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Quinta-feira

Oliver C. James

   - O que você acha? - Greg me perguntou, eu observei sua possível jogada.

- É cada um por si, Harris. - Connor disse se apoiando em seu taco de sinuca

- Não enche, James. - Grunhiu Greg, com os olhos na mesa. Ele estava indeciso sobre qual bola mirar sem atrair a fúria de Connor ou minhas habilidades no jogo contra ele.

- Alguém quer cerveja? - Riley se aproximou de nós três com algumas garrafas.

Peguei uma lata abrindo pacientemente, enquanto Harris ainda estava pensando nas possíveis jogadas.

- Eu não tenho a noite toda. - resmungou Connor

Greg fez uma careta pela impaciência do meu irmão. Eu sorri me deliciando com a minha própria calma.

Estamos na casa do time da universidade. Fraternidade dos gaviões. De vez em quando é bom vir aqui para ter meus momentos de descontração. Antes de eu entrar na UFH meu objetivo era entrar no time, não pelo fato de Brad ser capitão mas por eu saber jogar tão bem quanto ele. Isso é o que as pessoas dizem.

Mas eu desisti de entrar no time no segundo que percebi que um time, treinos, jogos importantes exige muita dedicação, a qual eu não teria. Esporte pra mim não é algo que eu faça sempre, é apenas uma forma de descontrair.

- É por isso que quando ele me chama pra jogar eu caio fora. - Um dos caras do time se aproximou, negando com a cabeça.

-Calem a merda das bocas.

- Cara, você está a mais de cinco minutos do olhando pra essas bolas. - Riley disse

- Eu tô calculando as possibilidades certas. - Se defendeu Greg

Suspirei me sentando na cadeira mais próxima. No mesmo instante Connor fez o mesmo.

- Vai demorar um bom tempo. - Eu disse sentindo o gosto amargo da cerveja

- Se vocês ficasse em silêncio eu não estaria demorando tanto. - Disse irritado

- Harris - Connor levantou impaciente, caminhando de volta para a mesa de sinuca. - Joga essa porra agora ou eu juro que quebro esse taco na sua cabeça.

- Connor como sempre tranquilo. - Ironizou Riley atraindo o olhar irritado do meu irmão.

Greg se inclinou sobre a mesa, mirou, e atingiu duas bolas. Levantei da cadeira indo até eles de novo, segurando meu taco em uma mão.

- Parece que ele só precisava de um incentivo. - Comento me inclinando, é a minha vez de jogar.



     De volta no apartamento, eu estava sozinho. Ao que parece Brad saiu com Amber e Connor foi fazer alguma das coisas dele. Eu estava deitado na minha cama fazendo uma das coisas que eu mais gostava de fazer.

Desenhar.

Um traço simples tinha um poder enorme de melhorar um detalhe importante ou não tão importante assim. Naquele instante eu desenhava belos lábios femininos, traçados com cuidado e ao mesmo tempo agilidade. Meu dedo esfregou com cuidado sobre a folha, deixando o desenho menos marcado e possivelmente mais natural.

Eu estava tão concentrado em meu desenho que quando a campainha tocou não só uma vez, mais quatro vezes seguida eu pensei se era realmente necessário eu parar o que estava fazendo para atender a pessoa do outro lado da porta.

Quando eu levantei e abri a porta eu fingi estar surpreso.

Desde que vi Stacy Simmons no bar ontem a noite, a maneira nervosa de falar, as emoções confusas, a raiva e fúria por eu estar acompanhado naquele instante e não ter dado um pingo de bola pra ela, eu soube.

Ela me queria.

Não só sexualmente falando, mas queria eu. Pelo menos, longe de Natália Pavani e, talvez, longe de qualquer outra garota.

Então eu acreditei por um segundo que Stacy iria me procurar, até porque eu não faria mais isso. Achei por um instante que eu poderia estar enganado, mas veja só, não estou.

- White não está aqui. - Falei duramente, cruzando os braços. Apesar de eu querer Stacy eu não daria mais janelas para seus foras. O jogo virou.

Stacy analisou meu peitoral nú, calça moletom e cabelo provavelmente bagunçado.

- Não vim atrás dela - Disse segundos depois, seu olhar fixo no meu. Ela cruzou os braços, mesma pouse que eu. - Tem alguém aí?

- Só eu.

Ela passou a língua pelos lábios, umidecendo.  Precisei olhar para qualquer canto do corredor atrás dela, tentando ignorar o quanto um simples movimento era capaz de me deixar excitado.

- Posso entrar? - Perguntou

Suspirei

- Pode, mas não precisa.

ela estreitou os olhos

- Quero falar com você e não acho um assunto apropriado para um corredor.

Foi a minha vez de estreitar os olhos, pensativo. Eu me afastei dando espaço para ela entrar. Quando fechei a porta, ainda de costas para ela eu sentia seu corpo quente e delicioso atrás do meu.

Stacy ergueu as mãos passando por meus braços, me fazendo arrepiar. Seus lábios quentes beijaram meu ombro esquerdo. Eu sentia cada vez mais meu pau endurecendo diante de sua aproximação e seu calor tão próximo.

Me virei segurando suas mãos, então soltei.

- Seja breve no assunto. - Eu disse friamente

- Frieza não combina com você.

- Enrolação não combina com você.

Ela suspirou me encarando, e pela primeira vez, eu pude ver algo que achei que nunca veria. As bochechas de Stacy Simmons acabaram de corar.

E quando percebeu tratou de disfarçar no mesmo instante
.
- Não sei como dizer isso, mas vou ser direta.

- Seja.

- Eu quero tentar de novo, Oliver.

Eu não disse nada. Não porque não queria mais por não saber o que dizer, até que soltei a voz.

- Como tentar alto que nunca nem começou?

- Eu quero tentar. - repetiu

- Você quer tentar o que, Stacy?

Ela passou a língua pelos labios. Ela sabe o que eu quero. Eu quero mais palavras. Suas mãos vieram de encontro a meu rosto, acariciando. De primeira não percebeu que o fazia, quando percebeu suas bochechas ficaram vermelhas de novo.

- Na nossa primeira noite a meses atrás você me disse que gostaria de sair comigo. Eu fui embora. Mas eu fui tonta, eu deveria ter topado. - Seus labios quentes e molhados vieram de encontro aos meus. Ela não me beijou, apenas encostou de forma delicada nossos lábios, me fazendo sentir a maciez do seu. Stacy me apertou com um braço ao redor de mim, eu senti a rigidez dos seus seios de encontro ao meu peito. - Eu vim perguntar se você, Oliver James, quer sair comigo?

Eu desci minhas mãos para seu quadril. Estava satisfeito que havia conseguido isso. Conseguido uma possível chance com a garota mais quente que eu já coloquei a porra dos meus olhos.

Stacy me encarava com os olhos brilhando em luxúria.

Quando eu abri a boca para dizer sim, eu disse;

- Não.

Ela congelou.

- Eu não quero sair com a Stacy sedutora, a qual acaba de me chamar pra sair. Eu já conheço essa Stacy. - Abri a porta para ela, me afastando - Eu quero conhecer Stacy Simmons, a garota de vinte anos que estuda medicina veterinária por algum motivo, que tem desejos, sonhos, habilidades. Que tenha histórias para contar.

Ela estava me encarando

- Em melhores palavras, eu não quero sair com você Stacy, a garota que todo mundo vê mas ninguém sabe quem é. Eu quero sair com Stacy Simmons, aquela que vai estar disposta a me deixar pelo menos conhecer o que tem dentro dela.

Stacy estava vermelha e paralisada. Sem me encarar ela começou a sair do apartamento.

- Não sei se te mostro o dedo do meio ou... Merda, não sei. - Vociferou

Eu sorri de lado. Ela me encarou uma última vez e disse:

- Não espere um próximo convite.

Caminhou a passos largos para longe de mim.

- Eu espero sim.

Suspirei, com uma imagem boa na cabeça.

Eu tenho uma nova coisa preferida.

Stacy Simmons corando.


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