Capítulo 1

Eu daria qualquer coisa para ter as pessoas que eu amava de volta. Eu não gostava de pensar nisso, eu tentava ignorar ao máximo, mas em certas horas era impossível. O pensamento vinha forte junto com a saudade.

Eu sentia saudades da minha família, sentia saudades dele. Daryl. Ele foi o único homem que eu quis criar algum laço que envolvia sentimento. Pelo menos até agora.

Daryl Dixon não era o homem mais gentil do mundo, mas eu consegui penetrar naquela casca dura e conheci o verdadeiro homem por trás da besta.

Daryl era incrível. Ele foi o máximo que eu consegui gostar de alguém que não fosse da minha família.

Eu estava nas férias da faculdade quando fui visitar meu irmão. Dias depois, ele foi baleado em serviço e ficou em coma. Quando toda essa merda começou e tivemos que fugir, Shane disse a mim, Lori e Carl que ele estava morto. Tempo depois ele apareceu com Glenn no acampamento que estávamos. Eu nunca achei que fosse ficar tão feliz por vê-lo. Era como se fosse um sonho, meu irmão ali, vivo. Conheci Daryl - e seu irmão desagradável - nesse acampamento.

Rick e Daryl não começaram com o pé direito por causa de Merle. Mesmo ele sendo um bosta, era irmão de Daryl. Quando Rick disse que tinha deixado ele algemado no prédio, Daryl surtou.

Infelizmente quando voltamos lá, a única coisa que encontramos foi a mão cortada dele. Achei que nunca fosse ver Daryl chorar. Eu sabia o que ele estava sentindo porque também achei que tivesse perdido Rick.

Quando eu achei que meu irmão estava morto, eu conversei com Daryl - na verdade só eu falei, enquanto o via forjar flechas.

Ele ouviu tudo, sem falar uma palavra e me olhando de relance quando achava que eu não estava percebendo. Eu gostava desse jeito dele, calado e tímido, grosseiro e introspectivo.

A única coisa que ele disse quando eu terminei, foi "Você tem que seguir em frente, garota. Ninguém vai fazer isso por você".

Acho que eu fui a primeira pessoa que ele respondeu com uma frase com mais de três palavras.

Achava que era coisa da minha cabeça, primeiro por ser Daryl, segundo porque estávamos fugindo e matando caminhantes, não tínhamos tempo para flertar. Quando fomos para o CDC, foi a primeira vez que ficamos juntos.

|Flashback|

- Não devia beber tanto, Dixon - eu disse quando sentei ao seu lado na sala de recreação do CDC. Pensei que nunca iria entrar num lugar desses. Eu tinha um pavor desses lugares, porque aqui havia milhares de doenças.

Por um milagre havia sobrado alguém vivo aqui - doutor Edwin nos deixou ficar e nos serviu um banquete com direito a vinho e rum. Depois de dias com a comida contada, isso era um hotel cinco estrelas.

- Tenho uma guarda costas agora? - ele reclamou e virou a garrafa na boca.

- Eu poderia ser. Sei usar uma arma melhor que você.

Eu atirava muito bem, quase tão bem quanto Rick. Foi ele quem me ensinou, desde jovem. Além da diversão, nunca achei que iria usar esse meu talento. Até agora.

Eu era aquele clichê de irmã mais nova que se espelhava no irmão mais velho. Quando adolescente, pensei em ser policial como Rick, mas desisti quando me apaixonei por psicologia.

- Agradeça seu irmão que é policial.

Daryl estendeu a garrafa e eu tomei um gole.

- Vamos jogar um jogo? Verdade ou desafio? - perguntei, tomando mais um gole, o líquido descendo queimando pela minha garganta.

- Só tem você e eu aqui - Daryl revirou os olhos.

- Já tem um lugar para dormir, Ellie? - Shane perguntou, quando passou por nós na sala. Eu concordei e ele olhou para Daryl e eu antes de sair.

- Seu irmão sabe de você e Shane? - Daryl perguntou.

- O quê? - tentei disfarçar meu espanto.

- Você e o idiota - ele apontou para onde Shane tinha saído.

Eu dormi com Shane uma vez, e foi a um tempo. Eu estava de férias na casa de Rick. Eu tinha alguns amigos por lá, que estavam na faculdade, e eles me chamaram para uma festa em uma das fraternidades. A polícia apareceu e eu não consegui sair. Eu era menor e tinha bebido, e estava tentando convencer o policial a não ligar para meu responsável. Não queria que Rick viesse me buscar, ele já tinha seus próprios problemas.

Foi quando eu vi Shane, mais afastado, dando uma dura em um dos garotos que assim como eu, estavam ali. Ele conseguiu me tirar dali sem precisar ligar para Rick.

Eu tinha bebido um pouco, ele era tão bonito, estava com aquele uniforme que o deixava sexy e perigoso... o final já se pode imaginar. Shane me livrou de levar um sermão de Rick, mas arriscou transar comigo. Eu tinha vinte anos e era menor de idade para beber - maldita lei dos vinte e um.

Rick nunca soube - pelo menos nunca me deu nenhuma indireta. Ele não era do tipo de irmão que era ciumento, mas ele me defendia com unhas e dentes.

Foi ótimo, mas hoje eu me arrependo.
Depois de Lori, eu vi que tudo que Shane queria era o que Rick tinha. Ele mentiu sobre Rick estar morto para ficar com a mulher do amigo. Lori nunca foi flor que se cheire, mas isso foi baixo demais. Nunca achei que Shane fosse ter algo com Lori, e só de pensar nele agora eu tenho nojo.

- Foi só uma vez e eu não sei se Rick sabe e nem me importo - eu dei os ombros e o ouvi rir.

- Pelo jeito seu irmão gosta de dividir as mulheres da vida dele com o melhor amigo.

Minha boca se abriu, mas não saiu nada. Eu não acreditava que ele tinha dito isso. Eu sabia que ele estava magoado pelo seu irmão, mas não dava o direito de ele me ofender. Ele nem me conhecia.

- Vai se foder, Daryl - eu levantei com a garrafa, saindo dali e o deixando sozinho.

Fui para o quarto que doutor Edwin me indicou e tomei um banho. Parecia mentira que eu estava limpa e vestida com um roupão. Eu poderia até fingir que tudo estava normal de novo e eu ainda estava de férias.

Algumas horas depois, alguém bateu na porta onde eu estava. Quando abri e vi Daryl e quis fechá-la, ele colocou o pé para impedir.

- O que você quer? Veio me ofender mais um pouco?

Eu não estava com raiva, mas estava brava pela forma machista como ele falou comigo mais cedo. Daryl não tinha papas na língua, e quase sempre era desagradável, mas ele nunca foi escroto comigo como hoje.

Seus cabelos estavam molhados, e ele cheirava a sabonete - o mesmo que eu usei no banho. Ele não disse nada, e olhar para ele estava me desconcertando.

- Vai embora - empurrei a porta e ele empurrou de volta, me fazendo cambalear para trás.

- Que merda, Daryl! - eu gritei quando ele entrou, fechando a porta atrás de si.

- O cientista idiota disse que não tem mais lugar vago. Vou ficar aqui - ele falou sem me olhar, colocando a crossbow e a mochila perto da porta.

- Pode ficar com a cama - eu apontei com desdém para o colchão de ar que estava no chão e me sentei no sofá que ficava a frente.

Eu não ia perguntar se tinha outro lugar para ele ficar, porque se tivesse ele com certeza não estaria aqui.

- Eu não queria ter falado aquilo - ele resmungou, alternando entre olhar para o chão e para mim.

Eu vi que ele estava arrependido porque ele estava me olhando nos olhos mais tempo do que ele fazia. Mas mesmo assim eu ainda estava brava com ele.

Ele me deixou desconfortável e eu queria deixá-lo também, mas isso era difícil porque ele era blindado demais para isso.

Eu queria bater nele e dizer com ele foi idiota, mas o olhando agora, eu só queria tocá-lo. Engoli em seco com o pensamento. Não que eu nunca tivesse pensado nisso, eu já pensei várias vezes. Daryl me atraia de uma forma que eu não sabia explicar, enquanto todos os achavam um caipira bruto, eu via algo a mais nele.

Daryl nunca me deu abertura para qualquer coisa, mas eu o via me olhando, e quando eu percebia, ele desviava e saia de perto, apressado. Eu não entendia o porque, mas esse jeito de bicho do mato me agradava.

- Tudo bem, Daryl. Talvez a gente devesse continuar - eu apontei para trás dele, onde estava a garrafa que eu tinha pego dele.

Eu já tinha tomado um pouco, mas rum não era minha bebida preferida. Ele pegou a garrafa e se sentou na outra ponta do sofá, longe de mim.

- Você quer continuar? - ele perguntou, uma leve surpresa em sua voz mas ele logo a camuflou com sua carranca. Eu concordei com sua pergunta.

- Pelo que me lembro é minha vez de perguntar - falei, me ajeitando melhor.

Ele fez um gesto para eu ir em frente enquanto bebia um gole da garrafa.

- Quantas vezes você já pensou em mim enquanto se masturbava?

Eu segurei o sorriso. Ok. Talvez, talvez a bebida me deixou um pouco mais corajosa. Ele arregalou os olhos para mim antes de desviar o olhar - como sempre.

- Para com isso - ele me repreendeu e se mexeu desconfortável no sofá.

Eu não devia, mas estava excitada com sua timidez. Não era efeito da bebida, porque eu não tinha bebido o suficiente para isso. Era porque eu sempre achei Daryl atraente. Era fofo esse seu lado travado, mas eu sabia que ele não tinha nada de fofo. Seu olhar foi para minhas coxas expostas, mas ele logo desviou. Um lobo na pele de cordeiro.

Eu me ajoelhei ao seu lado sobre o sofá, tocando seu rosto para que me olhasse, sentindo a barba em meus dedos. Achei que ele fosse empurrar minha mão para longe, mas ele permitiu. Meu coração batia descompassado enquanto seus olhos azuis me encaravam como os de uma criança que não sabia o que estava fazendo.

Ele era tão bonito, tão bruto, mas ao mesmo tempo gritava para ser cuidado. Ele parecia ser marcado por ter tido uma vida dura antes mesmo do fim do mundo. Eu queria ele, mesmo que amanhã ele me tratasse como sempre. Eu poderia morrer a qualquer momento, não havia porque me privar.

- Eu sei que você pensa em mim, Daryl - me sentei de frente no seu colo. Passei os dedos por seus cabelos curtos, puxando levemente - A forma como você me olha... eu gosto.

Sem dar a chance de ele falar qualquer coisa, seguro seu rosto entre as mãos e colo meus lábios aos dele. O gosto da sua boca misturado com o da bebida era intoxicante. Sua língua era como um veludo quente, macia e provocadora. Suas mãos apertam minha cintura enquanto me beija, mas para minha surpresa, ele não tenta nada além disso.

Eu já estava quente só com o beijo. Eu estava sem nada por baixo do roupão, e soltei um gemido esfregando o quadril contra ele, encontrando um delicioso atrito contra o fecho de sua calça e sua ereção.

Eu me sentia um pouco insegura porque ele mal me tocava. Ele não me afastou, mas também não avançou. Eu não sabia se era por que ele estava com raiva de Rick e isso se refletia em mim ou ele só estava tentando manter a pose.

Senti seu membro crescendo mais embaixo de mim e suas mãos apertarem minhas coxas. Não havia mais como ele resistir, ele queria assim como eu.

Nosso beijo ficou mais feroz e nós nos separamos só para tirar sua camisa. Sua respiração em minha pele é quente e urgente enquanto minhas mãos percorrem seu torso forte e rígido.

Voltei a boca para a sua e mantive os movimentos em seu colo, fazendo-o arfar contra a minha boca.

As pontas dos seus dedos calejados provocam um arranhão áspero contra minha pele, e a sensação me arrepia dos pés a cabeça.

Daryl tinha uma beleza rústica, crua. Ele era um homem de verdade, bem mais velho que eu, não um garoto que eu costumava sair antes disso. O jeito que ele me olhava, ainda vestida, deixava claro que ele não precisava me ver nua para ficar excitado, e isso me deixava mais molhada.

- Eu quero você - beijei seu pescoço, chupando a pele febril - Você me quer também?

Sua resposta foi um gemido rouco quando eu roçei minha intimidade no seu membro por cima da calça.

- Então me responde, Daryl. Você se masturbou pensando em mim? - ondulei meu quadril de novo, enterrando os dedos em seu cabelo.

Eu queria ouvir da sua boca se aqueles olhares que eu o via me dar eram coisa da minha cabeça ou ele pensava em mim também.

- Sim - sua boca se enterrou no meu pescoço, chupando forte. Gemi baixinho quando suas mãos apertaram meu seios inchados e doloridos por cima do roupão.

Segurei suas mãos quando ele ia desfazer o cinto do roupão. Era eu quem mandava agora. Empurrei seu peito para que ele se recostasse de novo no sofá.

- Muitas vezes? - desci a boca pelo seu peito e lambi o mamilo. Daryl suspirou e seu abdômen se contraiu ao sentir meus dedos em sua cintura, desabotoando suas calças.

- Muitas... hoje quando estava no banho... - sua voz morreu e um murmúrio de alívio saiu de seus lábios quando abri o zíper da sua calça.

Seu membro era como aço, duro e esticando a camada de tecido da cueca. Eu deslizei a mão por cima da sua cueca, acariciando levemente suas bolas.

- Ellie...

Tremi com a forma que meu nome saiu de seus lábios.

Puxei sua cueca só o suficiente para liberar seu pau, grande e grosso. Ele levantou os quadris e deslizou o resto das roupas. Daryl tinha uma camada fina de pêlos ali.

A cabeça do seu pau estava inchada, vermelha e lambuzada de pré-sêmen. Passei o polegar, espalhando o líquido ao redor da glande e ele sugou o ar bruscamente entre os dentes.

- Você está tão duro - sussurrei, adorando a sensação da pele macia do seu pau nas minhas mãos.

Comecei a masturbá-lo devagar. Seu corpo todo endureceu e suas mãos apertaram mais minhas coxas.

- Mais rápido, Ellie - ordenou rouco, a voz falhando ao dizer meu nome. Ele tombou a cabeça no encosto do sofá, seus olhos pesados de tesão. Levei minha boca até sua garganta, deixando um rastro molhado e quente na sua pele.

- No que você pensou? O que você queria fazer comigo?

Aumentei a velocidade e segurei seus testículos pesados com a outra mão. Daryl grunhiu, fechando os olhos firmemente.

- Daryl - sussurrei, mordendo o lóbulo da sua orelha e sorri percebendo ele engolir seco, tentando raciocinar para responder.

- Pensei... em você suada, montada em mim. Seu cabelo...

- Meu cabelo? - eu ri, mordendo seu queixo. Daryl era um homem forte e fechado, mas estava aqui, enfraquecido pelo meu toque, por mim. Eu nunca pensei que o fosse o ver assim.

Seus olhos fascinantes se abriram, e novamente senti que estava me afogando naquelas piscinas azuis.

Parei os movimentos e subi minhas mãos pelo seu peito, parando em seus cabelos.

- Gosto do seu cabelo - ele disse isso de um jeito quase puro, como uma criança. Rocei minha boca na dele, respirando fundo seu cheiro.

- Tira o meu roupão - pedi num sussuro. Num movimento rápido Daryl deslizou o tecido para fora do meu corpo.

Meus mamilos se contrairam em resposta, formigando com a necessidade de serem tocados.

Ergui meu quadril de leve e o ar frio se chocou com minha carne quente e molhada. Eu estremeci, mas não de frio. Foi o olhar de Daryl. Ele me olhava com tanto desejo, com tanto... cuidado.

Suas mãos ásperas descerram pelos meus ombros, me tocando com carinho enquanto seus olhos escureciam a medida que percorriam meu corpo nu.

Ele segurou meus seios com as palmas das mãos, dedilhando meus mamilos com o polegar e eu soltei um gemido suave.

- Você é tão linda - murmurou rouco de desejo. Ele passou o rosto entre
meus seios - Eu imaginei você assim, mas nunca achei que fosse acontecer de verdade.

- Daryl - sussurrei, percorrendo com os dedos seus cabelos úmidos. Com as mãos espalmadas em minhas costas, Daryl me mantém no lugar enquanto da beijos e lambidas em meus seios.

Todo lugar que ele me toca queima, pedindo por mais. Eu arqueei minhas costas, agarrando sua cabeça e o incentivando a continuar.

Sua língua quente traçou um círculo molhado, brincando com meus mamilos, um de cada vez. Fechei os olhos, gemendo e joguei minha cabeça para trás. Parecia que eu ia explodir só com isso. Era pouco, mas muito ao mesmo tempo. Minha intimidade está ensopada e latejando.

Daryl roçou os lábios contra meu maxilar, meu pescoço, minha boca. Ele parecia querer tocar cada parte de mim ao seu tempo, sem pressa.

Um gemido lamuriento rompeu meus lábios quando Daryl colocou dois dedos entre os lábios da minha intimidade, separando os lábios e espalhando minha lubrificação.

Ele mergulhou um dedo dentro de mim e em seguida outro, deslizando-os em um impulso rápido que me fez ofegar, e minha boceta se fechou em torno deles.

Quando o polegar de Daryl pressionou meu clitóris, eu gemi e movi meu quadril contra sua mão. Eu queria muito mais, precisava de muito mais.

- Vou fazer você gozar - ele disse secamente.

Aquelas palavras me fizeram derreter, sua voz profunda queimando através de meu corpo. Apertei mais meus dedos em seus ombros, encostando meu rosto no dele.

- Daryl - eu solucei quando a tensão começou a acumular no meu ventre, minha carne latejando. Então, do mesmo jeito rápido que ele começou a me tocar, seus dedos sumiram dali.

Mas eu não tive tempo de reclamar. Daryl levantou meu quadril e eu senti sua glande pincelar na minha intimidade encharcada.

Ele entrou com uma estocada lenta e firme, voltando a massagear meu clitóris. Sua mão livre foi para meu quadril, forçando meus quadris para baixo, metendo fundo em mim.

Enterrei o rosto no seu ombro e gozei no mesmo momento, forte e demorado, tremendo como se fosse sair do meu corpo.

Não tive tempo de me recuperar do orgasmo. Daryl movimentou as mãos pelas minhas costas, posicionando-as sob minha bunda, abrindo as nádegas.

Seu pau saiu quase todo de dentro de mim, voltando numa investida dura e profunda. Daryl ditava o ritmo, me movendo sobre ele. Olhei seu rosto, vendo sua pele começando a ficar corada. Ele dá um tapa suave em meu quadril para me mover sozinha.

- Foi assim? - minha voz tremeu. Eu coloquei a mão em seu rosto, puxando seu lábio para baixo com o polegar - Era assim que você me imaginava?

Sua mão forte deslizou pelo meu rosto até minha nuca, me puxando pra ele.
Ele preencheu minha boca com a língua enquanto eu o cavalgava cada vez mais fundo e rápido, as duas partes do nosso corpo se
movimentando em sincronia.

Ele me segurou contra seu peito, com uma mão na base da minha coluna e a outra na minha nuca. Seus quadris se moveram contra mim, forçando seu pau bem fundo, tocando perfeitamente aquele ponto dentro de mim. Malditamente perfeito, era isso que ele era.

Nesse instante o único som era o dos nossos sexos molhados se chocando num ritmo descompassado, e nossos gemidos.

Sem sair de dentro de mim, Daryl se levantou comigo e logo senti o colchão nas minhas costas. Entrelacei as pernas ao seu redor, recebendo suas investidas.

- Mais - eu implorei tão baixo que não achei que ele tivesse ouvido, mas Daryl ouviu.

Suas estocadas aumentaram e sua pélvis se esfregava contra meu clitóris. Eu estava tão perto de gozar que doía.

O abracei contra mim, cravando os dentes no seu ombro quando o orgasmo meu sacudiu inteira. Tudo escureceu ao meu redor e eu me deixei levar.

Daryl encostou a testa suada contra a minha e eu rocei os lábios nos dele, nossas bocas quentes e úmidas exalando ofegantes. Daryl grunhiu de um jeito selvagem e começou a gozar, lançando jatos quentes dentro de mim. Lentamente ele parou de se mover, deixando seu peso cair em cima de mim.

Minhas pernas estavam fracas e trêmulas quando eu as soltei dele e caíram pesadas na cama. Eu estava quente e saciada, com o corpo mole, completamente satisfeita.

Daryl saiu de dentro de mim, se jogando ao meu lado, exausto. Eu virei minha cabeça, o olhando assim como ele me olhava.

Olhando no fundo dos olhos dele eu senti seu líquido quente começar a escorrer de dentro de mim.

- Nós não usamos... - Daryl começou, como um bêbado tentando formar uma frase enquanto limpava o suor da testa.

- Está tudo bem - eu disse ainda meio grogue, sabendo o que ele ia dizer. Eu não tinha com o que me preocupar quanto a isso.

Daryl ainda estava sob o efeito do orgasmo, mas uma ruga de preocupação se formou entre suas sobrancelhas.

- Eu não consegui tirar antes. E se você...

- Eu não posso engravidar - eu o poupei da preocupação.

Eu não queria precisar ter falado isso, porque sempre que alguém sabia disso, me olhava com pena. Eu soube disso logo nas minhas primeiras visitas ao ginecologista e não me sentia triste por não poder ter filhos, isso nunca foi um desejo meu, e não era como se eu nunca pudesse ter filhos realmente, eu poderia, mas teria que passar por tratamentos e inseminações para acontecer - e ainda assim não era garantido que aconteceria. Minhas chances de conceber um bebê pela forma natural eram nulas.

- Ok - ele assentiu com um movimento de cabeça.

Eu sorri de leve para ele antes de levantar e entrar no banheiro para me limpar. Me olhei no espelho. Estava suada e corada, com o cabelo molhado e escorrido.

Só de pensar que do outro lado da parede estava Daryl, que nós acabamos de... céus. Eu imaginaria qualquer coisa, menos que isso aconteceria.

Eu não sabia como agir quando saísse daqui, ou se ele ainda estaria no quarto quando eu saísse do banheiro. Ele poderia ter simplismente vestido suas roupas e ter ido embora, e eu não ficaria surpresa.

Penteei meu cabelo e esperei mais um minuto. Se ele tivesse ido embora... era isso. Ele não tinha obrigação de ficar. Mas eu queria que ele estivesse, e ele estava quando eu abri a porta.

Daryl estava deitado no colchão de ar, imóvel, com um braço atrás da
cabeça, enquanto olhava para o teto. Seu bíceps estava destacado pela posição e uma fina manta cobria seu quadril. Ele parecia estar pensando e quando ouviu meus passos, olhou para mim.

Eu prendi a respiração no mesmo momento, sentindo meu corpo formigar com aqueles olhos azuis profundos me olhando, escaneando meu corpo nu de cima a baixo, mas rapidamente ele desviou e voltou a encarar o teto.

Me deitei ao seu lado, me cobrindo. Nem eu nem ele falamos nada, mas eu não me sentia desconfortável. Daryl continuou olhando para o teto. Eu fiquei observando.

- O que foi? - ele perguntou, áspero e franzindo o cenho para mim quando percebeu que eu o encarava.

Eu sorri, sabendo que ele não fazia por mal. Daryl era assim, tinha um exterior duro porque queria se defender. Ergui minha mão para acariciar seu rosto, e Daryl levantou a sobrancelha, lançando um olhar desconfiado, e eu me segurei para não rir de novo.

- Você é lindo - disse e movi meu rosto para perto do dele.

- Você deve ter bebido mesmo - ele
disse, parecendo um pouco tímido, os olhos azuis me olhando intensamente. Ele se ajeitou no colchão, mas não tirou minha mão do seu rosto.

Ele era como um animal selvagem que estava permitindo que eu o tocasse. Ele estava desconfiado, tentando saber se poderia confiar em mim.

Eu queria saber o que ele tinha por dentro para ser desse jeito. Minha alma clínica falava mais alto, ele era um mistério que eu queria desvendar, mas seria um longo caminho até ele confiar em mim.

- Tudo bem se você estiver desconfortável e querer ir - eu disse, passando o polegar em seus lábios.

Eu não queria forçá-lo a ficar, fazê-lo ultrapassar uma barreira que ele não estava preparado.

- Não quero - ele disse baixinho.

Me inclinei e beijei seus lábios. Daryl me puxou pela cintura e deslizou a ponta dos dedos por toda a minha coluna, num movimento devagar e carinhoso, apertando minha bunda. Não demorou muito para nós ficarmos ofegantes de novo.

Daryl chupava minha língua, e eu gemia, me colando ainda mais nele, sentindo seu membro contra minha barriga. Nos separamos, ofegantes. Ele respirou profundamente e eu passei a língua pelos seus lábios. Tudo estava muito ruim lá fora, mas tudo estava bem agora.

- Vamos dormir? - perguntei e passei a língua sobre artéria inchada do seu pescoço, chupando em seguida.

Eu estava exausta, mas não conseguia parar de tocá-lo. Esfreguei meu rosto contra sua barba, deitando a cabeça no colchão novamente.

Daryl continuou me olhando, e merda, esses olhos... eram tão intensos, tão expressivos, me diziam tanto, sem ao menos abrir sua boca.

- Vamos, mas não agora.

Daryl ficou em cima de mim e beijou meu pescoço, descendo seus lábios até sua respiração tocar minha intimidade. Eu arfei pelo que vinha a seguir.

Ele lambeu as minhas dobras antes de mover sua língua para o meu clitóris. Soltei um gemido baixinho e longo, me abrindo mais para ele.

Ele afundou dois dedos dentro de mim, movendo lentamente para dentro e para fora. Eu estava dolorida e inchada, mas aquilo foi tão gostoso que não pensei em nada além.

Ouvi o som rouco da sua garganta e agarrei seus cabelos quando ele sugou meu clitóris em sua boca, sacudindo-o com a língua mais e mais, no mesmo ritmo do seus dedos entrando e saindo de mim.

- Daryl - choraminguei apertando minhas coxas em volta da sua cabeça, esfregando minha intimidade contra sua boca até meu corpo todo enrijecer e minhas coxas tremerem ao redor da sua cabeça.

Daryl continuou me lambendo enquanto eu me contorcia em sua boca. Meu peito subia e descia ofegante, e eu tinha certeza que eu tinha saído do meu corpo e voltado depois desse orgasmo. Ele veio para a minha boca e me beijou, e senti meu gosto nele.

- Meu Deus, isso... - eu não conseguia achar uma palavra para descrever. Passei a mão em seus cabelos, me sentindo nas nuvens - Eu nunca... nunca gozei com alguém me chupando - confessei.

Sempre ouvi falar que era incrível gozar assim, mas eu nunca tinha conseguido, e por um tempo isso me perturbou, porque achei que o problema era comigo.

O olhar de Daryl era de orgulho e pura satisfação masculina. Ele lambeu os lábios, ainda úmidos do meu orgasmo.

- Agora a gente pode dormir - ele disse, saindo de cima de mim e me virando de lado.

Ele se deitou atrás de mim e aninhou seu corpo com o meu. Eu estava tão mole, que parecia uma boneca de pano.

Era tudo muito bom, mesmo sendo estranho, parecia certo. Daryl, que mal conversava com as pessoas, estava aqui, deitado e abraçado comigo.

Eu queria procurar um porquê nisso tudo. Porque ele estava agindo como uma pessoa normal agora? Empurrei o pensamento para longe.

Porque simplismente não aproveitar o que o destino me trouxe? Um presente em forma de um caipira bruto, mas ainda sim, uma das pessoas mais verdadeiras que eu já conheci. Eu suspirei e fechei os olhos, pegando no sono sentindo sua respiração batendo no meu pescoço.

Acordei, piscando lentamente, vendo Daryl de costas, perto do banheiro. Ele tinha as costas cobertas por cicatrizes escuras, que pareciam ser antigas. Como eu não vi isso ontem?

Elas eram bem grossas, e meu coração apertou com o pensamento de como elas foram feitas. Ele tinha duas tatuagens do lado direito das costas, mas eu não conseguia identificar o desenho porque ele já tinha vestido a camisa.

Eu me sentei na cama, puxando a manta para me cobrir, e o barulho do colchão de ar o fez virar de frente para mim.

- Você ia fugir? - eu perguntei com uma careta, esfregando os olhos.

Ele piscou várias vezes, desviou o olhar para o chão e balançou a cabeça.

- Só estava me vestindo - ele mentiu e eu arqueei minhas sobrancelhas.

A única palavra que descreveria Daryl agora era desconfortável. Duvido muito se um dia ele acordou ao lado de uma mulher. Ele não fazia esse tipo, ele não sabia como fazer isso.

Eu queria ficar brava e ofendida, mas eu não conseguia. Daryl não era um mal caráter, ele só era desse jeito. Era a primeira vez que nós ficávamos juntos, e eu não esperava que ele fosse mudar da noite para o dia. Eu queria mostrar que estava tudo bem e que o jeito dele não era um peso para mim.

- Eu não mereço um beijo de bom dia? - eu me ajoelhei no colchão, deixando a manta deslizar pelo meu corpo.

Daryl passou os olhos pelo meu corpo nu e senti como se estivesse sendo tocada por suas mãos. Eu me lembrava muito bem da sensação de suas mãos em mim, me fazendo contorcer... suspirei fundo, reprimindo o gemido que estive prestes a soltar só com o pensamento.

Ele ficou me olhando com desejo e sem dizer nada por um tempo.
Ele me olhava fixamente nos olhos e eu retribuía o seu olhar sem desviar.

Em dois passos ele estava na minha frente. Ele se ajoelhou no colchão diante de mim, pousando as mãos em meus quadris. Tive que olhar para cima, porque mesmo ajoelhado, ele ficava mais alto que eu. Daryl se inclinou mais, e seus lábios trocaram de leve os meus, antes de se juntarem num beijo lento e molhado.

Minhas mãos se estendem para se apoiar nos braços dele, sentindo sua pele quente nas minhas palmas, até parar na sua nuca.

Sua mão em minha cintura desceu para a minha bunda, massageando-a delicadamente, enquanto me puxava com mais força para ele. Eu podia sentir o volume aumentando nas suas calças, pressionado contra minha barriga. Entrelacei os dedos no cabelo da sua nuca, beijando-o com força, desesperada.

Daryl me empurrou para o colchão e debruçou-se sobre mim, afastando minhas pernas com os joelhos. A forma como ele me beijava e me empurrava contra o colchão, querendo o máximo contato possível entre nós dois me deixava sem ar.

Suas mãos eram como uma brasa que se espalhava pela minha pele, ascendendo com seu toque.
Ouvi o barulho do seu cinto se abrindo e logo a cabeça do seu pau tocou minha entrada.

Uma batida na porta o fez enrijecer. Daryl parou onde estava e eu exalei decepcionada.

- Continua - eu murmurei e beijei sua boca, empurrando meu quadril para cima. Foda-se quem estava do lado de fora.

- Ellie? - era a voz de Rick - Ellie, abra a porta. Precisamos ir embora daqui agora.

Olhei para Daryl e saltamos de pé no mesmo instante. Algo deu errado. Eu me vesti o mais rápido que pude e Daryl fechou seu cinto, pegando suas coisas.

Rick olhou espantado quando Daryl abriu a porta e eu apareci atrás dele. Meu irmão estava desesperado, e contou que o cientista maluco queria explodir o CDC com nós todos dentro.

Rick conseguiu fazer o louco abrir as portas, e nós tínhamos poucos minutos para fugir. Daryl segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

- Não solta minha mão - Daryl falou perto do meu ouvido, só para eu ouvir.

Eu estava com medo, tremendo e desesperada. Nós não passamos por isso tudo para morrer por causa desse doente. As portas se abriram, e nós corremos juntos, o mais rápido que podíamos. Eu apertava forte a mão de Daryl, o medo correndo como gelo em minhas veias.

Quando estávamos do lado de fora, começamos a atirar nos caminhantes que tinham ali. Quanto mais corríamos, mais distante o trailer e os carros pareciam estar.

- Não vamos conseguir ir longe antes da explosão. Se abaixem! - Rick gritou quando entramos dentro do trailer. Daryl me empurrou para o chão, me cobrindo com seu corpo.

O barulho da explosão foi ensurdecedor, fazendo tudo ao redor tremer. Eu estava agarrada a Daryl, e ele me segurava tão forte que eu quase não conseguia respirar.

- Tudo bem - ele murmurou depois de alguns minutos, quando o barulho acalmou. O calor do fogo da explosão invadia o trailer, mas nós estávamos vivos. Só percebi que estava tremendo quando o aperto de Daryl diminuiu - Tá tudo bem - ele repetiu e encostou a testa na minha, fechando os olhos.

Eu não tinha certeza de nada nesse mundo. Não tinha certeza se eu estaria respirando amanhã, ou se morreria daqui a alguns minutos. Mas eu sabia que daquele dia em diante, nós cuidariam os um do outro.

|Flashback off|


Infelizmente, não ficamos juntos para sempre. Não havia conto de fadas, só um conto de terror onde tentávamos sobreviver dia após dia.

Eu me perdi deles quando houve um ataque onde nós estávamos. Daryl voltou para buscar uma pessoa na prisão, e eu fui cercada por um bando de caminhantes e tive que fugir. Nunca mais os vi depois disso. Eu não culpava Daryl por isso, mas eu não entendia porque ele me deixou para voltar a um lugar que estava desmoronando.

Se ele tivesse ficado comigo nós ainda estaríamos juntos. Eu não sabia se ele tinha morrido, mas algo dizia que não. Daryl era durão demais para morrer.

Eu devo ter ficado quase um ano vagando sozinha, até que Negan me encontrou. Os Salvadores não eram como meu antigo grupo, mas eu não me importava. Eu tinha um lugar seguro novamente, alguém que queria cuidar de mim, então porque não aceitar?

Negan não era um exemplo de homem, mas ele cuidou de mim. Poderia ter me deixado morrendo do mesmo jeito que me encontrou, mas ele não fez. Eu devia minha vida e minha sanidade a ele. Ele me resgatou do fundo do poço que meu corpo e minha alma estavam. Depois de tanto tempo sozinha, você acaba delirando, mas eu o encontrei a tempo de não enlouquecer completamente. Negan me curou, por dentro e por fora, e disso eu nunca esqueceria. 



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