Garotos confusos
Porque toda a minha
vida eu tenho lutado.
Nunca senti uma
sensação de conforto.
Todo esse tempo estive escondido.
E nunca tive alguém para
chamar de meu, oh não.
Estou tão acostumado a partilhar.
O amor só me deixou sozinho.
Mas estou em silêncio.
- Silence
Vi garotos confusos olhando para os meus olhos inchados, eles não estavam acostumados com a Nara que não escondia seus sentimentos. Com a Nara que ria mesmo estando quebrada por dentro.
Eu tinha acabado de gritar com eles, mas eles só queriam entender o que tinha acontecido. Eles se preocupavam realmente comigo.
Um deles imaginava o que acontecerá, mas a sua duvida não o impediu de falar o que eu tentava esquecer, mesmo sendo impossível esquecer. A ferida estava aberta e eles a cutucaram.
Por isso mandei eles pararem de tomar conta da minha vida, pois eles não faziam parte dela.
Eu menti ... mentir protege as vezes. Mas uma espada usada para proteger um soldado, pode ferir outro, e talvez este nem precisava realmente dessa espada para se proteger, talvez um simples escudo bastava. Talvez esse soldado nunca vai aprender isso, pois ele foi treinado para atacar quando for se defender, e isso não vai mudar, está no seu subconsciente e ele faz isso sem perceber.
E a cena aconteceu de novo, os olhos confusos e assustados me encaravam, eles transmitiam a magoa de dois garotos preocupados com uma amiga triste, logo aquela amiga que nunca estava triste.
Me senti de novo com 12 anos, quando todos pareciam se afastar de mim e quem se aproximava eu afastava aos gritos e espadas. Eu era (e sou) como um gatinho machucado que acredita que todos da sua volta podem ter o machucado, mesmo que estes queiram te ajudar.
Quase a mesma cena se repetia, eu estava com medo, com saudades, a ferida estava aberta de mais para ser tocada, até mesmo para ser cuidada.
Muitas coisas, neste ano, se pareciam com aquele ano, devo ter voltado no tempo, devo ter regredido.
Mudanças, e "adeus" não ditos, um até amanhã convertido em um nunca mais.
Sim, não posso de modo algum negar, dessa vez é pior, crescemos e passamos a entender mais, as coisas passaram a doer mais. Talvez era melhor antes quando ainda tínhamos esperanças e sonhos - que acreditávamos firmemente que iam se realizar - quando acreditávamos nas pessoas ao nosso redor.
Acho que mudanças acontecem, e tudo que elas levam apenas as nossas lembranças podem trazer de volta, nem que seja por alguns minutos coisas que levaram anos para acontecer. Como uma árvore que demora centenas de anos para crescer ,e depois que morre só podemos ve-la por uma foto, algo que é procesado por nossa mente por alguns segundos, e visto de um ângulo só.
Eu não devia ter gritado com meu namorado e o "nosso" melhor amigo naquele dia, eu descontei neles uma raiva que não tinha contra eles ou o comentário de um deles, eu descontei neles, uma raiva que eu sentia de mim mesma.
Acho que o que mais doi é remoer nosso erros por dias e ter a certeza que você agiu como seu pai, e saber que isso não era tão bom quanto as pessoas achavam.
Se eu lembro? Sim, cada palavra e cada olhar. Não lembro de coisas importantes intelectualmente, como formulas matemáticas, a matéria da recuperação de fisica ou o meu próprio numero de telefone (mesmo o último ponto não seja algo "intelectual",propriamente dito, considero como não sentimental). Fatos bobos, pra outros, são de grande importancia pra mim. Assuntos passados por irrelevantes, batucam todos os dias em minha mente.
Tive certeza disso quando foi pedir desculpas e eles nem se lembravam desse dia, ou o que eu tinha feito. Tive ,também, a certeza que talvez era sentimental de mais quando Lauren me disse que já tinha superado, quando eu estava ainda me sentindo acabada a cada dia 20 (6 ao total), ou quando olhava para meu uniforme assinado por varias pessoas, inclusive Mila.
Acho que, o simples fato de eu estar triste, faz meu cérebro me mandar lembranças, boas e ruins, o que me faz sentir pior e pior. E fico lá por um bom tempo remoendo tudo e mais um tanto, pensando em cada ato ruim que eu fiz.
Então olhei de novo para meus amigos, que me olhavam confusos de novo, e sorri, não para eles, mas para as lembranças que tinha. Pois isso nos define, cada pessoa é uma memória para você, você a vê e a associa a uma coisa que aconteceu no passado, boa ou ruim, isso faz você a odiar, gostar, ou amar.
Então ,respondendo a pergunta que me faço constantemente :
Sim, eu lembro, cada palavra e cada olhar. E vivo cada sensação que essa memória provoca, tanto a que já senti, quando a que sinto agora. Pois é assim que vivemos, entre fio minúsculo que divide o passado e o presente que somos obrigados a passar, a sofrer com o que fizemos antes.
OOieee!!!
Aqui é a autora de "Do You Remember" e queria agradecer muito muito muito a vocês pelo apoio que estão dando a essa história. Cada comentário me deixa muito muito feliz!
Quero muito saber o que vocês acharam da história/conto!
E mostrar como imagino o namorado e o melhor amigo de Nara (em uma selfie):
Tom Holland as Julian Hansen
(Nara's boyfriend)
AND
Thomas Doherty as Camden Tyler
(Nara's best friend)
Talvez coloque no Cass, mas provavelmente não.
Este, como eu disse para alguns nos comentários, é o último capítulo, ainda teremos um Epílogo e "Notas finais da autora", mas capítulo capitulo final mesmo é só esse.
Espero realmente que tenham gostado da história *-*
Bjs ! Amo vcs!
+Nina Folly "folha"
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