• Capítulo Vinte e Um •
[...] então, como eu estava dizendo, para mim existem três passos básicos para a paixão:
1. A pessoa aparece vez ou outra na sua cabeça. Você pensa nela com certo carinho e gosta de sua presença.
2. Lugares te fazem lembrar-se da pessoa em questão. Cheiros e até sabores. Estar ao lado dela agora é algo que torna seu dia mais feliz e, ao olhar para trás, percebe como era estranha a vida sem ela.
3. Como mágica, agora seu coração bate mais forte toda vez que a vê. O futuro parece um lugar menos indefinido e solitário quando você percebe que quer tê-la ao seu lado para o que der e vier. Acaba percebendo que gosta tanto dela, que a mínima possibilidade de vê-la sofrer também parte seu coração.
Rebecca leu pela centésima vez o post que tinha feito há quase três meses atrás, quando Kevin MacCormack ainda era só mais um dos populares esnobes do colégio que ela nunca tinha trocado mais que meia palavra.
Pensar naquilo fez com que uma risada escapasse de seus lábios. Como um dia tinha imaginado que ele era só aquilo? Como um dia tinha vivido sem aquele sentimento tão bom e poderoso que tomava conta de seu coração?
Talvez estivesse exagerando, talvez estivesse tão tolamente apaixonada que começava a ficar boba, mas a verdade é que Becca tinha plena consciência que sua vida estava muito melhor desde que Kevin entrara nela, e que agora olhar para um passado recente onde ainda não conhecia aquele garoto que a tinha feito experimentar as sensações mais absurdas e extraordinárias, era simplesmente inconcebível.
Becca voltou os olhos para a tela do celular, analisando os seus próprios três passos para a paixão.
Em qual deles ele estava? Dois? Três? Se fosse qualquer outra pessoa, ela precisaria de menos de cinco minutos de conversa para identificar algo como aquilo, mas em seu próprio caso... Era tudo tão mais difícil!
Então era assim se apaixonar? Sentir o corpo flutuar como um balão de gás hélio e sorrir como uma boboca sempre que a tal pessoa surgia em sua cabeça?
Era uma sensação estranha, mas verdadeiramente maravilhosa.
"Três passos para se apaixonar, hein?", uma voz disse atrás de Rebecca, fazendo com que ela pulasse e quase deixasse o celular cair no chão. "Confesso que eu já estava desconfiada."
Becca se virou para a avó e sentiu o rosto arder ao mesmo tempo em que um sorriso involuntário tomava conta de seu rosto.
"Desde quando a senhora é tão xereta, vovó?"
"Eu chamaria isso de curiosidade."
"Vou deixar que a senhora pense assim."
Becca saiu da sala e foi até a cozinha da casa da avó para beber um copo d'água. Era segunda-feira à noite e ela tinha decidido dormir na casa dela porque precisava ir mais cedo para o colégio no dia seguinte para uma reunião com a comissão organizadora do festival. Faltavam exatamente doze dias para o evento e eles queriam passar mais algumas instruções para os participantes.
Além do mais, o clima em casa não estava dos mais agradáveis.
Rebecca e a mãe não vinham se falando muito. Becca achava que precisava de um pouco de tempo sozinha desde aquela discussão do sábado, e a casa da avó era sempre o melhor refúgio.
"É aquele garoto, não é? Kevin", falou Elizabeth, seguindo a neta de perto com suas agulhas de crochê na mão. "Você está com a maior cara de apaixonada que eu já vi, querida."
Becca soltou uma risadinha e mordeu o lábio inferior. Será que estava tão na cara assim? Será que Kevin tinha percebido?
Deus do céu, ela se mataria se ele tivesse percebido.
"Esqueça isso, vovó."
"De jeito nenhum. Aquele menino é o maior pão, Becky!"
"Pão?" Becca riu. "Isso é ridículo."
"Ridículo ou não, é verdade."
Becca bebeu sua água muito lentamente, tentando ganhar algum tempo para se preparar para a próxima enxurrada de perguntas da avó.
"Anda, me diz, vocês já..."
"Não", Becca respondeu rapidamente, sentindo o corpo queimar dos pés à cabeça. "Em nenhum dos sentidos. E eu não quero falar sobre isso com a senhora."
"Por que não?"
"Porque é estranho."
"Bobagem!"
Becca passou uma das mãos pelo cabelo, apreensiva. Desde sábado ela estava naquele estado mais avoado, pensando em tudo o que tinha acontecido naquele monte de pedra onde tanto ela quando Kevin tinham dito tantas coisas um para o outro.
A verdade era que, por mais que estivesse se sentindo bem por ter percebido o que sentia em relação a ele, também estava profundamente preocupada. As coisas que Kevin havia dito a ela... Eram muito sérias.
Ela não conseguia imaginar a dor que ele carregava. Não conseguia imaginar por quanto tempo estava guardando aquilo e como devia doer sufocar todos aqueles sentimentos. Mas... Bom, a verdade era que ela tinha uma pequena noção sim. E sabia o quanto doía, embora tivesse certeza que sua dor não deveria de jeito nenhum ser comparada a de Kevin.
As coisas que ele tinha revelado sobre o pai... Becca nunca teria imaginado que Frank MacCormack era um homem agressivo. Ela nem queria acreditar. Todos sempre disseram como a família de Kevin era perfeita, mas a verdade parecia ser muito diferente. Ela sentia uma raiva avassaladora tomar conta de seu peito toda vez que pensava em Frank. Pensar que aquele homem tinha feito coisas terríveis tanto com Kevin quanto com a família dele... Deus, nunca tinha sentido tanto ódio de alguém na vida!
Naquele instante o celular de Becca apitou e ela olhou para a tela rapidamente, esperando ver uma mensagem de Kevin.
Mas não era ele.
Becca tentou reprimir um suspiro de frustração.
Novamente Kevin tinha se recolhido e mal falara com ela pelo resto do fim de semana. Naquele dia, na escola, ele não aparecera no refeitório para almoçar e ela não o encontrara nos corredores.
Becca tinha quase certeza que ele a estava evitando por tudo o que tinham compartilhado no sábado, o que era ridículo. Ela não estava com medo de encará-lo depois que lhe dissera o que a machucava e a fazia sofrer. Na verdade, sentia como se o laço deles tivesse ficado mais forte.
Mas talvez para ele não fosse a mesma coisa.
Ela suspirou.
"Ah, Becky, o que foi?", sua avó disse naquele instante, largando as agulhas de crochê em cima da mesa da cozinha e vindo na direção da neta. "Ah, querida, não me diga que você se apaixonou e teve o coração partido em rápida sequência."
Rebecca abriu um sorrisinho triste e fez que não com a cabeça, deixando-se ser embalada pelos braços da avó.
"Quer me contar o que há de errado?"
Becca ficou indecisa. Ela estava se sentindo meio sozinha desde que aquilo tinha acontecido, era verdade. Estava dividida entre todo aquele sentimento bom que estar apaixonada provocava e o medo que Kevin a afastasse por seus próprios motivos particulares.
Respirando fundo, ela contou a avó sobre o momento que eles tinham compartilhado juntos recentemente, obviamente sem citar nenhum dos problemas de Kevin e nem os seus próprios. Só disse que desde que tinham se aberto um para o outro no sábado ele tinha se afastado de novo, como tinha acontecido antes quando ela descobrira sobre aquela outra parte secreta da vida dele: a música.
"Talvez a culpa seja minha", Becca falou baixinho quando terminou. "Vai ver eu..."
"Pode parar aí", Elizabeth disse antes que a neta continuasse, se afastando um pouco para olhá-la nos olhos. "Não importa o que vai dizer, é claro que a culpa não é sua, Becky. Você é mais esperta que isso. É bem óbvio o motivo dele ter se afastado um pouco, não é? Está envergonhado pelas coisas que sabe-se-lá-Deus disse a você. Deve estar se sentindo exposto, principalmente se o que ele te contou era algo que guardava há muito tempo para si mesmo. A culpa não é sua e também não é dele. O pobre garoto não deve saber como agir."
Becca piscou e tentou assimilar as palavras da avó. Ela não tinha pensado naquilo antes e, na verdade, até que fazia certo sentido.
Mas era bem idiota.
Kevin não tinha motivos para se sentir daquele jeito com ela. Por que deveria? Será que tinha medo que ela o julgasse de alguma maneira? Ou que o tratasse diferente?
Bom, ela não sabia e só teria certeza se perguntasse para ele, o que seria bem difícil com aquele idiota se escondendo dela como um covarde pela escola inteira.
Foi isso que Becca disse a avó, que em resposta apenas sorriu e ergueu as sobrancelhas grisalhas para a neta.
"Bem, então por que você não vai até a casa dele?", ela sugeriu docemente.
"Agora?!", Becca perguntou, olhando para o relógio de parede da cozinha. "Vovó, são sete da noite!"
"Até onde eu sei, ninguém dorme às sete da noite."
"Seria falta de educação chegar sem avisar."
"Então avise a ele."
"Conhecendo Kevin como eu conheço e levando em conta o que a senhora acabou de falar, é bem provável que ele arranje uma desculpa qualquer para falar que não está em casa."
"Bom, então vai ter que ser uma surpresa mesmo."
"Vovó..."
Mas a senhora já estava empurrando a neta para fora da cozinha, passando pela sala e em seguida a jogando no jardim. Rapidamente, ela voltou para dentro de casa e fechou a porta.
Quando Becca tentou entrar, percebeu que estava trancada.
"Vovó!", ela exclamou indignada.
Naquele instante a senhora apareceu na janela do andar de cima com o mais inocente dos sorrisos, acenando para a neta.
"Vai logo e volte antes das oito", ela falou tranquilamente. "Sua mãe não precisa saber disso. É o nosso segredinho..."
"A senhora só pode ser maluca", falou Becca, dividida entre a vontade de rir de toda a situação e brigar com a avó.
"E você precisou de dezessete anos para perceber isso?"
Rebecca não teve oportunidade de retrucar, pois logo em seguida a senhora sumiu e fechou as cortinas.
Becca olhou para a janela, chocada, e em seguida começou a rir. Aquilo era inacreditável.
Ela olhou para a rua iluminada e para a cidade tranquila. A casa de Kevin não era longe, assim como qualquer ponto de Luncarty. Ela piscou e olhou para a tela do celular. Ainda nenhuma mensagem.
Com um resmungo, começou a andar.
Kevin estava terminando seu dever de geografia quando sua mãe entrou no quarto com um sorrisinho no rosto.
"Você tem visita", ela anunciou, parecendo bastante contente.
"Visita?"
"É Rebecca."
Kevin piscou, tentando resistir à vontade de engolir em seco e mostrar como estava nervoso.
Então ela tinha decidido encurralá-lo? Muito bem, não dava mais para se esconder.
Kevin assentiu e a mãe foi chamá-la.
Rapidamente ele passou uma das mãos pelo cabelo e tentou organizar o quarto, que estava uma bagunça total desde o fim de semana. Ele praticamente tinha vivido ali dentro desde sábado e o cômodo estava um verdadeiro chiqueiro.
Quando Becca apareceu, linda ainda vestindo o uniforme da confeitaria, Kevin teve de lutar para não encará-la demais a ponto de deixá-la desconfortável. Era difícil, porque ela... Bem ela era ela, se é que aquilo fazia algum sentido.
"Oi", Becca falou timidamente, ainda sem adentrar direito o quarto. "Desculpe vir sem avisar. Sei que isso é uma enorme falta de educação e que..."
"Relaxa, loira", ele falou, tentando soar o mais despreocupado possível. "Não tem problema."
Becca sorriu e se sentiu um pouco mais confiante para entrar no quarto. Se Kevin MacCormack a estava chamando por aquele apelido ridículo, a situação não podia ser tão séria.
"Você sumiu", ela disse quando ele ofereceu a cadeira de sua escrivaninha para que ela se sentasse. "Está me evitando como na semana passada." Como ele não disse nada, ela continuou: "Estava começando a achar que o problema era comigo."
"Não!", Kevin exclamou no mesmo instante, em seguida soltando um suspiro exasperado e desviando o olhar do dela. "Não é isso."
Ele então foi até a porta do quarto e a encostou de leve. Apesar de o pai não estar em casa, não queria que sua mãe ou Megan ouvissem a conversa.
"Então o que tem de errado, Kevin?"
Ele se sentou na cama e ficou encarando os próprios joelhos, tentando encontrar as palavras certas para dizer que a verdade era que estava se sentindo completamente exposto perto dela. Nunca tinha contado as coisas que revelara para ela no sábado a ninguém e tinha medo que... Tinha medo que ela o olhasse de forma diferente. Ou que o tratasse de forma diferente.
E também se sentia envergonhado.
Como ele não disse nada, Rebecca suspirou e veio se sentar ao lado dele.
"Você agiu da mesma maneira quando descobri sobre suas músicas na semana passada", ela disse na lata.
"É, acho que agi sim", ele respondeu, se sentindo o maior dos idiotas.
"Acha que vou julgar você pelo que me disse no sábado?", ela perguntou baixinho. "Porque isso é ridículo. Por que eu julgaria você?"
"Eu só..." Kevin praguejou e olhou diretamente para ela, encarando aqueles olhos tão gentis que faziam seus sentimentos se embaralharem de uma forma constrangedora. "É que você não precisava saber daquelas coisas. Não devia ter jogado tudo aquilo para cima de você."
"Você não confia em mim?"
"É claro que eu confio."
"Porque eu nunca contaria aquilo para alguém, Kevin", ela disse, se aproximando dele e segurando sua mão. O calor dela o atingiu como uma bomba. Em um segundo todos os seus sentidos estavam ligados a ela. "Nunca."
"Eu sei", disse Kevin baixinho, porque era a verdade. Ele confiava em Becca para guardar seus segredos até mais do que confiava em si mesmo.
"Então qual o problema?"
"Eu..." Ele suspirou e falou em um tom de voz quase inaudível: "Fiquei envergonhado."
Ele não a encarava, porém ouviu quando Becca suspirou pesadamente.
Longos segundos se passaram até que ela falou.
"Eu também fiquei."
Kevin ergueu a cabeça para ela e a olhou com incredulidade.
"Mas não deveria."
"Mesmo? Você também não."
Ele sorriu e em seguida uma risada baixa escapou de seus lábios. Só Rebecca para fazê-lo rir em um momento como aquele...
"Talvez você não queira tocar naqueles assuntos, mas talvez o único modo de superar isso seja justamente esse: falando. E não precisa ser comigo se você não quiser. Acho que tem uma psicóloga muito boa aqui na cidade."
"A minha irmã é psicóloga. O melhor é que ela não vai cobrar por algumas consultas."
"Para de fazer gracinhas", ela reclamou, lhe dando um empurrãozinho. Kevin riu e em seguida disse:
"Bom, se eu fizer terapia, você devia fazer também", ele comentou, e desta vez estava bem sério. "Sinto muito pelo seu pai, Bec. Se ele soubesse o que está perdendo... Se sentiria o maior dos idiotas."
Becca sorriu tímida e o olhou com um carinho que Kevin não tinha certeza ser digno de receber.
"Bom, o azar é todo dele então. Eu sou muito incrível mesmo."
Kev riu e ergueu as sobrancelhas para ela.
"Acho que você está passando tempo demais comigo."
"Verdade. Estou ficando tão prepotente e irritante quanto você."
"Ei!"
Ela riu e o olhou com o rosto corado. Kevin pensou que poderia beijá-la bem ali, naquele momento.
Porém, antes que ele sequer tivesse tempo de processar o que tinha pensado, ela falou:
"Eu também sinto muito pelo o que a caxumba acabou tirando de você, Kev", ela disse baixinho, fazendo com que as orelhas de Kevin queimassem. "Eu entendo de verdade como isso deve doer para você."
Ele não conseguiu responder. A verdade é que doía mesmo, bem mais do que devia.
"Você não precisa ter vergonha disso, sabia?"
Kevin olhou para ela e deu de ombros, forçando-se a abrir um pequeno sorriso.
"É uma coisa que as pessoas não comentam muito, principalmente quando se é um homem. Eles costumam confundir esterilidade com incapacidade e isso", ele sorriu de uma maneira sedutora para ela, "eu posso garantir que não é verdade."
Rebecca lhe deu um tapa no ombro e começou a rir.
"Você é um pervertido, Kevin MacCormack."
"São suas palavras, não minhas."
Ela sorriu e revirou os olhos para ele.
"De todo modo, você não devia se preocupar tanto. Com a medicina que temos hoje, Kevin, talvez haja uma maneira de..."
"Não, loira, não faz isso", ele pediu, balançando a cabeça e encarando o chão. "Eu fiz uma bateria de exames quando tinha catorze anos e as chances... bem, não são boas. E isso é algo que..." Ele suspirou e olhou para ela. Não tinha mais motivos para se esconder dela, tinha? Kevin achava que, àquela altura do campeonato, não. "É algo que eu tenho que me acostumar, entende? Criar esperanças, expectativas... só poderia piorar as coisas para mim lá na frente."
Rebecca ficou em silêncio por um tempo, mas em seguida assentiu.
"Eu entendo, sim. Obrigada por confiar em mim."
"E eu tenho escolha?"
Ela riu e se aproximou mais dele.
"Eu também entendo se você não quiser falar sobre..."
"O meu pai?", Kevin deduziu baixinho, em seguida balançando a cabeça. "Não, não quero."
Ele não queria arrastar Rebecca, tão cheia de vida e alegria, para aquela bagunça. Preferia manter as coisas como estavam: separadas. Ela não merecia aquilo.
"Certo", ela disse compreensiva, e Kevin viu nos olhos dela que realmente não estava magoada com ele por conta daquilo. "Então está tudo bem entre a gente, não está?"
Kevin assentiu e disse:
"Desculpe por... Bem, você sabe. Precisava de um tempo."
Ela sorriu de lado e fez que sim com a cabeça.
"Não precisa me tirar da jogada, Kevin. É sério. Nada que você me disser vai ter o poder de me fazer parar de ser sua amiga. E eu estou feliz por ter te contado sobre o meu pai, estou me sentindo mais leve desde aquele dia."
Kevin sorriu e sentiu seu coração disparar. Queria abraçar Rebecca. Queria pedir para que ela nunca fosse embora de sua vida, porque não conseguia mais imaginar seus dias sem a risada dela, nem sem seu sorriso e aquele seu jeito doce de ser.
Não sabia o que estava acontecendo com ele, mas tinha medo. Tinha medo de machucá-la e acabar se machucando também no processo.
"Bom, eu tenho que ir. Vim dormir na casa da minha avó hoje, já que tenho que ir para o colégio mais cedo amanhã decidir algumas coisas do festival."
Ela se levantou da cama e alongou os braços. Kevin pensou que poderia ficar observando-a fazer aquele mesmo movimento um milhão de vezes e nunca se cansaria.
"Ei, loira, esqueci de te perguntar", ele disse com um sorrisinho, tentando voltar à superfície. "Qual música você escolheu?"
Rebecca sorriu de volta de maneira enviesada.
"É surpresa. Você só vai saber no dia."
"Isso é uma tremenda maldade."
"Aprendi com você."
Ele jogou um de seus travesseiros nela, mas Rebecca também tinha reflexos rápidos e o pegou no ar, jogando-o de volta para ele.
"Ah, e antes que eu me esqueça", ela já estava a meio caminho da porta do quarto, "como você ficou se escondendo de todo mundo no colégio hoje, Max mandou avisar que Lisa Jackson nos convidou para uma festa na casa dela no sábado. Ele, Alana e Mandy também vão. O que acha?"
Kevin a olhou com as sobrancelhas franzidas. Ele estava sonhando ou Rebecca Uziel o tinha acabado de convidar para uma festa?
"Desde quando nossos papéis foram invertidos?", ele perguntou, fazendo com que Becca risse. "É sério. Ei, loira, devo começar a soltar alguns conselhos amorosos agora?"
"Ah, cala a boca." Ela riu e piscou para ele do corredor. "Até amanhã."
"Até amanhã."
Ela então saiu do quarto e se despediu de Virginie, que estava na sala de estar.
Becca já estava na esquina da casa de Kevin, se sentindo leve como uma pluma, quando viu um carro muito chique estacionar em frente à mansão e Frank MacCormack descer. Ele não a viu, mas ela conseguiu observá-lo até o momento em que entrou na casa.
A raiva queimava em seu corpo. Não sabia muito bem como Kevin e sua família sofria nas mãos daquele homem, mas sabia que aquilo também era uma ferida muito profunda para ele.
Silenciosamente, rezou para que aquilo terminasse e toda a tristeza que Kevin carregava fosse para sempre deixada no passado.
Quem dera se as coisas se realizassem simplesmente pela força de um desejo...
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Oii gente! Capítulo novinho para vocês. Como estão? Espero que quietinhos em casa hahaha.
Me contem, o que acharam desse capítulo? O Kevin fugiu da Becca, mas ela acabou indo atrás dele com uma ajudinha da avó kkkk
O livro já está quase na reta final e eu espero muito que vocês gostem! Mais uma coisa: se preparem para o próximo capítulo!
Spoiler: o que vocês tanto querem vai acontecer... Hahaha
Muitos beijos e até breve!
Ceci.
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