Capítulo 20


Capítulo 20

Sérgio

Como eu esperava, ter nosso encontro logo após a visita ao laboratório foi a distração perfeita. Eu sorri para Bê, amando como o topo de seus cabelos estava em pé com o vento que soprava do terraço do restaurante. Eu nunca o vi tão relaxado e ... absolutamente encantado. Claro que estava chovendo e não conseguimos ver nada do fenômeno que iria acontecer hoje. Estamos em São Paulo, então fez um tempo maravilhoso a semana toda e justo hoje estava nublado. Mesmo entre nuvens o sol lançava seus últimos raios de final da tarde e um arco-íris surgiu por um momento. O que fez Bê dar uma risada como uma criança descobrindo que a cidade grande também guardava segredos e belezas, mas só para aqueles que escapavam do corre-corre frenético das calçadas lá embaixo.

Eu tive dificuldade em tirar os olhos do rosto dele. Não doeu saber quanto tempo se passou desde que ele fez isso e como isso significava que ele e Tina nunca haviam compartilhado essa parte dele. Eu não me senti estranho, na maior parte, por começar algo com o viúvo da minha ex-namorada. Mas uma pequena parte de mim ainda gostava de saber que algumas coisas eram apenas nossas.

Não que eu tenha planejado conversar com ele sobre isso, a menos que ele traga à tona. Sim ... eu podia ver onde essa conversa pareceria um barril inteiro de estranho.

Breno passou o braço em volta da minha cintura, encolhendo-se contra mim enquanto o vento aumentava. Eu tive que me inclinar para ouvir o que ele estava dizendo. — Eu transferi nossa reserva para dentro quando olhei o boletim do tempo ontem à noite.

Então me inclinei perto o suficiente para falar diretamente em seu ouvido. — Eu imaginei que você faria isso.

Nós rimos e tiramos um monte de fotos da comida, da decoração. Selfs de nós dois comendo, brindando. Definitivamente uma lembrança divertida do nosso primeiro encontro.

Dividimos um bom jantar e chegamos à sobremesa antes de Breno pousar o garfo com um gemido. — Eu não aguento mais. — Ele levantou a cabeça e lambeu os lábios. —Você terminou de ficar íntimo com o seu garfo? Porque ... se você estiver, eu estava pensando que talvez pudéssemos ir para casa agora.

Quase engoli minha língua e imediatamente levantei uma mão discreta para sinalizar nosso garçom. Eu nunca estive tão pronto para pagar uma conta na minha vida. Estranhamente, o caminho para casa não estava cheio de tensão sexual. Era como se nós dois soubéssemos para onde a noite estava indo e não havia motivo para ansiedade. Bê me contou uma história engraçada sobre seu assistente e eu compartilhei algumas sobre meu amigo Marco. Não por qualquer outro motivo, a não ser o fato de que os flertes gays exagerados sempre faziam uma conversa divertida.

A partir daí, conversamos sobre nossos anos de faculdade e como havíamos conseguido passar para nossas escolhas de carreiras. Quando chegamos em casa, tranquei e fingi não perceber quando Brad checou duas vezes. Eu sorri com carinho quando o ouvi murmurando baixinho. Eu descobri depois da minha primeira semana aqui que ele confirmava suas ações em voz alta enquanto checava duas vezes se tinha desligado as luzes e trancado as portas para que seu cérebro pudesse descansar e saber que estava feito. Eu pensei que era um truque bem legal. Especialmente se isso lhe desse paz de espírito.

Uma vez satisfeito, Breno silenciosamente pegou minha mão e me levou para seu quarto. Paramos ao lado da cama, encarando um ao outro e compartilhando um beijo suave antes de remover silenciosamente nossas roupas.

Depois de se despir, ele virou-se e puxou as cobertas com naturalidade. Ele se deitou, lambendo os lábios enquanto me observava caminhar para o outro lado da cama. Eu fiquei lá por alguns segundos, olhando para ele todo esticado e esperando eu me deitar.

Eu me senti estranhamente nervoso. Era como se eu fosse virgem prestes a fazer amor pela primeira vez. Respirei fundo quando ele sorriu e segurou meu olhar enquanto ele passava as mãos lentamente pelos lados e pelos quadris antes de fechar lentamente o punho em torno de seu pênis ereto e dar um golpe lento sem nunca quebrar o contato visual.

— Porra, bebê. Por que eu sinto que você está tentando me matar lentamente? — Mordi meu punho e gemi quando ele passou o polegar sobre a fenda que vazava e a trouxe para lamber. Sua mão voltou a afagar um pouco mais, meus olhos seguindo cada movimento.

Bê me mandou um beijo. — Por mais que eu ame todo esse ato exibicionista e voyeur que parecemos estar fazendo, acho que seria muito mais divertido se eu tivesse ajuda.

Subi na cama e me arrastei ao lado dele, apoiando-me em um cotovelo enquanto me inclinava sobre ele para um beijo. Segurando a cabeça dele com a minha mão livre, tomei meu tempo para provar cada cantinho de sua boca antes de me afastar e olhá-lo maravilhado. Eu escovei as costas dos meus dedos sobre sua bochecha, falando suavemente enquanto eu os deixava rastejar ao longo de seu pescoço.

— Como eu tive tanta sorte? O que eu fiz para que alguém como você me puxasse para a órbita deles e me desse as boas-vindas com os dois braços na vida deles? Normalmente, e estou lhe dizendo isso por uma razão, porque nunca fiz isso. Eu normalmente, já estaria transando agora. Não sei o que é sobre você, mas quero tomar meu tempo e saborear a cada segundo.

Ele levantou uma mão trêmula para acariciar minha barba e esfregar a ponta do polegar sobre meu lábio inferior. — Quem imaginaria, quando eu te procurei por causa da Mel, que nós acabaríamos aqui? Todo esse tempo eu lutei contra minha atração e me concentrei em agradecer por ter conhecido o melhor amigo que já tive. Eu não sei se é por causa de todas as noites que passamos na varanda ou da maneira única como nos conhecemos.

Breno fez uma pausa, estremecendo antes de dar um sorriso triste. — Eu provavelmente não deveria ter trazido à tona toda a maneira única como nos conhecemos, porque Tina não pertence a este quarto. Comprei esta casa e todos os seus móveis no ano seguinte à sua morte. E não namorei com ninguém até agora, espero que saiba que você é a única outra pessoa que já se deitou nesta cama em particular comigo.

Engoli em seco e decidi me dirigir ao elefante na sala antes de dar um passo adiante. — Obrigado por compartilhar isso, mas eu provavelmente deveria lhe contar uma coisa. Eu não teria me importado se essa tenha sido a cama de Tina em algum momento, porque - acredite ou não - não me incomoda compartilhar uma história com a mesma mulher. Provavelmente deveria, mas acho que agora somos homens diferentes dos que éramos com ela.

— Sim, eu posso concordar com isso. Acho que nós dois crescemos e mudamos muito entre o tempo que passamos com Tina e quem somos hoje. Você teve que lidar com a dor de ser descartado. E eu tive que passar pela dor e luto que resultou da perda de minha esposa. Eu posso estar mais vigilante em relação à segurança agora, mas sou muito mais descontraído de outras maneiras. E esse último crescimento veio nos últimos três meses e meio ... basicamente, desde que você entrou na minha vida.

Meu coração inchou e tudo estalou quando eu olhei em seus olhos. Puta merda. Ele era realmente minha alma gêmea? O que eu podia confiar para não ir embora? Porra. Por isso não era apenas mais uma foda. Não era porque Bê era meu melhor amigo agora. Não. Ele era meu, se eu ousasse aceita-lo.

Senti lágrimas brotarem dos meus olhos quando um sorriso pateta se espalhou pelo meu rosto. Isso era possível? Eu realmente poderia fazer isso? Confiar em alguém de novo? Eu poderia. Com Breno, eu estaria seguro. Eu sabia disso como sabia meu sobrenome. Pisquei algumas vezes e me inclinei para beijá-lo novamente antes de retomar nossa conversa.

— Você está certo, está muito mais relaxado. — Fiz uma pausa apenas o suficiente para piscar. — E a propósito, de nada. Eu disse que o ajudaria a encontrar seu Bê interior. Você pode ser Breno para o resto do mundo, mas aqui em casa você é apenas Bê. — Eu fiz uma careta quando outra pergunta surgiu que eu não havia considerado antes. — Posso perguntar uma coisa?

— Qualquer coisa. Para você, eu sou um livro aberto.

Esfreguei meu polegar sobre sua bochecha bem definida, esperando mantê-lo aqui no presente e não o assustar com a minha pergunta. — Por que você ficou mais obcecado com a segurança depois que ela morreu? É porque ela morreu em um acidente?

Suas narinas queimaram quando ele respirou fundo. — É isso mesmo, o acidente dela poderia ter sido totalmente evitado. Era um dia chuvoso durante a temporada fiscal e nós dois estávamos distraídos com a vida e não tínhamos prestado atenção à manutenção básica do veículo. O relatório do acidente mostrava que ela havia entrado em uma derrapagem em uma curva. Ela corrigiu demais e provavelmente poderia ter evitado entrar de frente naquele caminhão, mas seus pneus dianteiros estavam carecas. Essa simples pequena supervisão custou sua vida.

Eu derrubei meu queixo contra meu peito quando deixei isso entrar. Engoli em seco e levantei minha cabeça novamente. — E desde então, você está obcecado em qualquer coisa ao seu alcance para evitar outra tragédia.

Quando seus olhos se encheram quando ele acenou com a cabeça, envolvi meu braço em torno dele e gentilmente o virei de lado para me encarar. — Oh, inferno. Sinto muito que você tenha passado por isso. Não consigo imaginar a dor. Mas, querido ... quero dizer isso uma vez e quero que você me ouça. O acidente de Tina não foi sua culpa, é uma coisa de merda o que aconteceu. Mas você precisa perdoar a si mesmo.

**

Olá querides leitores,

desculpe o sumiço, estava doente. fui fazer o exame da oab com uma puta febre. tomara que os delírios tenham sido positivos nas respostas da prova. hahahahahaha. mas agora estou de volta e vamo que vamo... temos que chegar ao final dessa história. e o Breno precisa deixar a culpa ir embora. 

eu fiquei viúva em 2020. e uma coisa que aprendi é que a gnt se sente culpado. meu primeiro pensamento foi: pq eu não percebi antes. se eu tivesse chamado a ambulância um pouco antes ele estaria vivo agora? se eu tivesse acordado mais cedo ele estaria aqui? foram 3 anos de terapia para que eu entendesse que a culpa não era minha. então... entendo o Bê. 

a morte é sempre um espanto.

mas eles vão superar. um bom relacionamento sempre começa com uma boa conversa. tirando os esqueletos do armário. e zerando tudo de antes. bora Sérgio e Breno que eu quero hot no próximo capítulo. hahahahaha. 

bjokas e até a próxima att. 

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