Capítulo Único

Escrita por ZelosNation_

— oi! como vocês estão? estou trazendo mais uma oneshot de Halloween e bem, eu sou cagona que nem o San da outra oneshot que postei (mas eu aceitaria ver “A órfã” pq eu amo esse filme e não acho assustador) e bem, minhas fifocas de Halloween tá tudo menos assustador e sim cómico jekwkwkw, espero que gostem e dêem bastante apoio a este projeto, ok? Ele é um máximo!

— agradeço imenso a capa perfeita feita por @kekahi e a betagem maravilhosa (ela só arrasa mesmo ehehe) pela @kymai <3

Yuma Nakakita odiava o Halloween. Dizia isso para quem quisesse ouvir — não que as pessoas realmente quisessem, pois não queriam nem saber das opiniões dele, para sermos sinceros. Mas, para o Nakakita, era sempre a mesma coisa: abóboras com rostos esculpidos, decoração barata e fantasias ridículas. Toda vez que ouvia qualquer menção à data, era automático: ele revirava os olhos, bufava e mudava de assunto, fingindo que o incômodo não era tão pessoal.

A verdade é que, por mais que ele tentasse disfarçar, o Halloween sempre lhe trazia lembranças que preferia deixar enterradas. Mas é claro que ninguém sabia disso — e ele fazia questão de que continuasse assim.

Ou melhor, quase ninguém.

Quando a campainha da casa dele tocou, naquela noite de 31 de outubro, Yuma já estava preparado para mandar embora na primeira oportunidade que algum vizinho ou criança fantasiada viesse pedindo doces. Não esperava, nem em seus piores pesadelos, que ao abrir a porta, daria de cara com ele: o taiwanês bonito da turma de fisioterapia, Nicholas Wang.

O Wang estava ali, parado com aquele sorriso fácil que deixava Yuma desconcertado, e, claro, segurando uma máscara do Ghostface, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

— E aí, Nakakita!? — disse Nicholas, com aquele tom divertido que só ele conseguia usar. — Então, o que acha de me ajudar a caçar fantasmas por aí? Ouvi dizer que alguém aqui sabe muito bem se esconder no Halloween.

Por um segundo, Yuma congelou. A presença de Nicholas ali, com aquele sorriso descarado e a máscara de Ghostface pendurada na mão, fez seu estômago revirar. Mas ele logo tentou voltar ao normal, disfarçando o nervosismo e cruzando os braços, com uma expressão de tédio.

— O fantasma aqui é você. Agora, vai embora, vai. Antes que apareça mais gente e eu tenha que expulsar todo mundo a pontapés — respondeu com a voz firme, mas com o seu olhar evitando o dele.

Nicholas ergueu uma sobrancelha, claramente se divertindo com a irritação do mais novo — na verdade, amava irritá-lo. Ele sempre parecia saber exatamente como provocar Yuma e, pior ainda, como citado, amava isso.

— ‘Pra que essa agressividade toda, Nakakita? — Nicholas inclinou a cabeça, como se estivesse genuinamente curioso, mas o brilho nos olhos deixava claro que ele já sabia a resposta. — Não quer saber o motivo de eu estar aqui? — Yuma bufou, impaciente. A última coisa que queria era continuar aquela conversa, mas sabia que Nicholas não ia desistir tão fácil assim.

— Você é só mais um dos ridículos que comemora o Halloween. — Ele revirou os olhos. — Não me interessa. — Nicholas deu de ombros, mas em nenhum momento o sorriso saiu dos seus lábios.

— Você já foi um desses que chama de ridículo, sabia? Eu vi tudo, da primeira fila, e lembro muito bem do que aconteceu. — Ele soltou uma risada curta, carregada de malícia, como se tivesse guardado aquele segredo há anos só para usar contra Yuma naquele momento.

O sangue de Yuma parecia ferver dentro de si. Antes que pudesse se descontrolar, exclamou:

— Cala a boca! — a voz dele saiu mais alta do que pretendia, ecoando pela entrada da casa. Nicholas apenas riu mais, como se estivesse revendo a cena à sua frente enquanto a recordava. O riso dele era irritantemente contagiante, e Yuma odiava como ele parecia se divertir às custas dele.

— Ei, calma! — Nicholas ergueu as mãos, em um gesto de rendição quando o Nakakita lhe segurou pelo colarinho, mas o sorriso continuava travesso. — Não era por isso… mas admito que foi o dia mais engraçado da minha vida. Nunca vou esquecer da sua cara. — Ele riu de novo. Os olhos fecharam um pouco. — Eu cheguei a ficar sem ar de tanto rir. Minhas bochechas ficaram doloridas por horas.

— Não foi por isso, juro — Yuma repetiu, tentando parecer indiferente, mas o tom de sua voz denunciava a irritação crescente. — Eu nunca gostei de Halloween mesmo, nem quando era criança. Ia por sua culpa nessas festas toscas para gente burra que nem você. — Nicholas deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles. Yuma sentiu o cheiro familiar do perfume dele. Ele odiava como aquilo fazia-o se sentir nervoso, mas não conseguia se afastar.

— Como queira. — Nicholas sorriu de canto. Esse sorriso que Yuma sempre achou meio perigoso quando o recebia, porque nunca sabia o que viria depois. — Mas o assunto não é eu querer lembrar do dia em que você fez xixi nas calças vestido de Homem-Aranha no Halloween, quando tinha cinco anos. É outra coisa.

— NICHOLAS WANG! — Yuma explodiu, o rosto ardendo de vergonha e raiva. Ele quase sentia o calor subindo pelas bochechas, enquanto Nicholas se dobrava de rir. — Por isso que eu detesto você!

— Detesta, é? — Nicholas voltou a se aproximar, e o tom de provocação em sua voz deu lugar a algo mais suave, quase sério. Ou, talvez, ele tentasse estar sério; por isso o quase. — Então, me deixa te fazer uma pergunta, só uma. — Yuma hesitou, o coração batendo forte no peito. Tinha algo na maneira como Nicholas o olhava naquele momento, algo que ele nunca tinha visto antes. Mas ele não queria ceder, não queria deixar Nicholas perceber o quanto aquilo o afetava.

— Depende — ele respondeu, a voz mais baixa, em uma tentativa fracassada de soar indiferente. — Qual é a pergunta? — Nicholas inclinou a cabeça para o lado novamente, com um sorriso divertido.

— Doçuras, travessuras ou um beijo nessa sua linda boca?

Yuma sentiu o coração quase parar. A pergunta foi tão direta. Isso claramente fez seu rosto queimar e seu corpo inteiro congelar. As palavras sumiram, ficaram completamente presas em sua garganta. Ele encarava Nicholas sem saber se o que sentia era mais raiva ou algo que ele se recusava a admitir — mas, talvez, Nicholas já soubesse, não é mesmo? Aquele sorriso travesso parecia ainda maior, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre ele. E isso era péssimo, de verdade.

— E, então, Nakakita? Vai me expulsar agora ou finalmente vai ser corajoso o suficiente ‘pra responder? — Nicholas provocou, os olhos brilhando com um misto de desafio e expectativa.

Yuma bufou, tentando manter a compostura.

— Eu não vou responder.

Nicholas deu de ombros, como se estivesse esperando aquela resposta.

— Anda lá! É só uma pergunta.

— É só uma pergunta? — Yuma retrucou, a voz carregada de frustração. — E o que você responderia se fosse eu a perguntar uma atrocidade dessas?

Nicholas sorriu, um sorriso cheio de confiança de si, se inclinando um pouco mais e deixando seus rostos perigosamente próximos, a poucos centímetros de distância.

— Um beijo, claro — a resposta foi direta, e Yuma sentiu seu coração quase parar.

Sem pensar, ele bateu a porta na cara de Nicholas com força. Por um segundo, ficou ali, com as costas contra a porta, tentando recuperar o fôlego e acalmar o coração que parecia descontrolado. Mas, então, a campainha começou a tocar freneticamente.

— Eu vou te matar, Nicholas… — Yuma murmurou entre os dentes, abrindo a porta com um puxão rápido, pronto para reclamar em completo alvoroço. Mas, antes que Nicholas pudesse dizer qualquer coisa, Yuma o pegou pelo colarinho, puxando-o para perto.

— Desde quando você sabe? — perguntou, a voz saindo mais baixa do que pretendia. — Nicholas riu, mas o sorriso dele era mais suave, quase afetuoso. Tretas, ele estava fazendo de propósito. — Desde que a minha querida amiga, meio chata, mais conhecida como minha meia-irmã, me contou. — Ele deu uma piscadela. — Nós amamos uma boa fofoca sua, mas confesso que não esperava que me envolvesse naquele dia. — Yuma revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o tom avermelhado que se espalhava ainda mais por suas bochechas. 

— Você é um completo idiota. — Soltando o colarinho de Nicholas, ele respirou fundo, tentando se recompor. O coração batia tão rápido que ele tinha medo de que Nicholas ouvisse.

— Se eu responder, você vai embora?

— Depende da resposta — Nicholas respondeu, com um sorriso de quem sabia exatamente que ele poderia morrer nas mãos do Nakakita por dar aquela resposta. Yuma hesitou por um momento, mas a verdade é que ele já tinha decidido, talvez.

— Surpreendentemente, a única que não me dá ódio de você é justamente o beijo na minha linda boca. — Nicholas sorriu ainda mais, e antes que Yuma pudesse se arrepender das suas palavras, ele puxou-o pela blusa. Os rostos ficaram tão próximos que Yuma pôde sentir a respiração dele contra seus lábios.

— Escolheu a opção que eu queria! — Nicholas sussurrou, e, sem perder mais tempo, fechou a distância entre eles.

O toque foi leve, um roçar suave de lábios que, mesmo assim, fez o coração de Yuma quase errar uma batida. Por um instante, o tempo pareceu parar, e todo o ódio que ele “dizia” sentir por aí evaporou como fumaça — mesmo que nem houvesse propriamente ódio. Nicholas tinha um jeito de ser insistente e irritante, mas, de alguma forma, aquele beijo parecia perfeito. A boca dele se encaixava na sua de uma forma perfeita.

Quando se afastaram, Yuma ainda sentia o calor no rosto e o coração acelerado. Ele não sabia o que dizer, mas, pela primeira vez naquela noite, estava feliz por não ter expulsado Nicholas da sua casa, mesmo que estivesse com uma máscara do Ghostface por ser justamente 31 de outubro.

— Acho que você venceu essa — ele murmurou, desviando o olhar.

Nicholas sorriu.

— E, pode ter certeza, Nakakita, vou fazer de tudo para vencer as próximas também.

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