Capítulo 46
- Decidi fazer um cemitério no terreno ao lado. Vamos cercar o local, abrir uma passagem na nossa cerca nos fundos e fazer um corredor cercado até o cemitério para que as pessoas possam ir - Negan disse na manhã seguinte após enterrá-los.
Desde que eu sabia, todos que morriam aqui eram queimados. Achei sensível da parte dele fazer isso e me deu um alívio de certa forma. Todos mereciam esse respeito no fim. Bem, quase todos. Não quem tirava a vida de uma criança.
DIAS DEPOIS
- Oi - eu disse quando Negan se sentou no sofá - Estou fazendo algo pra gente beber.
Ele murmurou em satisfação, chutando as botas dos pés e encostou a cabeça no sofá. Um rock antigo tocando baixo enchia a sala enquanto eu cortava duas laranjas.
- Obrigado, querida.
Eu espremi duas laranjas e misturei com o licor de morango e a vodca no copo.
- Você está linda - Negan disse e quando eu levantei os olhos ele estava me olhando com um sorriso. Eu sorri de volta quando peguei os dois copos e sai de trás da bancada, e dei uma voltinha, a camisola preta girando ao meu redor.
- Gostou? - perguntei indo até ele e seu sorriso se alargou.
- Pra caralho.
Entreguei um corpo para ele e me sentei ao seu lado com minhas pernas em seu colo. Sua mão grande pousou no meu joelho antes de subir e descer por minha coxa. Eu me inclinei e o beijei de leve nos lábios.
- Me diz o que acha - avisei antes de dar um grande gole em meu copo, a bebida doce descendo e refrescando meu corpo.
- Eu não gosto muito de licor de morango - Negan balançou o copo e eu revirei os olhos.
- Eu gosto e já que sou eu quem está te beijando, quero um gosto doce hoje, nada de uísque.
Ele lambeu os lábios antes de rir e tomar um gole.
- Porra, isso é bom - Negan murmurou em apreço, tomando outro grande gole - Onde aprendeu a preparar isso?
- Eu fui uma universitária. Drinks fazem parte da grade curricular - eu bebi o último gole e deixei o copo vazio ao lado do sofá e olhei para ele - E você disse que eu precisava comer frutas, aqui dentro tem suco de laranja - eu pisquei e ele deu um aperto na minha coxa.
- Engraçadinha.
Eu tirei minhas pernas de sobre as suas antes de subir em seu colo e passar as mãos por seu peito. Negan tomou mais um gole da bebida e com a outra mão ele lentamente esfregou a palma na minha coxa até meu quadril, para a frente e para trás, os olhos correndo pelo meu rosto e meu corpo.
- Deixa eu ver se ficou gostoso mesmo - eu disse antes de enfiar a língua entre seus lábios entreabertos e o beijar tão profundamente que fiquei tonta com seu gosto misturado com a bebida.
Sua boca investiu na minha com força, num arremesso erótico e profundo.
- Delícia - eu beijei seu maxilar, correndo os lábios até seu ouvido - Você é uma delícia.
Diferente do que sempre fazia, ele não falou nada e muito menos levou seus toques para mais longe e eu me obriguei a olhá-lo. Ele franziu os lábios, examinando minha expressão com cuidado.
- Quer conversar sobre isso? - Negan pousou a mão na lateral do meu pescoço.
- Isso o que?
- Você está descontando sua frustração em bebida e sexo. Não que eu esteja reclamando - ele sorriu, mas não era com segundas intenções.
Já fazia alguns dias desde que aquela loucura aconteceu e eu não estava sabendo passar por isso. Eu estava levando do meu jeito e esperando que desse certo. Negan estava tentando conversar comigo mas eu sempre desviava e acabava em sexo, num ainda melhor porque eu me sentia bem por sua preocupação comigo.
Negan havia dito que Marie não havia visto quando seu irmão foi morto, mas que quando soube, surtou. Ela partiu para cima de dele na frente de seus homens e o ofendeu, mas Negan tolerou pelo que aconteceu, e não previa que ela iria fazer algo daquilo. Eu devia ter ficado de olho nela, ele disse com arrependimento e raiva. Raramente Negan derrapava quando o assunto era segurança, mas quem ia pensar que Marie, magra, pálida e assustada faria isso?
Eu balancei a cabeça para afastar os pensamentos.
- Que bom, porque eu quero transar com você - eu bebi o resto da bebida de seu copo antes de colocá-lo na mesinha ao lado - Então porque não me deixa molhadinha e enfia esse pau gostoso em mim?
Uma mão enorme prendeu meu ombro quando tentei beijá-lo, e eu parei a centímetros de seus lábios. O olhar que ele mantinha era difícil de decifrar, um desejo guardado mas que ele estava segurando para que eu falasse.
- Achei que fosse levar mais algumas semanas para enjoar de mim - eu debochei e tentei sair de cima dele, mas suas mãos se fecharam em torno da minha cintura.
Ele estreitou os olhos para mim e não rebateu, e eu finalmente cedi.
- Eu tô tentando lidar com isso do meu jeito. Me obrigar a falar não vai ajudar.
Ele respirou fundo e suas mãos esfregaram meus braços.
- Você tem razão. Mas como você disse, nem tudo se resolve com sexo - ele disse enquanto sua mão acariciava a parte inferior das minhas costas - Nós deveríamos cozinhar alguma coisas juntos hoje à noite, o que acha?
- Cozinhar?
- É, você ainda não viu minhas habilidades na cozinha - ele disse com uma piscadela quando eu ergui as sobrancelhas.
- Uau, eu mal posso esperar - eu disse fingindo animação.
- Aposto que vai gostar da sobremesa - ele provocou enquanto sua língua deslizava sobre o lábio inferior, o olhar em seus olhos já me dizendo mais do que as palavras jamais poderiam.
Negan disse que só ia tomar um banho rápido mas eu não o esperei, indo para a cozinha e começando a fazer a massa de torta que foi Rick quem me ensinou.
Não importava o que eu fizesse, quase todo pensamento me levava a eles, mas eles foram interrompidos por passos pesados se aproximando e, pouco depois, seus braços se enrolando ao meu redor.
- Desculpe, baby, demorei demais - ele murmurou em minha pele quando ele apertou os braços em torno de mim.
- Não tem problema, eu só não quis ficar parada - eu disse quando virei a cabeça um pouco e descansei por um momento contra a dele - Eu já comecei com a massa da torta, você quer continuar? Então eu posso começar o restante - eu murmurei antes de Negan levantar a cabeça do meu ombro e assentir.
- Torta salgada, então - ele murmurou em apreço quando eu disse que seria de legumes - Bem, então vamos. Estou louco para que veja como sou bom na cozinha - disse com uma risada enquanto soltava minha cintura.
Eu comecei a cortar alguns legumes e o silêncio entre nós era reconfortante.
- Que porra - Negan murmurou pouco depois, enquanto colocava os dedos na massa que estava grudando em seus dedos.
Com uma pequena risada eu empurrei de novo o pacote de farinha para ele.
- Coloca um pouco mais, aí não vai grudar nos dedos - avisei antes de murmurar - Ainda estou procurando suas habilidades.
- Tudo bem, massa não é minha melhor receita - Negan resmungou e eu o cutuquei de brincadeira em seu lado.
- Ou talvez você tenha exagerado no auto elogio - eu alfinetei e ele soltou uma gargalhada alta e rouca.
- Só um pouco, mas me dê um crédito, estou me esforçando por você - ele cantou em um tom brincalhão e ainda mais provocante antes de voltar para a massa, adicionando mais farinha até que não grudasse mais em seus dedos.
Quando eu olhei para ele de novo, não conseguiu conter uma risada. Havia farinha em seu rosto e camisa, enquanto o olhar em seus olhos que poderia ser descrito com porque você está rindo? tornou esta cena ainda melhor.
- Agora é isso que eu chamo de habilidade - eu ri quando ele olhou para mim com cara de interrogação.
- O quê? - ele riu mesmo sem entender, levantando os braços ligeiramente de forma questionadora, e logo depois fez uma cara feia.
- Desculpa, mas não dá pra te levar muito a sério com essa farinha no rosto.
- Bem, então tire isso da porra da minha cara - ele riu antes de se inclinar um pouco para baixo.
Eu segurei seu rosto, começando a tirar a farinha de sua pele e da barba enquanto seus olhos continuavam olhando para meu rosto, a princípio com o olhar lupino em seus olhos antes que lentamente se tornasse mais suave.
Um tremor morno correu pelo meu corpo quando eu olhei para ele e lentamente pressionei meus lábios nos dele.
Negan envolveu seus braços ao redor de mim e me puxou firmemente contra ele, mantendo perto antes de seus lábios se soltassem lentamente e ele descansou sua testa contra a minha.
- Eu acho que nós dois estamos cobertos de farinha agora - eu murmurei com uma risada leve quando vi um sorriso se formando em seus lábios.
Em vez de um comentário sujo como de costume, ele apenas manteve o sorriso em seus lábios, segurou a parte de trás do meu pescoço e pressionou seus lábios em minha testa. Eu suspirei em aprovação, deixando meu corpo afundar contra o dele enquanto seus lábios soltavam e ao invés de soltá-lo, meus braços se enrolaram em volta de sua cintura.
- Nós não vamos conseguir terminar essa comida nunca - Negan murmurou com uma pequena risada antes de eu ouvir o estômago dele roncar em protesto.
- Desculpa - eu ri antes sair de seus braços.
Eu voltei para o que logo se tornaria uma refeição e começei a cortar algumas batatas, enquanto eu podia sentir o olhar dele sendo preso em mim por mais tempo do que o normal.
Eu esperei um pouco para ele continuar com a massa, mas como ele ainda não se moveu eu olhei para ele.
- Está tudo bem? - eu perguntei enquanto levantava as sobrancelhas e ele se arrancava do transe que parecia estar preso.
- Sim... sim, claro, está tudo bem - ele disse, ainda um pouco preso em pensamentos e me deu um pequeno sorriso.
- Ok - eu disse meio hesitante, dando-lhe um sorriso enquanto voltava para os legumes.
Eu podia ver pelo canto dos olhos como Negan ainda mal se movia, seu olhar ainda estava preso em mim.
- Eu quero fazer as coisas darem certo - de repente ouvi sua voz profunda dizer e virei em sua direção - Mas eu sei que vou te machucar de novo - acrescentou, sua garganta se movendo quando ele engoliu - Eu não vou te impedir se quiser ir viver com seu irmão.
Eu não consegui me mover ou falar enquanto sentia a onda de sentimentos percorrendo meu corpo antes de recuar um pouco para olhá-lo.
- O que?
- Você ouviu - ele não disse mais nada, apenas passou os olhos pelo meu rosto quando meus braços começaram a tremer e minha mão trêmula deixou a faca sobre os legumes.
- Por quê? - eu disse mais alto, dando um passo à frente - Qual é o truque? O que você vai fazer se eu dizer sim?
- Nada, eu só quero que você seja feliz. Eu me importo com você.
Ele limpou as mãos no pano de prato e houve silêncio depois disso e pela primeira vez desde que o conheci, ele estava atado à falta de jeito. Isso não era uma brincadeira ou coisa de momento. Ele estava falando sério.
De todas as coisas que pensei que fosse sentir, decepção não era uma delas, mas meu coração estava caído aos meus pés agora. Isso foi pior do que quando ele disse que eu não poderia. Dessa vez ele estava abrindo mão de tudo.
Negan apenas me observou com olhos cansados, castanhos e cabelos bagunçados enquanto eu lutava para me manter raciocinando.
- Você pode deixar o Santuário amanhã mesmo, peço para alguém te levar - ele disse e eu senti como se alguém tivesse jogado um balde de água gelada em cima de mim.
- Então é isso? Você está desistindo de mim? - as palavras estavam sufocadas e pequenas, e eu odiava a dor que ouvi em minha voz.
- O quê? Não - ele respondeu rapidamente, e eu senti as pontas dos seus dedos roçando meu braço - Eu estou te dando o que você pediu. A liberdade de escolher o que você quer. De ficar com quem você gosta.
- Eu não sei o que fazer - eu sussurrei, e ele virou o rosto para o meu, colocando os lábios contra a minha testa, e senti sua respiração quente no meu cabelo enquanto ele respirava longa e forte - Eu quero você e quero eles. Eu quero que tudo de certo e ninguém mais se machuque...
Minha garganta se contraiu com emoções misturadas, e eu envolvi meu braço firmemente em torno de seu pescoço.
- Eu não quero ser um monstro. Não para você - ele murmurou na minha pele, escovando os lábios para trás e para frente, o estrondo profundo de sua voz enviando calafrios pela minha espinha - Eu te machuquei e você ainda está aqui, ainda é uma boa mulher.
Eu respirei tremendo, enterrando minha cabeça em seu pescoço quando senti meus olhos começarem a lacrimejar, querendo tanto acreditar nele que fez minha pele doer.
- Eu quero que me escolha, mas quem decide é você.
Essas poucas palavras me mandaram para a borda, e eu acabei desabando em lágrimas enquanto ele segurava minha cabeça firmemente contra seu peito, deixando-me chorar.
Eu me vi mais uma vez presa nessa areia movediça e não conseguia sair. Eu não sabia mais ser forte. O mero pensamento me atingiu como uma tonelada de tijolos, me exaurindo.
Tudo estava desabando sobre minha cabeça e eu não tinha força para sair desse ciclo. Eu estava aqui, de pé, mas por dentro eu estava jogada no chão, ferida e doente demais para tomar uma atitude.
Quando a última lágrima caiu, limpei meu rosto e olhei para cima para encontrá-lo olhando para mim docemente.
- Eu quero ficar com você, mas eu não vou abrir mão deles - eu disse sem resquícios de dúvidas - Eu posso ter os dois, eu vou vê-los toda a semana e vai funcionar.
- Essa é a sua decisão? - Negan perguntou quando empurrou meus cabelos para trás - Você quer ficar comigo, aqui?
Meu peito ardia, meu coração parecia estar se partindo em dois, um querendo ficar e o outro partir. A ideia de que eu estaria com Rick novamente era tão surreal de acreditar quanto Negan ter dito que estava tudo bem eu ir.
Mas havia Daryl.
Ele estava lá fora ainda e Negan não ia abrir mão dele. Se eu ficasse poderia convencê-lo a desistir disso e quem sabe tudo voltar ao normal.
Eu estava tentando encontrar desculpas para justificar que eu estava ficando porque eu queria ficar, porque eu não conseguia me afastar.
As francas emoções que ele não conseguia esconder foram tudo de que eu precisei para me decidir.
- Sim, eu quero ficar... com você.
- É isso que você quer, Ellie? - Negan me segurou com força com um braço na minha cintura e a mão em minha nuca, os lábios estavam pressionados suavemente contra os meus e abri a boca, puxando o ar com uma respiração trêmula.
- É isso que eu quero.
Seu rosto passou de uma expressão hesitante para alívio. Senti a tensão de suas mãos, ele me apertou contra seu corpo e eu permaneci abraçada a ele
alguns minutos.
- Eu só queria que decidisse você mesma - ele disse quando segurou meu queixo entre os dedos. A preocupação e carinho que me olhou me deixou segura como não me sentia há muito tempo.
Eu estava me sentindo como antigamente, antes de saber de Daryl e Rick. Só não sabia de devia ter medo ou não.
- Eu já me decidi - eu consegui dar um breve sorriso e ele também - Então... vamos terminar esse jantar ou não?
.
Acordei com uma respiração pesada no meu pescoço e um corpo quente pressionado a mim e me contorci debaixo de suas mãos sobre minha pele.
- Você parece um bebê. É só tomar um banho, comer e já caí no sono - Negan murmurou roucamente quando percebeu que eu estava acordada.
Minha mão subiu em direção ao pescoço dele e apertou a nuca puxando um pouco de cabelo. Depois do jantar eu havia desabado de sono, mesmo que essa não fosse a intenção.
- Achei que fosse querer conversar depois do jantar - ele brincou com a língua em meu pescoço, me mordendo levemente, enquanto sua mão massageava meu seio.
- Você não parece querer conversar - eu sorri quando senti sua protuberância na minha bunda.
- Não verdade quero dizer uma coisa - Negan disse antes de me puxar para que eu deitasse de costas com ele apoiado sobre mim.
Eu o puxei para um beijo carinhoso até que soltei os lábios dele, mas Negan segurou meu rosto de bem ali quando se calou um instante e suspirou antes de olhar para mim, como se tivesse um segredo terrível e já não aguentasse o seu peso.
- Eu não quero dormir nessa cama sem você - ele disse de súbito - Eu tentei, mas isso só me fez sentir mais sua falta.
Eu tentava não externar o quanto essas palavras mexiam comigo, mas era quase impossível.
- Está tudo bem agora, e só aconteceu porque nós dois escutamos um ao outro - eu queria acreditar nas minhas próprias palavras. Mesmo que por agora estivesse tudo bem, eu me sentia sempre esperando pelo próximo tropeço.
- Vamos a Alexandria em dois, três dias no máximo - ele me avisou e um frio correu pela minha espinha - Você vai poder conversar com seu irmão, pode ser sem mim se quiser - ofereceu e eu fiquei esperando o complemento de porque ele estar fazendo isso, quando não veio, eu questionei.
- Porque?
- Porque confio em você, apesar do que aconteceu - ele disse e passou o polegar pela minha bochecha - E por mais que eu saiba que Rick vai tentar te por contra mim, quero que veja se o que ele vai dizer vai fazer sentido quando não foi ele quem cuidou de você no pior momento da sua vida.
O que Negan tinha com Rick e Daryl ia muito além do que ele tentava me passar. Eu não sabia se era uma admiração reprimida, mas não era apenas rancor. Eu me permiti apenas assentia e me acomodar melhor nos travesseiros.
- E quem sabe você não pede para ele para te deixar trazer a pequena Judith para passar uma semana com você aqui - sugeriu como se fosse uma idéia brilhante.
Com certeza Rick vai permitir.
Negan pegou o livro ao lado do colchão, o que eu estava lendo antes de pegar no sono e analisou a capa vermelha com letras douradas.
- Eu já li isso quando era jovem - ele comentou e se esticou para por o livro no criado mudo.
Ele se deitou de lado com um suspiro e colocou o braço na minha cintura, nossos rostos próximos.
- É como Tamara e o demônio - eu sussurrei olhando suas feições, lembrando do poema do livro que ele acabou de por ao lado - Nós dois somos como Tamara e o demônio.
- Como assim? - ele perguntou, meio sonolento - Faz muito tempo que eu li isso. Refresque minha memória.
- Ele lhe ofereceu tudo - eu estava olhando para seus lábios, evitando seus olhos - Poder além dos meros mortais, domínio sobre terra e mar, e quando ela respondeu ao abraço dele, pronta para se tornar sua rainha, o poder de seu beijo a matou - eu olhei nos seus olhos - Esse é você. Eu quis você e tudo o que você me ofereceu, e isso vai acabar me levando.
Apesar de eu nunca tê-lo querido pelo que me ofereceu materialmente, não deixava de ser encaixar perfeitamente. Tamara não viu o demônio, apenas uma alma quebrada, assim como eu conheci Negan. E isso a matou.
Ele pareceu entender a referência e isso o tocou, porque ele evitou meus olhos por um momento.
- Mas você se esqueceu de algo - ele limpou a garganta - Naquela história, o demônio foi condenado a andar sozinho na Terra, enquanto Tamara foi levada para o céu. O final dele não foi um final feliz. Mas nós - ele disse e entrelaçou os dedos com os meus - Nós estaremos juntos para sempre.
Será que essa maré calma vai durar?? Façam suas apostas!!! XoXo
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