Capítulo 8

|Flashback|

Eu estava em pedaços. As palavras de Daryl ecoavam na minha cabeça como um grito no vazio. Me esqueça. Cada vez que eu lembrava disso era como uma faca entrando no meu coração. Eu devia querer que ele se fodesse, mas tudo que eu pensava era se ele ainda estava vivo. Se ele estava machucado, com fome. Eu queria ele bem e seguro.

Rick ainda estava estranho. Ele não tomava mais controle de nada aqui, a única coisa que ele fazia era cuidar da horta durante todo o dia. Judith era cuidada por todos, mais por Beth e Carol.

Eu e Glenn havíamos reforçado a segurança da prisão. Eu não queria pensar, mas aquele maluco poderia nos atacar e nós estávamos sempre atentos.

- Oi - Rick disse quando parei ao seu lado, o vendo plantar algumas somentes - Estão crescendo - comento olhando para as verduras. Rick da os ombros.

- A terra é boa.

- Como você está? - perguntei e coloquei a mão na testa para cobrir o sol.

- Estou bem - ele respondeu com um robô programado para dar essa resposta.

Ele não estava bem. A alguns dias eu ouvi ele falando sozinho, como se tivesse alguém na sua frente. Segurei sua mão e ele a apertou. Eu amava Rick demais para suportar vê-lo assim.

- Você não está, e não tem nenhum problema em dizer isso.

Meu irmão era um líder. Nós só conseguimos chegar aqui, estarmos seguros por causa dele. Eu não ia aceitar vê-lo plantando alfaces.

- Eu vejo ela... vestindo um vestido branco - ele disse baixo, olhando para os portões.

- Isso não é real, Rick. Ela se foi.

- Eu sei, eu só... eu não a protegi - passou a mão na testa.

- Você fez o que pode. Você trouxe ela para um lugar seguro, trouxe todos nós. Você não poderia ter impedido as complicações do parto.

- Eu sei, eu sei - ele maneou a cabeça repetidas vezes, como se fosse fazer o que eu disse entrar na sua cabeça.

- Eu te amo - eu beijei sua bochecha - Você, Carl, Judith, vocês são tudo o que eu tenho - eu o abracei e Rick também.

Eu tinha Daryl. Tinha.

- E você, como está depois de... - ele não precisou terminar a frase para eu sentir como se tivesse levado um soco. Eu não queria pensar em Daryl.

- Daryl fez o que achou que devia. Ele teria ido embora do mesmo jeito se eu tivesse contado antes.

- Talvez - ele concordou - Ou talvez não. Não importa a resposta, não foi culpa sua.

Eu sorri fraco. Eu me sentia um lixo. Não sei se era porque eu esperava que Daryl tivesse escolhido ficar comigo ao invés de partir ou se era porque eu queria que ele tivesse deixado Merle para ficar comigo.

Não importava no que eu pensava, a dor ainda era a mesma. Ele não precisava ter dito para eu esquece-lo como se tudo o tivemos fosse besteira. Mas eu ia superar. Era isso que todos faziam hoje em dia, superavam e seguiam em frente.

Tempos depois, fomos atacados. No meio da troca de tiros, consegui acertar um dos homens do Governador. Foi quando vi Rick do lado de fora das cercas. Eu corri até o portão, me esquivando dos tiros e me escondendo atrás de um arbusto. Vi Rick lutando contra os caminhantes e matei dois deles a distância.

Quando ia matar outro que estava se aproximando, uma flecha o atingiu antes de eu disparar. Daryl apareceu junto com Merle e começaram a atirar, ajudando Rick.

Quando eles estavam perto, eu abri o portão para eles entrarem com Rick.

O Governador foi embora, mas Merle ficou, assim como Daryl. A primeira cerca que protegia a prisão estava infestada de caminhantes e nós iríamos limpar o lado de fora amanhã.

Um caos se formou pela presença de Merle. Ninguém o queria aqui, nem eu, para falar a verdade. Mas depois de hoje, precisaríamos da ajuda de todos para nos proteger.

- Ele devia ficar - disse alto, cortando o murmúrio de todos - Ele tem uma boa experiência com armas. Vai ser útil - disse quando Glenn falou que éramos para entregar Merle ao Governador.

- Isso aí, cunhadinha. Está aprendendo a defender a família - Merle sorriu para mim e em seguida bateu nas costas de Daryl - Porra, eu gosto dela.

Eu evitei de olhar Daryl. Eu estava aliviada por ele estar aqui, vivo, mas não conseguia deixar para trás o que aconteceu. Eu não queria entrar no porque de eu estar magoada, porque isso levaria ao pensamento que eu tinha sentimentos fortes por ele. Eu tinha, mas não queria pensar nisso. Principalmente porque não era correspondido.

- Eu não sei, Ellie - Rick balançou a cabeça.

Eu também não confiava em Merle, mas o resultado de Rick ter deixado Merle para trás naquele dia estava sendo esfregado na nossa cara. Ele estava do nosso lado, principalmente porque queria ficar junto com Daryl. Apesar de tudo, eles ainda eram irmãos.

- Ele é um desgraçado, mas sabe usar uma arma tão bem quanto nós - disse, notando Daryl me olhando sem dizer uma palavra. Eu estava exausta e sem querer prolongar a conversa ou prolongar o olhar de Daryl sobre mim - Você que sabe, Rick.

Depois de uma série de ameaças e de avisos, foi decidido que Merle ficaria. Eu subi para minha cela - que antes era minha e de Daryl - e deitei. Eu não conseguia dormir, a única coisa que eu pensava era nele, deixando as lágrimas silenciosas e quentes escorrerem pelo meu rosto. Todo esse tempo longe e ele sequer veio falar comigo quando chegou. O que a gente teve não significou nada para ele? Primeiramente, se tivesse significado, ele não teria ido embora, meu cérebro gritou. Levantei com raiva e vesti o casaco, indo para o lado de fora. Precisava de ar.

- Vai vigiar lá fora? - ouvi sua voz quando eu passei. Eu tomei um susto. Daryl estava sentado em uma das mesas no pátio, na parte mais escura.

Essa foi as primeiras palavras que ele trocou comigo desde que chegou. Não houve nenhum sinto muito pelo que eu fiz ou um me desculpa. Nada.

Eu não respondi nada, sentindo que se abrisse a boca, não aguentaria a frustração. Eu estava mal por tudo. Eu não o olhei e passei reto.

- Ellie - Daryl me segurou e eu me soltei dele o mais rápido que pude. Suas mãos pareciam me queimar.

Meu olhos queimavam pelas lágrimas que eu segurava. Não chore na frente dele. E eu não chorei, fiquei o olhando o mais friamente que pude.

- Podemos conversar? - perguntou em voz baixa. Ele continuou a olhar para mim por um momento pensando, eu poderia dizer que ele estava pensando muito pelo olhar em seus olhos.
Quando ele se aproximou e tentou tocar meu braço de novo, eu o cortei antes de poder vocalizar a próxima frase.

- Não me toca. Não temos nada para conversar.

Sai para o lado de fora, respirando o ar frio profundamente. Mas eu ter dado às costas a Daryl não estava me fazendo sentir melhor. Doía demais. E eu não sei se um dia essa dor iria passar.

***

- Vamos atacar enquanto estão lá dentro. Essa é a única forma de matar aquele filho da puta - Merle cochichou para mim e Glenn.

- Ninguém vai disparar um tiro. Rick está lá dentro - avisei, cortando qualquer ideia que estava passando na cabeça de Merle.

Rick estava dentro daquele celeiro falando com o Governador. Eu, Merle, Daryl, Glenn e Maggie estávamos guardando o lado de fora, assim como alguns homens do Governador.

- Você é tipo a segunda no comando depois de Rick? Uma mulher que dá ordens. Isso é sexy - Merle lambeu o lábio e eu revirei os olhos. Ele tinha o talento - ou mal gosto - de sexualizar qualquer frase.

Daryl estava mais afastado e não disse uma palavra. Nós não nos falamos mais desde aquele dia, e eu estava tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse aqueles olhos azuis me encarando. Eu não acreditava que tudo o que a gente teve, todos os momentos de carinho e afeto tinham se resumido a um ignorar o outro. Ele não tentou mais falar comigo e eu muito menos, sempre fui muito cabeça dura e orgulhosa. Finalmente Rick voltou, mas pela sua cara, não foi uma boa conversa.

- Ele quer Michonne, em troca nos deixa em paz - Rick disparou.

Silêncio. Podia-se ouvir o som de uma agulha caindo no chão.

- Ele não vai matá-la, vai tortura e ela - Merle adverte, e pela sua cara, eu tenho medo só de pensar no que aquele maluco vai fazer com ela.

- Não vamos fazer isso. Ela se mostrou confiável - eu disse. Eu não achava Michonne uma má pessoa, ela não merecia sofrer. E esse homem não iria nos deixar em paz para ter a mulher que furou seu olho morta.

- É isso ou vamos para a guerra - Rick disse, é nós nos entreolhamos. Não foi preciso ninguém falar nada para saber o que escolheríamos.

Nós íamos para a guerra.

*

No caminho de volta, acabei vindo com Daryl no carro. Rick e os outros iam em outra direção tentar achar armas, e Rick pediu para Daryl e eu tomarmos conta da prisão.

O caminho foi feito sem nenhuma troca de palavras. Me mantive olhando pela janela enquanto Daryl dirigia, desejando que chegássemos logo. Isso era sufocante, esse silêncio, essa indiferença que eu tentava fingir quando na verdade tudo que eu queria era estar com ele.

- Porque parou? - perguntei quando o carro diminuiu até ele puxar para o acostamento. Eu sabia o porquê.

- Podemos conversar? - ele perguntou, contido, tirando as mãos do volante e as deixando cair no colo.

- Não - respondi olhando para frente. O silêncio era torturante.

- Ellie...

Era isso. A única coisa que saia da boca dele era Ellie. Ele não ia pedir desculpas nem tentar arrumar uma desculpa. Eu estava com raiva e magoada demais para conversar. Eu virei a rosto para ver o dele. Uma expressão endurecida fazia suas linhas de expressão aumentarem.

- Você quer conversar sobre como eu fiquei depois que você me deixou? - digo, fazendo grande esforço para não gritar - Sobre como você me pediu para te esquecer?

- Ele é meu irmão. Você deixaria Rick?

- Você não entende? O problema não foi você ter ido, foi ter me chutado como um cachorro. Você cogitou a possibilidade de eu ter ido com vocês?

- Você não...

- Eu iria. Eu amo Rick, amo as crianças, mas teria ido se você me pedisse.

- Ellie...

Eu levantei a mão para que se calasse. Eu iria falar tudo o que estava entalado na minha garganta.

- Você nem me deixou conversar com Rick. Eu teria o convencido deixar Merle vir com a gente. Mas o que você fez? Me mandou te esquecer, me chutou como se eu fosse um monte de lixo.

- Você sabia que ele estava vivo e não falou nada. Você não ia contar.

- Você nem me deixou tentar! Eu ia falar quando a gente chegou lá, mas você encontrou Merle antes.

- Você pode falar isso agora, mas não ia me falar.

E aí estava ele, tentando me culpar pelo que ele fez.

- Você iria embora do mesmo jeito se eu tivesse te contado antes. Eu ter te dito só anteciparia sua partida.

As palavras o acertaram em cheio porque eram verdade. Daryl era assim, sempre seria assim. Ele construiu um muro que mesmo eu me esforçando, não conseguia derrubar.

Todos os sinais que ele dava mostravam que ele não estava tão envolvido como eu. Ele se importava mais com Beth do que comigo, sempre era eu que tinha que mendigar atenção para ele. Mas eu não ligava, porque achava a era o jeito dele. Mas não era. O problema era que eu estava mergulhando de cabeça em uma coisa que Daryl mal estava molhando os pés. No fim ele não era diferente dos outros homens que só queriam alguém para aliviar seus desejos.

- Eu tentei lidar com você, lidar com seu lado fechado, eu tentei te entender, e o que eu ganhei em troca? Você virou as costas para mim na primeira dificuldade - disse com a voz rachada, limpando o rosto assim que senti uma lágrima rolar - Se você não quisesse estar comigo, devia ter me falado antes da gente começar isso.

Eu respirei fundo, olhando para o painel do carro. Pela primeira vez, desejei nunca ter conhecido Daryl. Desejei nunca ter aberto a porta para ele naquela noite no CDC. Quando o olhei, ele estava me olhando com tanta intensidade que parecia sugar minha alma.

- Nós estávamos juntos, Daryl. Não era só para ter alguém para dormir ou fazer sexo. Eu estava com você pra valer. Mas você só queria uma idiota para trepar. Eu que achei que fosse diferente.

- Eu voltei - ele disse e antes que pudesse pegar minha mão que estava na minha coxa, eu cruzei os braços - Não tem porque a gente continuar assim.

Eu ri pelo nariz. Ele nunca pediria desculpas. Ele só queria passar uma borracha em cima da merda que ele fez e seguir em frente como se nunca houvesse acontecido. Mas ele ia me machucar de novo, de um jeito ou de outro. Eu iria cortar a árvore antes que ela pudesse criar raízes mais profundas.

- Você tem razão - assenti, reunindo todas as forças dentro de mim para não desabar agora - Não tem porque continuar com isso, seja lá o que a gente tinha. Acabou.

Eu queria gritar, chorar até não ter mais lágrimas. Daryl me encarava como se o mundo tivesse desabado. E estava desabando dentro de mim. Sequei o rosto, desejando ser mais forte.

- Você me odeia - ele sussurrou, a voz beirando ao desespero. Se havia uma coisa que eu não sentia por Daryl era ódio. Eu não estava fazendo isso para puni-lo. Eu só queria me proteger.

- Quero te odiar, mas não consigo - sussurrei, incapaz de desviar o olhar - Mas isso não quer dizer que eu quero voltar ao que tínhamos. Quando outra situação dessa surgir, você vai me deixar de outra vez. Eu não quero me machucar de novo.

- Eu não vou a lugar nenhum - ele quase rosnou. Eu apertei os olhos, querendo acreditar nessas palavras.

- Se Rick dizer que Merle não pode mais ficar, se ele o mandar embora, você vai deixá-lo ir? - perguntei, sentindo o peito apertar já sabendo a reposta. Daryl abriu a boca, mas nada saiu.

- Eu não te culpo por querer ficar com seu irmão. Eu faria o mesmo por Rick. É isso que as pessoas que se amam fazem. Elas ficam juntas.

Minha mão estava trêmula quando toquei seu rosto, alisando sua bochecha com o polegar. Daryl inclinou a cabeça para minha mão.

- Eu sempre vou estar ao seu lado, vamos proteger um ao outro como você mesmo disse. O que você me fez sentir foi o sentimento mais bonito. Nunca achei que fosse gostar de alguém como gostei de você. Obrigada por isso.

Eu te amo. A frase ficou presa na minha garganta, ecoando dentro da minha cabeça. Tirei minha mão de seu rosto e a deixei cair sobre meu colo.

- Então é isso? - ele sussurrou, quase inaudível - Acabou?

- Não faça isso ser mais difícil ainda. Vamos voltar para a estrada - implorei olhando para o para brisas.

Diga que me ama. Diga que me ama.

Nenhum som além do motor do carro ligando chegou ao meus ouvidos.

***

- É aí, cunhadinha?

Revirei os olhos quando Merle parou ao meu lado. Eu estava na cerca, olhando os caminhantes. Já era noite e eu não conseguia dormir. Tudo estava reforçado e preparado para qualquer ataque, mas mesmo assim eu não conseguia ficar sossegada.

- Cai fora - não me dei o trabalho de olhá-lo. Ouvi quando ele acendeu o cigarro e soltou a fumaça, criando uma nuvem branca perto de nós.

- Se eu dizer que ainda tô surpreso pra caralho sobre você e Daryl, você acredita? - ele perguntou, alegre por estar me perturbando. Virei a a cabeça e ele estava me encarando.

A única coisa parecida com Daryl eram seus olhos. Era assustador pensar que eles eram irmãos. Dois seres tão diferentes.

- Olha bem pra minha cara e vê se eu quero falar com você?

- Uhu - ele assobiou, colocando seu rosto ainda mais perto do meu - Você é brava. Deve ser o bicho na cama.

- Eu tô falando sério - continuei o encarando - Sai daqui antes que eu perca a paciência e corte sua outra mão.

Ele deu os ombros e riu, como sempre. Continuei olhando para fora, querendo ignorar o homem ao meu lado.

- Achei que quisesse companhia. Você está fazendo greve de sexo com Daryl, ele está mais insuportável que de costume.

Revirei os olhos e cruzei os braços. Alguns novos caminhantes chegaram até a primeira cerca, e eu ouvia o bater dos dentes deles daqui.

- Daryl gosta de você. Ele nunca falou de uma mulher antes. Achei que ele jogava no outro time - comentou, mas eu não disse nada. Merle era um babaca, mas eu sentia que algo havia mudado nele desde que veio para cá.

- Ele te falou das cicatrizes? - Merle perguntou, soprando a fumaça para cima. Eu engoli em seco, sabendo que o que vinha a seguir não era agradável. Mas eu queria saber.

- Não.

Eu não sabia sua história, não sabia de onde suas cicatrizes vieram, mas sabia que tinha muito a ver com o motivo de Daryl ser quem ele era hoje.

- Eu as vi... eu não sabia que nosso pai batia nele.

Isso foi como um tapa na cara. As cicatrizes em suas costas me vieram na cabeça. O jeito arisco como Daryl agia, sempre na defensiva, como ele evitava que eu as visse, seja na cama ou quando trocava de roupa. Saber que foi o próprio pai que o machucou me fazia ficar enojada.

- Não sabia? São bem feias para você não ter percebido - minha pergunta saiu rasgando minha garganta. Como ele não percebeu que Daryl apanhava como um animal?

- A gente não vivia grudado. Eu mal parava em casa...

- E onde você estava? - eu o cortei, sentindo raiva e impotência - Onde estava enquanto Daryl era machucado pelo próprio pai? - interroguei com raiva.

Daryl sofreu muito e o resultado disso tudo não deixou apenas cicatrizes nas costas. Ele era desse jeito de tanto sofrer nas mãos de uma pessoa que devia amá-lo e protegê-lo. Merle deu os ombros, mas estava tão desconcertado quando eu.

- Eu passava muito tempo fora... vendia drogas, usava drogas. Às vezes acho que minha vida é melhor agora com esse monte de mortos vivo do que antes.

- Enquanto você estava se drogando, Daryl estava passado o inferno. Você é mais babaca do que eu pensei - eu sacudi a cabeça, tentando espantar as imagens de um garotinho apanhando.

- Você devia ficar com ele - Merle falou, jogando o cigarro no chão e pisando em cima - Vai lá, trepa com ele e se acertem. Quero que Daryl tenha alguém. Ele gosta de você.

Eu engoli em seco. Não tínha nenhum deboche ou ofensa, ele parecia preocupado com Daryl. Eu conheci Merle desde o começo, e tudo o que ele fazia era tentar rebaixar Daryl. Mas agora, sua postura, o olhar em seus olhos... ele estava genuinamente preocupado.

- Vai a merda, Merle.

- Você também gosta dele, tá na sua cara. Não foi só - ele fez um gesto com a mão, simulando sexo oral e eu me segurei para não cumprir minha palavra e cortar a outra mão dele.

- Ele voltou por você. Sabe o que ele disse? Vou voltar para onde eu pertenço - ele riu, apoiando a mão na cerca. Quando eu o olhei, eu o vi tão quebrado e sem ação como nunca antes.

- Quero que cuide dele. Daryl precisa de você - ele disse isso olhando para longe, falando com tanta melancolia que me fez franzir a testa. Ele falava como se fosse deixar Daryl.

- Daryl não precisa de babá. Ele não precisa de ninguém.

- Ele precisa de você - repetiu, olhando para a escuridão. Pude jurar que vi uma lágrima escorrendo no rosto de Merle antes de ele virar as costas e sair, sem mais nenhuma palavra.

××××××××××

Após um segundo ataque, nós fomos atrás do Governador. Tudo que encontramos pelo caminho foram um monte de pessoas mortas por ele. Tyreese e Sasha trouxeram o resto das pessoas de Woodbury para a prisão e agora nosso número dobrou.

Merle morreu. Eu não sabia o que falar com Daryl, ele estava quebrado. Eu nunca vou esquecer a cena que vi Daryl matando Merle que já estava transformado.

Já tinha se passado uma semana, e Daryl estava pior que antes. Eu não tinha falado com ele, na verdade eu mal o via. Ele sempre estava fora, caçando ou longe de todos.

Já estava escurecendo e nós estávamos jantando uma caça que Daryl trouxe. Ele não tinha comido com a gente, estava evitando tudo e todos. Doía em mim ver ele tão mal e não poder fazer nada, mas eu não aguentava mais. Eu faria qualquer coisa para ajudá-lo a passar por isso.

- Você pode por ela para dormir? - perguntei, entregando Judith a Carol. Ela sorriu e eu beijei a cabeça da bebê, me despedindo.

- Você viu Daryl? - perguntei a Rick quando o vi.

- Acho que está na torre. Algum problema? - ele perguntou, preocupado. Essa era a expressão que não saia do seu rosto.

- Não... só quero falar com ele - dei os ombros e Rick franziu a testa.

- Acha que é uma boa ideia?

- É o que vou descobrir - dei um beijo no seu rosto e antes de me afastar, Rick me segurou, me puxando para um abraço. Eu o abracei de volta, sentindo um nó na garganta.

Toda essa loucura, mortes e mais mortes nos abalou. Eu tinha medo de perder Rick, Judith, Carl... Daryl. Rick segurou meu rosto entre as mãos e empurrou meus cabelos para trás.

- Você é tão forte. Tenho orgulho de você - ele disse, seus olhos azuis brilhantes e marejados. Rick tinha o peso de manter todos a salvo, e esse peso estava o sufocando.

Forte. Se ele soubesse como estou por dentro...

- Eu te amo - eu sorri, cobrindo suas mãos que estavam em meu rosto com as minhas - Eu também tenho orgulho de você.

- Às vezes esqueço que você não é mais aquela garotinha. Você é uma mulher forte e independente, tão sensata que...

- Meu Deus, Rick - dei um tapa no seu braço, rindo - Não vamos começar com isso, essa conversa de final de filme.

Ele riu, assintindo com a cabeça e deu um beijo na minha testa.

- Você tem razão. Vai lá fazer o que você tem que fazer - ele se despediu de mim e eu sai em direção a onde era para Daryl estar.

Subi na torre e vi Daryl do lado de fora. Ele me viu chegando, mas não olhou. O colete de asas ficou ainda mais destacado em suas costas musculosas quando ele apoiou os antebraços no parapeito e acendeu um cigarro.

- Não devia fumar essa coisa - falei, olhando para o céu - Você vai morrer antes da hora.

- Já estamos todos mortos - ele murmurou, soprando a fumaça. O vento frio soprava contra meu rosto, deixando minha pele gelada. Eu sempre soube o que conversar com Daryl, mas agora eu não sabia o que falar. Eu apertei mais a jaqueta contra o corpo, me aproximando mais dele.

- Eu sinto muito por Merle.

Ele não respondeu. Eu não esperava que ele fosse responder qualquer coisa. Tudo estava bagunçado na mente dele e na minha também.

- Vai ficar tudo bem... agora pode parecer que não, mas vai - garanti.

- Não vai - ele jogou o cigarro no chão e pisou em cima. Quando ele levantou o olhar para meu rosto, eu tive vontade de abraçar e cuidar dele para sempre. Ele estava tão mal.

- Eu não preciso de ajuda, doutora - ele passou por mim, entrando na torre. Eu a passei a mão no rosto. Claro que não seria fácil. Nunca era fácil com Daryl, mas eu não ia desistir.

- Este não é o caminho, Daryl - eu sacudi a cabeça, o seguindo. Ele parou na frente do colchão que havia ali no chão, ainda de costas para mim - Você pode falar comigo. Eu vou te ouvir. Você precisa falar com alguém, não precisa enfrentar tudo isso sozinho.

- O que você quer, hein? - ele rosnou, virando para mim - Quer que eu fique gritando com todos vocês? Eu não preciso de nada disso, estou bem lidando com isso da minha maneira - ele gritou se elevando sobre mim.

Doeu vê-lo tão cansado e triste. Ele estava à beira das lágrimas, embora tentasse encobrir com raiva. Eu toquei seu braço, mas ele se afastou.

- Eu quero que você converse comigo. Quero que compartilhe comigo, coisas boas e ruins.

- Você quer saber quem eu era? - ele gritou, e eu fiquei plantada onde estava - Eu não era ninguém. Eu não tinha um emprego, muito menos terminei a escola. Nunca sai de férias. Nunca fui para a faculdade. Nunca tive com quem contar.

Toda raiva e dor ele jogou para fora quando disse isso.

- Você pode ter sofrido por não ter tido uma boa vida antes de tudo isso mas é o mais preparado para a vida de agora. O que passou não importa.

- Não importa? - ele riu, e eu dei um passo para trás quando ele deu um na minha direção - Não importa pra você.

- Eu não quis dizer que não importa, claro que importa. Eu quero te ajudar a passar por isso... - minha voz morreu pela frieza dos seus olhos sobre mim.

- Será que você pode me ajudar com isso? - ele arrancou o colete e a camisa, com raiva - Isso era o que meu pai fazia comigo. Todas elas.

Eu parei de respirar enquanto olhava as cicatrizes que cobriam suas costas. Ele mal me olhava por cima do ombro quando eu me aproximei e levei a mão para tocá-las, mas ele se afastou.

- Daryl...

- Não. Eu não preciso de terapia porque eu era um fodido que apanhava do próprio pai.

Eu não consegui falar nada, a única coisa que eu fazia era respirar com dificuldade. Tudo isso era insano... eu não aguentava vê-lo sofrer.

- Porque você está aqui, hein? - ele gritou - Você quer me analisar? É por isso? Me deixa em paz!

- Não! Eu não vou te deixar sozinho - gritei quando encontrei minha voz -Tudo o que você está passando agora, você pode falar comigo, Daryl. Nós devemos passar por essas coisas juntos. Eu sei que você está machucado...

- Você não sabe nada - ele sussurrou com um tom frio. Clássico Daryl sendo estranho, sem ser capaz de articular seus sentimentos.

- Eu sei que você amava seu irmão - ele olhou para baixo enquanto eu falava - Eu sei que você fez tanto, incluindo arriscar sua vida por todos neste grupo... eu sei que você tenta agir como se não quisesse ou precisasse de ninguém - acariciei o lado do rosto dele com a mão, e ele estremeceu, mas não se moveu dessa vez - Mas eu estou bem aqui.

Daryl olhou para mim com lágrimas em seus olhos e eu envolvi meus braços ao redor dele. Ele enterrou a cabeça em meu ombro enquanto eu corria minhas mãos sobre suas costas, confortando-o. Sua pele está quente, mas ele estava tremendo. Eu o abraço mais forte, querendo arrancar toda dor e frustração de dentro dele. De repente ele se afasta, ajuntando o colete e a camisa, virando de costas e começando a se vestir.

- Não - eu peço, tocando suas costas. Ele para os movimentos, e pelos músculos do seu braço tensos, vejo que ele aperta as roupas na sua mão com força.

Ele estremece quando eu envolvo meus braços ao redor de sua cintura, abraçando-o firmemente enquanto descanso meus lábios contra seu ombro.

- Eu não me importo com suas cicatrizes. Eu amo cada parte sua.

Beijei cada cicatriz, deslizando os lábios por cada elevação. Daryl relaxou um pouco, embora ainda temesse. Encorajada, continuei a beijar a pele e cada parte danificada. Daryl lentamente se virou para mim, e a visão era de cortar o coração.

Seus lábios começam a tremer, mas ele não chorou, como se estivesse segurando tudo por todos esse anos. Seus olhos azuis brilhantes estavam brilhando quando as lágrimas se colocam na frente deles, nunca corram por suas bochechas. Ele estava segurando tudo.

O que aconteceu não importava mais. Não importava se ele era teimoso e agia com toda a força, eu ia cuidar dele. Eu quero que ele me conte tudo, cada pequena coisa em sua mente, quero que ele saiba que eu me importo, que eu estou aqui para ele.

Daryl ficou em silêncio, com os olhos fechados. Eu olho para ele, ele é como uma criança, seu longo cabelo castanho em todo o rosto. Ele parece tão cansado, como se tudo o que ele precisasse fosse uma pausa de toda a merda acontecendo.

- Estou orgulhosa de você - sussurrei, descansando meus lábios sobre a pele quente do seu peito mais uma vez, deixando-os por alguns segundos, sem querer deixá-lo.

- Ninguém nunca vai machucar você novamente - disse, movendo meus lábios sobre a cicatriz do seu ombro - Eu prometo.
 
Seu rosto aproximou-se do meu, seus olhos voam rapidamente para meus lábios, antes que eles buscassem os meus novamente. Um tremor deslizou pela minha espinha quando senti sua respiração nos meus lábios.

Então ele me beijou ferozmente. O ataque súbito de meus lábios quase me paralisou. Ele tropeçou comigo até que pressionou meu corpo contra a parede, e eu senti que eu mal podia respirar, a intensidade disso, dele, era demais para mim. Eu gemi de prazer e saudade, mas ficou abafado pela língua que agora dançava apaixonadamente com a minha. Uma de suas mãos deslizou da minha bochecha até a parte de trás do meu pescoço, encostando nossas testas.

- Eu nunca vou deixar você de novo -  ele murmurou contra meus lábios, os olhos fechados firmemente - Nunca mais.

Eu acreditava em cada palavra. Eu daria o mundo a ele se isso fosse necessário para curar suas feridas. Passei as mãos em seu rosto, tirando os cabelos que cobriam seus olhos.

- Deite - pedi, o empurrando gentilmente para o colchão. Daryl estava meio fora do ar, e eu o persuadi facilmente - Deixa eu cuidar de você.

Ele assentiu e deitou no colchão no chão, seu peito subindo e descendo com dificuldade. Tudo nele era dor e tristeza, mas eu queria arrancá-las de dentro dele. Eu fechei a porta da torre, cortando a passagem do vento frio.

Eu me ajoelhei ao seu lado, tirando seus sapatos e suas meias. Daryl não se opôs, tudo que ele fazia era me olhar com aqueles olhos azuis revoltos. Abri seu cinto e Daryl me ajudou a deslizar suas calças para fora.

Era como se a gente nunca tivesse se separado, mas a dor da saudade me sufocava. Eu queria ele mais do que qualquer coisa, passaria por cima de tudo o que aconteceu.

Quando eu fiz menção de ficar de pé, a mão de Daryl agarrou meu pulso. Senti um aperto no peito, ele parecia uma criança indefesa que estava com medo.

- Só vou tirar minhas roupas.

Ele assentiu e não falou nada, soltou meu pulso devagar. Eu fiquei de pé, chutando as botas perto da mesa e comecei a tirar o jeans. Eu já tinha tirado as roupas na sua frente um par de vezes, mas agora, a forma como ele olhava eu me despir... Era como se tudo fosse novo. Daryl se sentou no colchão, não desviando de mim um segundo.

- Porque? - ele perguntou, a voz grossa de emoção - Porque você está fazendo isso depois de tudo que eu fiz pra você?

Não era óbvio? Porque eu o amava. Porque esse tempo longe foi um pesadelo. Porque eu daria tudo para fazê-lo feliz de novo.

Eu tirei minha blusa, jogando na pilha de roupas que estava no chão e me ajoelhei ao seu lado. Eu toquei seu rosto, passando a ponta dos dedos por suas sobrancelhas franzidas.

- Porque você é tudo para mim. Porque eu não suporto te ver sofrer.

Eu não dei tempo de ele lamentar, tomando seu lábios. Daryl me empurrou para o colchão e ficou sobre mim.

- Você quer? Se você não estiver afim, a gente pode só dormir - eu sussurrei tão baixo que mal ouvi minha voz. Tudo que eu queria era isso, mas se ele não estava com cabeça para sexo eu não o forçaria.

- Eu quero você - Daryl se ajoelhou entre minhas pernas.

- Você me tem. Sempre me teve - eu sorri e soltei um suspiro trêmulo quando ele deslizou minha calcinha para fora do meu corpo.

Suas mãos acariciaram minhas coxas, as empurrando para o colchão, me deixando completamente exposta. Daryl correu os dedos por minha fenda encharcada e eu tremi, arqueando meu corpo para seu toque. Eu estava dolorida de tanta vontade, de tanta saudade. Daryl fez sinal para eu tirar o sutiã enquanto ele se livrava da cueca. Seu pau estava como uma rocha apontando para o umbigo. Ele era lindo, cada parte dele. Eu abri mais minhas pernas, um pedido mudo para ele fazer qualquer coisa.

Cobri a boca com a mão para não gritar quando sua boca se fechou na minha intimidade, chupando e lambendo.

- Não se segure - Daryl gemeu, o liso de sua língua lambeu meu clitóris repetidamente - Quero ouvir você - ele insistiu. Eu choramingava, passando os dedos pelos cabelos grossos, ofegante a cada longo golpe de sua língua.

Com a língua, ele correu padrões preguiçosos ao longo do meu ponto sensível, enquanto usava dois dedos grossos para empurrar para o meu centro. Eu gritei quando ele enrolou os dedos, escovando contra aquele ponto que ele conhecia bem.

Daryl gemeu, enviando vibrações através da minha intimidade e causando uma nova onda de umidade fluir e encharcar seus dedos quando eu vim, tremendo e gemendo por ele. Daryl pairou sobre mim e beijou minha boca, me deixando provar meu próprio gosto.

- Daryl - seu nome era um pedido quebrado em meus lábios - Por favor - eu sussurrei. 

Eu engasguei bruscamente quando senti a cabeça lisa de seu pau escorrer dentro de mim. Lentamente, tão devagar, ele começou a empurrar todo o seu membro dentro de mim. Ele empurrou tão devagar que eu senti cada veia, como seu pau me esticou, enviando choques de prazer através do meu corpo.

Momentos depois, nós estávamos ofegantes, abraçados um no outro, mal conseguindo nos mexer. Deixei minhas pernas escorregarem da sua cintura e cair no colchão.

- Eu preciso de você - Daryl sussurrou depois de não sei quanto tempo, ainda entre minhas pernas, descansando a cabeça no meu peito. Suas mãos se moveram para os meus lados, e agora seus dedos acariciaram minha pele levemente.

Me arrepiou de dentro para fora ouvir essas palavras. A maioria de suas barreiras finalmente havia caído. 

- Eu sei - eu sussurrei enquanto tocava suas costas suadas com a ponta dos dedos.

Enquanto eu dizia, eu sabia que também precisava dele. Talvez não da mesma forma que ele precisasse de mim, mas eu ainda precisava dele. Eu não poderia explicar isso. Nem mesmo para mim.

- Eu também preciso de você - eu sussurrei e fechei os olhos.

- Nunca vou me perdoar por ter ido embora.

Suas palavras me surpreenderam. Eu exalei, eu nem percebi que tinha prendido a respiração. Ele levantou a cabeça para olhar para mim e acariciou meu queixo com um dedo. Agora seus olhos não estavam com raiva, apenas preocupados.

- Vamos superar isso. Vamos superar tudo - respondi vagamente.

Ele assentiu lentamente, enquanto ainda estava olhando para mim.
Deixei meus dedos acariciar sua testa, suavizando suas rugas causadas pela frustração. 

- Não faça isso.

- Fazer o quê? - ele perguntou um pouco confuso.

- Franzir a testa assim - eu dei-lhe um sorriso. Mas eu sabia o porquê.
Tínhamos tudo para franzir o cenho. Levantei a cabeça e me inclinei para colocar um beijo gentil em seus lábios, fazendo com que minha pele entrasse em erupção em uma onda de arrepios. 

- Você pensou algum dia estar com um homem como eu? - ele perguntou. Eu odiava isso, eu queira arrancar essa insegurança de dentro dele.

- Eu sempre estive com filhinhos de papai, e nenhum me deu o que você me deu - falei. Eu não queria falar de qualquer outro homem que eu tive, mas se fosse preciso para fazê-lo mais confiante, que seja.

- Pode ser difícil para você acreditar, mas eu queria ter te conhecido antes. Eu teria me encantado por você - eu sorri, era verdade - Por esses olhos azuis... esse sotaque sulista sexy.

Ele deu um leve sorriso, o que foi o suficiente.

- Eu sinto muito - disse, passando o dedo sobre a cicatriz do seu ombro, que vinha de trás das suas costas. Ele ficou um pouco tenso, mas não como antes.

- Não sinta.

- Por que você me escondeu isso?

Daryl ficou em silêncio por um momento, mantendo o olhar na minha boca.

- Eu não quero que você veja o lado escuro de mim. O que eu passei, quem sou eu, eu sei que não sou suficientemente bom para você...

- Não repita isso - coloquei um dedo sobre seus lábios.

- Ellie... se as coisas não fossem como são agora, eu seria apenas um outro cara cheio de problemas para você. Eu não valho a pena.

- Pare com isso - o repreendi - Olha pra você, Daryl. Você ajuda as pessoas. Você cuida de mim, mesmo eu brigando para que não. Você vale a pena para mim - mantive minha mão no lado de seu rosto enquanto eu olhava para ele - Olhe para mim.

Ele olhou para mim pressionando seus lábios juntos. 

- Você é apenas um cara que passou por algumas coisas ruins e está fazendo o melhor de si mesmo.

- Obrigado - ele sussurrou baixinho e começou a me beijar devagar, chupando e mordendo meus lábios. Eu me mexi debaixo dele, sentindo seu membro começar a endurecer dentro de mim de novo.

Com um impulso, eu girei Daryl para que eu ficasse por cima, sentada sobre ele no seu colo. Afastei seus cabelos do rosto para poder olhar seus olhos, encontrando ali ainda um fio de insegurança.

- Esqueça tudo. Se alguém um dia disse que você não era bom, se um dia alguém te humilhou... esqueça - corri minha língua sobre seu lábio inferior, respirando profundamente sua exalação - Você é incrível e esses fodidos devem estar mortos agora.

- Ok - ele suspirou, segurando minha cintura enquanto eu me ajeitava melhor sobre ele.

- Mortos ou fugindo para salvar seus traseiros - eu comecei a me mover sobre ele, devagar. Daryl travou o maxilar, mas me deixou ditar o ritmo.

- Agora olhe para você... olhe onde você está - eu agarrei o cabelo de sua nuca, não queria que ele desviasse um segundo sequer - Onde você está?

- Aqui.. com a mulher mais bonita montada no meu pau - ele disse com a voz tão rouca e áspera como nunca ouvi.

Isso. Eu daria a ele toda a confiança perdida, e não era por pena. Ele era tudo isso, ele só não conseguia enxergar.

A mulher mais bonita. Até nisso ele era doce. Eu sorri, mordendo o lábio quando forcei meu quadril para baixo, enterrando até o último centímetro dele dentro de mim.

- Nenhum desses fodidos me daria isso, Daryl... nenhum deles me deixaria tão molhada - eu levantei o quadril, deixando só que cabeça se seu pau dentro de mim, deslizando por todo seu eixo devagar. Daryl rosnou, apertando mais meus quadris.

- Você ainda pensa que eu quero outra pessoa? - eu sussurrei, apertando meus dedos em seu cabelo, arrancando um gemido dele. Ele negou com a cabeça.

- Você sabe porque? - eu arfei, descendo e subindo um pouco mais rápido, meus seios balançando levemente contra seu rosto - Porque eu tenho você. Porque você foi o único homem que me fez gozar usando só a boca - eu sorri quando ele sorriu de volta. Era isso que eu queria.

- E se você ainda tem dúvida, eu não me importo em passar a noite aqui, te provando o contrário.

Dei um gritinho surpreso quando Daryl me deitou de volta no colchão, ficando por cima de novo.

- Eu adoro quando você fica no controle.

- É? - ele murmurou, sua língua correndo pela minha garganta enquanto ele se afundava em mim novamente. Minhas mãos agarraram suas costas e minhas pernas se prenderam ao redor de sua cintura. Daryl pousou os lábios sobre os meus, me olhando nos olhos - Então prova.

E eu provei isso para ele a noite toda.

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Oi! Sei que fiquei um tempo sem postar, mas a história vai continuar. com um probleminha de saúde, mas sempre escrevendo para não deixar vcs esperando.

Espero que ainda tenha alguém acompanhando a história, decidi fazer um flashback contando mais a história da Ellie e do Daryl.

Me oi aqui e me digam o que estão achando. Beijos

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