5. Mudanças

Chegamos ao entardecer, assim que desci no carro, dei uma boa olhada em volta, a rua rodeada de árvores, com casas de madeira simples e charmosas, tentei lembrar de quando vinha aqui quando era mais nova, mas muito coisa mudara.

Quando parei meu olhar na casa de segundo andar logo à frente, observei seus traços simples e bem conservados, tinha uma grande porta de madeira e arbustos na frente.

Enquanto observava, alguém abriu a porta e veio correndo em minha direção, era Triss.

   "Allyyyyyyyy!" Ela berrava fazendo algazarra. "Não via a hora de que chegasse, estava me sentindo taaaaaaão só." Ela disse fazendo graça e me abraçando.

Triss conseguiu um emprego perto da faculdade e de casa, iria ser bartender em um bar local, então teve que vir um semana antes para resolver tudo.

   "Agora não estará mais sozinha, ô escandalosa, e conhecendo o pouco que conheço de você, algo me diz que não ficou totalmente só." Falei dando uma piscadela para ela e rindo.

   "Deixa quieto, depois falamos disso, vou te contar os baphos dos garotos gatos daqui." Ela disse com um sorriso maldoso no rosto. "Deixa eu ajudar vocês." Falou indo em direção a minha mãe e Danny, se apresentou a ele e pegou uma caixa de suas mãos.

Assim que Triss entrou, Danny se aproximou subitamente de mim.

   "Muito interessante essa sua amiga, ela é bem gostossss..."Antes que ele terminasse de dizer, plantei minha mão em seu rosto, fazendo um bico em sua boca, e o fuzilei com os olhos.

   "Daniel Thompson, nem sonhe em chegar perto dela, você me prometeu! E eu não quero ter que proibir você de vir aqui!"

   "Tá bom, eu sei, eu sei, mas você devia ter arrumado colegas de quarto feias pra me ajudar, né?" Disse ele já se afastando e entrando na casa com minhas malas.

Fui em direção a picape do Danny para pegar uma das caixas, quando uma moto em alta velocidade passou a menos de um metro de mim, tomei um susto tão grande, que acabei caindo para trás e tudo que estava na caixa voou pro meio da calçada.

   "Aí que babaca!" Berrei bufando.

Me equilibrei pra levantar quando Triss se aproximou rindo pra me ajudar.

   "Calma Ally, já já você se acostuma com isso."

   "Me acostumar? Com o que? Malucos em cima de máquinas de matar?"

   "Com aquilo ali também." Ela aponta pro motoqueiro e ri de modo suspeito. "Mas eu me referia a se acostumar com jovens inconsequentes, festas e bastante baderna, até por que, esse bairro é quase um bairro universitário, muitas casas aqui pertencem a fraternidades, e as que não pertencem, seus moradores são como nós, jovens dividindo casas." Ela explicou.

   "E eu pensando ser um bairro calmo, terei que me acostumar." Eu disse me abaixando para pegar as coisas.

   "Fiiiiiiiiiiiiiui!" Danny assobiou enquanto se aproximava. "Uma Ducatti Monster 1200 EVO, esse cara tem bom gosto!" Disse Danny enquanto permanecia com os olhos vidrados olhando o motoqueiro sumir aos poucos.

   "É, e um maluco sem amor à vida pilotando." Afirmei zangada.

   "Não fica assim Ally, você ainda tá aí inteira né?" Danny dizia em tom de deboche. "Hmm, já que suas coisas estão lá dentro, eu vou indo, os veteranos vão dá a festa de iniciação hoje ainda."

Depois de um longo abraço, ele se despediu e foi embora, que bom que a fraternidade dele era a uns 10 minutos dali.

Assim que a picape de Danny virou a esquina, Triss virou pra mim com o olhar animado.

   "Ah, você não disse que esse seu amigo Danny era um pedaço de mal caminho, essas coisas não se escondem!"

Virei de imediato pra ela bufando.

   "Não começa você também não!"

Fui em direção a casa em longas pisadas.

Assim que entrei pude vê, que nada estava igual ao pouco que eu lembrava, se por fora parecia uma casa simples, por dentro era bem diferente, a sala tinha móveis bem modernos e um ar bem jovial, logo depois da sala, uma porta dava entrada a cozinha, que tinha estilo vintage, revestida na maior parte em branco com detalhes em tons claros, em vez de mesa, um balcão que se estendia pela cozinha.
Uma outra porta nos levava ao quintal, não era muito grande, mas muito charmoso, colorido por causa das flores, tinha um banco balanço, ideal pra sentar e ler.
No primeiro andar ainda tinha, uma lavanderia, um banheiro, e um pequeno escritório.

Estava conhecendo mais da casa quando mamãe se aproximou.

   "Gostou? Eu e seu pai fizemos questão de reforma-la, pelo menos por dentro, pra dá um ar mais jovial, Ash, Tracy, Ivy e Triss ajudaram-nos." Mamãe dizia com o sorriso de orelha a orelha.

   "Não precisava de tudo isso mãe, mas, eu amei." Eu disse completamente feliz.

   "Vamos, venha vê seu quarto." Disse ela me puxando pro segundo andar.

No segundo andar, tinha uma suíte, dois quartos e mais um banheiro.
Eu não fiz questão de escolher quarto algum, mas como minha mãe é dona da casa, as meninas insistiram para que eu ficasse com a suíte.

Cheguei ao meu quarto, ele estava completamente em branco, paredes sem cor, e móveis brancos, cama, guarda-roupa, estante de livros, escrivaninha e prateleiras.

   "Nós resolvemos deixar assim, esse canto é seu, pode decora-lo como quiser." Mamãe disse.

   "Obrigada mãe, eu quero deixá-lo mais a minha cara, você sempre sabe as decisões que tem que tomar." Disse a abraçando.

Ficamos no quarto até anoitecer completamente, desarrumando minhas malas, e colocando as coisas no lugar, quando a campainha tocou, desci pra atende-la. Era Ivy.

   "Oiiiiiiiiiiiii, só faltava você, entra!" Falei puxando ela pra um abraço, Triss veio correndo lá de cima e a abraçou também. "Agora está completo!" Eu disse continuando no abraço.

Ajudamos a trazer as coisas de Ivy para casa, e a mãe dela começou a se despedir, quando minha mãe virou pra mim com o olhar travesso.

   "Minha carona está indo embora, eu acho que vou também." Ela disse.

   "Carona? Ham?" Falei sem entender.

   "Seu pai e eu, não queríamos te deixar a pé aqui, então..." Ela levantou a mão com as chaves do carro. "Eu vou voltar com a Miranda, ela vai passar pela nossa cidade e me deixar em casa. Viajem de mamães!" Falou mamãe animada.

   "Nossa mãe, vocês... vocês... são pais incríveis." Eu disse com os olhos marejados, abraçando minha mãe.

   "Você que é uma filha incrível!" Ela completou.

Logo em seguida nos despedimos em lágrimas. Dá adeus a minha mãe, doeu muito, ela era mãe e amiga, mas sabia que falaria com ela 25 horas por dia. Ela e a Sra. Miranda entraram no carro e seguiram viagem.

Nós três entramos, sentamos no sofá, e ligamos a TV. 

Olhei pra minhas mais novas colegas de quarto, eu começaria uma importante parte da minha vida ao lado delas.

   "Enfim vida nova, enfim vida adulta, enfim sós!" Eu disse abraçando as duas pelos ombros.

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Oi pessoal, vim aqui agradecer a quem está lendo, sei que não são muitos, mas cada um de vocês é importante pra mim.

Quero pedi pra comentarem se quiserem alguma mudança ou pra me dá alguma opinião, não esqueçam de votar também =D

Amo vocês, K.

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