele belo par de olhos, um brilho, como um encanto. Infelizmente não consegui admirar muito, já que ele decidiu pedir outra rodada após fechar os olhos e virar o copo todo de uma vez. Quando voltou a me olhar, estava novamente com os mesmos olhos misteriosos.
Ironicamente, achei ele uma pessoa muito legal. Passamos a conversar, mas quanto mais a hora passava, mais o som aumentava a de acordo a boate enchia.
Contei em minha mente e nós já teríamos bebido umas duas garrafas da bebida da casa, confirmei perguntando a Minnie, e eu estava certa.
Eu não tinha aquele dinheiro todo, fiquei tão entretida que perdi o controle, acho que minha preocupação era evidente.
— Fica por minha conta, deixou de trabalhar hoje para me fazer companhia, então eu pago — Anunciou meu parceiro de copo.
Eu achava justo? Não. Olhando por outro lado, eu realmente havia perdido o dia de trabalho, na minha mente isso começou a soar um pouco justo.
— Vou aceitar só porque eu não trabalhei mesmo! — disse só pra esclarecer.
Olhei o movimento da boate e vi Minnie fazer um sinal com a mão e virar ela próximo a boca, eu entendi perfeitamente o que ela queria dizer. Queria que eu bebesse mais com o cliente para que ele consumisse mais bebida, ela nunca perdia a chance de fazer um cliente gastar mais.
Parei de beber justamente porque achei que estava próxima do meu limite e antes de chegar nele, queria estar totalmente sóbria, engraçado que o rapaz nem parecia ter bebido.
Neguei com a cabeça para minha gerente. Ela devolveu escrevendo em papel, apesar de estar longe, consegui ler.
"Você deve isso, não trabalhou hoje, se a Chefe souber disso sabe que já era, melhor você beber".
A chefe da nossa boate era a Jihyo, ela era conhecida por cortar todo mundo sem dó nem pena, se até a gerente que era quem tinha mais intimidade com ela pisava em ovos sempre que a Jihyo vinha na boate, nós ficávamos com o rabo entre as pernas como um cachorrinho com um temor evidente.
Concluí que deveria apenas beber para compensar minha noite perdida. Conversar era difícil, e nossa conversa estava fluindo tão naturalmente que chegava ser agradável.
— Aish, por que eles aumentaram esse som? — Reclamei incomodada por mal conseguir ouví-lo.
— Quer subir comigo?
Minha expressão mudou na hora, tomando uma outra totalmente apreensiva e medrosa.
— É apenas pra conversar, eu pareço ser o tipo de homem que tentaria algo sem o consentimento de uma mulher? — Uma pergunta retórica, eu sabia a resposta.
Confiar em pessoas era algo muito difícil pra mim, já que sempre tive que contar só comigo mesma e me virar da maneira que podia; independente.
Nas poucas horas que eu havia ficado ali naquela mesa, ele me passou uma confiança que eu não tinha em ninguém ali na boate. Conheci todo tipo de cliente nos últimos cincos anos e com certeza sabia muito bem distinguir uma pessoa de bom caráter de uma com segundas intenções.
— Eu pego a chave, pode ir subindo, pode ser? — Me ofereci pra fazer a parte da reserva que deveria ser feita por ele.
Segui para o balcão e pedi pra Sunmi chamar a gerente, essa que me veio com uma cara de poucos amigos.
— Já terminou? Ficaram tanto tempo ali e nem consumiram quatro do nosso carro-chefe! — Repreendeu-me como eu já esperava.
— Aqui tá muito barulhento, vamos subir pro VIP — disse revirando os olhos e mostrando a palma da minha mão, esperando pela chave.
— Ora, ora, Naui Juin, pra garota que sempre olhou pros VIPs com nojo, agora você está subindo com um — Sunmi nunca perdia a oportunidade de procurar encrenca comigo, apenas a ignorei — Não ouviu eu falar com você?
— Desculpa, é que muriçoca no meu pé de ouvido não me incomodam, já que elas só querem sugar o que é meu — Sorri o mais falso possível e peguei as chaves na mão da Minnie.
— Ei! — gritou Sunmi. Fingi que não a ouvir.
— Deixa ela, no tempo dela ela vai ter o que merece! — Garantiu Minnie achando que eu estava longe demais para ouvir, mas eu ouvi muito claramente.
O que significava? Eu não fazia a menor ideia, muito menos estava interessada em saber. Já que eu podia encher a cara sem ter que pagar, eu aproveitaria meu único dia de glória.
Subi as escadas que levavam para o segundo andar. O segundo andar era dividido em um corredor privado que dava para a área da administração e outro corredor que dava para os quartos, onde todos eram abertos somente com o cartão-chave. Em frente ao quarto mais caro que tinha vista para o fundo da boate que dava para ver uma vista boa da cidade à noite, me esperava o cliente.
— Como sabia que eu escolheria esse quarto? — perguntei realmente surpresa pela coincidência.
— Imaginei que gostaria de ganhar uns créditos de consumo do cliente. É um quarto de opção de segurança da porta diferente, como não saber que deve ser o melhor quarto? — Ele soou super brincalhão, sorri.
— Muito obrigada pela compreensão, meu senhor — respondi no mesmo ar.
Passei o cartão na porta e a trava foi liberada. Entrei primeiro e fiquei muito, muito maravilhada com o cômodo. Tudo ali era muito organizado e sofisticado, não era à toa que as garotas dos trabalhinhos a mais sempre ganhavam bem, elas tinham muito luxo no andar de cima.
Admirei com olhos curiosos cada detalhe do quarto, nunca havia entrada nem em um quarto comum, imagina num VIP? Sentamos num sofá de três lugares que tinha num canto oposto do fundo da cama. O pessoal do serviço de quarto trouxe as bebidas e novamente, voltamos a conversar animadamente, tanto que nem vi quando perdi o freio dos limites de uma conversa e o controle do álcool sobre mim.
— Você deve ter muito dinheiro, né? — Soltei de modo completamente aleatório.
— Achei que não sabia quem eu era, parece que estava certo, gosto da forma que me trata, não olha pro meu status — Ele mostrou um olhar confuso, como se sentasse entender mentalmente minha pergunta — Mas qual o motivo da pergunta?
— Somente gente de alta escala vem pra cá pra cima, além disso, consome essa bebida — Levantei o copo em minhas mãos e olhei pro liquido dentro — Você também aceitou pagar voluntariamente por um quarto que é cinco vezes o valor de um quarto normal que já é caro.
Sorriu ladino, ele pareceu gostar das minhas observações.
— Está certa, eu tenho muito dinheiro — Deu de ombros com ar convencido.
— Poderia estar com qualquer uma das meninas da Ala VIP, talvez até todas elas, então por que não chama uma delas para aproveitar esse belo quarto? — Sugeri, se eu fosse ele, acharia isso um desperdício e optaria por aproveitar ao máximo.
— Eu até faria isso, mas a única garota que chamou me interessaria já está comigo e deixou bem claro que esse não é o tipo de coisa que ela faz — respondeu de forma indireta, ou direta até demais, em seguida esvaziou seu copo.
Sem palavras, foi assim que fiquei, ousei até me sentir um pouco envergonhada, decidi servir mais uma rodada para nós dois, mas ele chegou abruptamente para mais perto e parou meu braço que levava o copo à minha boca. Aqueles meros segundos pareceram minutos congelados em nosso encontro de olhar.
— Já extravasou, não? Melhor não beber mais, você está bêbada — Calmamente, falou, sem tirar de mim aqueles olhos do qual não consegui parar de encarar.
Por impulso, dei uma chegada para frente e o beijei, assim que percebi que não só pensei, mas como também agi, me afastei e bati na minha própria testa. O que eu pensava que estava fazendo?
— Me desculpe, agi impulsivamente, queria ver uma outra reação nos seus olhos e o beijei — Desculpei-me ligeiramente, para depois começar a falar sozinha — Como você é muito burra mulher! Enlouqueceu de vez?!
Ele sorriu abertamente como se visse a coisa mais engraçada do mundo. Segurou meu pulso para que eu parasse de me bater e novamente, ele despertou uma atração em mim que até ali, eu desconhecia.
— Nem se eu quisesse a levaria a sério, eu também estou meio bêbado, fique tranquila — Acariciou as costas da minha mão, olhei para ela e então em seu bendito par de olhos.
— A gente poderia culpar a bebida no dia seguinte e fingir que nada aconteceu — Sugeri, torcendo para que ele simplesmente entrasse na minha onda.
— Não sou imprudente a esse ponto, prefiro me responsabilizar pelo que eu faço e não culpar um álcool qualquer por minhas ações libertinas — Aí um homem de responsabilidade.
— Então não quer? Não foi você que disse que a pessoa que te interessava já estava com você? — Me senti um pouco decepcionada.
— E você disse que não fazia esse tipo de coisa — Rebateu.
— Eu não estou me vendendo.
Ele sorriu ladino.
— Não me culpe depois então.
Deixou minha mão e com tamanha força, me puxou para sentar em seu colo. Fiquei um pouco assustada com o movimento rápido, mas ao mesmo tempo, eu gostei muito de como suas mãos grandes e potentes me conduziram.
Passei meus braços por seu pescoço e o beijei, ele abriu passagem para minha boca com sua língua enquanto apertava minha cintura com força. Sem exagero, colei nossos corpos. Ao faltar ar por tamanha euforia, paramos sem nos afastar muito, mantendo nossas bocas perto uma da outra.
— Você não é esse tipo de pessoa, não quero que se arrependa — falou baixo ainda de olhos fechados, eu conseguia sentir seu ar quente e sua respiração ofegante.
— Por favor, eu quero isso... — pedi em mesmo tom.
Retomamos um novo beijo ainda mais fervoroso e repleto de desejo. Suas mãos apertaram minhas costas, minha cintura e minhas nádegas. Consegui sentir sua ereção por cima de sua roupa apertada.
Ele segurou minhas coxas e se pôs de pé, dando a volta no sofá e indo em direção à cama e sentados novamente, nessa onde ele me deitou, ficando por cima de mim.
Tirei sua camisa e ele fez o mesmo com minha blusa. Depois de me beijar de uma forma quente que eu não sabia que era possível e apalpar meu corpo com querer, ele se afastou ficando de pé, tirou o que restou de suas roupas ficando totalmente nu para minha vergonha e ainda assim, curiosidade.
Segurou meus punhos os repousando acima de mim na cama e eu os desci para os lados da minha cabeça. Meus olhos ousaram deslizar por seu corpo, os fechei novamente.
— Ficou sem graça? — Sussurrou baixo em meu ouvido de maneira tão provocativa que meu corpo se arrepiou por completo.
Como não ousei responder, ele voltou a agir. Mordeu o lóbulo da minha orelha e desceu pela curvatura do meu pescoço. Abriu meu sutiã de fecho frontal deixando meus seios completamente expostos e os retirou por completo quando levantei um pouco meu corpo.
Aquela sensação e intimidade era completamente nova pra mim, mas eu também me sentia à vontade. Até meus mamilos estavam enrijecidos e ficou claro para mim quando senti sua boca em um deles o desejo que eu não sabia qual era. Meu corpo reagiu de forma instintiva e foi impossível que eu não soltasse um gemido.
Olhei para ele por segurança e em seus lábios existia o sorriso mais sacana que eu já tinha visto. Ele havia gostado.
Dali pra frente, as coisas só pioraram de forma positiva. Ele me chupou sem se segurar e era impossível pro meu corpo agir como se nada tivesse acontecendo.
Uma de minhas mãos bagunçava seus cabelos enquanto a outra bagunçava o lençol. Ele fez o mesmo com meu outro seio e seguiu descendo meu corpo até parar embaixo do meu umbigo.
Desabotoou minha calça e a tirou, voltou subindo entre minhas coxas e eu automaticamente as abri como instinto.
Suas mãos se mantiveram dos dois lados do meu quadril. Seu nariz tocou o fundo da minha calcinha e mordi meus lábios querendo mais contato.
Ele nem sequer tocou na minha última peça para me provocar novamente, apenas tirou minha calcinha com a boca e o assisti fazer isso apoiada nos cotovelos enquanto mordiscava meu lábio inferior.
Abri mais ainda as minhas pernas lhe dando total visão da minha genitália. Seus braços passaram por debaixo das dobras do meu joelho e duas mãos encontraram minhas curvas.
— Você deve estar louca por mim aqui, não é mesmo? — Sua voz soava tão rasteira que parecia que eu ouvia em meu ouvido — Espere só mais um pouco.
Minha vontade era de responder que eu não queria esperar, que o queria imediatamente, mas mudei completamente de ideia quando senti sua língua molhada me tocar de forma muito, muito excitante entre minha entrada e chupando meu critóris com ambição de que fosse mais longe.
Ele me lambeu e me chupou de forma que quase me enlouqueceu, minha voz não me obedecia quando minha mente oscilava em pensamentos perdidos em prazer e um comando de que eu não fizesse barulho, estava com minhas mãos tão inquietas que ele as induziu para que eu as levassem para trás das minhas costas.
Uma sensação nova estava me tomando e eu já não sabia se estava molhada por minha excitação ou por sua boca. Quando não aguentei mais me segurar, ele sugou meu pequenos lábios e meu clitóris como se quisessem o arrancar e eu gozei, bem na sua boca.
Meu peito subia e descia, estava cansada sem fazer esforço e parecia que eu tinha corrido uma maratona. Ele subiu sobre meu corpo, foi quando senti a cabeça de seu membro na minha entrada. Em tal momento, me lembrei de um detalhe que com certeza eu tinha esquecido por completo quando minha mente parou de funcionar com um beijo.
— E-eu sou v-virgem — falei de modo repentino.
Ele acariciou minha bochecha, então desceu sua mão para segurar seu membro e me deu o olhar mais romântico que vi em um momento de pura safadeza.
— Eu irei devagar até que se acostume, mas depois, farei você sentir que chegou ao céu — disse com os olhos presos nos meus e os lábios num meio sorriso..
Senti ele entrar devagar em minha vagina, o que me incomodou de forma dolorosa. Abracei ele colando nossos corpos e por um momento, ele parou.
— Continue... Por favor... — Pedi de forma manhosa e quase rouca. Aquilo era... gostoso.
Ele se retirou de dentro de mim, mas não por completamente, entrou mais uma vez e repetiu sua quase-saída.
Achei que conseguiria controlar meus gemidos com ele perto de mim, que ficaria com vergonha, mas não foi bem assim.
A cada entrada e saída dele em meu corpo, eu ficava inacreditavelmente mais molhada, mais escorregadia e ele seguindo um fluxo de crescimento de mais rápido e mais fundo.
Senti suas estocadas apenas irem cada vez mais longe em mim, até que criou um movimento constante em que atingiu meu ponto G.
— Me dê mais... — Pedi sem um pingo de vergonha, ele apenas atendeu meu pedido.
Tinha algo que estava vindo, estava chegando no meu ápice, e ele também, de repente eu já não era a única a encher nossos ouvidos, seus gemidos eram sussurros sem palavras.
— Eu... vou... gozar — Como se fosse possível, ele foi ainda mais rápido.
Seu membro tocava meu ponto sensível sem dó, eu ia chegar no ápice, porém, ele chegou primeiro, dando suas três últimas estocadas seguras enquanto se desmanchava dentro de mim com a melhor parte de seu gemido..
Vi que ele ia deitar por seu movimento para o lado, e sentei por cima dele ainda nos mantendo encaixado, quicando de cima para baixo de seu membro.
— Espere... — Ele não estava se segurando, como se fosse chegar lá de novo, eu amava aquilo — Desse jeito...
O vi morder os lábios. Ele iria gozar novamente? Usei o lençol da cama para amarrá-lo e manter seus braços na cabeceira.
— Vamos fazer isso juntos — O beijei e sentei novamente nele.
Movi meus quadris para frente e para trás e não imaginei que o contato ficaria tão bom quando eu rebolasse subindo e descendo seu membro. Mantive movimentos constantes enquanto revisava entre um e o outro até senti algo dentro de mim liberar causando um calafrio prazeroso e um jato atingir meu útero, sentei violentamente mais algumas vezes sentindo como se meu útero fosse pressionado para dentro até me deitar em seu corpo complementamente satisfeita.
— Eu... Gostei muito — disse ele, arfando como se seu pulmão não tivesse recebido ar algum durante todo aquele tempo.
Desamarrei suas mãos e senti a leseira me atingir com tudo. A noite mudou de modo muito rápido pra mim e já era madrugada, no entanto, eu amei.
Mal sabia eu que aquela madrugada onde tudo pra mim estava dando certo, era apenas mais uma noite abençoada pela desgraça que perseguia minha vida.
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Notas da Autora
Oi pessoal, como estão? Beberam água hoje? O que acharam no capítulo? Comentem seus surtos durante o capítulo e me digam qual a opinião de vocês!
Deixem seu voto nesse capítulo e ajudem essa humilde história a crescer. Estão ansiosos pra o próximo capítulo?
Betagem do capítulo por ZelosNation_ do Blog Sunivers13 e eu super recomendo as fics do projeto e os pedidos feitos pelo Blog!
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