Capítulo 43

  - Me perdoa - ele inspirou profundamente e me puxou ainda mais para perto. Era nesse momento que eu tinha que decidir; eu ainda continuo o querendo com a mesma intensidade de antes, com a mesma fé cega que tudo mudaria daqui para frente. Mas eu estava certa dessa vez?

Respirei fundo, absorvendo o cheiro delicioso de sua pele. A vontade de descansar meu rosto contra o seu era quase insuportável. Mas eu recusei a olhá-lo por mais tempo.

- Eu sei o que você está tentando fazer - eu funguei - E não vai funcionar.

Sua mão parou na curva do meu quadril.

- E porque isso? - perguntou ele - Não é isso que você precisa? Que eu veja o quanto errei e me arrependa disso? Eu faço. Eu estou me sentindo um lixo.

Sim.

Não.

Eu não sabia. Só sabia que ele havia cavado uma caverna em meu coração.

- O que você fez para mim - eu sussurrei - Isso foi real - balancei a cabeça ligeiramente - Fingir ser legal agora... não sei por que você está tentando. Você pode economizar sua saliva.

Ele deixou o silêncio pairar entre nós, arrastando os dedos preguiçosamente ao longo de meu quadril e coxa enquanto estávamos sentados ali, rostos colados um no outro, nenhum de nós querendo se afastar.

- Depois da nossa última discussão eu pensei que tínhamos feito progresso, apenas para descobrir que você mentiu para mim o tempo todo - ele sussurrou, a respiração quente contra minha bochecha - Você tem alguma ideia de como estou desapontado com você?

Houve uma pequena vibração em meu peito, apenas um pequeno sentimento. Eu quase podia dizer a mim mesma que era apenas uma pontada aleatória. Suas palavras não deveriam ter tido tal efeito. Não importava. Elas eram apenas palavras. Palavras...

Eu quem devia estar dizendo isso a ele, mas meu coração disparou com essas palavras. Eu o enganei, eu ia realmente fugir sem sequer me despedir. Eu não tinha energia para gastar para examinar ou reprimir esses sentimentos. Eles simplesmente me soterraram.

Eu abri meus olhos para encontrar um par escuro me fitando e passei os dedos em seu rosto.

- Eu te perdoo - eu disse, mas coloquei o indicador em seus lábios quando tentou me beijar - Mas eu quero poder ver Rick e eu vou ser a única pessoa que você toca.

Tinha Daryl, mas eu ia resolver uma coisa de cada vez. Ele estava seguro, eu sentia isso em meus ossos e sua segurança era o que me importava.

- Você já é - Negan disse e beijou meu rosto, empurrando meus cabelos para trás.

- Estou falando sério - eu o pressionei, segurando seus braços.

- Eu vou resolver isso - ele disse com firmeza, segurando minha nuca - Tudo bem?

- Se estiver mentindo... - avisei e ele me cortou, me olhando com aqueles olhos escuros brilhantes que exigiam que eu não desviasse o olhar.

- Eu disse que vou resolver.

Eu assenti sem dizer uma palavra e lábios quentes cobriram os meus. Quando fizemos contato, senti um flash de eletricidade. Isso não era nada como antes. Nossas línguas se encontraram, sua exploração na minha boca parecia quase desesperada quando ele passou as mãos pela minha cintura, deitando em cima de mim.

- Senti tanto sua falta - ele ronronou contra minha boca, seus olhos vidrados.

Deixei ele subir minha camisola e abrir minhas pernas para que ele pudesse se pressionar contra mim, sua pélvis contra a minha, sua dureza pressionando minha barriga, e meus olhos se fecharam automaticamente enquanto ele trabalhava em meu pescoço, deixando uma trilha arranhada em seu rastro.

Uma de suas mãos agarrou meu cabelo, inclinando minha cabeça para cima, e ele chupou meu pescoço, fazendo um som satisfeito quando eu agarrei seus ombros, tentando me equilibrar, com medo de cair da beira do mundo se eu não tivesse algo para segurar.

Tão certo. A maneira como ele reivindicou meu corpo com o seu, o jeito que eu me encaixava contra ele assim. Inevitável.

- Agora eu sei o que senti na última vez - ele disse quando parou de me beijar, seu rosto pairando sobre o meu, a respiração batendo contra minha pele - Você estava se despedindo de mim.

Tudo o resto pareceu desaparecer enquanto ele me olhava. Eu puxei seu rosto para mim, o beijando de novo. Sua língua pressionou lentamente, aprofundando o beijo. Senti que deslizava lentamente em minha boca e acariciava a minha, e deixei que ele assumisse o controle.

Movi meus braços ao redor de seu pescoço e Negan se esfregou contra mim, segurando minha cintura firmemente. Arquejando, eu afastei a boca da dele, puxando o ar com força.

- Tá tudo bem, a gente não precisa fazer nada a mais - ele garantiu quando passou a mão pelo meu rosto - Só preciso te tocar, te sentir...

- Eu quero... mas aqui? - eu perguntei e ele sorriu.

- Não é romântico? - seu sorriso se alargou quando eu fiz uma careta.

- É criativo - eu dei um meio sorriso.

Nós continuamos beijando e eu soltei um suspiro alto quando sua boca se afastou da minha e começou a arrastar beijos para o lado do meu rosto e de novo para o meu pescoço. Ele beijou e chupou suavemente no início, mas tornou-se mais áspero.

Minhas mãos se moveram para seu cabelo e deslizaram em seus fios escuros. A sensação o fez morder minha pele e eu fechei meus olhos, gemendo, querendo muito mais. Quando seus lábios voltaram para os meus, e eu senti como se estivesse prestes a derreter.

- Espera - eu me ouvi dizer, mas não parecia como eu. Minha voz estava trêmula e baixa e Negan descansou seu peso em um dos braços.

- O que foi? - sua mão livre desceu pela lateral da minha coxa, acariciando - Quer parar?

- Não - eu ronronei e puxei seu corpo o mais perto que eu podia. Eu podia sentir o quão duro ele estava, e isso me excitou mais. Meu rosto ainda estava inclinado para cima, o olhando dentro dos olhos.

- Então me dê a autorização para seguir em frente - ele provocou, se esfregando contra mim.

Eu podia sentir seu membro grosso pressionar contra meu abdômen. Soltei um gemido e olhei para ele, assentindo silenciosamente.

Sua mão se moveu para meu pescoço e minha garganta, deslizando e me segurando num beijo lento, simplesmente explorando um ao outro. Eu não pude deixar de choramingar quando ele afastou seus lábios dos meus e ficou em pé, começando a se despir.

Me apoiei nos cotovelos a tempo de vê-lo puxar sua camiseta sobre sua cabeça. Ele jogou-a no na cama e eu estudei seu peito nu.

Negan parou na borda da cama, seu membro esticado dolorosamente embaixo do jeans cinza. Eu respirei fundo, tentando o meu melhor para não derreter completamente.

- Vem cá - ele tinha um sorriso arrogante enfeitado em seu rosto e uma sobrancelha levantou, frisando sua luxuria.

Me esgueirei de joelhos pela cama até ele e suas mãos tomaram minha cintura, me colando nele e me beijou com tudo o que tinha. A mão esquerda dele deslizou para baixo da minha camisola, sobre minhas costelas, até os meus seios. Ele deu um gemido no fundo da garganta quando apertou um dos meus seios e sua outra mão deslizou até minha bunda, me pressionando contra sua ereção. Respirando forte, ele afastou a boca da minha.

- A intenção era levar isso calmamente, mas eu não consigo pensar direto quando ponho as mãos em você - parecia um pensamento alto ou um aviso, mas que foi dissipado pela luxúria correndo em minhas veias quando Negan ergueu minha camisola, expondo meus seios e substituindo seus dedos por sua língua quente.

Eu gemi, tocando o contorno de sua ereção por cima da calça. Negan rosnou alguma coisa e subiu com beijos até minha boca e colocou minhas mãos ao redor do seu pescoço.

- Relaxe, hoje tudo é concentrado em você - ele sorriu, seus olhos inquietos. Eu quase tinha esquecido como era bom tê-lo comigo, me tocando e me fazendo sentir bem.

Duas mãos quentes desceram por minhas costas, as palmas e os dedos calos arranhavam minha pele de um jeito sensual e bom. Eu gemi quando Negan amassou minhas nádegas e seus dedos encontraram o lugar onde eu estava latejando de necessidade, fazendo pressão sobre meu clitóris por cima da calcinha. Seus olhos brilharam enquanto seus dedos sentiam o quanto estava encharcada.

- Ah, Ellie, você nunca me decepciona - ele murmurou roucamente quando fechou os olhos e soltou um longo suspiro, saboreando a nova descoberta.

Quando seus dedos passaram pelo lado da minha calcinha, eu enterrei as unhas atrás do pescoço dele, ansiando por seu toque.

- Sim - eu baixei meu quadril quando seus dedos roçaram minha fenda molhada. Negan riu, tirando-os e enganchou um dedo de cada lado da calcinha.

- Shhh... pra que a pressa? - disse abaixando-a também, não deixando nada entre nós exceto o calor do seu toque.

Eu estava quente, molhada e escorregadia, e seu dedo deslizou com facilidade, me fazendo arfar e meu gemido ser engolido por seus lábios.

Eu estava tão excitada que meus músculos se fecharam em volta do seu dedo incontrolavelmente, puxando-o para dentro. Choraminguei, sem ar, abrindo mais as pernas e a palma de sua mão esfregou meu clitóris.

- Mais - eu grunhi contra seus lábios e Negan afastou a boca da minha e retirou o dedo, voltando em seguida a me penetrar com dois.

- Assim? - ele me invadiu tocando o ponto certo, e com a mão livre agarrou meu cabelo, me segurando firme enquanto sua mão me esfregava e me provocava - Você gosta assim, eu sei... te conheço tão bem, Ellie.

Minha respiração passou a vir em suspiros trêmulos enquanto ele se inclinava sobre mim, seu rosto apertado contra o meu.

- Você é minha - murmurou, com os olhos em chamas. Ele acelerou os movimentos do dedo até que eu me vi na beira do orgasmo, meus cabelos sendo puxados com mais força. Meu corpo tremia e pulsava no ritmo dos batimentos - Eu queimaria o mundo por você.

Seus lábios se esmagaram contra os meus, engolindo meus gemidos quando seu polegar se concentrou novamente meu clitóris. O orgasmo que Negan vinha persuadindo disparou para a superfície com toda força.

Meu grito foi capturado pelos lábios quando gozei com força, as ondas de prazer arrebatando meu corpo. Beijei-o violentamente, arranhando com as unhas seus ombros.

- Isso, baby - Negan afagou meus cabelos, me beijando no pescoço enquanto gozava, sentindo os espasmos no meu ventre.

Seus dedos saíram de dentro de mim, liberando os fluídos do meu orgasmo, escorrendo pelas minhas coxas. Negan me beijou de leve antes de me empurrar de volta para a cama e eu caí de leve entre as almofadas.

- Você é incrível - ele abriu a fivela do cinto e começou a descer o zíper da calça, revelando o grande volume por cima da cueca. Ele esfregou a ereção por cima do tecido, sem tirar os olhos de mim - Abra as pernas.

Minhas pernas estavam trêmulas quando eu dobrei os joelhos e as abri, seu olhar quente me sacudindo.

Negan tirou o resto da roupa e começou a massagear seu pau lenta e ritmadamente quando começou a rastejar em mim até que seu corpo estava completamente sobre o meu e eu senti sua ereção contra a minha coxa.

Sorri, correndo minhas mãos pelas suas costas, sentindo sua pele quente contra minhas palmas. Ele atirou um sorriso gatuno e lambeu seus lábios.

- Eu quero fazer devagar, você gosta assim - então ele foi beijar cada mamilo meu, e puxou cada um em sua boca.

Estremeci ao sentir como ele começou a chupar suavemente. Meus quadris começaram a ondular embaixo dele e meus olhos rolaram para trás enquanto eu relaxava completamente no colchão.

- Tão sensível, sempre excitada e se contorcendo assim - ele murmurou antes de puxar um mamilo entre os dentes.

O prazer era tão intenso que senti que iria explodir debaixo dele. Enrolei minhas mãos na parte de trás de seu cabelo, agarrando desesperadamente quando ele levou o outro mamilo em sua boca.

- Você é perfeita - ele disse e sua boca subiu, lambendo e chupando minha garganta e meu pescoço - Foi feita pra mim.

Um suspiro ansioso foi tudo o que consegui dar e ele sorriu suavemente para mim, como se entendesse exatamente como eu me sentia.

Negan segurou seu pau duro e esfregou a cabeça na abertura do meu sexo, se lambuzando e começou a roçar no meu clitóris, e eu tremi embaixo dele.

- Acho que não preciso perguntar se está pronta - ele disse com seu sorriso de lobo e um arrepio familiar correu pelo meu corpo. Com um movimento rápido, ele me penetrou, me alargando toda e meu grito foi abafado pelos seus lábios nos meus. Eu movi minhas mãos para seus ombros e agarrei-os firmemente.

- Porra... como eu senti falta disso - Negan sussurrou ofegante com a boca na minha.

Seu ritmo era lento e duro e eu gemia, segurando seus ombros. Meus dedos pressionaram em sua pele e eu me agarrei a ele como se minha vida dependesse disso, recebendo suas estocadas profundas quando fechei os olhos.

- Olhos em mim - ele rosnou, segurando minha garganta, o polegar correndo pela linha do meu maxilar e eu o encarei - Quero esse olhar de anjo em mim.

Seus movimentos ficaram mais rápidos e fortes, e seus lábios encontraram os meus em um beijo profundo. Senti meus seios pressionarem contra seu peito com o ritmo acelerado que ele tomou.

Sua boca deslocou para meu pescoço, onde ele começou a chupar e morder minha pele, e eu choraminguei em resposta. Sua testa descansou na minha, e sua respiração saia em jatos quentes contra meu rosto.

- Negan... - gemi seu nome, olhando para ele. Ele abriu os olhos e nos olhamos fixamente.

Eu desfrutei do prazer que tinha estampado em seu rosto, cru e puro. Negan começou a se mover o quadril em movimentos circulares, pressionando contra o ponto perfeito dentro de mim e eu gritei, movendo minhas mãos de suas costas para o lado, apertando as almofadas.

Vi sua boca se curvar em um sorriso ao perceber que ele estava acertando todos os lugares certos e assim como eu, ele não ia durar muito e nós não nos importavamos. Suas mãos se moveram para meus pulsos, prendendo-os contra a cama acima da minha cabeça.

Aquele gesto deveria me apavorar pelo que aconteceu comigo há dias atrás, mas ele me deu um olhar expressivo que mostrava que ele estava fazendo isso exatamente pelo que aconteceu, mostrando que eu devia confiar nele, e isso fez meu sexo envolvê-lo com força.

- Assim, baby - ele resmungou, trêmulo - Estou aqui com você.

Minha cabeça inclinou-se para trás e eu me deixei dissolver em prazer, minhas paredes se apertando ao redor de seu pau. Negan mordeu meu ombro enquanto continuava a empurrar, e eu senti os primeiros jatos quentes dentro de mim enquanto ele urrava, satisfeito e suado em cima de mim.

Nós dois respiramos pesadamente, tentando nos recuperar. Negan ergueu seu rosto, suas mãos ainda prendendo meus pulsos. Ele colocou sua testa contra a minha e eu podia sentir seu pulso acelerado. Ele olhou profundamente em meus olhos e então sorriu. Eu não pude deixar de sorrir de volta para ele.

Ele saiu de cima de mim, se deitando entre as almofadas. Ele ainda sorria enquanto me puxava para o lado dele. Coloquei minha cabeça contra seu peito nu enquanto ele me envolvia e suspirei, aninhada em seu corpo quente.

- Tudo bem? - Negan perguntou depois de alguns minutos em silêncio, passando lentamente o polegar pelo meu braço. Ele já tinha achado a manta e nos cobrindo, mas eu ainda estava boiando naquele mar de sensações que sequer notei.

- Sim.

Eu não estava mentindo. Achei que fosse levar muito tempo até que eu ficasse bem, mas eu estava um pouco melhor. Acho que era porque a mágoa e a raiva que eu sentia já havia evaporado.

- Está com fome? - ele perguntou e pegou o prato de frutas que estava ao alcance de sua mão e eu disse que não.

Eu me sentei e peguei minha camisola amarrotada e a vesti, vendo Negan começar a comer com o prato em seu colo. Eu voltei até seu lado e ele colocou um pedaço de pêra na minha boca, e eu mastiguei de má vontade.

- Acho que você me trouxe aqui só pra me fazer comer - eu murmurei quando engoli e ele deu um sorriso de canto, colocando outro pedaço na minha boca.

- Você sempre foi assim? - ele perguntou depois de eu engolir - Uma criança difícil de fazer comer algo que não saiu de dentro de um enlatado?

- Eu não tive uma mãe que se preocupasse tanto comigo, então... - eu dei os ombros - Hábitos.

Eu sempre fui magra porque tinha sorte de ter uma boa genética, caso contrário eu teria sido uma criança obesa pelo tanto de besteiras que comia durante a infância e na vida adulta também.

- E você? - perguntei depois de pegar um pedaço de banana - Sempre foi de ficar com a cara na tabela de nutrição?

Negan deu os ombros, e engoliu antes de responder.

- Mais ou menos, eu tinha que ter uma boa resistência pelo que fazia... - sua frase morreu no meio do caminho quando percebeu que estava falando de sua vida, mas eu não dei brecha para que mudasse de assunto.

- O que você fazia?

Eu praticamente ouvi seu cérebro trabalhando para achar uma brecha e não me responder, mas por fim ele desistiu.

- Eu era treinador - sua voz era monótona, mas no fundo havia um sentimento que eu não soube identificar. Eu estava surpresa, nunca nem fantasiei que essa seria sua profissão. Isso não refletia no homem que ele era hoje.

- De academia? - perguntei e ele negou, olhando para longe.

- Escola.

- Uau - eu não consegui esconder minha surpresa - Eu não esperava por isso - confessei e ele deu um meio sorriso.

- Desculpe te decepcionar.

Havia algo por trás disso, e entre várias coisas, eu vi que ele não se orgulhava. Negan sempre foi um homem excessivamente seguro de si, e agora não era.

- Não decepcionou, eu só nunca imaginei isso, você trabalhando com crianças - dei um meio sorriso para tentar amenizar o clima denso e sua expressão se suavizou.

- Eu gosto de crianças - ele se defendeu, logo fazendo uma careta - Sua sobrinha me adorou.

Oh, Judith. Eu sequer precisava fechar os olhos para ver aquele rostinho lindo que moldava aqueles olhos azuis.

- Eu sinto falta dela - eu disse quando peguei mais um pedaço de fruta no prato.

- Tem que ser muito estúpido em ter filhos agora, nesse mundo fodido. Seu irmão foi idiota, Carl me contou a história - Negan proferiu e eu levantei meu olhar para ele - Eu posso ser um filho da puta, mas não colocaria uma criança no mundo no meio desse inferno. Isso é cruel.

Eu sempre soube que Negan não queria ter filhos, seus cuidados excessivos deixavam isso transparente. Nas nossas primeiras semanas ele usou camisinha para respeitar o tempo da pílula fazer efeito e mesmo assim durante algumas vezes ele não finalizou dentro de mim. E pelo jeito que ele estava agora, sua aversão não era apenas por conta do medo de que a criança fosse sofrer nesse novo mundo.

- E se acontecesse? E se alguma delas ficassem grávidas? - eu o pressionei, querendo uma resposta real. Isso poderia acontecer.

Ele riu e deixou o prato sobre a cama ao seu lado.

- Isso com certeza não aconteceria, querida - ele falou com tanta certeza e sem preocupação que eu me senti idiota.

- Porque? Você é estéril por acaso? - perguntei vendo-o chupar um dos dedos molhados pelos sucos das frutas.

- Eu uso camisinha e elas tomam pílula. Eu teria que ser um bastardo para que dois métodos juntos falhassem.

Eu franzi a testa para ele, sem entender. Ele não usava camisinha comigo, não depois de pedir que eu tomasse as pílulas, e ele não sabia que eu era estéril na época.

- Você não usou nada comigo depois que eu comecei com as pílulas - eu comecei, mas ele me puxou pela cintura para seu colo.

- Quando foi que a conversa desandou para controle de natalidade? - ele riu, colocando a alça da minha camisola que escorregou de volta no lugar - De qualquer jeito isso não faz diferença, não é?

Eu concordei porque não fazia sentido discutir, eu não podia ter filhos, então não fazia diferença, só deixava grifado que ele não queria pensar na probabilidade de ter filhos.

- Ok, treinador - eu bati com o indicador de leve no seu nariz e ele fez uma careta antes de agarrar minha mão e morder meu dedo.

- Sabia que não devia ter te contado - ele resmungou, franzindo as sobrancelhas e só aí que percebi que estava sorrindo.

- Você me contou algo sobre sua vida. Isso é um começo, não é? - eu passei os dedos por entre seus cabelos, arrumando-os.

- Eu quero você bem e saudável, se algumas perguntas chatas vem no pacote, eu posso responder - ele sorriu e roçou o nariz no meu antes de me beijar.

- Somos só eu e você agora, não é? - eu perguntei e ele suspirou.

- Ellie... - ele coçou o olho antes de me olhar - Eu já falei que vou resolver isso.

- Ok - eu confirmei, não ia arrumar uma briga agora que tudo estava certo. Negan podia ser qualquer coisa, mas algo que eu não podia acusá-lo era de não cumprir o que prometia.



O que acharam da decisão da Ellie? Beijinhos.







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