Capítulo 5

Flashback

A prisão foi um paraíso. Tirando o problema com alguns detentos que - por incrível que pareça - ainda estavam vivos, tudo foi resolvido e estava indo as mil maravilhas. Hoje eu e Daryl sairíamos atrás de mais coisas. Aqui estava se tornando nosso lar.

- Daryl gosta de ir sozinho, já foi um sacrifício ele querer me levar - falo quando Rick pergunta se ele quer que mais alguém vá com nós.

O sol estava no céu mas o clima frio nos obrigava a usar casacos - e era isso que eu e Daryl íamos procurar. Roupas de inverno, e tudo mais que encontrássemos, principalmente coisas de bebê. Lori ainda não havia dado a luz, mas sabia que estava perto. Daryl já estava dentro do carro quando eu dei um beijo em Rick e me sentei no banco do passageiro.

- Quantos dias vão ficar fora? - Rick perguntou olhando para nós da porta do passageiro.

- Três, quatro. Ainda não sabemos - disse ao meu irmão. Rick concordou, já tinha conversado comigo e Daryl antes.

- Tomem cuidado - Rick falou e Daryl deu um aceno de cabeça. Essa era a forma de ele dizer que cuidaria de mim. Eu revirei os olhos, era mais fácil eu cuidar dele.

- Amo você - apertei a mão de Rick que estava na minha porta. Ele apertou a minha. Rick deu tapinha na porta, e Daryl acelerou o carro.

*

Quando chegamos onde Daryl tinha planejado, havia apenas alguns poucos caminhantes. Daryl com sua besta silenciosa deu conta de todos, enquanto eu dava cobertura. Revistamos todas as casas de uns dois quarteirões, e encontramos bastante roupas e alguns poucos remédios. Como já estava escurecendo, a gente teve que procurar um lugar para passar a noite.

- Vamos passar a noite naquela - Daryl apontou com a besta para uma casa de dois andares - Conseguimos ter visão da rua toda e fugir pelo telhado se as coisas ficarem feias.

Camuflamos o carro, o deixando perto da casa e nos esquivamos e entramos na casa, que por sorte não havia nenhum caminhante. Eu e Daryl arrastamos um móvel para bloquear a porta da frente da casa e outro para bloquear as escadas quando subimos para o segundo andar. Segurei sua mão enquanto subíamos as escadas, e apesar da pouca luz, vi um vislumbre de sorriso em seu rosto - o que era raríssimo.

Daryl tinha razão, daqui dava para ver a rua toda e conseguiríamos fugir facilmente pela janela caso desse alguma merda. Eu esperava que não precisasse. Fechamos que porta do quarto e arrastamos uma cômoda que tinha ali para bloquea-lá.

O quarto não estava bagunçado do jeito que a maioria das casas que encontramos estava. Para o padrão fim do mundo, até que estava bom.

- Está cansado? - perguntei a Daryl. Ele havia acendido só uma vela, porque sabia que eu odiava ficar no escuro.

- Não. Eu fico vigiando, pode dormir - disse, espiando por entre as persianas na janela. Joguei a mochila nos pés da cama que havia ali e caminhei até ele.

Eu o abracei pela cintura, entre a camiseta e o colete, e apoiei a cabeça no peito dele. As mãos de Daryl acariciavam de leve minhas costas. Seu abraço era uma delícia, assim como sua pele quente por baixo da camisa esquentando meu rosto. Olhei para cima sem o soltar e Daryl desviou o olhar da janela para mim.

- Não precisa vigiar, tudo está bloqueado. Vamos dormir, você também está cansado, baby.

Eu não queria saber de vigiar - nós estávamos relativamente seguros aqui - eu queria outra coisa. Privacidade era uma merda na prisão já dormíamos em celas, e a única coisa que servia como porta eram cortinas improvisadas que na verdade eram lençóis. Eu e Daryl só tínhamos algum tipo de intimidade quando íamos para a torre.

Suave como uma carícia, timidamente rocei seus lábios com minha língua. Seus músculos ficaram tensos, as mãos levemente me aproximando mais. Passei meus braços por seus ombros e suas mãos caíram para minha cintura.

O único traço suave naquela fisionomia bruta eram os olhos azuis, profundos e contornados por cílios escuros e grossos que estavam fixos em mim. Eu sentia uma satisfação diferente por estarmos juntos. Eu conquistei o coração de pedra dele, domei seu lado selvagem. Sentia aquele orgulho feminino por ele ser um bruto com todos, mas comigo ser gentil. Deslizei a língua dentro da sua boca e suguei a dele com vontade. Empurrei Daryl com cuidado até que se encostasse na parede, sem separar nossos lábios. Eu o beijava com desespero e sem vergonha nenhuma por desejar esse homem com todas as minhas forças.

- Porque a gente não aproveita que estamos sozinhos e com uma cama de verdade e matamos a saudade? - perguntei ofegante, desviando de sua boca e beijando seu pescoço - Sei que estamos cansados, mas podemos gastar o restante dessa energia de um outro jeito.

- Aqui não - Daryl me afastou um pouco, gentilmente segurando minha cintura - Não confio nesse lugar. Vamos evitar barulho.

- Prometo ficar quietinha - mordi seu queixo, mas ele não pareceu mudar de ideia, mesmo as coisas ali em baixo dizendo o contrário.

Suspirei, fracassada. Não sei se era uma coisa de caçador, mas ele parecia sentir quando as coisas não eram seguras. Eu estava muito afim, mas não ia dar certo se Daryl transasse comigo enquanto estivesse tenso prestando atenção nos barulhos que os caminhantes faziam. Eu me afastei um pouco, segurando suas mãos.

- Pelo menos dorme um pouco. Eu fico acordada.

- Não tô cansado. Pode dormir que eu fico de olho - ele segurou meu queixo e me deu um beijinho.

Não entendia como esse homem tinha tanto autocontrole. Daryl pensava tanto na segurança que ignorava eu me contorcendo contra ele. Tentando disfarçar minha frustração, andei até a cama e chutei as botas para fora do meu pé.

Coloquei a vela do chão mais próxima do guarda roupa e comecei a ver o que tinha dentro. Nada daqui parecia ter sido saqueado. Havia muitas roupas que com certeza a gente ia levar amanhã, mas infelizmente nada de bebê.

Abri a última porta, onde encontrei um saco de lixo preto pequeno no meio das outras roupas. Estava fechado com um daqueles lacres de plástico, então o peguei e coloquei em cima da cama.

- O que é isso? - Daryl sussurrou, encostado na parede com os braços cruzados.

- Não sei. Tá lacrado - peguei a faca que estava no chão perto da mochila e rompi o lacre.

Havia vários vibradores, nas embalagens, ainda lacrados. Lubrificantes, algumas outras coisas que eu não sabia para que servia, tudo lacrado. Ou a pessoa comprou e não teve tempo de usar ou tinha um sex shop. Eu ri pelo nariz.

- Olha isso - falei para Daryl enquanto me sentava na cama, derrubando o que tinha dentro do saco em cima do colchão.

Ele se aproximou, e quando viu o que era, revirou os olhos e eu ri.

- Que palhaçada - ele resmungou baixo, mas eu entendi. Estava ficando mestre em entender os resmungos de Daryl.

Daryl voltou para onde estava, cruzando os braços e apoiando um pé na parede que estava encostado.

- Parece que alguém aqui tinha um sex shop ou era muito tarada - comentei, e ele não respondeu. Normal.

- Eu tinha um desses - segurei a caixa de um vibrador rosa, modelo rabbit, igual ao que eu tinha.

Eu não fazia muito sexo antes disso tudo, mesmo estando na faculdade. Posso contar nos dedos de uma mão com quantos caras já transei. Eu não era insegura e não estava me guardando, eu só era muito seletiva e não suportava caras babacas de fraternidades - o que tinha em maior número na faculdade. Meu vibrador com orelhinhas mágicas fazia um bom trabalho.

Daryl continuava me olhando enquanto eu mexia nos brinquedos. Pela sua postura ele estava meio desconfortável com a minha descoberta. Eu não dava bola, sempre fui bem liberal com esse tipo de coisa. Não havia vergonha nenhuma em se masturbar.

Mas pensar em masturbação me lembrava sexo, que me lembrava o homem gostoso que estava a menos de um metro e que não queria transar para não fazer barulho. Eu me sentia como uma chaleira no fogo, prestes a ferver.

Seus braços cruzados deixavam seus músculos ainda mais definidos, e tudo no que eu pensava era nele sem roupas. Às vezes eu me achava muito safada, mas como não ser com um homem desses? A tensão sexual era palpável agora. Estava ok ele não querer, mas quem disse que eu não poderia me resolver sozinha?

- Eu acho que encontrei isso em uma boa hora, já que você está me negando sexo - abri a caixa e rasguei o pacote de plástico do vibrador com os dentes e o testei para ver se tinha pilhas.

Ele ligou, o zumbido baixo enchendo o quarto enquanto a ponta se mexia numa rotação lenta. O desliguei e fiquei de pé ao lado da cama, de costas para Daryl e comecei a tirar as roupas. Fiquei só de calcinha, sutiã e meias. Me ajoelhei na cama, pegando o vibrador.

- Já que você não quer... acho que vou me divertir sozinha - disse olhando por cima do ombro, já que eu estava ajoelhada de costas para ele.

Eu era acostumada com seu silêncio e seus olhares cheios de significados, e vi claramente que ele estava excitado. Se ele quisesse ficar vigiando, que ficasse. Queria ver se ele tinha tanto alto controle assim para assistir o que estava por vir sem querer participar. Só a ideia de me tocar com Daryl assistindo contraia meu ventre.

Liguei o aparelho, o som suave ecoou no quarto. Apertei o botão na vibração mais lenta, que já era forte o bastante para começar. Eu estava desesperada para qualquer coisa que aliviasse a tensão acumulada no meu ventre e não fiz nenhum charme, coloquei o vibrador em cima do tecido da calcinha, bem no meu clitóris. Só senti o quanto estava sensível e necessitada quando as vibrações atingiram em cheio minha carne sensível, me fazendo morder o lábio para não gemer com isso.

Sinto os olhos de Daryl queimando minhas costas, e não vejo a hora de ele se juntar a mim.

Eu esfreguei o vibrador no meu clitóris, passando bem no ponto certo com a parte das orelhinhas vibradoras do brinquedo enquanto minha outra mão massageava meu seio por cima do sutiã.

Devagar, abaixei minha calcinha até metade das coxas e o ar tocou minha carne molhada. Tirei meu sutiã e liguei a rotação do vibrador, o levando até minha abertura. Quando ele entrou em mim, girando e me massageando, eu gemi. Não era tão grande como Daryl, mas quando eu o penetrei em mim até que as orelhas do rabbit tocaram meu clitóris, soltei um gemido baixinho e longo.

Só de pensar na visão que Daryl está tendo de mim agora, de joelhos e de costas, com um vibrador enterrado dentro de mim, me faz ficar mais molhada. Aumento a velocidade, ofegando engolindo em seco quando o brinquedo massageia lugares que eu desconhecia até agora.

Quando senti a cama afundar atrás de mim, eu sorri com os olhos fechados.

Daryl me abraçou por trás, enlaçando a minha cintura e massageando um dos meus seios. Sua ereção dura pressionava minha bunda, e eu me perguntei como eu não ouvi ele tirando as roupas. Empurrei meu quadril para trás e tombei a cabeça em seu ombro, querendo sentir mais seus lábios no meu pescoço. Suas mãos desceram para minhas coxas, e sem eu esperar o vibrador é puxado para fora de mim.

- Não - grunhiu ele por trás, sua voz áspera, cheia de luxúria. Eu virei a cabeça para trás, confusa - Eu não gosto dessa merda.

- Você não gosta? - me virei de frente, colando nossos corpos. Minhas mãos acariciavam seu peito forte enquanto eu pressionava minha pélvis contra sua ereção dura como rocha.

- Não - respondeu sério. Segurei seu pau e Daryl rosnou baixo.

- Você está muito duro para quem não gostou do que viu - sussurrei, mordendo o lóbulo da sua orelha.

Sua boca caiu para meus seios, chupando e lambendo enquanto seus dedos estavam cravados na minha cintura, me segurando de forma quase dolorosa. Sem parar de masturbá-lo, levei minha outra mão até minha intimidade, que ainda latejava do quase orgasmo. Mal tinha me tocado quando Daryl agarrou meu pulso, me olhando furioso.

- Eu disse não. Você não pode brincar com o que é meu - sua mão se move até meu cabelo, puxando minha cabeça para trás para expor meu pescoço. Ele coloca seus lábios bem acima da minha garganta enquanto continua me questionando - Você entendeu?

- Talvez - eu sorrio, respirando fundo. Levando a mão até sua cabeça, corri os dedos por entre seu cabelo - Acho que você tem que me fazer entender.

Daryl soltou meu pulso. Coloquei meus braços trêmulos ao redor do seu pescoço, esfregando meu rosto na sua mandíbula.

Seus dedos compridos e urgentes deslizaram por minhas dobras, automaticamente encontrando o clitóris, fazendo com que eu abaixasse os quadris de encontro a seu toque. Ele acaricia meu clitóris com uma dedicação exigente, enlouquecendo-me. Daryl me penetrou com dois dedos, curvando-os para poder estimular aquele lugar dentro de mim que ele conhecia bem.

Bastaram poucos toques para que eu me desfizesse em seus dedos, mordendo seu pescoço para abafar meu grito.

- Daryl, baby... espera - pedi, antes de ele nós deitar no colchão. Levei uma de suas mãos que estavam na minha cintura até a curva da minha bunda - Quero você aqui.

Umedeci os lábios, engolindo em seco. Seus olhos escurecem enquanto seguem minha língua antes de mover até meus olhos.

- Você já fez isso antes? - Daryl perguntou, a voz caindo para um sussurro erótico demais para meus ouvidos. Eu neguei.

- Nunca encontrei ninguém que eu confiasse o suficiente. Até agora - eu sorri, tremendo por dentro de desejo e de ansiedade - Você já fez com alguém?

Ele hesitou em responder, provavelmente achando que eu ficaria estranha sabendo que ele já fez isso com outra mulher. Ele fez que sim com a cabeça. Rocei nossos lábios, e Daryl me segurou mais forte.

- Eu quero tentar... quero ser sua por completo.

- Você quer? - perguntou baixinho, com seus lindos olhos parecendo confusos e tempestuosos. Merda. Talvez ele não gostasse de fazer isso. Nem todos os homens gostavam... eu me agarrei em sua cintura.

- Se não quiser, não precisa...

- Eu quero - sua voz ganhou um tom perversamente agressivo - Sou eu quem vai fazer isso, não a merda de um vibrador.

Eu ri pela colocação. Ele odiava mesmo vibradores. Ele me beijou, duro e exigente, correndo as mãos pelas minhas costas.

- Quero que deite de bruços - ordenou, me empurrando gentilmente para o colchão.

Daryl me deitou de barriga para baixo, e eu agarrei o travesseiro que estava ali. Eu estava muito nervosa. A calcinha que ainda estava no meio das minhas coxas foi retirada, e Daryl se acomodou entre minhas pernas.

- Você está nervosa - ele sussurou, afastando o cabelo e beijando meu pescoço. Seu corpo quente se moldava perfeitamente ao meu.

- Um pouco. Sei que vai doer, mas...

- Shhh - ele me interrompeu - Feche os olhos.

Fiz o que ele disse e me deixei levar pelas sensações. Suas mãos foram para a minhas costas, e ele as deslizou para cima e para baixo, aquecendo minha pele, cobrindo minhas costas com beijos molhados. Apertei o travesseiro, o corpo latejando. Queria mais. Queria ser saciada. Daryl se afastou um pouco, e eu senti falta da sua pele quente contra a minha.

Daryl dobrou uma das minhas pernas, expondo meu sexo para ele. Meu rosto se enterrou no travesseiro quando suas mãos apertaram minhas nádegas. Estremeci quando senti o lubrificante frio sendo derramado ali.

- Quero que relaxe - ele pediu. De repente, sinto um de seus dedos escorregadios no meu ânus, ao mesmo tempo que também toca meu clitóris. Com movimentos circulares ele estimula os dois pontos do meu corpo, sem pressa e com a pressão perfeita, aumentando conforme eu gemo baixinho.

- Relaxe, Ellie - Daryl falou, sua boca nunca deixando de trabalhar beijos nas minhas costas.

Quando ele o pressionou de novo e mais forte, fiz o que ele mandou e seu dedo escorregou para dentro de mim. A sensação da penetração foi intensa demais. Ele entrou mais um pouquinho, e eu me apertei um pouco, uma reação inevitável. Daryl torceu o dedo dentro de mim, espalhando a lubrificação e esticando meu músculo apertado. De repente, seu dedo e seu corpo saíram de mim, e eu gemi em reprovação, mas não abri os olhos.

Ele se debruçou de novo em cima de mim, colocando a boca perto do meu ouvido. Senti mais lubrificante ser derramado em mim.

- Vamos com calma. A última coisa que eu quero é machucar você - ele sussurou, afeto e excitação pingando em cada palavra.

Daryl continuou por um bom tempo o que estava fazendo, entrando e saindo de dentro de mim, mas logo algo mais grosso foi pressionado contra mim. Não soube dizer se meu grito foi de protesto ou de necessidade quando senti a cabeça do seu pau me invadir. Enterrei minhas unhas no colchão, puxando o ar com a boca.

- Tá doendo - sussurrei, não arriscando me mover. Ele apoiou as mãos nos meus quadris, abrindo de leve minha bunda.

- Vai passar. Relaxe - sua voz era rouca, excitada. Eu apertei os olhos e mordi o lábio, tentado não lutar contra.

Logo gemi quando a dor fez meu sexo pulsar. Daryl repetiu o movimento enquanto eu lutava para respirar entre o prazer e a dor.

Sem sair de dentro de mim, Daryl me puxou para ficar deitada de lado, com ele atrás de mim, e entrou mais um pouco, seu membro grosso me alargando toda.

Eu me estiquei, mas a mão de Daryl na minha cintura me mantinha no lugar. Ele se enterrou mais em mim e a dor floresceu.

- Daryl - supliquei, mas não pedi para ele se retirar. Ele não se deteve, e em troca os dedos desceram para minha intimidade palpitante. Ele começou a acariciar meu clitóris, lento e preguiçoso, até que eu comecei a empurrar contra sua mão, o movimento fazendo seu membro entrar mais dentro do meu traseiro. Senti meus músculos se esticando, mas cedendo lentamente.

O calor da invasão, lento e persistente, junto com seus dedos me massageando era alucinante. Eu remexi meus quadris, sentindo tudo dentro de mim pulsar cada vez mais forte, enquanto ele continuava a entrar em mim lentamente.

Devagar, ele tirava um pouco e entrava novamente, sem nunca sair completamente de mim. Aos poucos, a dor já não existia mais. Eu empurrei o quadril para trás, o instigando.

Daryl começou a se mover com mais vontade, indo mais fundo a cada investida. Seu peito suado se colava a minhas costas, e sua respiração ofegante só mostrava o quanto ele estava se segurando para ir com calma.

Seus dedos saíram do meu clitóris e eu protestei. Daryl se esticou para trás, alcançando algo que só vi o que era quando foi ligado. O vibrador.

- Achei que não gostasse dessa merda - eu ri entre um gemido quando ele pressionou o vibrador entre o vale dos meus seios, passando por meus mamilos. Daryl deu uma leve estocada, fazendo eu apertar as unhas contra os músculos do seu braço.

- Você gosta - ele beijou o lado do meu rosto, descendo o brinquedo pela minha barriga - Levante a perna.

Com dificuldade, ergui minha perna que estava trêmula. Pelo som, percebi que ele tinha aumentado a rotação do vibrador, que agora girava mais rápido. Daryl o colocou na minha abertura, o empurrando lentamente dentro de mim. Gemi de um jeito que não parecia eu. Minha intimidade praticamente engoliu o brinquedo, que entrou em mim se movendo.

Por Daryl estar me penetrando por trás, parecia que eu estava mais apertada. As orelhas do rabbit massageavam meu clitóris, e eu sentia que ia explodir, totalmente preenchida. Daryl abaixou minha perna, a pressão fazendo a vibração aumentar dentro de mim, quando ele começou a meter mais rápido em mim. Ele gemeu de um jeito animalesco, entrando e saindo com mais força.

O som molhado de seus testículos pesados contra minha bunda, o fio de dor que eu sentia quando ele se enterrava fundo e a rotação e vibração na minha intimidade me fizeram chegar ao ápice, os espasmos tomaram conta de mim. Daryl me segurou forte contra ele, tremendo e gemendo comigo quando encontrou seu orgasmo.

A única coisa que eu consegui fazer foi tirar o vibrador de dentro de mim e o jogar ao meu lado no colchão. Daryl respirava com dificuldade, seu peito arfando pressionando minhas costas.

- Tudo bem? - ele perguntou, com o rosto enterrado no meu pescoço.

Bem não era a palavra que me descreveria agora. Eu estava ótima. Eu concordei, com os olhos fechados, tentando me acalmar. O zumbido do vibrador cessou quando Daryl esticou o braço e o desligou. Com a mão no meu quadril, Daryl saiu de dentro de mim devagar, fazendo nós dois gemermos de novo.

- Vem cá - Daryl me virou para ele. Deitei minha cabeça na curva do seu pescoço, o abraçando pela cintura.

Ficamos em silêncio. Parecia que a menor coisa que fosse dita estragaria o momento. Eu sentia que estava flutuando, e sentia que Daryl também, pela forma lenta com ele corria os dedos pela minha coluna.

- Você pode acender outra vela? Essa já vai apagar - falei depois de um tempo, quando vi o trepidar da chama no teto.

- Você tem que perder esse medo do escuro - Daryl disse, passando a mão por entre meus cabelos e os empurrando para trás.

- Não é medo. Eu só não gosto. Eu já dormi várias vezes no escuro quando foi preciso, mas agora não é preciso.

Quando eu me sentei na cama, gemi, me sentindo dolorida em todos os lugares. Ouvi Daryl rir.

- Deita aí. Eu vou - Daryl falou quando deslizou para fora da cama.

- Bela bunda. Aposto que você fazia academia - comentei, acompanhando sua silhueta forte e máscula caminhando pelo quarto pouco iluminado.

- Apostou errado - respondeu enquanto riscava um fósforo e acendia outra vela. Ele voltou para cama e me cobriu com sua camisa. Eu me deitei como estava antes, olhando para o seu rosto.

- O que você era antes do mundo acabar? Um esportista?

- Um esportista? - ele fez uma careta. A curiosidade fervia dentro de mim para saber o passado de Daryl.

- É. Você é ótimo com a crossbow - dei os ombros - Estou chutando. Você nunca me contou nada sobre sua vida.

Ele me olhou, mas logo voltou a fitar o teto.

- Não tem nada pra eu contar - disse, a voz carregada de algo que eu não podia identificar. Daryl deve ter tido uma vida muito ruim para não tolerar sequer tocar no assunto.

Eu nunca o pressionava, mas sempre perguntava, deixando claro que eu estaria aqui para conversar sobre isso se ele quisesse, mas ele nunca quis. Daryl sempre levantava uma parede entre nós quando se tratava disso. Eu contava várias coisas sobre minha vida para ver se ele retribuía, mas até agora nada. Apoiei o braço no seu peito e beijei sua boca.

- Tudo bem, urso - sorri e chupei seu lábio.

- Urso? - ele franziu o cenho para mim, um meio sorriso enfeitando os lábios.

- É. Você é como um urso, quando se sente ameaçado, fica todo grande e mau.

Eram nesses momentos, quando só estávamos nós dois que eu sentia que eu tive que esperar o mundo virar um inferno para encontrar alguém que valesse a pena. Daryl era bom, genuinamente bom. Essa pose de mal e de bruto se desfazia por completo quando nossos olhares se juntavam.

- Eu acho - comecei, passando o indicador pelo desenho de seus lábios - Que talvez você tivesse uma loja que vendia cabeças de cervos empalhados para velhos ricos metidos a caçadores que não tinham a capacidade de caçar um esquilo sequer.

Daryl riu, pela primeira vez na noite, dispersando qualquer tensão que havia se formado antes.

- Quanta imaginação.

Deitei a cabeça de novo em seu peito, pronta para dormir.

- Eu não era ninguém. Só era um cuzão, assim como Merle - Daryl falou de repente, a voz vibrando em meus ouvidos.

- Duvido muito - olhei para seu rosto, me afastando um pouco - Você é o homem mais incrível que eu já conheci. O melhor de todos. O meu homem.

Beijei seu peito. Nunca que ele seria como Merle. Daryl era bom, cuidava das pessoas, tinha o coração mais puro que eu já tinha visto. Merle não. Tudo o que ele queria era se aproveitar das pessoas.

- Obrigado - ele murmurou, tão baixo que eu só ouvi porque estava com a cabeça em seu peito.

O abracei mais forte, entrelaçando minha perna na dele. Nada mais foi dito, e um silêncio confortável se formou. Nenhuma palavra era necessária. Eu sabia o que ele sentia. E isso era mais importante que uma centena de palavras.

Não teve o hot na torre mas teve esse. Espero que tenham gostado.

Beijos!!!

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