Capítulo 61

no capítulo anterior...

Peguei o mapa e vi era parecido com o que Dwight desenhou e respirei aliviada. Eu estava chegando ao Reino.

Eu fiquei procurando algo que indicasse o lugar exato desse tal Reino, Dwight disse que eles estariam usando armadura balística e eles iam falar como se tivessem acabado de sair do século dezesseis.

Um coro claudicante reverberando pela rua da cidade rudemente parou meu pensamento e eu voltei para as sombras, empurrando-me para trás enquanto olhava pela estrada, mantendo a arma em punho e apontei, esperando a fonte do ruído se mostrar. Certamente não soava como os mortos. Quase soou como um cavalo.

Então apareceu, uma majestosa besta de ébano que cintilava prata ao luar e, montada em suas costas estava uma mulher vestida de preto, em armadura balística. Eu abaixe a arma, saindo das sombras para me dar a conhecer.

- Pare! - voz da mulher não era alta, mas clara o suficiente para eu parar em minhas trilhas - Não venha mais perto e diga o seu nome.

Eu levantei as mãos, mostrando boa vontade.

- Eu sou Ellie. Eu escapei do Santuário. Dwight me enviou.

Se a mulher entendesse o que isso significava, ela não mostrava nenhum sinal de reconhecimento. Ela permaneceu estóica, um olhar severo em seu rosto, que era acentuado por seu cabelo firmemente puxado para trás.

- Eu não sei de tal coisa. Deixe estas estradas de uma vez. Elas são perigosas e cheias de inimigos, e você está invadindo a terra de sua Majestade.

Mas que porra?

- Ouça, eu não tenho tempo para jogos...

- Não tenho jogos e nem truques - respondeu a mulher apressadamente
- Apenas avisos.

Eu estava começando a me sentir insegura sobre essa conversa. Ela estava me avisando para sair, mas não achei que fosse porque ela não me queria aqui. Sua menção de inimigos estava me levando a acreditar que poderia haver mais do que apenas os mortos à espreita em torno desses cantos escuros.

- Você deve ir - a mulher ordenou, mas antes que mais palavras pudessem ser compartilhadas, uma luz forte iluminou a estrada do leste.

Eu pulei de volta imediatamente, empurrando-me mais fundo na escuridão atrás de uma lixeira meio cheia. A luz mal me atingiu, mas isso não significava que não fossem me achar.

A mulher protegeu os olhos quando o cavalo abaixo dela bufou em agitação.
Ele bateu o pé quando o estrondo de um motor ficou mais alto e as luzes iluminaram a rua, refletindo nas janelas com vidros quebrados. O veículo parou fora de minha vista e a batida de várias portas foi ouvida junto com vários conjuntos de passos se aproximando.

- Ora, ora, senhorita. O que você está fazendo aqui fora na solidão e no escuro? - uma voz profunda e trêmula sem rosto perguntou.

- Patrulhando as ruas de sua Majestade, que todos vocês estão invadindo - retrucou a mulher.

- Parece que você encontrou seus intrusos - o tom do homem pingava sarcasmo provocante - Mas se bem me lembro, estas não são as ruas de sua Majestade. Elas pertencem a Negan... como você.

A patrulheira não respondeu, sentada silenciosamente em cima de seu magnífico cavalo em um impasse tenso. Ela olhou sem piscar para os homens diante dela; aqueles que eu não podia ver.

- Já que você esteja patrulhando essas ruas aqui, eu me pergunto se talvez você tenha encontrado uma garota; ela é magra, com cabelo castanho e comprido.

Oh, meu Deus. Era eu.

Faziam o que, duas horas que eu havia partido e Negan já sabia que eu havia fugido?

- Nenhum animal, homem ou mulher dessas descrições se deparou com o meu caminho, mas se tivessem, eu dificilmente me atreveria a compartilhar seu paradeiro com você - ela zombou rudemente.

Uma série de risos elogiou sua resposta.

- Isso é tudo, docinho. Eu só estava perguntando. Não há necessidade do sarcasmo.

Pensei que poderia ser o fim, mas então ouvi o o barulho de um walkie-talkie e o sotaque do Salvador alertou Negan sobre suas descobertas.

- Você estará tomando seu caminho, então? - a mulher perguntou depois que ele terminou sua correspondência.

- Eu estou - o Salvador respondeu e passos começaram a recuar - Você mantém os olhos abertos para essa garota, e se você a vir, nos avise. Poderia haver uma boa recompensa para você. Ela é importante.

- Isso dificilmente desperta meu interesse. Você está por sua conta.

- Como quiser, docinho. Mas você pode se arrepender de dizer isso mais tarde. Tenha uma boa noite.

As portas do veículo se fecharam de novo e o motor roncou ao dar a ré, os faróis piscando enquanto girava e saía na mesma direção em que ele chegou. Suspirei em desesperado alívio, meu peito queimando com a falta de ar que eu deixei de tomar durante a conversa. A mulher manteve a pose, observando o final da rua quando eu saí do esconderijo.

- Eles invadiram a cidade. Eu os vi antes de você se aproximar - disse ela, finalmente, virando os olhos para mim - É por isso que tentei avisar você... eles também acamparam à nossa porta. Será preciso paciência para entrar, mas meu Rei aguarda sua chegada.

Se eu não morri do coração dessa vez, não morreria nunca mais. Eu respirei fundo e guardei a arma e passei as mãos nos cabelos. Quanto tempo eles continuariam me procurando?

- Venha comigo - a mulher do Reino esporeou o cavalo e correu pela estrada dupla - Siga de perto e faça o que eu digo. Eles podem aparecer do nada mais uma vez.

Não foi preciso me dizer duas vezes para fazer exatamente o que ela disse. Eu apostei demais para arriscar ser pega novamente, e eu tinha a sensação de que, se acontecesse, não me sairia tão bem. A boa sorte costumava ser mesquinha.

- Eu me chamo Dianne - mulher olhou por cima do ombro para mim.

- Prazer em conhecê-la - respondi - Eu sou...

- Eu sei quem você é - Dianne interrompeu bruscamente - Eu acabei de arriscar meu bem-estar por você.

Ouvimos um barulho e só tive tempo de apontar a arma para o corpo que saiu da escuridão como um gato.

Um homem de cabelos compridos usando uma touca e vestido com um sobretudo preto parou enquanto levantava lentamente as mãos.

Meu cérebro correu a procura de lembranças de seu rosto no Santuário, mas se eu o tivesse visto antes, jamais esqueceria, não era um rosto comum.

Merda. Ele devia ser de algum posto avançado, deve ter ficado a espreita depois que os outros Salvadores foram embora. Como eu pude ser tão idiota achando que...

- Abaixe a arma. Ele é um amigo - Dianne avisou, quebrando meu martírio. O homem se aproximou quando eu baixei a arma lentamente e a coloquei nas costas, esperando que ele falasse.

- Então, você deve ser Ellie - ele constatou com um pequeno sorriso e eu concordei - Sou Paul. Mas meus amigos me chamam de Jesus.

Uau, isso combinava com ele.

Ele tinha grandes olhos claros e um rosto simpático e afetuoso, embora sempre alerta.

- Rick sabe que eu estou aqui? - não pude deixar de perguntar, a ansiedade me corroendo por dentro.

- Algumas pessoas sabem da promessa de Dwight em te ajudar a fugir, mas ninguém acreditou - ele contou enquanto tirava um par de luvas pretas de couro e as vestia - Quando ele me procurou perguntando se eu poderia ajudar na fuga, eu neguei, não sabia se era uma armadilha, mas fiquei na espreita, e aqui está você.

O cavalo bufou ao meu lado e Dianne o fez dar alguns passos antes de olhar para mim.

- Você vai ter tempo para tirar suas dúvidas depois. Agora temos que ir. Rápido.

Continuamos em silêncio, percorrendo a cidade para evitar os mortos e os Salvadores de Negan.
Logo, mas não tão cedo, chegamos a uma cidadela morta com bastante mato e árvores. Dianne nos conduziu a um cruzamento de quatro vias.

- Aqui é onde eu vou deixar você. O resto da aventura é sua, mas eu vou direcioná-la quando entrar lá dentro. O Rei Ezequiel está esperando por você.

Dianne apontou para um bueiro no meio do cruzamento, e eu entendi. Nos iríamos pelo esgoto.

- Bem, merda - eu disse num pensamento alto.

- Literalmente - Paul concordou com um meio sorriso. Era como se ele tivesse lido minha mente - Eu vou com ela - ele disse a Dianne.

- Rapidamente, antes que alguém veja, se apresentem - insistiu ela. Paul pisou na tampa de metal e retirou-a. Ele olhou para mim.

- Tem uma lanterna?

Eu bati no meu bolso, sentindo a pequena ferramenta. Removendo-a do meu bolso, passei para ele e ele clicou no botão duas vezes rapidamente, testando.

- Bem - eu suspirei, pelo menos grata por ter uma lanterna - Quem vai primeiro?


chegando a horaaaaaa

O que será que o Daryl vai fazer quando ver a Ellie?

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