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Maria havia se colocado estrategicamente em um lugar onde pudesse ficar de olhos no banco de reserva, queria o mínimo de contato visual com o ex que não havia trocado uma única palavra com ela desde o ocorrido.

Ela super entendia que Pedro ficasse chateado por ter visto Neymar saindo do seu quarto logo pela manhã mas queria ao menos uma chance de se redimir, afinal valorizava muito sua amizade e sentia falta daquele contato.

— Mulher que loucura! Por que não pediu camarote pra gente? — A de cabelos cacheados apareceu do nada, com as bochechas vermelhas de tanto calor.

— Toninha, finalmente! — Maria riu, abraçando a amiga que a afastou. — Camarote não tem graça, eu gosto do fervo!

— Fervo? Aqui não dá nem pra respirar que já vai preso. — Ela reclamou, se ajeitando do lado da amiga. — Cadê nossos meninos?

— Rich tá jogando, Pedrinho tá no banco.

— Porra, vacilo do Tite, P9 joga muito! — Comemorou, morria de orgulho do melhor amigo e o amava tanto, que foi ela a responsável por juntar o ex casal. — E aí? Vocês já se encontraram por aí?

— Longa história Tonton, fica pra outro dia.

— Fica pra outro dia o caralho! Quero saber agora, pode me contar.

— A gente até conversou e saiu um dia mas...porra!

Maria cortou sua frase no meio, assim que viu o ex namorado no chão. Claro que para ela aquilo era comum mas ele não havia levantado rapidamente, como costumava fazer.

— Drama dele, continua a história.

— Estão tirando ele! — Maria apontou para o gramado, vendo que o jogador estava sendo retirado.

Os outros torcedores também pareciam assustados e desesperados, Neymar saindo logo na estreia e ninguém sabia qual era a gravidade da situação. O coração falou mais alto e como ex namorada e agora amiga, Maria quase morreu de desespero.

— Eu vou lá!

— Deixa eles resolverem Maria, vamos terminar de ver o jogo.

— Tá doida? Eu vou lá!

Maria passou pelas pessoas rapidamente e pulou uma grade enquanto tentava ir para a área privativa porém era claro que havia sido sem sucesso. Os seguranças a impediam de entrar a todo custo e mesmo mostrando foto com Richarlison e os meninos, sem crachá ela jamais entraria.

Xingou os seguranças de todos os nomes possíveis, em português para que ele não entendesse e então foi obrigada a voltar para o lado da outra Maria, que a olhava sem entender nada.

— Esse merda não me deixou passar!

— Você tá sem crachá Maria, não funciona assim. — A de cabelos cacheados riu.

Maria pegou o celular para ligar para o ex e escutou os gritos da torcida, seu primo havia marcado seu primeiro gol na Copa do Mundo. Com aquela emoção, até mesmo esqueceu do que estava fazendo e pulou junto com a torcida.

— Esse é meu primo porra! — Pulou junto com Maria Antônia, que gritava escandalosamente.

A comemoração logo emendou com outra, quando o primo fez o gol mais lindo e surreal que ela já havia visto em toda a sua vida. Maria e todos estavam completamente orgulhosos, aquele era o menino Richarlison, nova pérola brasileira.

Por alguns minutos, esqueceu do ex que havia se machucado por ficar feliz demais por seu primo. Eram muitas emoções para um dia só.

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