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Sexta-feira

Stacy Simmons

- Ele recusou um boquete? - Perguntou a linda garota na mesa a minha frente para a amiga dela. Pasma.

- Sim - A amiga confirmou triste - Acabou com todo o clima, Billy! Eu saí de lá envergonhada!

A tal Billy pegou na mão dela, com pena

- Deixa aquele filha da puta correr atrás de você.

- Homens pra quê ? Se ele correr atrás de você dá um chute e saia correndo. - Me intrometi

As duas me encararam só então notando minha presença

- Ela tem razão. - Billy disse

A outra suspirou

- Mas e o sexo? - Perguntou

- Hoje em dia existe vibradores.

- Alguns são bem melhores que homens de verdade -Billy disse

- Homens são uma furada. Todos eles. - Eu digo irritada

- O que aconteceu com você, Stacy ? - Billy olhou para meu crachá

-Senta aqui. - A outra me deu espaço pra sentar, calorosa.

Eu sentei suspirando de cansaço, estou em pé a tanto tempo que eu não sei nem quanto tempo passou.

- O que aconteceu? - Billy a desconhecida perguntou

Elas são desconhecidas e talvez por ser desconhecidas que eu abri a boca.

- Um cara que eu estava interessada, eu pedi pra sair com ele e ele recusou. E nós já tinhamos uma linha de momentos antes de eu pedir pra ele, e quando finalmente peço essa merda ele diz que não quer sair com a pessoa que eu mostro ser, ele quer sair com quem eu sou de verdade e blá blá blá.

- Aí que fofo! - A menina que nao sei o nome exclamou maravilhada

- Você está brava? - Billy perguntou

- Não sei. Na hora eu fiquei uma mistura de quero enforcar você mas quero transar com você. Fiquei confusa e ainda estou confusa.

- Cara, você poderia ter feito sexo selvagem com ele! Aí depois vocês iriam sair!

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa eu ouvi Sr.Thompson rosnando meu nome em um pedido silêncio de "Levanta dessa mesa, para de conversar e vai trabalhar!"

- Bom, meninas - Levantei pegando meu bloquinho, sorrindo para as desconhecidas. - O que desejam ?

- Dois sucos de manga, por favor. - Sem nome disse

- Vou pegar, fique a vontade. E se aquele idiota vir atrás de você, corre enquanto é tempo.

Billy riu

- Vocês duas estão ferradas justamente por não correrem no momento certo.

     Lá fora estava começando a escurecer, enquanto eu limpava o balcão tentando deixar devidamente limpo, Tom conversava comigo. Nessa tarde Amber estava de folga.

Malorie, a outra garçonete estava a metros de nós atendendo um casal que parecia estar indecisos sobre o que queria. A julgar a troca de pernas, ou estava com vontade de fazer xixi ou com as penas doendo.

Talvez os dois.

- Eu aposto um dólar que é xixi. - Tom seguiu meu olhar como se lesse meu pensamento.

eu revirei os olhos

- É cansaço.

- Como sabe? - Os olhos verdade dele brilharam em divertimento

- Palpite.

Ele passou a mão pelo cabelo castanho claro curto me encarando em desafio

O sininho da porta tocou. Travis e Julia, amiga dele e de Amber entraram juntos, rindo e indo sentar.

- Aquele ali não é seu namorado? - Tom perguntou. Ele sabia perfeitamente bem quem era Travis mas perguntava pra provocar.

- Travis não é e nunca foi meu namorado e você sabe disso.

Ele riu

- Não faz mal perguntar.

Eu observei Travis e Julia. A maneira que ele sorri pra ela, a maneira que ela sorri pra ele. O olhar dela brilhando e os deles na mesma intensidade.

Foi quando Julia me notou encarando e ficou sem graça, arrumando o cabelo cacheado lindo.

Travis seguiu seu olhar e me encontrou.

- Ele te trai com ela. - Tom sussurrou pra mim

- Não temos nada. -  sussurro de volta - Mas como sabe?

- O jeito que eles se olham. Se não se pegam estão prestes a fazer isso.

Travis levantou da mesa e veio em nossa direção. Quando ele parou diante de mim sorriu pra mim.

Um sorriso falso.

Eu estreitei os olhos.

- Achei que estaria de folga hoje.

- Hoje é o dia da Amber.

- Ah, sim. - Ele me encarava sério, ficamos em um silencio agoniante, até ele decidir falar.- Será que a gente pode conversar?

Tom engasgou em uma risada. Eu olhei feio pra ele e chamei Travis para longe dele e da mesa onde Julia está sentada.

Observo seus olhos cor de mel e cabelos da mesma cor. A expressão de preocupado. O que me atraiu no Travis foi seu sorriso leve. Mas tudo nele era leve e expressivo.

E naquele instante ele estava tenso.

- Eu preciso conversar com você sobre... - começou

- Vocês combinam. - Eu interrompi, ele me encarou passando a mão em seu cabelo. Eu ri pensando em todas as vezes que ele estava comigo e não tinha nada daquilo que ele tem com ela. E não foi um riso triste ou de raiva, foi uma simples risada.- Estou falando sério.

Ele sorriu levemente mas me encarava desconfiado pelo fato de eu estar aceitando tão facilmente.

- Por que não me contou Travis? Eu achava que estava ocupado com seu estágio.

- E estou. Não contei porque não achei que ia conseguir conversar com você.

Eu encarei ele, ficando seria sem perceber.

- Você sempre me manteve longe, sempre me mostrando o que queria mostrar.

- O que quer dizer?

- A gente nunca foi de conversar, Stacy. Nós nunca existimos de verdade. A um tempo atrás Julia se tornou muito presente na minha vida, e mais importante. Nos últimos dias pensei em falar com você e terminar isso que a gente tem e não tem. Mas toda vez que eu te via eu simplesmente não conseguia falar porque olhar pra você me faz pensar o quanto você é distante.

Eu não sei o que aconteceu. Mas aquilo de alguma forma me atingiu.

- Bom - Tentei sorrir -Estamos terminados.

Ele sorriu preocupado

- Relaxa, Travis. Ainda amigos? - pergunto

ele riu

- Nunca fomos amigos.

- Realmente. - Eu ri -Mas não existe motivo para ficarmos estranhos um com o outro.

Ele assentiu

- Agora volta pra sua garota que ela tá preocupada. - Indiquei com a cabeça

ele retornou a mesa dela e eu ao balcão.

- Você é corna, né? - Tom perguntou segundos depois.

Eu encarei ele com uma cara de "sério?"

Quando Malorie que ficou um bom tempo atendendo o casal voltou, ela suspirou de cansaço.

- Me dá. - Estendi a mão para Tom

- Como sabe se é cansaço ou não?

- Ela suspirou e não foi correndo pro banheiro. Me dá meu um dólar!

Ele bufou, tirou do bolso dele e me deu. Eu sorri me deliciando com sua expressão de perdedor. Malorie encarou a gente como se fossemos loucos e foi pegar o pedido do casal.

Enquanto eu fingia limpar aquele balcão eu  pensava no quanto as pessoas me viam como intocável. Distante.

Eu nunca me importei de ser vista assim. Mas agora, merda, eu me importo. E isso é culpa de um certo James.

Oliver James não mexe só com minhas estruturas mas com meus pensamentos também. E talvez, com aquilo que chamam de coração.

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