• Capítulo Vinte e Cinco •


Rebecca não se lembrava de alguma vez a casa da avó ter ficado tão barulhenta e cheia antes. Para onde quer que ela fosse, ouvia a mãe gritar com os irmãos menores para se comportarem e não sujarem as roupas perfeitamente alinhadas que vestiam; sua avó cantarolava alegre todas as canções que conhecia e Mandy não parava de dizer como estava nervosa.

Bom, Becca também estava nervosa, tanto que achava que a qualquer momento fosse vomitar.

Foi isso que ela disse para Mandy enquanto a melhor amiga a maquiava em um dos quartos de hóspedes da avó, onde os sons da casa não estavam tão altos e Becca conseguia pensar com clareza nos próprios sentimentos.

"Nem pensar", Mandy disse quando ouviu aquilo, enquanto cobria os cílios de Becca com um rímel superpotente. "Eu te mato se você estragar essa maquiagem."

Becca sorriu e segurou firmemente as mãos suadas no colo. Ela se sentia muito nauseada e parecia estar vivendo em algum tipo de realidade paralela, onde daqui três horas estaria em cima de um palco, cantando para centenas de pessoas.

Mas aquilo não era um sonho ou algo do tipo. Era real e ela estava lidando com uma quantidade de stress que nunca pensou ser capaz de suportar antes.

"Acho que acabei", disse Mandy depois de mais alguns minutos em silêncio, se afastando de Becca e olhando fixamente para seu rosto como se estivesse avaliando sua mais recente obra de arte. "Olhe se gostou."

Rebecca pegou o espelhinho de mão em cima da cama, onde estava meio enterrado pelos dois quilos de maquiagem e pincéis que Mandy tinha levado até ali.

Nervosamente, ela olhou seu reflexo no espelho, rezando para que a amiga tivesse atendido seu pedido e não passasse quatro centímetros de maquiagem pesada em seu rosto.

Porém, assim que seus olhos miraram seu reflexo no espelho, Becca soltou um gritinho e cobriu a boca com a mão. Aquilo estava...

"Perfeito", ela disse feliz, abraçando Mandy e se permitindo sentir um pouquinho de entusiasmo. "Ah, Mandy, você tem que trabalhar com isso!"

A amiga riu e Becca voltou a mirar seu reflexo, muito satisfeita com o resultado final. Sua pele não havia sido completamente coberta por quilos de base e pó compacto – o que ela apreciava bastante –, suas maçãs do rosto estavam suavemente marcadas e rosadas e a sombra em seus olhos – uma mistura de prata e marrom bem clarinho – tornava tudo ainda mais perfeito.

"Sabe, acho que você tem razão", Mandy falou com um sorriso radiante. "Talvez eu devesse investir nesse negócio de maquiagem."

"Eu não tenho dúvidas disso. Obrigada!"

Becca estava aproveitando o seu estado de contentamento – nos últimos dias tinha aprendido a apreciá-los muito – quando seu celular apitou.

Um número que ela conhecia apareceu na tela. Um número que tentava a todo custo esquecer.

Melissa: Eu já fui boazinha o suficiente por não ter espalhado seu segredo ontem como disse que faria, Uziel. Ainda não é tarde demais para sair do meu caminho. Se fizer isso, juro que não vou contar para ninguém sobre o blog.

Becca sentiu sua barriga dar voltas depois que terminou de ler a mensagem. Com as mãos trêmulas ela desligou o celular e o jogou na cama.

Já tinha tomado uma decisão a respeito daquilo. Não iria voltar atrás.

"O que foi, Becky?", Mandy perguntou suavemente depois de ver a expressão desolada da amiga. "Era o Kevin?"

O coração de Becca doeu terrivelmente quando ouviu aquele nome. Vinha tentando não pensar em Kevin desde quarta-feira, depois daquela briga terrível que tinham tido perto da confeitaria, mas era difícil.

Impossível, talvez.

Sempre que tentava ficar com raiva dele por ter se afastado e não mandado uma única mensagem desde sábado, ela se lembrava do modo como a tinha beijado antes que ela corresse para longe dele. Se lembrava também de seu olhar machucado, quando contou a ela que a pessoa naquele carro desgovernado que quase havia provocado um acidente horrível sete dias atrás não era ninguém menos que seu pai.

Sim, Becca estava irritada com Kevin, mas não tanto como deveria. Ele tinha partido o coração dela e jogado os pedaços para que os leões devorassem, e agora parecia existir um espaço vazio em seu peito onde pouco tempo antes ele tinha fixado moradia.

Estava difícil passar os dias sem ele. Sem o garoto que a mostrara um pedacinho do mundo e tinha, com toda certeza, a mudado um pouquinho.

Embora se sentisse tão mal e ressentida agora, Becca sabia que desde que Kevin entrara em sua vida ela tinha se tornado alguém mais confiante, mais segura de si mesma e livre dos próprios sentimentos que antes a deixavam tão mal. Aliás, ela tinha compartilhado uma grande parte de si mesma com Kevin, e ele a acolhera da melhor forma possível.

"Não, não é Kevin", Becca falou com um suspiro pesado, tentando voltar à realidade. Ela sentou-se na cama e encarou os próprios joelhos. "Eu... Eu preciso te contar uma coisa, Mandy."

A amiga no mesmo instante se sentou ao lado dela, segurando sua mão.

Becca engoliu em seco. Se fosse mesmo fazer o que pretendia, poderia começar contando a verdade à amiga.

Ela então ergueu os olhos e encarou Mandy, que parecia ansiar pelo que Becca iria dizer.

"Eu sou a Princesa dos Corações Apaixonados", ela disse de uma vez, e de repente foi como se um peso enorme fosse retirado de suas costas.

Becca sempre tinha se sentido mal por esconder aquilo da amiga, mas a verdade é que ela gostava quando o blog era uma coisa só sua, tão pessoal quanto um diário, apesar de qualquer um poder ler quando quisesse.

Mandy olhou bem para Becca ou ouvir aquilo, piscou e soltou uma risadinha.

"Você está brincando, não está?"

Envergonhada, Rebecca fez que não com a cabeça.

"Desculpe por não ter te contado antes", ela começou a dizer rapidamente, sentindo um nó apertado na garganta. "Mas era uma coisa tão minha, que não queria compartilhar com ninguém. Eu sinto muito, Mandy. Depois que Kevin descobriu tudo, pensei em te contar, mas acabei deixando para lá, pois as coisas já estavam confusas o suficiente e..."

"Ei, espera um pouco aí", Mandy disse, agora se levantando da cama e olhando para ela como se de repente Becca tivesse confessado ser uma alienígena. "Como assim? O Kevin sabe?"

"E agora Melissa também", soltou Becca de uma vez, escondendo o rosto nas mãos. "E ameaçou contar para todo mundo se eu não saísse do festival."

Longos segundos de profundo silêncio se passaram até que ela ouviu a voz de Mandy dizer:

"Rebecca Uziel", ela falou lenta e calmamente. "Você vai me contar tudo. Agora. E é melhor se apressar, porque você tem que se vestir, preciso arrumar seu cabelo e depois dar um jeito na minha aparência." Ela olhou para o relógio de pulso. "Você tem três minutos."

Então Becca ergueu a cabeça, respirou fundo e contou tudo.

Contou sobre como tinha conhecido Kevin, sobre o acordo entre os dois e as perseguições de Melissa, que tinham sido o motivo pelo qual ela havia pedido que Kevin a tornasse popular. Também contou sobre quando Melissa, depois de não ter conseguido impedir que ela se inscrevesse no festival, descobriu sobre seu segredo e que agora a estava chantageando.

Levou algum tempo para contar tudo, mas quando terminou se sentiu um pouquinho melhor.

Mandy ficou em silêncio por longos minutos depois daquilo. Becca não se preocupou, aliás, sabia que a amiga precisava de certo tempo para absorver a quantidade de informações.

Então, depois de um tempo, Mandy suspirou, estalou os dedos da mão e se sentou ao lado de Becca na cama.

"Eu estou brava com você por não ter me contado sobre o blog", ela disse, com uma expressão de poucos amigos. "Mas entendo o motivo pelo qual fez isso e te perdoo, contanto que prometa nunca mais esconder segredos desse tamanho de mim de novo. Becca, tem noção de como você é uma lenda viva no colégio?! Não acredito que a Princesa dos Corações Apaixonados estava do meu lado o tempo todo!"

Becca riu e abraçou Mandy, fungando e satisfeita pela amiga não estar tão brava com ela.

"Nem ouse chorar, não pode estragar a maquiagem", disse Mandy com um risinho, acariciando o cabelo da amiga. "Agora, pelo que você me contou, Melissa ainda não espalhou o seu segredo aos sete ventos e, aparentemente, você não está pensando em desistir do festival. Então, o que vai fazer?"

Becca se afastou um pouco e encarou Mandy.

"Melissa sabe que se contar para todo mundo quem eu sou, a essa altura, eu ainda não vou desistir do festival. Mas, mesmo assim, não me sinto segura com ela mantendo esse segredo. Não quero ser manipulada."

Mandy assentiu, concordando.

"Então..."

Becca respirou fundo e disse o que pretendia.

"Você tem certeza?", Mandy perguntou, assim que terminou de ouvir.

"Acho que sim", Becca sussurrou. "Aliás, não é como se eu tivesse outra escolha, não é? Melissa é maluca, não quero que ela me chantageie de novo."

"Bom, hoje vai ser um dia e tanto então", falou Mandy com um assobio. "Melhor nos apressarmos. Vem, Princesa, vou te ajudar a vestir o vestido."

Becca respirou fundo e se ergueu, deixando-se ser conduzida pela amiga.

Depois de se vestir, Becca deixou com que Mandy arrumasse seu cabelo. Ela queria usar uma trança e Mandy era mestre nelas, por isso, enquanto ficava em silêncio esperando o cabelo ficar pronto, tentou relaxar um pouco, contando até mil e depois recomeçando a conta de trás para frente.

Ela realmente tinha jeitos bastante peculiares de se acalmar...

Meia hora se passou até que Mandy finalmente terminasse. Becca estava pronta para se olhar no espelho para ver como tinha ficado quando a porta do quarto abriu e seus irmãos entraram.

"Vocês estão demorando tanto aí dentro que a gente começou a achar que tinham morrido", começou a dizer Simon de modo alegre, mas assim que seus olhos pousaram na irmã ele parou de súbito, a boca aberta em um pequeno "o".

"Becca...", sussurrou Gabrielle, que vinha logo atrás de Simon. "Você está..."

"Bonita", completou Fred, correndo para a irmã mais velha e a olhando com os olhinhos arregalados. "Tá parecendo uma princesa."

Becca sorriu envergonhada e passou uma das mãos cuidadosamente pela enorme trança que chegava até sua cintura. Mandy a tinha enfeitado com pequenas flores ornamentais.

"Obrigada", ela disse com um sorriso. "E, Simon, esse era o vestido perfeito. Nem sei como agradecer."

Dois dias atrás Simon a tinha levado até uma loja da cidade e praticamente a obrigou a escolher uma roupa nova para o festival. Ela tinha tentado recusar e se ofereceu para pagar pelo menos um pouco do vestido – que não era nada barato – mas Simon insistiu dizendo que aquele seria seu presente de aniversário até que ela completasse trinta anos.

"Eu arrasei, não arrasei?", disse Mandy toda satisfeita. "Anda, pode falar."

"Arrasou mesmo", falou Simon, se aproximando mais da irmã e a olhando de cima a baixo com um pequeno sorriso. Era impressão de Becca ou os olhos dele estavam um pouco marejados? "Quando foi que você cresceu e eu não vi?"

Becca não aguentou, se jogou nos braços do irmão.

Ela se sentia tão segura quando Simon estava por perto. Era como se nada no mundo pudesse dar errado.

Naquele instante sua mãe e sua avó também entraram no quarto.

"Isso aqui está parecendo um cabaré. Que bagunça!", Elizabeth falou, indo até a janela do quarto e a abrindo.

"A bagunça valeu a pena dona Elizabeth", disse Mandy com um sorriso. "Olha só o belo trabalho que eu fiz na Becca."

"Fez mesmo", comentou Julie, que também estava vestida com sua melhor roupa e sorriu radiante ao olhar para a filha. "Está linda Becca."

"Obrigada mãe."

Elas se olharam por um tempo até que Julie falou:

"Eu queria ter uma palavrinha a sós com Becca antes de sairmos. Vocês podem dar licença?" E olhando para Simon completou. "Fique de olho em Gabrielle, ela parece determinada a se sujar."

"Eu não!", reclamou a garotinha, saindo do quarto atrás de Simon.

Mandy pegou uma braçada de seus produtos de beleza antes de sair, dizendo que ia se aprontar no quarto ao lado.

Quando Becca ficou sozinha com a mãe, sentiu certa apreensão, mas a mulher logo sorriu para filha e segurou sua mão. As duas se sentaram lado a lado.

"Sabe, Becca", Julie começou. "Eu nunca te vi tão feliz como nessas últimas semanas. Eu acho, tenho certeza, na verdade, que a razão foi aquele garoto, Kevin." Becca se encolheu ao ouvir o nome. "Mas também percebi que nessa última semana você ficou muito quieta, não saiu mais e não te vi falando dele. Aconteceu alguma coisa?"

Becca não tinha certeza se queria falar sobre Kevin com a mãe, aliás, se pensar nele doía, falar nele seria pior ainda. Porém, apesar daquilo, não podia deixar de ficar surpresa com o fato de que a mãe a estava perguntando sobre ele e sobre como Becca se sentia, algo que nunca tinha acontecido antes.

"A gente brigou", ela disse então, fitando a saia do vestido lilás que ia até seus joelhos. "Não estamos nos falando."

Julie ficou em silêncio por um tempo, parecendo refletir.

"Você se apaixonou e teve o coração partido, então?", ela perguntou baixinho.

"Por favor, não diga algo do tipo como 'eu avisei'", pediu Becca, infeliz.

"Não vou dizer."

Ela então ergueu os olhos para a mãe, surpresa.

"Acho que eu estava errada, Becca, sobre muita coisa." A mulher respirou fundo antes de continuar, como se estivesse ordenando os pensamentos. "A verdade é que eu nunca tive boas experiências com relacionamentos, tudo sempre terminava em tragédia e corações partidos. Não foi diferente com seu pai, como você sabe, mas ele também foi a gota d'água em um balde prestes a transbordar." Julie piscou rapidamente, tentando conter as lágrimas. "Acho que isso me fez pensar que o amor é uma farsa, só uma coisa sobre a qual as pessoas idealizam, mas raramente alcançam. Os meus pais não tiveram um casamento feliz e o meu também foi um desastre, acho que é por isso que fiquei tão receosa quando você começou a sair com Kevin e ficou ainda mais radiante do que já é. Tive medo, pois todos os meus romances de adolescência fizeram com que eu fosse machucada de um jeito ou de outro."

"Mãe...", Becca tentou dizer, quando uma lágrima solitária rolou pelo rosto de Julie.

"Não, por favor, me deixe terminar", Julie pediu com um sorriso fraco. "Também tem a questão de como eu... Bem, de como eu sempre tive medo que tanto você quanto seus irmãos saíssem e fossem para longe. Sempre tive medo que se machucassem ou que algo ruim acontecesse. Principalmente, Becca, com você. Você que sempre foi a minha doce menina sonhadora." Julie olhou bem para a filha antes de continuar, segurando sua mão com força. "O seu avô, ele era muito superprotetor. Eu era a única filha e, principalmente naquela época, as garotas não tinham tanta liberdade. Embora sua avó tentasse intervir, a palavra final sempre era dele. Lembro como se fosse hoje as coisas horríveis que ele me contava, de como o mundo era cruel, de como era perigoso ir para longe. Sempre que eu terminava um relacionamento, ele também jogava isso na minha cara, dizendo que eu havia sido ingênua e boba mais uma vez.

"Não estou dizendo que pelo o que aconteceu comigo eu não tenha culpa pelas minhas ações, porque eu tenho. Foi minha culpa te colocar num casulo e querer que você, assim como eu, ficasse nele para sempre. Na verdade, queria te pedir desculpas, querida. Foi depois de algumas longas conversas com a sua avó e com a minha terapeuta que eu acabei percebendo essas coisas. E, por mais que eu tenha medo de te ver voar para longe do ninho, sei que preciso deixá-la ir. E sabe o que, principalmente, me fez perceber isso? Kevin MacCormack. Sei que desde que ele apareceu você mudou Becca. E mudou para melhor. E, sinceramente, eu não poderia estar mais orgulhosa de você. Orgulhosa até por ter me questionado e enfrentado no último mês, quando eu estava no seu pé por conta disso. Te peço desculpas por todas as vezes que te reprimi e..."

"Pode parar", Becca disse, se jogando nos braços de Julie e a abraçando com força, para nunca mais soltar. "Está tudo bem, mamãe. Está tudo bem."

Julie chorou no ombro da filha e passou as mãos por suas costas, a segurando como se ainda fosse sua garotinha. Mas ela estava grande, Julie sabia disso, e sabia que, onde quer que a filha estivesse, ela sempre seria sua menininha. Sua menininha corajosa e alegre que lhe dava tanto orgulho.

"Eu espero que não seja você chorando, Rebecca!", a voz de Mandy veio do lado de fora do quarto. "Eu juro que te mato se você borrar essa maquiagem!"

Becca soltou uma gargalhada e a mãe a acompanhou. Naquele momento, qualquer um veria como elas eram parecidas fisicamente.

"Quer me contar o que aconteceu entre você e Kevin?", Julie perguntou depois de um tempo, passando a mão carinhosamente pelo cabelo claro da filha. "Ele parecia ser um menino muito bom..."

"Ele é", Becca disse no mesmo instante, em seguida tentando não ficar brava consigo mesma por tão rapidamente tomar partido de Kevin. "A gente... Bom, não era só amizade, como a senhora já tinha percebido. Mas ele..." Becca respirou fundo. "Acho que ele não sabe como continuar. E eu, por mais que deteste isso, decidi dar espaço a ele."

Julie assentiu, parecendo muito orgulhosa da filha. Becca tentou não chorar diante daquilo. Ela tinha precisado por muitos anos daquela aproximação com a mãe...

"Não se preocupe querida", disse Julie carinhosamente. "Eu sei que dói, mas se machucar também faz parte. Aliás, de que outra maneira nos tornaríamos mais fortes para a vida? Se o que ele sente por você for forte e verdadeiro..."

"Ele volta", completou Becca com um pequeno sorriso, assentindo. "Eu sei. É só que, tudo isso, o festival, esse dia, tudo me lembra Kevin. Foi ele, em grande parte, que me impulsionou até esse momento. Não sei se fico triste ou furiosa porque ele simplesmente foi embora e não está aqui agora."

"Para o seu próprio bem, acho que você deveria ficar furiosa", Julie recomendou com um risinho. "Porque assim, se ele voltar, você vai ter uma boa desculpa para bater nele."

Becca riu e se levantou, pela primeira vez olhando para si mesma desde que tinha ficado pronta. Só faltava calçar as sandálias, que estavam em algum lugar no quarto bagunçado.

Ela se sentiu muito linda naquele instante. Nervosa também, ansiosa e quase enlouquecendo, mas linda. E até mesmo um pouquinho confiante.

Aquele dia seria mágico. Iria curar suas feridas.

Precisava acreditar naquilo.

Então houve duas batidinhas suaves na porta do quarto e Simon entrou.

"Desculpe atrapalhar as donzelas, mas a carruagem da Becca chegou."

Becca riu. Sua carruagem era o carro do pai de Mandy, que as levariam até o ginásio do colégio. Todos os participantes do festival precisavam chegar mais cedo para ajeitar os últimos detalhes, e Mandy desde o início disse que iria acompanhá-la.

Becca então deu um rápido abraço na mãe e em Simon, sentindo o estômago revirar enquanto calçava as sandálias.

"A gente se vê daqui a pouco", Julie disse a filha. "Vamos estar na fileira da frente torcendo para você, querida."

"Não vai mesmo nos contar a música que vai cantar?", insistiu Simon pelo que devia ser a milésima vez naquela semana.

"Ela não contou nem para mim", reclamou Mandy, surgindo também, agora devidamente maquiada e com um sorriso enorme no rosto. "Essa danadinha esconde tantos segredos..."

Becca revirou os olhos para a amiga e se despediu da avó e dos irmãos mais novos antes de entrar no carro.

O sol começava a se pôr. E a noite, como Becca logo perceberia, estava só começando.

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IMPORTANTE

Oii gente! Não estavam me esperando hoje, né? Pois é... Surpresa! 

Acontece que eu percebi que os dois últimos capítulos do livro iriam ficar enormes, então acabei dividindo o penúltimo em dois. Para não demorar uma infinidade para finalizar o livro por aqui, vou postar o penúltimo capítulo amanhã, já que ele já está escrito também.

O último capítulo vai ficar para quarta-feira, se os anjos da escrita me ajudarem hahaha.

Mas então, me digam o que acharam desse antepenúltimo capítulo! Me contem tudo, vamos bater papo!

Por hoje é isso pessoal, vejo vocês amanhã nesse mesmo horário!

Beijos, 

Ceci.

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