Capítulo 4- Segredos
Quando amanheceu me dirigi ao toilette do meu aposento. Um pequeno vão aconchegante, uma banheira de porcelanato e alguns jarros de flores tulipas - artificiais - decoravam o entorno. Soalho do melhor carvalho como o do antigo salão, paredes claras proporcionavam total requinte. De fato, toda a academia em si era bastante elegante. Tomei meu banho e ao sair do mesmo deparei-me com um uniforme sobre o estofado. A veste superior recordava o antigo traje militar britânico, porém, de tonalidade azul escuro. A saia colegial em sua barra constava uma listra branca destacando o tom vermelho intenso da mesma.
"Quem será que deixou isso aqui?"refleti ao pegar o bilhete sobre o uniforme.
"Como toda aluna da Miator, deve usar um uniforme. Assim, será mais convincente! Assinado: E.M.S"
- E.M.S? O que essas abreviaturas são? Sei que é o meu cliente... Mas nem o nome ela me disse! Esse trabalho está cada vez mais estranho. - disse desconfiada. Parei de me questionar e vesti aquele uniforme usando meia-calça preta.
Após vesti-me um alvoroço começara. Gritos estéricos e correria pelos corredores agitavam a Miator. Sai do meu quarto e as superiores corriam em direção ao vestuário feminino. Conduzi-me até onde a agitação começara. Várias garotas estavam ao redor de uma garota. Entrei para visualizar melhor e era Elizabeth. Ela segurava uma nota com letras encardidas como sangue. Fui até ela e peguei a nota de suas mãos o bilhete dizia: "Aprecie seus momentos finais, porque serão os últimos de sua vida". Observei o olhar espantado de Elizabeth, suas mãos tremiam e a pele alva estava mais pálida do que de costume. Observei as garotas ali presente e nenhuma emitia uma aura negativa ou parecera suspeita. Nenhuma que constava ali.
- Meninas acalmem-se deixem a senhorita Bloom respirar. Voltem para suas salas isso é assunto particular. - A coordenadora retirava as alunas dali, era uma senhorita que parecia caminhar nos seus 30 anos, pele alva e cabeleira acastanhada, pelo semblante passara diversas noites acordada amontoada de trabalho. - Senhorita Ootori, você deve regressar para sua aula. - informou por fim.
Elizabeth olhou para mim com os olhos marejados e indecifráveis, clamando por algo que somente ela sabia. Nada podia fazer ali, fui para sala de aula e passei às duas horas e meia estudando disciplinas entediantes. No intervalo liguei para Tomoe.
-Tomoe? Sou eu! Está afim de fazer umas pesquisas? - articulei explicando todo o procedimento. Desliguei ao notar a presença de alguém atrás de mim.
- A senhorita Agnês não permite que as alunas saiam e usem celular. - uma jovem de madeixas longas azuis celeste com feições colegiais de fundamental aproximava gradativamente. - Você não é daqui, certo?
- Sou aluna de intercâmbio, não escutou os outros? - "O que aquela baixinha queria afinal?"
- Falo sobre esta academia! Só os nobres freqüentam aqui. Eu li sua fixa. Consta pouca informação para uma aluna de intercâmbio. - sua voz fina e baixa pôde ser mais ouvida quando aproximou-se de mim.
- Você andou me investigando? Esses são seus hobbies? Coletar informações de novos alunos?
- Não! Só os interessantes. - ela disse ao se afastar parando a dez passos. - A biblioteca é um bom lugar para se ler a noite. Lá ocorre muitas histórias. - disse por fim.
Algo estava ocorrendo naquela academia, o meu alvo estava sendo alvo de mais uma pessoa! Significa que um de nós herdaria os próximos milhões. Se eu possuía um rival, logo ele não existiria mais. Regressei para as próximas aulas e Elizabeth estava sendo confortada pela sua amiga nobre, Ascot. Eu posso está exagerando, mas eu detestava essa garota. A turma estava inquieta devido o ocorrido, fora preciso três ordens de silêncio da professora Anne - que ligeiramente me lembrava a atriz Zooey Daschenel com seus lindos olhos cor de safira.- Transferida a seis meses atrás. Ela dava aulas de química e física.
- Garotas mantenham a postura. Como nobres vocês precisam dominar a arte quântica! - ela prosseguiu com a aula, enquanto eu analisava as garotas ao meu redor.
"A biblioteca é bom lugar para se ler a noite. Lá ocorre muitas histórias."- O que de fato aquela garota queria dizer? Observei a mesma e descobri com a lista de chamada que seu nome era Noël Cumani Eostre. Filha do masquês Eostre, Noël era filha única. Apesar de sua aparência "juvenil" possuía 16 anos. Era um prodígio em instrumentos como o violino e violoncello.
Ao terminar a aula dirigi-me ao vestuário feminino atrás de pistas sobre a nota de ameaça endereçada a Elizabeth. Aquele entorno era o mais simples da academia, apenas possuía longos bancos retangulares e armários cinzentos. Segui em direção do armário de Elizabeth e com dois grampos tentei abrir o mesmo. Para olhos normais não havia nada de errado. Mas para um espectador assassino aquilo era um banquete de pistas. O acusado ao deixar a nota de ameaça manchou suavemente às roupas de educação física da jovem Bloom. E não era sangue, sujou de pólvora. Minúsculos grãos cinzentos se disfarçariam rapidamente neste uniforme visto por você. - Não tenho olhos biônicos meu caro, apenas sei como um assassino pensa. - Cada assassino tem seu jeito peculiar de matar alguém. Uns gostam de armas brancas outros preferem tortura psicológica, armas de fogo e outros... Preferem bombas. Nosso suspeito é um especialista em bombas.
- Isso está ficando interessante. - disse por fim.
Esperei fadigamente o badalar das 21:00 horas. Cujo horário fora designado para as estudantes recolherem-se. Quando todos estavam finalmente dormindo fui de encontro à ala da biblioteca. Caminhei por longos corredores até a sala da biblioteca. A porta era deslizante o que poupava o ranger da porta. Aquele vão era enorme com um amplo primeiro andar.
- Devo ter perdido a minha sanidade! Tomoe estava certa, o meu trabalho deve ter estourado meus neurônios. - Disse ao caminhar para a ala mais funda da biblioteca. - O que estou procurando afinal?
A medida que me aprofundava naquele local, a escuridão engolia tudo ali e vozes femininas podiam ser ouvidas ao longe. Cheguei o mais próximo possível e escondi-me entre as sombras.
- Você não acha que foi cedo demais para colocar isso? Todos ficaram alarmados! - Dizia a primeira voz um tanto cautelosa.
- Claro que não! Esta é a hora! Se você não lembra temos um prazo a cumprir ou outra assumirá no nosso lugar. - A segunda voz pareceu um tanto irritada e impaciente.
- Eu sei! Vamos seguir conforme o plano, sem levantar suspeitas. - Elas saíram por outro compartimento que não pude vê-las e muito menos reconhecer a voz. Mas de fato, tínhamos outra assassina além de mim! E uma coisa era certa, ninguém vai tomar o meu dinheiro!
Acordei com algumas batidas depositadas em minha porta. Espreguiçando-me fui em direção a mesma com o pior humor que já tivera. - creio que informei não ser apreciadora das manhãs. - abri a porta prestes a mandar a infeliz pro inferno quando fui surpreendida por Elizabeth sorrindo gentilmente ao me ver.
- Bom dia Mizaki. Devido o ocorrido de ontem não podemos conversar... ah me desculpe eu te acordei? Sinto muito. Retorno em um momento mais adequado. - ela disse corando ao me olhar. Não entendi o motivo do rubror em seu rosto até perceber que estava sem a parte superior de minhas vestes.
- Tcs... Esqueci... Fique a vontade eu vou me arrumar. - disse dando espaço para ela entrar, enquanto tomava um rápido banho e me arrumava.
- Você ficou com um cômodo só para você. Como sua transferência foi de última hora não havia ninguém com outra cama disponível. Todas possuímos uma colega de quarto.
- Não se preocupe, estou bem assim. - Falei ao me aproximar dela com o uniforme vestido - Bom o que queria falar?
- Bem como você é novata não deve ter entendido aquele alvoroço. É algo restrito, mas sinto que posso me abrir com você. - Agora para tudo! Vocês entenderam ou estou ficando louca? Essa garota confia em mim? Ela tem um péssimo radar para fazer amizades, por isso a melhor amiga é uma vaca podre!
- Eu corro sério risco de morte. - ela disse aflita. - Como não quero envolver mais ninguém, sugiro que se afaste de mim... Não quero perder mais ninguém. - Ela saiu correndo em direção a estufa da academia.
- Não quer perder mais ninguém? A fixa dela não consta familiares mortos, além de sua mãe que morrera quando era bebê, mas fora por motivo de doença. Do que ela está falando? Não pode ser sobre a mãe. - rapidamente a jovem Eostre surgira, seguindo em direção a sala de música. - Noël Eostre, preciso falar com você.
- Olá garota transferida. A que posso ser útil? - indagou.
- Tenho algumas perguntas. - Disse ao entrarmos na sala de música para conversarmos. Um vasto salão iluminado e rico em diversidade de instrumentos. Por hora as únicas pessoas que ali haviam era Noël e eu.
- Então quer saber sobre a herdeira Elizabeth. Quem não quer saber sobre ela? - articulou com um tom de desdém. - Elizabeth é a nobre mais rica e poderosa de toda a academia. Na verdade, está imensa academia pertence a sua nobre família. Elizabeth é a próxima da linhagem a ocupar o título de alteza real ou Infante como preferir. Até ela se formar sua tia, a diretora ocupa o cargo de alteza real.
- E como é o nome da tia dela?
- Não se fala o nome dela devido aos ataques contra Elizabeth e nem mesmo a própria sobrinha ousa revelar tal nome. Mas dizem que está viajando e como substituta está sua filha mais velha a senhorita Célia Marres.
- Compreendo. Ela não é de se mostrar não é?
- Não, Célia é ocupada demais para visitar as alunas. Se tem algo a dizer para ela você relata tudo a coordenadora Ângela. Ela cuida da segurança de Elizabeth e transmite qualquer informação da diretora substituta.
- É uma organização e tanto. Mas... Elizabeth, ela já perdeu alguém?
- Você é rápida no gatilho Ootori, está bem informada. Sim! Mas isso a minoria sabe. A alguns anos atrás ela perdeu sua "colega" de classe se é que me entende. Alguém invadiu a Miator e o tiro que era para Elizabeth foi em Akane Kizaki, uma asiática de intercâmbio assim como você. - Ela sorriu sinistramente de lado. - Akane era o amor de Elizabeth e alguém que até hoje é desconhecido a matou. Se já terminou com os interrogatórios eu tenho aula de canto agora. - Disse ao entrar inúmeras garotas no salão de música.
- Não, Isso é tudo. - Caminhei mandando uma rápida mensagem para Tomoe. -
"Procure por Akane Kizaki e descubra o que puder sobre a academia Miator, funcionários e alunos, quero isso o mais rápido possível. Ainda me deve as informações de ontem!" enviei.
Rapidamente um outro torpedo de Tomoe chega.
"Não é tão simples assim Albina, há muitos arquivos restritos e informações incompletas e diversas senhas para burlar. Preciso de tempo. Notificarei quando tiver respostas. Paciência é uma virtude, frase de Tomoe Uehara :-) "
- Tcs. Pelo visto meu trabalho será atrasado. - Falei guardando meu celular e deparei-me naquela estufa. Resolvi entrar e um choramingo fora ouvido. - Senhorita Bloom?
- Mizaki é você? Eu disse para não se aproximar de mim. - Ela falou secando as lágrimas e retomando a postura. Seu rosto albugíneo estava totalmente corado. Ela havia chorado muito. - Por favor, não quero que se machuque.
Sentei no banco de madeira ao seu lado não sabia o que estava fazendo, mas eu comecei a falar sem pensar.
- Quando eu tinha sete anos vi minha família ser morta sem piedade por um chefão mafioso arrogante. A polícia demorou a resolver, mas quatro anos depois aquele chefão que matou meus pais foi morto. A morte sempre irá nos perseguir aonde quer que vá. Não pode se culpar por tudo que ocorre ao seu redor. "A vitória está reservada para aqueles que estão dispostos a pagar o preço." - eu disse sem fita-la.
- Sua família foi morta? Eu... Eu sinto muito. É uma frase se Sun Tzu, correto? - Ela disse. - eu li esse livro naquela última conversa que tivemos. É realmente brilhante.
- Não sinta, foi à muito tempo atrás. E é sim. - Eu encarei finalmente seus olhos topázios fitando os meus. Uma lágrima escorrera por sua face, mas instintivamente a barrei com meu indicador, sua pele era aveludada como imaginara, macia e perfumada.
Um ruído nos despertou era uma mine bomba jogada em nossa direção. Apesar de pequena era possível matar alguém dependendo da distância.
- Droga! - instintivamente peguei Elizabeth no colo e saltei para longe dali nos refugiando atrás de um grosso tronco de madeira. A explosão foi executada e graças a minha entidade mágica estávamos salvas. Já disse que não deixaria outro assassino além de mim, matá-la. - Você está bem?
- Estou!
- Que bom! Eu vou protegê-la. - disse ao olhá-la nos olhos.
Hoje, o dia foi um pouco demais para mim. Eu tinha um plano lógico e eficaz! Fingiria protegê-la, encontraria as malditas assassinas as mataria e claro, a próxima de minha lista seria Elizabeth Bloom Terceira, a garota responsável pelos meus vários milhões em minha conta bancária! Permaneci em claro, refletindo sobre meus suspeitos. Quando alguém batera em minha porta. Olhei o relógio e o mesmo mostrara 23 horas 50 minutos. Abri a porta e ali estava ela com uma roupa de dormir casual rosa, um tanto apertada no busto, mas lhe caia muito bem. Segurava um travesseiro bastante fofo e macio.
- O que faz aqui? - Ergui a sobrancelha.
- Vim... é... Posso dormir com você? - ela mostrara um olhar pidão.
- Claro que não, você tem seu quarto.
- Por favor... por favor?
- Garotas não quero ouvir um pio em seus quartos. - Dizia a representante de quarto caminhando pelos corredores fazendo sua última ronda.
- Se ela me ver aqui na porta do seu quarto seremos suspensas. -Elizabeth dizia.
- Mon dieu, entra logo Bloom. - A puxei para dentro do quarto quando a representante aproximara. Fechei a porta rapidamente soltando um suspiro.
- É parece que agora está tudo bem! - ela dizia mais tranquila por ter se livrado da representante.
- Que ótimo. Não estou acostumada a ter companhia Bloom.
- Mizaki eu queria agradecer por hoje cedo... por ter me salvado.
- Tudo bem. Bom, você conhece essa academia melhor que eu. Pode ficar com a outra cama. - disse me deitando logo em seguida. De fato você perguntaria: "porque não mata ela agora? É sua chance!" É uma chance e tanto se você quer ter sua cara exposta nos jornais britânicos amanhã junto de toda a C.S.I, F.B.I e S.W.A.T colada no seu pé. Paciência pequeno gafanhoto!
- Mizaki, Ainda acordada?
- Sim Bloom.
- Você me contou sua história e bom... queria compartilhar algo com você. Já perdi alguém especial, nós éramos um casal, poucos da academia sabem dessa história. Você me lembra muito o jeito da Akane, sua personalidade misteriosa e seu jeito quieto. Porém, seus olhos esmeraldas no fundo há gentileza e doçura, como os de Akane.
- Deve está enganada senhorita Bloom. Posso ter tudo menos essa gentileza e doçura que tanto diz.
- Então a quem devo agradecer por ter salvo a minha vida hoje? A garota a minha frente ou a que está trancafiada ai dentro?
- Melhor dormimos, está tarde.
- Tudo bem, boa noite Mizaki. - Ela disse e eu nada respondi além de fechar meus olhos. Porque ela teria dito isso?
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