O tempo passava numa velocidade impressionante, eu me dividia entre consolar Danny de um lado e Triss do outro, o trabalho, as provas finais e Jackson querendo provar a cada dia que era a escolha certa. Toda essa rotina estava me deixando fora de eixo.

Eu estava tentando não admitir, mas eu sentia muita falta do meu amigo, Trevor. Desde as conversas e brincadeiras, até as implicâncias e provocações. Depois de todo o ocorrido, e da minha decisão sobre me afastar, nós não conversamos, em nenhum momento, eu o evitava a todo custo, e ele parecia respeitar bem isso. Ele estava com Triss quando eu não estava, e parecia sempre ter acabado de sair, quando eu chegava.

Antes, o meu novo lar, era um lugar bem divertido, todos jantávamos juntos, estávamos sempre brincando um com o outro e conversando. Agora parecia um lugar inabitável, Triss passava o dia no quarto, só comia besteira, o que a fazia passar bem mal alguns dias, e só saía para faculdade e o trabalho. Nós tentávamos anima-la a todo custo, mas não funcionava. E Danny não estava longe disso, eu passava muitas horas em sua fraternidade, já que ele estava terminantemente proibido de frequentar minha casa, aquele menino que desabafava comigo, não parecia meu amigo, divertido de antes.

Eu voltava do trabalho andando, e observando os raios solares ultrapassando as folhas das arvores, enquanto escutava musica no Ipod. Senti a vibração leve do meu celular, me fazendo procura-lo na bolsa.

Assim que o desbloqueei, o visor indicou dezessete ligações da minha mãe, meu coração parou. Meu primeiro pensamento foi o meu pai. Retornei a ligação imediatamente, preocupação me preenchia por completo.

"Mãe... o que aconteceu?" Perguntei apreensiva, assim que ela atendeu.

"O que aconteceu? O que aconteceu pergunto eu, Allyson! Te liguei DEZESSETE VEZES, filha! Você quer matar sua mãe do coração? É isso? Eu já estava quase ligando para polícia!" Mamãe respondeu sendo dramática, o de sempre.

"Poxa, mãe! A senhora me deu um baita susto, pensei que tinha acontecido algo com o papai!" Falei, sentindo toda a tensão indo embora.

"Ah! Quase esqueci!" Ela disse risonha. "Ele está aqui, filha! Chegou a três horas! Mas volta para lá amanhã cedo. Tem como você vir aqui hoje?" Mamãe falou com empolgação notável.

"Caramba!" Falei já apressando o passo até em casa. "Por que não me avisou antes? Vou chegar super tarde indo de carro... Essa hora o trânsito é horrível na rodovia!"

"Eu tentei avisar, né! Se você atendesse mais a sua mãe..." Ela falou toda cheia de razão, e merda! Ela estava certa.

"Tudo bem, mãe! Vou fazer o possível para chegar aí o mais rápido possível! Eu amo vocês!" Falei encerrando a ligação, já chegando em casa.

Entrei, subi as escadas correndo, eu estava tão animada e empolgada, fazia quase um ano que não os via, e ter meu pai bem, em casa, fazia meu coração transbordar de felicidade. Eu juntava minhas coisas em uma mochila correndo de um lado ao outro.

"Ally..." A voz mansa de Triss ecoou no quarto. "Eu queria conversar com você, confessar algo, na verdade."

"Tem que ser agorinha?" Perguntei sem ao menos virar, continuei elétrica juntando tudo. "Meu pai está em casa e eu tenho que correr, essa hora tem trânsito, e eu tenho que chegar lá o mais rápido possível..."

"Ally..." Ela chamou baixo, mas em meu estado, animada e ansiosa, continuei dispersa.

"Ele vai embora amanhã cedo... E eu tenho que vê-lo Triss! Estou com tanta saudade..."

"Ally..." Triss chamou novamente.

"Jackson foi fazer um show e está fora da cidade, não vai poder me levar... Eu tenho mesmo que correr." Continuei a falar, ignorando seus chamados baixos, e fechando minha bolsa.

"Allyson Micaela!" Triss agora falou alto, me fazendo parar.

"O que foi?" Falei alto também, me virando para ela. Percebendo Trevor parado ao seu lado. Meu coração palpitou.

"Eu estou grávida!" Ela soltou de uma vez, me encarando nervosa.

"Quê?" Perguntei assustada. "Grávida? De um bebê? Um bebê de verdade?"

"Não Ally, grávida de uma toupeira!" Triss riu em deboche. "É claro que é de um bebê!" Falou negando com a cabeça. "Um bebê do imbecil do seu amigo." Ela suspirou descrente.

"Mas como que...? Como isso aconteceu?" Eu perguntei ainda confusa.

"Ah!" Trevor riu, me lembrando que ele estava aqui. Bem perto. "Você quer mesmo que ela explique?"

"Não! Urgh! Não mesmo." Falei com nojo ao imaginar meus dois amigos, em situações íntimas. "Quando você descobriu? Você está bem? O que fará agora?" Disse enquanto me aproximava, a puxando em um abraço.

"Eu estava suspeitando... Mas tive a certeza ainda pouco, Trev me convenceu a fazer o teste." Ela disse suspirando. "Eu não faço ideia do que fazer, Ally! Eu e Danny estamos nessa situação... Nem nos falamos."

"Você tem que contar a ele, Triss!" Disse me afastando e a encarando. "Nossa! Danny sendo pai... Não imaginaria isso..." Pensei alto, lembrando do MEU PAI imediatamente. "Meu Deus! O meu pai! Triss... Eu quero muito conversar com você sobre isso, de tudo o que faremos, eu estou ao seu lado, para o que der, e vier, okay?" A olhei esperando assentir. "Mas agora, eu preciso ir vê o meu pai, prometo estar aqui amanhã."

"Obrigada, Ally! Eu... Entendo, pode ir tranquila... Ainda estarei aqui quando voltar, do mesmo jeito... Grávida." Ela falou sendo dramática. "Mas por favor, não conta ao Danny. Eu vou contar! Só quero pensar sobre tudo." Triss falou com a voz embargada.

"Tudo bem!" Abri um sorriso sem dentes para ela. "Mas se ele souber que eu sabia antes dele, e não contei. Ele não vai me perdoar." Avisei.

"Ele não vai saber." Ela me garantiu e eu a abracei.

"Fica bem, eu amo você." Falei a confortando.

Coloquei minha bolsa nas costas, e saí andando, meus pensamentos estavam a mil.

"Ally! Deixa eu te levar." A voz de Trevor surgiu atrás de mim, continuei a andar, sem virar.

"Quê? Tá louco? Nós não nos falamos mais... A quase um mês, e quer me levar na casa dos meus pais?" Falei debochando.

"Nós não nos falamos, porque você me evita." Ele falou, perto, e senti sua mão sobre meu braço, me fazendo virar e encara-lo. "Se fomos de moto, eu posso cortar caminho, chegaremos mais rápido." Trevor falou, me encarando sério, fazendo com que eu sentisse o nervosismo de sempre.

"Não. Obrigada." Falei, me virando e continuando a andar, tentando não demonstrar o que sua presença me causava.

"Ally, deixa de ser teimosa!" Ele bufou frustrado. "Você vai ter mais horas com o seu pai, pensa direito, por favor..."

Parei de andar, coloquei a cabeça para trás, encarando o teto, enquanto pensava. Ele estava certo, e isso me irritava.

"Tá bom! Mas isso não muda as coisas entre nós dois." Falei me virando e o encarando séria.

"Okay! Okay! Eu sei..." Ele falou apressando o passo até mim, e me entregando o capacete dele.

No caminho, eu pensava em como explicaria sobre isso, para Jackson, e para os meus pais, que com certeza, me encheriam de perguntas. Por vezes, meu coração vinha parar na boca, com a velocidade e os cortes que Trevor dava no trânsito. Ele estava realmente levando a sério isso sobre economizar tempo, eu o abraçava forte, me sentindo mais segura, e me fazendo questionar se valeria a pensa chegar cedo, se eu não chegasse inteira.

Assim que vi a cerca branca da casa onde passei toda minha infância e adolescência, meu peito apertou. Eu sentia muita falta daqui. Sem pensar duas vezes, saí da moto correndo, tirando o capacete, e correndo até a minha casa. Abri a porta e entrei como um furacão. Papai estava lá, sentado em sua poltrona, lendo jornal, como de costume. Eu pulei em seu colo, o abraçando, sentindo o alívio de tê-lo em casa.

"Calma, meu anjo! Eu estou aqui, estou bem..." Meu pai disse, acariciando meus cabelos. "Eu também senti muita saudade."

"Pai!" Levantei o olhar até ele.

"Aí vem a bronca..." Ele riu, já sabendo o que eu falaria.

"Para! O senhor quase não me ligou! Eu fiquei muito preocupada." Fechei a cara, irritada com esse fato.

"Você sabe... Como são as coisas, mas eu estou bem, estou em casa, até amanhã." Ele disse com um sorriso no rosto, me confortando e fazendo lágrimas de felicidade e saudade inundarem meu rosto.

Ficamos alguns minutos assim, até eu me lembrar do Trevor. Pedi licença e levantei, secando o rosto, indo procura-lo. Ele estava sentado em uma cadeira na varanda, com os cotovelos encostados no joelho, e o rosto entre as mãos, eu o conhecia e sabia que ele estava nervoso.

"Ei!" O chamei calma. "Vem cá! Entra... Vou te apresentar aos meus pais." Estendi a mão o esperando.

"Tudo bem." Ele falou com um sorriso minimo, tentando disfarçar o nervosismo. Só tentando mesmo.

Entramos, e mamãe já estava na sala, ao lado do meu pai, os dois estavam em pé, e o sorriso da minha mãe, triplicou, assim que ela viu Trevor.

"Ah! Então esse deve ser o seu namorado!" Ela falou se aproximando, me fazendo corar drasticamente. "Estava ansiosa para te conhecer."

"Não, mãe!" Falei envergonhada. "Esse é o Trevor, um amigo meu. O Jack não pôde vir..."

"Ah!" Ela me olhou confusa, me analisando, e logo depois fazendo o mesmo com Trev. "Me desculpa! Um amigo então... Um amigo motoqueiro." Mamãe disse com a voz divertida.

"Ele me trouxe aqui, mãe! Seria mais rápido..." Expliquei.

"Hm... Mais rápido, claro! Entendi!" Ela falou, e conhecendo minha mãe, como eu conheço, aquele entendimento era cheio de teorias.

"Prazer, Trevor." Ele disse pegando a mão dela e depositando um beijo. "Senhora...?"

"Pâmela." Ela disse risonha. "Mas sem o senhora, por favor."

   "Eu sou o Robert." Papai disse com um sorriso, esticando a mão para um aperto. "Prazer em te conhecer também, Trevor, amigo da Ally."

   "Então, o jantar fica pronto em instantes, vocês querem tomar banho antes?" Minha mãe perguntou.

   "Eu não... Não trouxe nada." Trevor falou envergonhado, encolhendo os ombros.

   "Ally te chamou em cima do tempo? Não deu nem tempo a ele de pegar alguma coisa Allyson?" Ela perguntou curiosa, mostrando que eu tive a quem puxar.

   "Na verdade..." Trevor sorriu torto para mim. "Eu me ofereci para trazê-la, mesmo ela sendo teimosa e não querendo aceitar..." Ele começou a falar algo que faria minha mãe nos encher de perguntas, logo o interrompi.

   "Então... Pai, pensei que talvez poderia emprestar umas roupas a ele, vocês tem quase o mesmo tamanho, deve caber." Falei indo em direção a mamãe. "Dá um tempo no interrogatório." Falei a encarando. "Eu amo você." Sussurrei enquanto a abraçava.

   "Tudo bem, minha filha." Meu pai disse, vindo em nossa direção. "Pega uma toalha limpa para o seu amigo também." Ele falou com o tom diferente na palavra amigo. Meus pais mexeriam comigo sobre isso, até eu me irritar, mereço os pais que tenho.

   "Vem Trevor! Vou te mostrar onde fica o banheiro." Falei o puxando escada a cima.

Peguei toalhas limpas, e o levei até o banheiro, o deixei lá, enquanto procurava roupas que dessem nele.

   "Aqui Trevor." Falei abrindo uma fresta da porta do banheiro, e estendendo a roupa com o braço para dentro. "Suas roupas."

Esperei alguns segundos, por uma resposta, mas antes que eu pudesse prever, ele puxou meu braço, me levando para dentro do banheiro.

   "O quê...? Você é...? Louco!" Falei irritada com os olhos fechados, sem saber ao certo qual seria minha visão ao abrir.

   "Não! Não sou louco!" Ele disse próximo a mim. "Eu só quero conversar, Ally! Você só me evita ultimamente." Sussurrou com a boca próxima aos meus ouvidos, me fazendo sentir um leve arrepio. "Abre os olhos."

   "Não! Não vou abrir os olhos. Eu nem devia estar aqui..." Falei zangada, mantendo meus olhos bem fechados, eu estava muito nervosa.

Me desvencilhei dele, e tentei tatear a parede em busca da porta, eu só queria sair daquele banheiro, minha respiração estava descompassada, e outro puxão do Trevor em meu braço, me fez abrir os olhos para encara-lo irritada.

Não posso dizer que a visão do Trevor, de toalha, com o abdômen, cheio daqueles gominhos, e tatuagens, fosse algo ruim, não era, mas me fez corar por inteira, me deixando totalmente sem graça.

    "Me desculpa por isso, Ally." Falou, se aproximando, e me fazendo dá passos para trás, até minhas costas encostarem na parede, ele parou, próximo a mim. "Eu quero muito conversar, mas você é tão teimosa... Esse é um dos poucos momentos em que baixou sua guarda." Disse me encarando. "Você quer conversar logo? Ou prefere demorar e deixar o que estamos fazendo a critério da imaginação dos seus pais?"

   "Okay! Você é insuportável! Fala logo o que quer." Falei colocando a mão em seu peito e o afastando levemente.

   "Já me chamaram de coisas piores, posso sobreviver com isso." Falou me encarando segurando o riso, fazendo com que eu me irritasse mais.

   "Você vai falar, ou o quê?" Revirei os olhos ao dizer.

   "Eu quero falar com você... Sobre aquela noite com a Tracy."

   "E por que você acha que eu quero saber disso?" Falei desdenhando. "Não me importo com isso, com o que fizeram ou deixaram de fazer."

   "Ah! Então é por não se importar que você me evita desde então?"

Não respondi quanto a isso, apenas o encarei envergonhada.

   "Não aconteceu, o que você pensa..." Ele começou, mas o interrompi.

   "Eu não penso nada." Respondi irritada. Me calando com seu olhar sério.

   "Naquela noite... Sua amiga estava magoada com o Danny, e demonstrou isso da única maneira que sabia... Quando você foi embora do bar, ela não entendeu o porque, queria atingir o Danny, e não você, aí eu expliquei a ela a situação..." Ele falou buscando meu olhar enquanto eu evitava o dele.

   "Que situação? Não tem situação nenhuma." Falei levantando minhas mãos no ar.

   "Sério, Ally?" Ele disse em total deboche.

   "Okay! Okay! Continua..." Falei suspirando, revirando os olhos

   "Ficamos conversando, até depois de todos irem embora... Um tempo depois eu recebi uma mensagem do Danny, pedindo para que eu levasse Tracy a minha casa, eu não levaria... Mas ele me garantiu que você quem sugeriu." Trevor falou, me encarando em busca de alguma confirmação.

"Eu sugeri." Confirmei.

"Então a levei, Tracy me falou, sobre ela e Danny, me contou tudo, e eu a aconselhei. Ela é uma garota incrível! Em pouco tempo de conversa pude perceber isso, e deixei claro a ela, sobre merecer alguém, que sentisse algo recíproco. Ela confessou o quanto ainda gosta do Danny, e era difícil vê-lo com outra pessoa. Eu a entendia. Conversamos a noite toda."

"Você a entendia..." Pensei alto o encarando. "Mas... Ela disse que vocês passaram a noite juntos."

"Nós passamos, ué! Conversamos a noite toda..." Ele me olhou e riu sem graça. "Você mais do que ninguém deveria saber que eu não ficaria com outra pessoa, é impossível."

"Claro!" Revirei os olhos. "A Jenn..." Comecei a falar mas fui interrompida.

"Não, Ally!" Ele riu docemente, aproximando mais o rosto ao meu. "Por você!" Falou num sussurro.

"Eu?" Falei, buscando alguma dúvida em seu olhar, meu coração acelerou, eu respirava fundo, tentando compreender aquela confissão.

"Sim, você..." Trevor continuou me encarando, abaixando seu olhar aos meus lábios, fazendo com que eu esquecesse, onde estava, ou qualquer coisa sobre a vida fora desse banheiro. Até a razão voltar a mim.

"Trevor, eu não... Não posso... O Jackson..." Eu disse o empurrando para mais longe, e respirando fundo.

"Primeiramente." Ele riu me olhando. "Eu merecia isso. E eu não quero que faça nada errado, só me escuta, okay?" Ele falou me trazendo segurança.

"Pode falar." Respondi atenta, com minha curiosidade a mil.

   "Depois de tudo o que me disse no bar, me mostrando que eu abri mão de qualquer oportunidade que tiver de te conquistar... Me mostrando que eu perderia você. Perder alguém, que estava ao meu alcance a todo tempo." Ele fez uma pausa respirando fundo. "Podendo ter evitado dessa vez... Você sabe o quanto é difícil te vê com ele?"

"Você pareceu aceitar muito bem..." Tossi, tentando esconder o quanto suas palavras me afetaram.

"Claro, Ally! Eu escolhi isso, sabia que não te merecia, então aceitei sua felicidade, sempre vou querer te vê feliz, e me concentrei em mudar." Ele falou sem me encarar dessa vez, com o olhar baixo.

"Mudar?" Perguntei curiosa.

"Sim... Quando gritou comigo naquela noite, tudo o que me disse, foi apenas a verdade, doeu, mas me motivou a superar. E eu estou tentando, mais a cada dia." Falou voltando a me encarar e se aproximar. "Estou fazendo por mim, mas você é o motivo."

"Eu..." Minha cabeça girava confusa. "Não tenho o que dizer, isso não muda nada." Eu menti.

"Não muda?" Falou arqueando as sobrancelhas. "Não nega, Ally. Você o namora, mas sente algo por mim. Eu sei disso, olha como fica quando estamos assim... Perto um do outro. Eu fui sincero, fiquei exposto, seja honesta também."

"Eu quebrei minha promessa." Admiti, torcendo para que ele entendesse.

"A promessa?" Ele perguntou com um sorriso torto e doce no rosto.

"Sim, eu me apaixonei... Por você." Confessei.

"Ally..." Ele disse descendo seu olhar dos meus olhos, aos meus lábios.

"Mas... Admitir isso não muda em nada nossa relação, a situação é complicada demais, e quando voltarmos, quem terá que enfrentar sou eu... Não quero fazer ninguém sofrer." Falei me afastando dele novamente, soltando o ar dos pulmões, lembrando que Jackson não merecia sofrer.

"Ally..." Ele suspirou frustrado. "Eu quero que você escolha, o que te faz feliz. Eu vou aceitar, independente do que seja. Mas não deixa de lado tudo o que sentimos, não deixa de lado, o fato de que estou loucamente apaixonado por você, por favor." Trevor falou me encarando, fazendo meu mundo parar com sua declaração.

Eu estava perdida.

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Amo vocês, K.