Capítulo 53

Não havia nenhuma estrela no céu. Nada brilhante que contrastasse com a escuridão enquanto eu estava no terraço, olhando para cima.

Toda a felicidade que eu tive neste lugar, toda a felicidade que tive quando descobri que minha família estava viva, se foi. Eu encontrei um dente-de-leão crescendo em uma rachadura de concreto e com uma pisada de sua bota, Negan tinha esmagado, e ele continuaria fazendo isso toda vez que eu encontrasse um.

Sherry estava certa. Eu devia ter aproveitado a chance e pulado fora daqui na primeira oportunidade.

A boa notícia era que o líquido claro e adocicado que eu estava bebendo estava diminuindo a dor levemente.
Não foi completamente embora, mas diminuiu para uma dor em meu coração. Talvez eu poderia passar o resto dos meus dias em uma névoa bêbada, bloqueando a realidade de estar no mundo de Negan.

Pensei em Dwight e no que ele me disse. Eu não tinha dúvidas que ele odiava Negan, mas até onde ele era capaz de ir?

Ele disse que havia várias comunidades e que ele poderia fazer a ponte entre elas, mas isso incluiria destruir Negan. E em algum lugar na minha mente eu sabia que o mundo seria melhor sem ele, mas então por que eu estava resistindo?

Soltei um suspiro, optando por não responder minha própria pergunta e peguei minha garrafa, mas assim que me levantei, o álcool começou a me atingir e senti uma onda de tontura, balançando levemente.

- Puta merda - eu murmurei.

Consegui me equilibrar depois que tropecei e pude sentir o sangue correndo na minha cabeça, uma sensação vagamente doentia somada a uma clara falta de estabilidade. Quando virei a esquina do corredor comecei a ver o dobro. Dois Simons.

Ele me amparou, me segurando pelo braço e falou algo sobre Negan estar me procurando.

- Você vai vomitar? - ele perguntou enquanto eu mantinha minha boca fechada. Eu não achava que iria contanto que não a abrisse.

O interior do prédio era brilhante, pelo menos para mim. Muito brilhante, e eu olhei enquanto ele me guiava para os degraus. Eu estava rapidamente me descoordenando, e ele diminuiu a velocidade quando subimos os degraus, em um excruciante exercício de calma até que ele finalmente me pegou com raiva, carregando-me o resto do caminho enquanto eu me agarrava à minha garrafa, o líquido se agitando.

Quando chegamos ao andar de Negan, ele me parou, segurando-me firme com uma mão enquanto ele abria a porta com a outra. Para minha sorte, Negan estava parado ali com uma expressão de suprema irritação, como se eu fosse a única que ferrou tudo. Eu olhei com deboche e pareceu irritá-lo mais.

- Ela está bêbada? - ele estalou, e eu me afastei do aperto de Simon quando ele pegou a garrafa, tropeçando em direção ao quarto, agora com muita certeza de que eu ia vomitar.

Negan seguiu atrás de mim, sua boca mexendo sem parar, mas eu não tinha ideia do que ele estava dizendo, toda a minha concentração em ir ao banheiro antes de vomitar em meus próprios pés.

Assim que cheguei à porta eu me virei, suando muito, e concentrei meus olhos turvos em Negan com o melhor de minha capacidade, uma vez que ele ainda estava falando.

- Você nunca cala a boca? - eu gritei, girando e caindo de joelhos no azulejo em frente ao banheiro, apenas levantando a tampa antes de vomitar, todo o álcool saindo. Nada além de líquido claro saiu quando eu engasguei, sentindo a tontura me atingindo mais e mais como ondas batendo contra a costa.

Em algum lugar nos recessos do meu cérebro, eu estava ciente de alguém puxando meu cabelo para longe do meu rosto, desajeitadamente amarrando-o, e quando eu balancei a cabeça para o lado, descansando minha bochecha na porcelana fria, eu vi que era Negan, e ele estava olhando para mim com uma expressão sombria. Com raiva, eu bati as mãos dele longe de mim.

- Não me toque - eu disse em uma voz de fraca - Tudo o que você toca se transforma em merda.

Seus olhos se arregalaram de surpresa que rapidamente se transformou em raiva, e ele se moveu em volta de mim para me sentar na beira da pia, e tenho certeza que para ser capaz de olhar para mim de um ângulo ainda maior.

- Eu te avisei ontem à noite - ele disse, e eu virei meu rosto de volta para o vaso, preferindo olhar para o vômito ao invés dele.

- Você está com ciúmes - eu disse vagamente.

- Desculpe?

- Você está com ciúmes que eu reencontrei as pessoas que gostam de mim, e você só tem esposas que te odeiam. Ninguém te ama, e você teve que suborná-las para ficar com você.

Eu teria dito mais, mas provavelmente foi melhor para o meu futuro que outra onda de náusea assumisse o controle, e voltei ao chão de repente com medo de nunca mais parar. Aos poucos eu estava tão longe, tão superaquecida que tirei minha camisa bem na frente dele, jogando-a ao meu lado.

Deixando escapar um suspiro aliviado, caí sobre os ladrilhos frios, desesperada por qualquer tipo de alívio do inferno que eu de bom grado me enviei.

Negan ainda estava sentado lá, olhando para mim, mesmo no meu estado embriagado, eu pude ver que ele estava olhando para meu peito. Que porco.

- Eu te odeio - eu murmurei, e ele levantou de surpresa, saindo do banheiro.

Não tenho certeza de quanto tempo se passou, mas quando estava razoavelmente certa de que não ia vomitar de novo, fiquei sentada, respirando até me orientar novamente. Havia vômito na minha calça e eu tentei limpar, só piorando.

Parecia eu tentando concertar as coisas e a merda só aumentava. Eu ri, uma gargalhada seca à analogia, meu corpo todo esquentando de um jeito estranho.

Eu poderia ter parado em qualquer lugar nesse mundo fodido, então porque aqui junto com ele? Eu nunca fui uma má pessoa para estar recebendo uma visita do karma, mas o destino caprichou em me colocar aqui e me fazer ter sentimentos por alguém assim.

Tudo acontecia por uma razão e agora minha mente nublada estava enumerando os motivos para que eu deixasse meus sentimentos assumirem o controle e uma paz estranha assumiu meu corpo, me deixando confortável e despreocupada e eu finalmente entendi por que as pessoas ficam bêbadas.

_________

Negan entrou novamente enquanto Ellie escovava os dentes e deixou roupas em cima da pia.

- Consegue fazer isso sozinha? - ele perguntou quando ela enxaguou a boca e olhou para ele pelo reflexo do espelho.

Ela não estava mais com aquela carranca de ódio, parecia mais mole e Negan viu que havia algo errado quando ela sorriu e virou de frente para ele.

- Porque? Quer me ajudar a tirar minha roupa? - ela jogou um olhar sujo e ele estreitou os olhos para ela - Vem, me ajuda - ela puxou as mãos dele para o cós de seu jeans.

Negan conhecia bem os estágios da embriaguez e Ellie estava naquele em que ela não lembraria de nada no dia seguinte.

- Você tá bêbada - Negan avisou. Ele não tinha muito senso moral, mas fazer sexo com alguém bêbado e incapaz de consentir era algo que ele não fazia, mesmo sendo Ellie.

- O que, você tem princípios agora? - ela zombou, esfregando os seios cobertos pelo sutiã nele - Você me quer, não quer? Então vá em frente.

Dizer que ele queria Ellie era eufemismo. Ele queria, e estava ficando difícil manter a postura com ela se esfregando nele.

Negan respirou fundo e abriu o botão do jeans dela, descendo-os pelas pernas, a segurando quando ela se atrapalhou com o tecido ao redor dos pés e quase caiu.

- Porque você escolheu ela? - Ellie perguntou quando vestiu a camisola desejeitadamente - Ela é má, e não é no bom sentido.

Apesar do efeito do álcool ela ainda sentia aquela picada no peito.

- Me casei com ela porque queria trepar com ela. Não por que é uma boa pessoa - Negan respondeu asperamente, esperando acabar com o assunto e colocá-la na cama e acabar com esse dia de merda.

Negan a guiou para fora do banheiro, uma não em suas costas para que não se desequilibrasse.

- Ops - Ellie disse e sua mão de repente pegou o braço de Negan pouco antes dela colidir com a mesinha.

Ela respirou fundo e inclinou-se para Negan, enquanto seus olhos piscavam preguiçosamente, seu olhar vermelho passando do rosto de dele.

- Deite - Negan proferiu e Ellie tropeçou em direção à cama, rastejando até o centro em suas mãos e joelhos, tateando em busca de um dos travesseiros.

- E como ela é? - Ellie perguntou quando se deitou na cama de barriga para baixo e Negan franziu a testa.

- O que?

- Como ela é na cama? - Ellie solicitou, descansando um cotovelo na cama antes de colocar o queixo contra a palma da mão aberta - Sua nova esposa, Rachel nariz quebrado.

- Eu não vou jogar esse maldito jogo com você - ele a cortou, querendo que o efeito da bebida a fizesse dormir, mas Ellie estava completamente ligada.

- Porque? Você vai bancar o tímido agora? - ela sorriu, então algo brilhou em sua mente - A não ser que você broxou.

Negan deu um olhar irritado e se sentou no sofá, um pouco afastado da cama e pegou um fichário com o inventário da semana.

- Aí meu Deus! - ela riu, virando de costas na cama - Você broxou! Por isso ela me odeia.

- Você é uma bêbada insuportável - Negan esfregou o rosto, irritado enquanto ela estava esparramada em seu colchão e ele não podia deixar de lamber os lábios diante daquela visão tentadora em seus olhos doloridos.

- Como foi, ela teve que trabalhar duro para reanimar o defunto? - ela provocou de novo - Foi por isso que ela disse que vocês tão tendo algo especial. Ela está te ajudando com sua falta de ereção.

Ellie riu de novo e Negan deu um olhar cortante com a sua voz.

- Cala a boca antes que eu perca a paciência.

Não, ele não estava tendo problemas de ereção com ninguém, obrigado, mas Ellie repetindo isso era insuportável.

Ellie murmurou alguma coisa e ficou quieta nos próximos minutos. Negan achou que ela tinha apagado, mas ela falou novamente.

- Sabe no que eu estou pensando? - ela cantarolou e Negan coçou a cabeça, sem tirar os olhos dos papéis - Em Daryl. Em como eu vou trepar loucamente com ele quando a gente se reencontrar.

Isso fez Negan olhar para ela e seu sangue ferveu. Ele lembrou que não fazia sentido discutir ou brigar com ela nesse estado uma vez que não sabia se ela lembraria de algo pela manhã, então ele manteve o rosto neutro.

- Desculpe estourar sua bolha, mas isso não vai acontecer.

Ela deu os ombros como se não se importasse e se sentou de joelhos na cama. Ele continuou a observando enquanto ela sorria torto, suas bochechas rosadas, sua língua saltando para lamber os lábios enquanto Negan continuava a olhar para aquele sorriso encantador e sorridente.

Ellie estava só com uma camisola fina e meias e parecia que estava alheia ao fato de que estava começando a vagarosamente deslocar os pensamentos de Negan para um espaço mais escuro que de costume.

- Você nunca se perguntou o porque de eu estar com você? - ela não parava de falar - Quer dizer, eu gosto de homens mais velhos, olhe para Daryl, mas você é um vovô.

Incoerentemente o cérebro de Ellie funcionava melhor bêbada e pela primeira vez em muito tempo, o que ela pensava fazia completo sentido.

- Você me achou na merda, Negan. Era óbvio que eu ia me agarrar a qualquer coisa que me tirasse de lá - ela pausou, relembrando memórias - Já Daryl... acredita que foi eu quem teve que correr atrás dele? - ela riu, nublada pelas lembranças - Ele é incrível, fiel e corajoso. A melhor coisa que me aconteceu.

- Você está querendo me fazer perder a linha com você, Ellie? Por que isso está prestes a acontecer - Negan avisou, o ciúme picando seu peito.

- Você tem inveja dele.

- Com certeza, morro de inveja do caipira sujo - Negan debochou e Ellie se sentou na beira da cama, suas pernas balançando na borda.

- Você tem inveja dele por que Daryl foi o único homem que teve meu amor real.

Negan engoliu rapidamente, sua voz tremendo quando ele tentou fazer sua observação inteligente, mas nada veio. Ele queria dizer que não se importava se ela o amasse, mas ele se importava. Demais.

Ellie se levantou meio cambaleante e se sentou ao lado dele no sofá. Por um longo momento de silêncio, houve apenas o som de Negan folheando as páginas, tentando se concentrar, mas Ellie tocou seu braço, seus dedos dançando sobre as veias grossas de seu antebraço.

- Você poderia ser um bom homem - ela comentou pensativa, um pedido oculto - Podíamos ser uma família. Passar o final de semana em Alexandria, brincar com Judith... - Ellie se calou, um sorriso suave separando seus lábios enquanto se aproximava ainda mais - Mas isso é só um pensamento infantil meu, não é?

Negan viu que além de tristeza, havia outra coisa ali. Ela estava conformada. Havia aceitado como as coisas eram e sabia que não mudariam.

- Há sempre um motivo para as coisas serem como são... - Negan começou, mas suas palavras foram rapidamente silenciadas quando Ellie se inclinou e seus lábios pousaram nos dele.

- Eu... - Ellie sussurrou, movendo a boca para o lado dos lábios de Negan, sua voz reverberando em sua pele enquanto ela falava - Eu quero você - ela hesitou, ainda pairando tão perto. Ela empurrou o que havia no colo de Negan, papéis caindo sobre o sofá e o chão quando ela montou sobre ele.

O sussurro de Ellie sumiu quando ela entrelaçou os dedos na nuca dele, seus olhos se fecharam e sua língua se lançou para fora, a ponta roçando lentamente contra o lábio inferior de Negan e ele suspirou com aquele gosto, lembrando dias atrás em sua sala o quão maravilhoso os beijos dela eram.

Lembrando-se da sensação dela em seus braços enquanto suas línguas exploravam a boca um do outro em seu sofá, afundando nos travesseiros, sentindo o corpo de Ellie abaixo dele, seus gemidos suaves e seu corpo pressionando enquanto ele a cobria com o dele. Ele tinha que ter esse sentimento novamente.

- Você a beijou assim? - Ellie perguntou quando abriu os olhos e se afastou um pouco, firmando as duas mãos nos ombros de Negan.

As mãos dele estavam em suas coxas, mas ele não avançou, não estava no seu plano transar com Ellie assim.

- Beijou? - ela repetiu a pergunta e ele negou. Ela riu, sua boca se movendo para a de Negan, apenas tocando enquanto ela falava - Parece que você não é impotente quando sou eu que estou no seu colo - ela riu novamente, a ereção em baixo dela dura como rocha.

Negan ignorou o que ela disse, tentando trazer sua mente para algo que não fosse Ellie montada nele, e deu um tapinha em sua coxa.

- É melhor você voltar para a cama - ele avisou e ela respirou fundo, os seios dela em seu rosto.

- Porque? - perguntou e sorrindo, inclinou a cabeça lentamente para encará-lo - Você tá com medo de broxar comigo também?

Negan tremeu com aqueles pensamentos fugazes e sua mão de repente alcançou o cabelo de Ellie e um pequeno som escapou da garganta dela quando Negan a puxou para um beijo longo e duro.

- Eu não vou te comer nesse estado para amanhã ouvir a mesma merda que você disse hoje - as palavras que Ellie disparou contra ele mais cedo ainda estavam queimando em sua cabeça.

- Como se você se importasse em uma mulher consentir ou não - ela disparava as palavras deliberadamente.

Negan puxou a cabeça de Ellie ainda mais para trás pelos cabelos. Ele estava perdendo o controle e ele agarrou o cabelo com mais força entre os dedos, puxando-o e Ellie gemeu com aquela aspereza, enviando uma sacudida direto para o pênis dele.

- Se você falar isso de novo... - Negan engasgou, tentando recuperar o fôlego, os olhos pesados ​​quando ele recuou momentaneamente para tomar aquela visão de Ellie sobre ele; aqueles lábios cheios agora vermelhos e brilhando de seus beijos, o peito subindo e descendo ofegante, os olhos nublados como um céu chuvoso.

- O que, você vai me bater? Eu sei o quanto quer fazer isso - os olhos dela eram como arpões prontos para atravessá-lo - Eu sei que está com raiva e sei como você gosta de foder quando está assim. Será que Rachel aguentaria você como eu faço?

A mão livre de Negan deslizou pelo peito de Ellie e foi até a garganta dela, envolvendo-a. Sua pele estava em chamas, queimando na palma de sua mão e Negan prendeu a respiração e a observou, cativado enquanto o peito dela se movia mais rapidamente, sua respiração tentando acompanhar o batimento cardíaco acelerado na ponta de seus dedos.

- Não vou fazer nada com você - ele pronunciou as palavras como se tivesse explicando algo para uma criança. Ele soltou seu cabelo e sua garganta, tirando-a de seu colo.

Ellie só fez um murmúrio incompreensível, claramente zombando dele e foi para a cama, se esticando como uma gata sobre o colchão. Negan ficou de pé e bebeu daquela visão que não ajudava em nada sua ereção pesada e dura marcando o tecido de suas calças.

- Sabe, você devia aproveitar que está de pau duro e correr para Rachel - Ellie disse e isso foi o ponto de ruptura.

Negan se aproximou, subiu na cama lentamente e montou sobre os quadris de Ellie, imobilizando-a. Ele entrelaçou as mãos e puxou os braços de Ellie rapidamente, prendendo-os sobre a cabeça e o sorriso dela rapidamente desapareceu. Seus olhos se arregalaram de espanto e Negan pôde ver aquele olhar azul intenso e penetrante, agora nublado por grandes quantidades de álcool.

- Você é tão bonita com medo - Negan sussurrou, parando por um momento antes de abaixar o rosto para ela - Isso realça o lindo azul em seus olhos.

Não era exagero. Ele sempre achou que os olhos de Ellie eram excepcionais, assim como o resto dela. E agora que ele realmente parava para pensar enquanto olhava para aqueles tristes e desamparados, ele percebeu que jamais encontraria isso em outra mulher.

Ele escolheu Rachel por achá-la parecida com Ellie. Cabelo escuro, olhos claros, mas não era nem um por cento. Ela era estranhamente dependente de atenção e sexualmente travada. Enquanto Ellie se desmanchava quando ele era áspero com ela, Rachel ficava tensa ao ponto de cortar o clima e fazê-lo terminar com um boquete mal feito.

- Você vai ter o que queria - Negan disse baixinho, desenhando suas palavras enquanto seus olhos continuavam a percorrer o rosto de Ellie - Não está feliz?

- Eu... eu não... - ela gaguejou. Sua expressão estava ofuscada e com os olhos vítreos quando ela olhou para cima.

Negan não pôde deixar de fazer seu aperto mais forte desta vez, segurando os pulsos dela firmemente no lugar, subjugando Ellie, tão
satisfeito consigo mesmo. Uma pequena reclamação nos lábios vibrou enquanto ele apertava com mais força.

Ellie exclamou enquanto continuava a se contorcer debilmente - sua tentativa indiferente de escapar do aperto das pernas em torno dele se mostrou sem sucesso.

- Mmm... - Negan murmurou, parecendo alheio aos sons de descontentamento de Ellie, e perguntando com apenas uma sugestão de preocupação em sua voz - Isso machuca, querida?

Ellie estava à beira da exaustão e finalmente resignou-se a permanecer assim; se render, sem chance de escapar. Não havia sentido em lutar uma vez que era isso que ela queria, não era? E embora desmaiar não estivesse em seu plano, a escuridão quase a alcançou quando seus olhos lentamente começaram a se fechar.

Só não foi porque Negan moveu seus quadris contra a virilha dela, e seus olhos se abriram; aquela ação
ousada e inesperada, pegando Ellie de surpresa, tanto quanto seu próprio suspiro súbito e ofegante que escapou de sua garganta.

Ellie foi completamente jogada por tudo isso. Certamente, ela tinha que ter se deixado levar por um sonho induzido pela bebedeira - uma vez que sóbria isso jamais aconteceria.

- Ellie - Negan sussurrou, e antes que ela pudesse abrir a boca para falar, um beijo suave foi colocado em seus lábios, o nariz de Negan acariciou o lado de seu rosto, seu hálito quente em seu ouvido.

- Espera, eu... - Ellie insistiu, seus protestos ofegantes agora silenciados pela boca de Negan novamente, desta vez mais determinado, puxando e sugando sua língua. E quando essa boca se soltou para sussurrar em seu ouvido, foi a maneira familiar que Ellie conhecia; aquele tom persuasivo, sua voz cheia de luxúria e tão instável.

- Não era isso que você queria?

Embora não tão profundo quanto a voz que ela se acostumou a ouvir, foi o suficiente para fazer o coração de Ellie palpitar. Era quase como se fosse um flashback no tempo, onde ela pudesse sentir o sopro de Negan em seu rosto, seu cheiro familiar e uma mão serpenteava lentamente pelo seu corpo, inesperadamente plantando-se entre suas pernas, esfregando sobre sua calcinha.

Ellie estremeceu, e a princípio tentou afastar o corpo, mas era tão bom ser tocada que ela simplesmente não podia recusar, e em vez disso, pressionou a cabeça no colchão, mordendo o lábio inferior para abafar um gemido suave; sua excitação relutante crescendo sob o toque de Negan.

- Você não quer a minha mão na sua boceta? - Negan perguntou, sua pergunta pingando com doçura - Você queria até pouco tempo atrás.

Ellie teria dado qualquer coisa para ficar neste momento deliciosamente prazeroso para sempre, mas as palavras de Negan tinham conseguido pendurar a dúvida em sua cabeça. O que estava acontecendo?

- Negan... espera - Ellie lutou para manter a mente no presente, mas estava tonta com o calor de tudo, incapaz de focar sua visão na forma implacável e sombria acima dela.

Negan retirou a mão e o sentimento de prazer foi embora, até que a mesma mão percorreu o peito, roçando um mamilo, seu dedo circulando até finalmente beliscá-lo, fazendo o corpo e a mente de Ellie entrarem em frenesi e desordem.

- Você me deixa confuso pra caralho - Negan ronronou. Sua expressão era sombria e predatória, quase lupina na penumbra do quarto enquanto seus olhos mantinham o olhar hesitante de Ellie - Porque faz isso comigo?

Ela não conseguiu responder. O olhar devasso de Negan permaneceu por mais um momento, e um calor formigante espalhou-se por todo o corpo de Ellie até seu ventre e inundou sua calcinha, onde a mão de Negan retomou sua carícia, causando as preocupações anteriores de Ellie - suas dúvidas sobre o que estava começando a se desdobrar na cama.

Quando a mão dele entrou e tocou a intimidade encharcada Ellie gemeu, finalmente cedendo a essa tentação.
Naquele momento, nada mais parecia importar. Quando seu orgasmo a atingiu eela estava chorando, lágrimas grossa escorrendo por seu rosto.

Assim, simplesmente ser o objeto do desejo imparável de um homem era demais para Ellie e seus pensamentos começaram a ficar vagarosos de volta a quão perigosa e ousada era uma noite gloriosa e bêbada nesse momento.

Mas assim seguiu, com Negan transando com ela, com a boca no ouvido de Ellie, murmurando exatamente o que ela queria ouvir, batendo dentro dela com uma selvageria tão doce, sem noção de nada - lembrando como isso a fez perder a cabeça. Ela tanto ansiava distância, mas a tentadora depravação a puxou mais uma vez.


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