Capítulo 5
Capítulo 5
Sérgio
Eu me sentia um adolescente por estar voltando para casa com as roupas de ontem e ainda pior por fugir enquanto Tânia ainda estava dormindo. Fale sobre arrependimentos instantâneos ... Eu nunca deveria ter tido aquela quarta rodada na noite passada, muito menos acabado na cama dela.
Para piorar, eu nem mesmo tive minha pergunta respondida sobre a coisa toda flexível. Nós dois estávamos tão bêbados que parecia mais uma confusão de bêbados entre dois corações solitários no pior dia dos namorados do mundo do que algo que valesse a pena ter desperdiçado uma camisinha.
Alberto de merda. Se ele não fosse um bastardo traidor, teríamos feito todo o plano —eu para a sobremesa— que eu fiz. Eu estaria manchando o molho de chocolate da noite passada dos meus lençóis agora, em vez de esgueirar pelo drive-through do café, esperando que ninguém que eu conhecesse estivesse trabalhando na janela.
Estremeci quando ouvi a voz de Marcos no alto-falante. Não havia como ele não reconhecer a camisa de ontem. Você é um homem adulto, Sérgio. Você pode enfrentar um twink fofinho. É isso, agora contorne a curva e dirija devagar até a janela.
Qualquer esperança que eu pudesse ter de que ele não tivesse reconhecido minha voz foi destruída quando fui saudado por sua cabeça projetando-se para fora da janela com um grande e velho sorriso quando virei a esquina do prédio. Esperando que meus óculos escuros escondessem o pior dos meus pecados, fui com um sorriso ensaiado enquanto passava meu cartão de débito para ele.
— Oh, droga. Alguém parece que cavalgou forte e ficou molhado. Droga. Não é de admirar que você tenha vindo por aqui em vez de entrar. Espere, deixe-me pegar meu telefone. Preciso de evidências fotográficas desta visita. — Ele piscou e ergueu um iPhone. — Diga xis, gracinha.
Coloquei meu dedo médio na frente da lente. —Tire essa foto e eu contarei a todos os seus colegas de trabalho sobre toda essa coisa de punheta. — Eu olhei para ele por cima dos meus óculos de sol, outro arrependimento instantâneo. O dia era tão claro assim ... Percebi que não tinha ideia que horas eram e olhei para o rádio. Oh. Já é nove e meia? Está bem então.
Marcos riu, ainda inclinado para fora da janela com meu cartão na mão como se não tivesse razão para se apressar. Quanto aos carros atrás de mim, parecia que eles esperariam. —Querido, por favor. Como se todo mundo aqui já não tivesse ouvido todos os melhores contos de punheta. Ou, pelo menos, uma versão leve e segura para o local de trabalho de qualquer maneira. Você acha que já ouviu minhas histórias? Ha. Saia comigo algum dia quando estou de folga do trabalho e vou lhe contar algumas... Ele parou de repente, me dando uma olhada com uma carranca curiosa. — Só me diga uma coisa, porque eu sei que sua bunda doce não é traidora. Entããão ... diga-me. Por que um cara com um namorado está fazendo a caminhada da vergonha nas roupas de ontem? Ah, e por falar nisso? Sua camisa está do avesso. — Ele fez um som de estalo. — Se eu não soubesse melhor, diria que você parece um homem que acabou de sair furtivamente da cama de um biscate.
Bati minha cabeça contra o volante, então realmente desejei não ter feito isso, quando o latejar na minha cabeça só piorou. Eu choraminguei enquanto o favorecia com um beicinho suplicante. — Se eu lhe der a informação que você obviamente está procurando, posso tomar meu café e aquele sanduíche gorduroso de bacon, ovo e queijo que espero que mate minha dor de cabeça?
Seus olhos se arregalaram quando ele estremeceu. — Ressaca, também? Coitadinho. Um momento, titio Marcos vai cuidar de você, querido.
Ele desapareceu lá dentro, passando meu cartão para um colega de trabalho enquanto saía correndo. Eu não a conhecia, embora ela parecesse amigável quando ela entregou meu recibo e cartão um minuto depois. Ela não era uma das pessoas que eu conhecia, mas isso não era raro no fim de semana.
Este era um dos locais mais movimentados e não era inédito para membros da equipe de outras lojas ocuparem o lugar durante os turnos de maior movimento.
Marcos estava de volta antes que meu pedido chegasse. Ele estendeu a mão e deixou cair um pequeno pacote de comprimidos na minha mão. Eu olhei para o que ele me deu e quase gemi de gratidão quando vi o rótulo de Neosaldina. Ele sorriu e me entregou uma pequena sacola e meu café em seguida. — Há algo a mais aqui, confie no seu bom amigo Marcos e coma apenas o maldito brownie. Entre a gordura, a cafeína e os comprimidos, a dose de chocolate vai acabar com a ressaca. Agora, acredito que me prometeram alguns detalhes?
Eu resmunguei e levantei um dedo, já seco engolindo os analgésicos e, em seguida, empurrando a bolsa no banco do passageiro com a mão direita enquanto tentava tomar um gole da bebida quente com a esquerda. Marcos ergueu o dedo indicador - junto com um sorriso de desculpas - como se pedisse ao carro atrás de mim que esperasse um pouco mais enquanto esperava que eu me recompusesse. Estremeci com o calor, mas queimei minha língua quando tomei um gole do meu café com leite.
Pensando nas pessoas atrás de mim, me forcei a colocar minha bebida no porta-copos e sorri agradecido para Marcos. — Aqui está a versão resumida, fui surpreender Alberto no trabalho ontem depois de sair daqui. Encontrei-o levando um boquete e dei um fora nele. Na saída, fiz planos com sua assistente para bebidas na noite passada. Este sou eu, finalmente indo em casa depois de nos encontrarmos no bar.
Suas sobrancelhas se ergueram. —Uau. Marcos aprova. Gênero da referida assistente?
Dei de ombros. — Isso realmente importa? Ok, vamos lá. Para que conste, Tânia é mulher – hétero - cis.
Marcos sorriu. — E é por isso que importa. Agora posso prometer honestamente que suas atividades noturnas não entrarão no velho índice de contos de punheta. Da próxima vez, procure-me em vez disso. — Ele fez uma pausa e balançou as sobrancelhas para causar efeito. — Querido, você não estaria escapulindo com a camisa da noite passada se estivesse na minha cama. Principalmente porque eu teria rasgado de você, mas também você ainda estaria muito desgastado para se mover. Algo para pensar, apenas dizendo.
Eu ri e acenei meu adeus quando alguém buzinou alguns carros atrás. — Vou manter isso em mente.
— Faça isso! — ele gritou atrás de mim, sua risada ecoando enquanto eu dirigia para longe.
Graças ao trânsito no centro da cidade, meu sanduíche e meu café acabaram - junto com o brownie - antes de eu chegar em casa. Quando saí do elevador, já tinha minhas chaves em mãos. Havia um chuveiro com o meu nome, eu só precisava chegar lá. Eu quase consegui também. Eu estava a dois passos do meu apartamento quando a porta do outro lado do corredor se abriu. Eu respirei fundo, tirando um pouco da tensão dos meus ombros enquanto sorria para a minha vizinha. —Bom dia, Miss Gigi.
Regina Bernstein - ou Miss Gigi para mim, porque ela tinha sido a Mis Rio de Janeiro em seu apogeu - era uma mulher que havia chegado a um ponto em que a idade é irrelevante e não se importava de dizer isso a você. Ela era deliciosamente travessa e tinha o péssimo hábito de tentar me alimentar. O que basicamente a tornava uma das minhas pessoas favoritas.
Ela gargalhou baixinho, seus olhos brilhantes me dando os altos e baixos e não perdendo um detalhe. — Não me venha com "miss Gigi", meu jovem. Olhe para você, vagando para casa perto do meio-dia com a camisa virada para trás. Obviamente, vou precisar de detalhes. Guarde essas chaves e venha cá, meu ar-condicionado está quebrado de novo. Está tudo bem agora, mas pode ficar frio mais tarde.
— É pouco depois das dez, não estamos nem perto do meio-dia, Gigi. — Eu olhei para minha camisa e levantei as duas mãos, espalhando meus dedos. — Dê-me dez minutos e eu sou todo seu. Acredite em mim, você não me quer sentado em sua mobília até que eu tome um banho.
Ela agitou os cílios como a rainha da beleza que ela já foi. — Dez minutos? Tudo bem. Estou cobrando isso. Mas você pode entrar sem bater, esses ossos velhos não precisam ficar correndo para frente e para trás toda vez que um maldito garoto toca a campainha.
Eu ri e felizmente escapei para o meu apartamento. Eu amava o jeito mandão da velha miss. Como eu sabia que ela contaria dez minutos literalmente, corri de volta e tomei o banho mais rápido possível. Eu mal tive tempo de esfregar uma toalha no meu cabelo molhado antes de pentear com os dedos e colocar algumas roupas. Moletom e camiseta não era nada sexy, mas ir na casa da minha vizinha favorita cheirando a suor e porra não era nada legal.
Ela gritou da cozinha quando eu entrei. — Estou fazendo chá, você cuida desse maldito ar-condicionado, então venha se juntar a mim na mesa.
— Sim, senhora. — Eu me preparei e ri baixinho quando ouvi algo estourar na cozinha. Regina havia me informado muitas vezes que ela poderia ser muitas coisas, mas uma senhora nunca tinha sido uma delas. Consertei o ar-condicionado em menos de três segundos e fui me sentar no balcão. — Não estava quebrado, Regina. Alguém o reprogramou de novo. Você conhece alguém que poderia estar apenas apertando botões aleatoriamente quando não conseguia se lembrar de como usar o controle?
Regina estava ocupada arrumando muffins recém-assados em uma bandeja. — Malditos elfos domésticos, de qualquer maneira. Eu continuo dizendo a você, eu não toco nessa coisa boba. A menos que eu seja sonâmbula, talvez? — Ela fez uma pausa para pensar nisso, então bateu com a mão em mim. — Não, não faço isso desde aquela noite no Cassino da Urca quando saí com aquele alemão simpático. Deixe-me contar, já existiu um cassino aqui no Rio, as drogas e a bebida que estavam fluindo naquela festa. Não é de admirar que fui dormir na minha cama e acordei sentada na banheira. Quem sabe o que aconteceu no meu sistema naquela noite? Com certeza não sei. Mas é uma boa memória.
Eu a empurrei com meu olhar de descrença. —Eu não sei, Gigi. Isso soa como uma daquelas histórias que você pode ler no final das revistas sujas que meu pai escondia atrás do armário do banheiro.
Ela encolheu os ombros. — Como você acha que essas histórias surgiram, garotinho? Alguém tem que viver esses tempos para que eles sejam compartilhados. — Ela olhou de volta para a bandeja. — Limão?
Eu sufoquei um sorriso, sabendo muito bem que não íamos tomar chá. Seu bule continha Baileys e café, a menos que hoje fosse uma espécie de dia de amaretto. Ainda assim, eu joguei junto. — Claro, limão e dois de açúcar. Obrigado. Agora sobre o ar-condicionado. Querida, preciso que você pare de ligá-lo quando ficar frio. Eu tenho o ponto de ajuste programado para manter seu apartamento numa temperatura agradável, que é o que você disse que queria. Chova ou faça sol, inverno ou verão ... sua temperatura não mudará. A menos que alguém toque no botão errado e o reprograme acidentalmente. Não me faça travar o sistema, porque eu farei isso.
Ela riu da minha ameaça, balançando a cabeça enquanto colocava guardanapos na bandeja. Peguei meu telefone para verificar minhas mensagens. Como a maioria dos meus clientes autores tendia a entrar em contato pelo Facebook e frequentemente indicava seus amigos, não hesitei em aceitar uma mensagem de um nome estranho.
Breno Oliveira. Por hábito, verifiquei seu perfil primeiro para ver no que estava me metendo antes de prosseguir. Nenhuma foto, apenas um logotipo de empresa um tanto antiquado. Ok, Breno ... então você é sócio de uma empresa de contabilidade. Tudo bem, isso parecia bastante direto. Ele provavelmente só queria falar sobre um logotipo atualizado e cartões de visita. Talvez um design de brochura ou ajuda de um site. Cliquei de volta para sua mensagem e dei uma olhada rápida. Meus olhos quase saltaram da minha cara quando eu dei uma segunda leitura.
Então outra.
E mais uma depois disso.
Não importa quantas vezes eu li, ainda dizia a mesma coisa, o que não fazia sentido. E ainda pior ... a foto que ele anexou fez meu coração ficar preso na garganta.
Como isso é possível? Como Tina não me contou? Ela não sabia? Tantas perguntas. Minha mente voltou seis anos e meio para a única pessoa que já quebrou meu coração. Meu peito estava apertado enquanto imagens do passado passavam por meu cérebro como um velho filme caseiro até que minha boca ficou seca e meu pulso disparou.
Dedos estalaram na minha cara, puxando minha atenção de volta para o presente. Eu me assustei, sacudindo minha cabeça enquanto colocava meu telefone no balcão e pegava a xícara que Regina tinha colocado na minha frente em algum momento enquanto eu estava perdido no espaço.
Ela se sentou e franziu a testa enquanto pegava sua xícara. — O que está acontecendo, querido? Parece que você viu um fantasma.
Eu me senti rasgando quando fiz um gesto em direção ao meu telefone com uma mão trêmula. — Eu meio que fiz. E ... eu não tenho certeza de como processar essa nova informação que acabei de receber.
Gigi acenou com a cabeça para a minha xícara. —Tome um gole do meu chá especial, vai acalmar seus nervos. Então talvez você possa me dizer o que deixou meu vizinho tão abalado.
Ela não estava errada, eu me senti muito mais estável depois de esvaziar metade da xícara de Bailey's com um toque de chá. Colocando-o de lado, me afundei em minha cadeira e passei a mão pelo cabelo mais longo no topo da minha cabeça, em seguida, sobre a parte raspada na nuca. Onde começar? Talvez o começo, parecia um bom lugar.
Peguei um muffin e coloquei em um guardanapo, pegando um pequeno pedaço e colocando-o na minha boca enquanto considerava o quanto eu queria compartilhar. Então me lembrei com quem estava falando e simplesmente deixei tudo sair.
— Tina foi o que aconteceu. Eu namorei com ela desde o meio do nosso terceiro ano do ensino médio até nos formarmos na faculdade juntos. Moramos juntos durante o nosso último ano e eu estava planejando propor casamento na noite em que ela terminou comigo. — Eu balancei minha cabeça e respirei fundo. — Três meses depois, quando eu estava superando a separação, ela voltou à minha vida. Tomamos alguns drinques demais na festa de um amigo em comum e pegamos uma carona de volta para minha casa. Pensei que íamos voltar, mas ela estava cometendo um erro com alguém com quem se sentia confortável, eu acho. Ela conheceu o marido pouco depois disso e foi ele quem ela escolheu.
Regina fungou. — Eu não acredito que gosto dessa garota. Por que ela está mandando mensagens para você agora? Dê-me aquele telefone, eu direi umas verdades pra ela.
Eu sorri tristemente, piscando para conter as lágrimas quentes. — Isso é impossível. Sabe, ela morreu em um acidente de carro alguns anos depois. Eu mantive o perfil dela no Facebook. Foi assim que eu soube que estávamos acabados e que ela começou um relacionamento com alguém algumas semanas depois e casou com ele no Natal. A próxima coisa que eu soube foi o anúncio do bebê. Não sei por que a acompanhei; eu não estava mais apaixonado por ela, mas tinha um estranho fascínio pela vida que ela construiu sem mim. Mesmo quando eu tinha superado ela, eu não conseguia esquecê-la, então eu a segui no Facebook como uma pessoa normal.
— Isso faz sentido, qualquer um faria isso. Desde que você me ensinou como fazer o Facebook, eu pesquisei muitas pessoas que eu conhecia. Inferno, foi assim que conheci meu namorado. Milton é viúvo da Bete, contra quem eu competi no Miss Rio de Janeiro. Ela era uma das vadias mais esnobe que você poderia ter encontrado ao sul da linha do Equador, mas ela se casou com Milton, um dos meninos mais legais da escola. Imagine minha surpresa quando eu soube que seu marido havia sobrevivido a ela e estava morando aqui no bairro com o neto. Para não falar mal dos mortos, mas o pobre homem merece um pouco de diversão depois de estar casado por 47 anos. — Ela balançou a cabeça. — Chega de falar sobre mim, termine sua história antes que nosso chá esfrie.
Só assim, me senti um pouco mais leve. Regina era assim. Peguei meu telefone, olhando para a mensagem novamente. — Então ... sim. Tina morreu em um acidente de carro. Eu descobri sobre isso quando seu perfil do Facebook foi alterado para o status de Memorial. Eu pensei em voar para o funeral, mas achei que seria estranho o ex-namorado dela aparecer. Especialmente quando não tínhamos continuado amigos. O marido dela estava passando por bastante coisa sem que eu aparecesse e arruinasse seu último adeus.
Gigi deu um tapinha na minha mão. — Você só pensou isso porque é jovem. Você ficaria surpreso com o quanto um pouco de apoio pode significar em uma hora como essa. Mas, querido, por que isso está incomodando você agora se aconteceu há três anos?
Eu rolei para baixo e reabri a fotografia que ele anexou. — Porque o cara, Breno - viúvo de Tina - estendeu a mão para mim com uma daquelas surpresas transformadoras que vão agarrar você pelos cabelos. Aqui, veja por si mesma. — Passei meu telefone para ela e esperei sua reação.
Ela ficou boquiaberta com o telefone, em seguida, ergueu os óculos de leitura da corrente pendurada no pescoço para ver melhor. Ela olhou para trás e para frente entre mim e a foto várias vezes antes de assobiar baixinho enquanto a entregava de volta. —Meu Deus, Sérgio. Essa criança é a sua cara, cuspida e escarrada.
Eu balancei a cabeça lentamente, ainda tentando dar sentido a tudo. — Sim, ela é totalmente. Sua mensagem diz que ele tem motivos para acreditar que sua filha pode ser biologicamente minha.
— Poderia? Não, querido. Ela é sua versão menina. Não há dúvidas sobre aqueles olhos. Essa cor cinza mercúrio é tudo você, querido. A questão é: o que você vai fazer sobre isso?
Eu soltei uma risada. — Fazer sobre isso? Inferno, eu não tenho a menor ideia. Honestamente, eu não entendo por que esse cara iria mesmo entrar em contato comigo em primeiro lugar. Ele diz que não quer nada de mim porque Melissa - é o nome dela - é filha dele, não importa sua biologia. Mas ele sentiu que eu tinha o direito de saber que ela existia, se ela for realmente minha. A irmã de Tina não conseguia pensar em mais ninguém e apontou-o na minha direção. A questão é: por que ele quer me envolver se ele ama tanto sua filha?
— Ele não deu qualquer outro motivo? Interessante. Pode ser que ele seja apenas um homem honesto que sentiu que você precisava saber. Suponho que esta seja uma informação nova para ele? Não posso imaginá-lo esperando tanto tempo se não fosse.
Eu olhei de volta para o meu telefone, rolando até sua mensagem novamente. — Sim, além de uma breve menção da importância de Melissa ter um quadro completo de todas as doenças genéticas possíveis quando ela for mais velha, ele não parece querer nada mais do que saber se Tina e eu tínhamos ficado juntos depois do nosso rompimento. Ele planeja contar a Melissa quando ela for mais velha, diz ele, porque sente que é importante saber quem foram seus pais biológicos. Honestamente, sua mensagem divagou como se o pobre coitado tivesse ficado nervoso ao escrevê-la. Se não tivesse sido um choque para ler, provavelmente teria ficado encantado com isso. Bem ... isso e o fato de que ele foi casado com Tina. Isso por si só tornava isso uma bola inteira de estranho.
Gigi deu um tapinha na minha mão novamente. — E como você se sente sobre isso? Você acha que é importante que ela saiba sobre você?
Meus olhos se arregalaram enquanto eu balancei minha cabeça com a enormidade dessa pergunta. Engoli um grande gole de seu chá especial antes de assentir lentamente. — Absolutamente. Eu mesmo fui adotado, eu já te disse isso? — Quando ela balançou a cabeça, expliquei. — O nome da minha mãe biológica está na minha certidão de nascimento, mas não há nada além de um espaço em branco onde o nome do meu pai deveria estar. Passei a primeira parte da minha infância em um abrigo antes que meus pais - aqueles que considero meus pais verdadeiros - me adotassem. Mas há uma parte de mim que sempre vai se perguntar sobre a parte que falta da minha herança.
— Então acho que você deveria ir para casa e refletir um pouco sobre o que realmente quer. E depois disso, seu primeiro passo deve ser responder à mensagem. Não sei sobre você, mas acho que se estivesse na cabeça de outro cara, eu ficaria uma pilha de nervos enquanto esperava para saber a resposta depois de enviar uma mensagem como essa.
Assentindo distraidamente, coloquei meu telefone no bolso e esvaziei minha xícara. — Desculpe, não sou a melhor companhia hoje. Vou compensar você, eu prometo.
— Não faça promessas que você pode não ser capaz de cumprir, querido. Descobrir que você tem uma filha é uma virada de jogo, não importa como você decida proceder. Não é como se você tivesse muita coisa segurando você aqui no Rio e vamos encarar, você pode trabalhar em qualquer lugar. — Seus olhos brilharam quando um sorriso sorrateiro se espalhou por seu rosto. — Sabe, eu nunca ouvi por que você entrou furtivamente como um gato velho e cheirando a boate. Aqui, deixe-me servir outra xícara enquanto você me atualiza.
Por mais que eu desejasse ir para casa e descobrir como responder a esse cara, eu estava grato pelo adiamento. Além disso, outra xícara de seu chá especial provavelmente era exatamente o que eu precisava se eu fosse conversar com o viúvo da minha ex.
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Baileys é um tipo de licor.
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Olá querides,
então... como vcx encarariam uma notícia dessas? que bomba caiu na vida do Sérgio. agora eu tô louca pra saber o que ele vai falar com o Breno. hahahahaha. aguardemos.
tá gostando. clica na estrelinha. deixe um comentário. adoro saber o que vcx pensam.
bjokas e até a próxima att.
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